Nome popular: Bacurau-de-rabo-branco.
Nome científico: Eleothreptus candicans.
Peso: aproximadamente 40 a 50 gramas.
Tamanho: medindo cerca de 20 a 23 centímetros de comprimento.
Família: Caprimulgidae.
Habitat: principalmente áreas de cerrado, campos limpos, savanas e pastagens naturais, ambientes abertos e com vegetação rala.
Local onde é encontrado: Com registros confirmados em estados como Bahia, Goiás, Piauí, Maranhão e Tocantins.
Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção.
Bacurau-de-rabo-branco (Eleothreptus candicans): uma joia rara do céu noturno brasileiro
O Bacurau-de-rabo-branco, cientificamente conhecido como Eleothreptus candicans, é uma ave noturna enigmática e rara, pertencente à família Caprimulgidae, a mesma dos conhecidos bacuraus e curiangos. Essa espécie se destaca pelo seu comportamento discreto e hábitos noturnos, o que a torna pouco conhecida até mesmo entre observadores experientes.
O Bacurau-de-rabo-branco é uma ave de pequeno porte, medindo cerca de 20 a 23 centímetros de comprimento e pesando aproximadamente 40 a 50 gramas. Seu nome popular deriva da plumagem branca na região da cauda, especialmente evidente nos machos, o que ajuda na sua identificação durante o voo crepuscular. A plumagem geral é em tons de marrom e cinza, o que proporciona excelente camuflagem durante o dia, quando repousa no chão ou em galhos baixos.
Essa ave habita principalmente áreas de cerrado, campos limpos, savanas e pastagens naturais, ambientes abertos e com vegetação rala, onde encontra boas condições para caçar insetos em voo.
A distribuição do Bacurau-de-rabo-branco é bastante restrita e fragmentada. Ele é encontrado em algumas regiões do Brasil central e nordeste, com registros confirmados em estados como Bahia, Goiás, Piauí, Maranhão e Tocantins. Há ainda registros pontuais no Paraguai e Bolívia, embora o Brasil concentre a maior parte de sua população conhecida.
Como a maioria dos bacuraus, o Bacurau-de-rabo-branco é insetívoro, alimentando-se principalmente de mariposas, besouros, cupins alados e outros insetos voadores que captura em pleno voo ao entardecer e durante a noite. Utiliza a boca larga e adaptada como uma verdadeira “rede de captura” para pegar suas presas em pleno ar.
A reprodução ocorre no período seco, geralmente entre os meses de junho e setembro. Diferente de muitas aves, o Bacurau-de-rabo-branco não constrói ninhos elaborados: a fêmea deposita um ou dois ovos diretamente sobre o solo, em áreas abertas e com vegetação rala. A incubação dura cerca de 17 a 20 dias, e os filhotes são protegidos por ambos os pais até estarem prontos para voar.
A espécie está classificada como "Em Perigo" (EN) na Lista Vermelha da IUCN. O principal fator que ameaça sua sobrevivência é a perda e fragmentação do habitat, causadas pela expansão agropecuária, queimadas, desmatamento e uso indiscriminado de pesticidas. A destruição do cerrado e de outras áreas de campo nativo compromete diretamente as condições necessárias para sua alimentação e reprodução.
Além disso, por ser uma ave de hábitos noturnos e silenciosos, o Bacurau-de-rabo-branco é frequentemente subestimado em levantamentos ornitológicos, o que dificulta a elaboração de estratégias de conservação eficazes.
O Bacurau-de-rabo-branco é um verdadeiro símbolo da biodiversidade do cerrado e das áreas abertas da América do Sul. Sua conservação depende não apenas da proteção de seu habitat natural, mas também de pesquisas mais aprofundadas sobre sua ecologia e comportamento, além da conscientização da sociedade sobre a importância dessas áreas naturais muitas vezes negligenciadas.
Preservar o Bacurau-de-rabo-branco é proteger uma parte valiosa do nosso patrimônio natural.
Ramon Ventura.
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