quarta-feira, 8 de outubro de 2025

SAUIM-DE-COLEIRA

Nome popular: Sauim-de-coleira.

Nome científico: Saguinus bicolor.

Peso: Entre 400 e 600 gramas.

Tamanho: Medindo cerca de 28 a 30 centímetros de corpo, com uma cauda que pode atingir 40 centímetros. 

Família: Callitrichidae.

Habitat: Habita florestas tropicais úmidas de terra firme, áreas de igapó e até fragmentos florestais urbanos.

Local onde é encontrado: Distribuição restrita ao estado do Amazonas, especialmente na região metropolitana de Manaus e arredores.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 


Sauim-de-coleira (Saguinus bicolor): o pequeno guardião da Amazônia


O Sauim-de-coleira, nome científico Saguinus bicolor, é um dos primatas mais raros e emblemáticos do Brasil. Endêmico da região amazônica, este pequeno macaco é conhecido por sua aparência única e por estar entre os primatas mais ameaçados de extinção do país. Seu nome popular vem da característica “coleira” branca em torno do pescoço, que contrasta com o corpo escuro e a face rosada.


O Sauim-de-coleira pertence à família Callitrichidae, a mesma dos saguis e micos.

Trata-se de um primata de pequeno porte, medindo cerca de 28 a 30 centímetros de corpo, com uma cauda que pode atingir 40 centímetros — usada para equilíbrio, mas não preênsil. Com seu peso médio variando entre 400 e 600 gramas.

Sua pelagem é característica: a parte anterior do corpo e a cabeça são brancas, enquanto o dorso e os membros são de coloração castanha-escura ou preta. Essa combinação marcante dá origem ao nome “de coleira”.


O Sauim-de-coleira é uma espécie exclusiva do Brasil, com distribuição restrita ao estado do Amazonas, especialmente na região metropolitana de Manaus e arredores.

Habita florestas tropicais úmidas de terra firme, áreas de igapó e até fragmentos florestais urbanos.

Infelizmente, essa restrição geográfica o torna altamente vulnerável, pois depende de pequenas áreas de mata que vêm sendo rapidamente reduzidas pelo avanço urbano e pelo desmatamento.


Sua dieta é onívora, composta principalmente por frutas, néctar, insetos, pequenos vertebrados, ovos e seiva de árvores.

O Sauim-de-coleira exerce papel ecológico importante como dispersor de sementes, contribuindo para a regeneração natural das florestas.

Além disso, seu comportamento alimentar é cooperativo: os indivíduos dividem o alimento e alertam o grupo sobre a presença de predadores.


A reprodução ocorre durante todo o ano, mas é mais intensa na estação chuvosa.

O período de gestação dura cerca de 140 a 170 dias, e a fêmea dá à luz geralmente a dois filhotes por vez.

O cuidado com os filhotes é compartilhado entre todos os membros do grupo, especialmente pelo macho, que carrega os filhotes e os entrega à mãe apenas para a amamentação. Esse comportamento social é um dos traços mais marcantes da espécie.


O Sauim-de-coleira vive em grupos de 4 a 10 indivíduos, com forte estrutura social e hierarquia definida.

São animais diurnos e arborícolas, passando quase todo o tempo nas copas das árvores, comunicando-se por sons agudos e movimentos corporais.

Sua inteligência e capacidade de cooperação fazem dele um exemplo de harmonia e equilíbrio ecológico entre os primatas amazônicos.


O Sauim-de-coleira está criticamente ameaçado de extinção, segundo a Lista Vermelha da IUCN e o ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade).

As principais ameaças incluem:


Desmatamento e fragmentação florestal, sobretudo na região metropolitana de Manaus;

Expansão urbana e obras de infraestrutura, que destroem seu habitat natural;

Caça e tráfico ilegal de animais silvestres;

Competição com espécies invasoras, como o Saguinus midas (sauim-de-mãos-douradas), que vem ocupando parte do território do sauim-de-coleira.


Com uma área de ocorrência estimada em menos de 5 mil km², essa espécie é um símbolo da luta pela conservação da Amazônia urbana.


O Sauim-de-coleira é considerado uma espécie bandeira — ou seja, sua proteção ajuda a conservar diversos outros organismos e ecossistemas do mesmo habitat.

Diversos projetos de conservação, como o Projeto Sauim-de-coleira e ações do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), têm buscado monitorar populações e preservar áreas remanescentes de floresta.

A criação de corredores ecológicos e o plantio de espécies nativas são estratégias essenciais para garantir a sobrevivência dessa espécie.


O Sauim-de-coleira é o símbolo oficial da cidade de Manaus, representando o equilíbrio entre urbanização e natureza.


É um dos primatas mais ameaçados das Américas, figurando entre as 25 espécies mais críticas em nível mundial.


Vive, em média, 10 a 12 anos em ambiente natural, podendo chegar a 15 anos em cativeiro sob cuidados adequados.


O Sauim-de-coleira (Saguinus bicolor) é uma das joias vivas da fauna amazônica. Pequeno em tamanho, mas de enorme importância ecológica, ele representa a delicada ligação entre o homem e a floresta.

Preservar o sauim é mais do que salvar uma espécie: é proteger um patrimônio natural único do Brasil e garantir que o canto suave desse pequeno primata continue ecoando pelas florestas de Manaus nas próximas gerações.


Ramon Ventura

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