Nome científico: Hemitriccus inornatus.
Peso: Cerca de 7 a 9 gramas.
Tamanho: Medindo entre 9 e 10 centímetros de comprimento.
Família: Tyrannidae.
Habitat: Habita florestas de terra firme, bordas de matas, clareiras e capoeiras, preferindo locais com vegetação densa e úmida.
Local onde é encontrado: É encontrada nas regiões Norte do Brasil, especialmente nos estados do Amazonas, Pará, Amapá e Roraima.
Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção.
Maria-da-campina (Hemitriccus inornatus): a joia discreta da Amazônia
A Maria-da-campina, nome científico Hemitriccus inornatus, é uma pequena e encantadora ave amazônica, conhecida por seu comportamento ágil e canto suave. Apesar de sua aparência simples, essa espécie representa a delicadeza e a riqueza das florestas do Norte do Brasil, onde vive de forma discreta entre os galhos das árvores.
Pertencente à família Tyrannidae, a mesma dos bem-te-vis e suiriris, a Maria-da-campina é uma ave de pequeno porte, medindo entre 9 e 10 centímetros de comprimento e pesando cerca de 7 a 9 gramas.
Sua plumagem é parda ou acinzentada, sem grandes contrastes, o que a ajuda a se camuflar na vegetação. O nome científico inornatus, que significa “sem ornamentos”, reflete exatamente essa aparência simples, porém elegante. Seu corpo leve e ágil é perfeito para os voos curtos e rápidos entre os ramos da floresta.
Ao contrário do que muitos pensam, a Maria-da-campina (Hemitriccus inornatus) não é uma ave da Caatinga nordestina, e sim uma espécie típica da Amazônia.
É encontrada nas regiões Norte do Brasil, especialmente nos estados do Amazonas, Pará, Amapá e Roraima, podendo ocorrer também em áreas limítrofes da Venezuela e Guiana.
Habita florestas de terra firme, bordas de matas, clareiras e capoeiras, preferindo locais com vegetação densa e úmida. Apesar do nome popular lembrar áreas abertas, ela é uma ave essencialmente amazônica, adaptada ao ambiente florestal.
A Maria-da-campina tem uma dieta insetívora, alimentando-se principalmente de insetos, aranhas, pequenas larvas e outros invertebrados.
Ela caça com rapidez, capturando suas presas em pequenos voos ou diretamente sobre folhas e galhos. Esse comportamento ajuda no controle natural de insetos e demonstra a importância ecológica da espécie no equilíbrio dos ecossistemas amazônicos.
Durante o período reprodutivo, que costuma ocorrer nas estações mais úmidas da Amazônia, o casal constrói um ninho pequeno e bem escondido entre ramos baixos ou arbustos.
A fêmea põe de 2 a 3 ovos, que são incubados por cerca de duas semanas.
Os filhotes nascem frágeis e são alimentados por ambos os pais até estarem prontos para deixar o ninho, aproximadamente 20 dias após o nascimento. Esse comportamento cooperativo é comum entre os tiranídeos e reforça a importância dos laços familiares na sobrevivência da prole.
A Maria-da-campina é uma ave discreta, ágil e muito observadora. Costuma viver sozinha ou em casais, deslocando-se rapidamente pelos galhos baixos.
Seu canto é suave e repetitivo, servindo para comunicação e defesa de território. É mais facilmente ouvida do que vista, já que sua coloração neutra a torna quase invisível na floresta.
Embora não esteja classificada como criticamente ameaçada, a Maria-da-campina enfrenta riscos crescentes devido à perda e fragmentação de habitat, especialmente causada pelo desmatamento e queimadas na Amazônia.
A degradação das florestas de terra firme e a expansão de áreas agrícolas e urbanas reduzem seu espaço natural e dificultam sua reprodução.
Por depender de ambientes florestais preservados, a espécie serve como um indicador de equilíbrio ecológico: onde há Maria-da-campina, há floresta saudável.
Pequena, mas fundamental, a Maria-da-campina contribui para o controle biológico de insetos, auxiliando no equilíbrio dos ecossistemas amazônicos.
Sua presença discreta reforça a ideia de que a força da Amazônia está também em seus pequenos habitantes, que mantêm o funcionamento invisível, porém vital, da floresta.
O nome “Maria-da-campina” é compartilhado por outras aves do Brasil, mas Hemitriccus inornatus é exclusiva da Amazônia.
Seu comportamento calmo e canto delicado fazem dela uma das aves mais sutis e difíceis de observar na floresta.
Sua coloração parda é uma adaptação perfeita para a camuflagem entre folhas e galhos.
A Maria-da-campina (Hemitriccus inornatus) é um pequeno símbolo da riqueza e sutileza da Amazônia.
Mesmo sem cores vibrantes, encanta pela harmonia com o ambiente e pelo papel que desempenha no equilíbrio ecológico.
Proteger a Amazônia é garantir que aves como a Maria-da-campina continuem a habitar nossas florestas, lembrando-nos de que a beleza natural nem sempre está no que brilha, mas no que sustenta silenciosamente a vida.
Ramon Ventura
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