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quinta-feira, 20 de abril de 2017

SAÍRA APUNHALADA

 (foto: Gustavo Magnago)
Nome popular: Saíra-apunhalada.

Nome científico: Nemosia rourei.

Peso: Entre 12 e 15 gramas.

Tamanho: Cerca de 13 centímetros de comprimento.

Família: Thraupidae.

Habitat: Restrito a fragmentos de floresta montana da Mata Atlântica, acima dos 900 metros de altitude.

Local onde é encontrado: No sul do estado do Espírito Santo, em áreas como a região de Conceição do Castelo e entorno do Parque Nacional do Caparaó.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 

Saíra-apunhalada (Nemosia rourei): a joia rara da Mata Atlântica

A Saíra-apunhalada, conhecida cientificamente como Nemosia rourei, é uma das aves mais raras e ameaçadas do Brasil. Seu nome popular vem da mancha vermelha intensa no peito, que lembra uma ferida, contrastando com o azul vibrante do dorso e a cabeça acinzentada. É uma espécie enigmática que, por muito tempo, foi considerada extinta até ser redescoberta na década de 1990.

Essa pequena ave mede cerca de 13 centímetros de comprimento e pesa entre 12 e 15 gramas. Pertence à família Thraupidae, a mesma das saíras e tiês. Sua coloração marcante é uma das principais formas de identificação: azul na parte superior, cinza na cabeça, branco no ventre e uma mancha vermelho-vivo no peito.

A Saíra-apunhalada é endêmica do Brasil, ou seja, não é encontrada em nenhum outro lugar do mundo. Seu habitat está restrito a fragmentos de floresta montana da Mata Atlântica, acima dos 900 metros de altitude, localizados no sul do estado do Espírito Santo, em áreas como a região de Conceição do Castelo e entorno do Parque Nacional do Caparaó.

As informações sobre a reprodução dessa espécie ainda são limitadas, devido à sua raridade e aos poucos registros em vida livre. Presume-se que, como outras aves da mesma família, a Saíra-apunhalada coloque de 2 a 3 ovos por ninhada, e que a fêmea seja a principal responsável pela incubação, enquanto o macho contribui com a alimentação dos filhotes.

Sua alimentação é composta basicamente por frutas, insetos e pequenos artrópodes. Ela forrageia na vegetação em busca de alimento, muitas vezes acompanhando bandos mistos de outras aves florestais, o que contribui para sua camuflagem e segurança.

A Saíra-apunhalada está criticamente ameaçada de extinção segundo a Lista Vermelha da IUCN e o ICMBio. Entre os principais fatores que colocam a espécie em risco estão:

Desmatamento da Mata Atlântica, especialmente em áreas montanas. Fragmentação do habitat, que isola as populações remanescentes. Baixa densidade populacional e área de distribuição extremamente restrita. Falta de dados biológicos que dificultam ações de manejo eficazes.

Estima-se que existam menos de 250 indivíduos maduros na natureza, o que torna urgente a implementação de medidas de proteção, como a criação de corredores ecológicos, proteção de áreas-chave e pesquisas aprofundadas sobre seu comportamento e reprodução.

A Saíra-apunhalada ficou desaparecida por mais de 50 anos, sendo redescoberta apenas em 1996.

É considerada uma das aves mais raras do Brasil e uma das mais procuradas por observadores de aves no mundo.

Seu nome científico homenageia o naturalista francês Jules Roure.

A Saíra-apunhalada é um símbolo da fragilidade e da beleza da biodiversidade brasileira. Proteger essa espécie é proteger também a riqueza única da Mata Atlântica, um dos biomas mais ameaçados do planeta. A sua preservação depende do envolvimento de todos — poder público, pesquisadores e sociedade civil.

Ramon Ventura.

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