
Nome popular: Pirá-Brasília.
Nome científico: Simpsonichthys boitonei.
Peso: Entre 2 a 3 gramas.
Tamanho: Cerca de 3,5 a 4 cm de comprimento.
Família: Rivulidae.
Habitat: poças temporárias, brejos e veredas do cerrado.
Local onde é encontrado: Especialmente no entorno de Brasília, no Distrito Federal.
Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção.
Pirá-Brasília (Simpsonichthys boitonei): o raro peixe-das-nuvens do Cerrado
O Pirá-Brasília, cujo nome científico é Simpsonichthys boitonei, é um pequeno peixe de água doce endêmico do Brasil, mais especificamente das veredas do Cerrado próximo ao Distrito Federal. Também conhecido como peixe-das-nuvens, essa espécie chama a atenção não só pela beleza, mas também pela raridade e ameaça de extinção.
Trata-se de um peixe de pequeno porte: os machos atingem cerca de 3,5 a 4 cm de comprimento, enquanto as fêmeas são ligeiramente menores. Seu corpo apresenta cores vibrantes, especialmente nos machos, que possuem tons azulados, esverdeados e manchas alaranjadas — uma adaptação visual tanto para atração quanto para camuflagem.
O Simpsonichthys boitonei vive exclusivamente em poças temporárias, brejos e veredas do Cerrado do Planalto Central, especialmente no entorno de Brasília, no Distrito Federal. Essas águas são sazonais, formadas pelas chuvas, e desaparecem durante a seca — o que exige adaptações extraordinárias desses peixes.
Uma das características mais notáveis do Pirá-Brasília é seu ciclo de vida extremamente curto. Após o início da estação chuvosa, os ovos incubados no solo eclodem e os filhotes crescem rapidamente, atingindo a maturidade sexual em poucas semanas. A gestação ocorre dentro dos ovos, que entram em diapausa (dormência) durante o período seco, sobrevivendo no solo até a próxima estação de chuvas.
Sua dieta é composta basicamente por microcrustáceos, larvas de insetos aquáticos e outros pequenos invertebrados, encontrados no fundo das poças onde vive. Essa alimentação é essencial para o rápido crescimento e reprodução.
O Pirá-Brasília é classificado como Criticamente em Perigo (CR) pela Lista Vermelha da IUCN e também pela lista nacional do ICMBio. Os principais fatores de ameaça incluem:
Expansão urbana e imobiliária, especialmente em áreas próximas ao Distrito Federal. Destruição e drenagem de veredas e brejos, habitats naturais da espécie. Queimadas e mudanças climáticas que reduzem o ciclo hídrico essencial para a reprodução. Introdução de espécies exóticas e poluentes nas águas temporárias.
O Simpsonichthys boitonei é um indicador importante da qualidade ambiental das veredas do Cerrado e representa uma linhagem evolutiva única de peixes anuais. Sua preservação está ligada diretamente à conservação dos corpos d’água temporários e do bioma Cerrado como um todo.
Atualmente, o peixe é foco de pesquisas e ações de conservação, como a criação em cativeiro, proteção de nascentes e veredas, e sensibilização ambiental, principalmente na região do DF.
Ramon Ventura.
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