Nome popular: Mandacaru.
Nome científico: Cereus jamacaru.
Tamanho: Podendo atingir de 4 a 6 metros de altura.
Família: Cactaceae.
Habitat: bioma Caatinga.
Onde ocorre: Ceará, Pernambuco, Bahia, Paraíba e Piauí.
Motivo da busca: Ameaçada de extinção!
Mandacaru (Cereus jamacaru): o gigante espinhoso que resiste ao sertão
O Mandacaru, de nome científico Cereus jamacaru, é uma das espécies mais emblemáticas da vegetação brasileira, especialmente das regiões semiáridas. Com seu porte imponente e sua incrível resistência à seca, tornou-se símbolo da caatinga e da resiliência do povo nordestino.
Pertencente à família Cactaceae, o Mandacaru é uma cactácea de grande porte, podendo atingir de 4 a 6 metros de altura, com caule colunar, ereto e ramificado. Suas hastes são espessas e cobertas por espinhos robustos, organizados em fileiras ao longo das costelas do caule.
Durante a floração, o Mandacaru exibe flores brancas grandes e vistosas, que se abrem à noite e atraem polinizadores como morcegos e mariposas. Após a floração, surgem frutos ovais, de coloração avermelhada ou rosada, que são consumidos por diversas espécies da fauna local e também por comunidades humanas.
O Mandacaru é nativo do Brasil e amplamente adaptado ao bioma Caatinga, onde predomina o clima semiárido, com longos períodos de estiagem e solo pobre em nutrientes. Pode ser encontrado nos estados do Nordeste brasileiro, especialmente no Ceará, Pernambuco, Bahia, Paraíba e Piauí. Também ocorre, em menor escala, em áreas de cerrado e regiões de transição para o agreste.
É uma espécie adaptada à luminosidade intensa, alta temperatura e escassez hídrica, sendo um dos principais representantes da flora xerófila (adaptada à seca).
O Mandacaru tem grande importância ecológica. Ele serve de abrigo e alimento para diversos animais da caatinga, como aves, morcegos, roedores e insetos. Seus frutos são uma importante fonte de alimento durante os períodos mais secos do ano.
Além disso, é uma planta de valor cultural e simbólico no Nordeste brasileiro. Presente em músicas, literatura e expressões populares, o Mandacaru representa resistência, sobrevivência e identidade regional.
Seu uso tradicional também inclui fins medicinais, ornamentais e como cerca viva em propriedades rurais. Em tempos de seca severa, seus ramos são cortados e fornecidos ao gado como alimentação de emergência.
Apesar de sua resistência natural, o Mandacaru vem enfrentando ameaças crescentes, como:
Desmatamento e degradação do bioma caatinga;
Extração ilegal para uso ornamental;
Expansão da agropecuária e queimadas;
Mudanças climáticas, que intensificam períodos de seca extrema.
Embora ainda não esteja classificado oficialmente como espécie ameaçada, a redução de suas populações em áreas nativas preocupa especialistas em conservação. A ausência de políticas de proteção específicas para espécies da caatinga também agrava o cenário.
O Mandacaru (Cereus jamacaru) é mais do que uma planta resistente — é um símbolo de vida em condições extremas, uma peça-chave no ecossistema da caatinga e um elemento profundo da cultura nordestina. Preservar o Mandacaru é preservar a caatinga, a biodiversidade regional e a identidade de um povo que aprendeu a viver em harmonia com o semiárido.
Ramon ventura.