Nome científico: Chironectes minimus.
Nome popular: Cuíca-D'água.
Tamanho: Seu corpo mede cerca de 40 centímetros e sua cauda 43 centímetros.
Peso: Aproximadamente, 600 gramas.
Local onde é encontrado: Do sul do México até o sul do Peru, parte central da Bolívia, sul do Paraguai e nordeste da Argentina, no Brasil, ocorre nos Estados das regiões sul, centro-oeste e sudeste.
Habitat: Florestas e matas ciliares, sempre associada a cursos d'água.
Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção.
Para conhecer a Cuíca-D'água, recomendamos uma lanterna e disposição para se molhar. É que esse animal só costuma ser visto à noite e, em geral, nadando e mergulhando. Ele não ganharia esse nome atoa, não é mesmo?
A pele é cinza marmoreada e preta, enquanto o focinho, olhos e coroa são pretos. Uma faixa mais leve desce pelas costas até as orelhas, que são arredondadas e sem pelos. Tem vibrissas nos bigodes e sob cada olho. A cauda, que é amarelada ou branca nas extremidades, tem pelo muito espesso e preto na base, mas é nua no restante. Tem pelo denso, macio e curto, de cor cinza claro e geralmente com quatro bandas largas no dorso castanho chocolate a preto. Possui uma linha dorsal preta que vai do pescoço até a cauda. Seu ventre é branco, suas orelhas são pretas arredondadas e os olhos são negros com brilho noturno amarelo.
As patas traseiras da Cuíca-D'água tem membranas semelhantes às dos pés de patos, o que ajuda bastante na natação. Enquanto nada, ela permanece com todo o corpo submerso, apenas a cabeça fica acima do nível da água, sua cauda funciona como um leme, orientando na direção a seguir. É na água, também, que esse animal consegue a maior parte de seus alimentos: peixes, anfíbios, crustáceos, insetos e, às vezes, algumas plantas aquáticas.
A Cuíca-D'água é um marsupial, assim como os coalas, cangurus, e gambás. Isso quer dizer que ela apresenta na região da barriga uma dobra de pele, o marsúpio. Nas fêmeas, o marsúpio (popularmente conhecido como bolsa), serve para dar continuidade ao desenvolvimento dos filhotes. Os machos também têm marsúpio, mas a função é proteger os testículos enquanto nadam.
Para dar à luz seus filhotes, a Cuíca-D'água constrói ninhos em tocas subterrâneas escavadas nas margens de rios e riachos onde vive. Normalmente, tem duas ou três crias por gestação. Os bebês Cuícas – logo depois de nascidos – vão para o marsúpio, onde ficam protegidos e mamando até estarem fortes o suficiente para viverem do lado de fora.
Mas, espere aí! Se Cuíca-D'água só vive debaixo d'água, como ela faz para evitar que os filhotes se afoguem? A resposta está no pelo. A pelagem desta espécie é curta e impermeável, não deixando passar água para dentro. Além disso, a abertura do marsúpio é voltada para trás, assim a fêmea consegue mantê-lo fechado, impedindo que a água entre enquanto nada.
Esse animal de hábitos curiosos é mais um na lista dos que estão ameaçados de extinção nos Estados da região Sudeste do Brasil. O desmatamento e as queimadas prejudicam o ambiente, ou melhor, as florestas onde o Cuíca-D'água vive. Para evitar o desaparecimento da espécie, é preciso criar novas áreas de preservação ambiental e ampliar as que existem. A escolha dessas áreas deve levar em conta os conhecimentos que os biólogos têm sobre os hábitos da Cuíca-D'água e de sua relação com o ambiente. Assim, quem sabe um dia você poderá conhecer essa grande nadadora ao vivo?
Ramon Ventura
Jânio Cordeiro Moreira
Laboratório de mastozoologia.
Departamento de Zoologia.
Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
Revista CHC.
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