segunda-feira, 29 de julho de 2019

JABUTI PIRANGA

Ordem: Testudines
Família: Testudinidae
Nomes comuns: Jabuti-piranga, Jabuti-vermelho, Red-footed tortoise, Morrocoy, Motelo, Motolo, Morrocoy negro, Morrocoy pata roja, Wayamo, Yaimoro.

Justificativa: Chelonoidis carbonaria é amplamente distribuída na América do Sul, ocorrendo na Guiana, Venezuela, Bolívia, Colômbia Paraguai, Brasil e Argentina, e na América Central, ocorre no Panamá, Antilhas e ilha de Trinidad. É elegível para a avaliação regional. No Brasil, ocorre nos biomas Amazônia, Cerrado, Pantanal, Caatinga e Mata Atlântica, nos estados do Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, Maranhão, Piauí, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás. Sua extensão de ocorrência calculada no país é de 5.750.511,31 km². A espécie é comumente encontrada nesses estados. Embora seja intensamente utilizada de forma ilegal como animal de estimação e na alimentação humana, essas atividades parecem não afetar significativamente sua população. Por essas razões, Chelonoidis carbonaria foi categorizada como Menos preocupante (LC).

A espécie prefere campos abertos e áreas de gramíneas, mas também ocorre dentro de florestas, na Caatinga, Cerrado, Amazônia e Mata Atlântica. É mais ativa durante a temporada de chuvas e gosta de se enterrar no lodo. Consome grande quantidade de espécies vegetais, atuando como importante dispersor de semente.

O tamanho da carapaça das fêmeas ao atingir a maturidade sexual varia entre 15-18 cm de comprimento retilíneo. Os machos atingem mais de 55 cm de comprimento retilíneo da carapaça. Acredita-se que vivam mais de 50 anos. Não há informação sobre o tempo geracional. 

A reprodução da espécie acontece no período de agosto-janeiro, com maior frequência entre setembro-novembro. A espécie desova no mínimo duas vezes por ano. Em uma única estação reprodutiva foram observadas múltiplas desovas, entre duas e cinco. O intervalo entre as desovas varia de 30 a 40 dias. O tempo de eclosão é de 05 meses.

Vogt (2008) compilou vários trabalhos sobre a espécie, verificando que a desova contém em média 06 ovos (1-15), esféricos (45 x 40 mm), os quais são postos dentro de um ninho raso. 

Ainda não existem informações seguras sobre a temperatura pivotal e condições que determinam o sexo dos embriões para C. carbonaria. Há apenas indicações de que a determinação sexual é dependente da temperatura de incubação.

As principais ameaças à espécie são atividades agropecuárias e uso ilegal. No Brasil, muitas populações têm sido exploradas tanto para alimentação humana quanto para o comércio de animais de estimação.

Em Duque de Caxias (RJ), a espécie também é utilizada em rituais religiosos e indígenas. Em Goiás, São Paulo, Minas Gerais e Mato Grosso existe a crença de que criar jabuti em casa cura a asma.

Para diminuir a pressão sobre as populações selvagens dessa espécie foram registrados no IBAMA oito criadouros comerciais da espécie. Cinco desses criadouros com objetivo de suprir o mercado de animais de estimação, que já estão em fase de comercialização (01 em Pernambuco, 02 na Bahia, 01 no Paraná e 01 em São Paulo), e três com o objetivo de comercialização de carne, localizados no Acre. De acordo com informações da Superintendência do IBAMA no Acre só um dos criadouros está funcionando, mas ainda não está em fase de comercialização. Os outros dois tiveram seus registros cancelados.

Os plantéis desses criadouros foram formados a partir do recebimento de animais das duas espécies de jabutis (C. carbonaria e C. denticulata) e de híbridos, provenientes de criações particulares, zoológicos e apreensões do IBAMA.

Ramon Ventura
icmbio.gov.br

Nenhum comentário:

Postar um comentário