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domingo, 18 de junho de 2023

FAVEIRO DE WILSON

Nome popular: Faveiro-de-Wilson.

Nome científico: Dimorphandra wilsonii.

Tamanho: Até 20 metros de altura, com copa ampla e flores vistosas.

Família: Fabaceae.

Habitat: Áreas de cerradão e transições entre cerrado e mata seca, geralmente em solos bem drenados.

Local onde é encontrado: Apenas em fragmentos florestais isolados na região central de Minas Gerais, especialmente nos municípios de Paraopeba, Caetanópolis e Sete Lagoas.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 

Faveiro-de-Wilson (Dimorphandra wilsonii): Uma Joia Rara do Cerrado

O Faveiro-de-Wilson, cientificamente conhecido como Dimorphandra wilsonii, é uma espécie arbórea rara e endêmica do Cerrado brasileiro, considerada uma das plantas mais ameaçadas de extinção no país. Pertencente à família Fabaceae, essa espécie é símbolo da riqueza e da vulnerabilidade do bioma Cerrado.

De porte médio a grande, o Faveiro-de-Wilson pode alcançar até 20 metros de altura, com copa ampla e flores vistosas, que atraem diversas espécies de polinizadores. A floração costuma ocorrer entre os meses mais secos do ano, contribuindo com recursos importantes para a fauna local durante esse período.

Seu habitat original são áreas de cerradão e transições entre cerrado e mata seca, geralmente em solos bem drenados. No entanto, a espécie possui uma distribuição extremamente restrita, sendo encontrada apenas em fragmentos florestais isolados na região central de Minas Gerais, especialmente nos municípios de Paraopeba, Caetanópolis e Sete Lagoas.

O Faveiro-de-Wilson está classificado como Criticamente em Perigo (CR) pela Lista Vermelha da IUCN e pela Lista Nacional de Espécies Ameaçadas. Seus principais fatores de risco incluem:

Expansão urbana e industrial;

Atividades agropecuárias intensivas;

Supressão de vegetação nativa e fragmentação do habitat;

Fogo e manejo inadequado da terra.

Além disso, a baixa variabilidade genética e o número reduzido de indivíduos na natureza agravam sua situação, dificultando a regeneração natural e a resiliência da espécie.

Atualmente, esforços de pesquisa, mapeamento e conservação ex situ estão sendo conduzidos por instituições ambientais e universidades. Esses projetos visam tanto a proteção de exemplares remanescentes quanto a reintrodução controlada em áreas protegidas, buscando restaurar populações viáveis ao longo do tempo.

Preservar o Faveiro-de-Wilson é mais do que proteger uma árvore — é garantir a permanência de uma espécie única, ligada a processos ecológicos e culturais do Cerrado. O reconhecimento da sua importância é essencial para impulsionar políticas públicas e conscientização sobre o valor da biodiversidade brasileira.


Ramon Ventura.

sábado, 23 de abril de 2022

TATU MULITA

Nome popular: Tatu-mulita.

Nome científico: Dasypus hybridus.

Peso: Seu peso varia entre 1,5 e 2,5 kg.

Tamanho: Mede entre 30 e 40 centímetros de comprimento, com uma cauda que pode atingir mais 15 centímetros.

Família: Dasypodidae.

Habitat: Áreas abertas, como campos, cerrados, pampas e bordas de matas, com preferência por solos mais secos e arenosos, ideais para escavação.

Local onde é encontrado: O tatu-mulita é nativo da região sul da América do Sul, sendo encontrado principalmente no sul do Brasil (Rio Grande do Sul).

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 


Tatu-mulita (Dasypus hybridus): Um pequeno gigante da biodiversidade sul-americana

O tatu-mulita, cientificamente conhecido como Dasypus hybridus, é uma espécie de tatu de pequeno porte que integra a rica fauna da América do Sul. Apesar de ser pouco conhecido pelo público em geral, esse animal desempenha um papel importante nos ecossistemas em que vive, principalmente pelo seu comportamento escavador, que ajuda a arejar o solo e controlar populações de insetos.

O tatu-mulita mede entre 30 e 40 centímetros de comprimento, com uma cauda que pode atingir mais 15 centímetros. Seu peso varia entre 1,5 e 2,5 kg. Sua carapaça é composta por sete a nove cintas móveis, o que lhe proporciona boa flexibilidade e mobilidade. A coloração é geralmente acinzentada, com tons mais escuros nas extremidades.

Essa espécie é encontrada em áreas abertas, como campos, cerrados, pampas e bordas de matas, com preferência por solos mais secos e arenosos, ideais para escavação. O tatu-mulita é nativo da região sul da América do Sul, sendo encontrado principalmente no sul do Brasil (Rio Grande do Sul), Uruguai, Paraguai e norte da Argentina.

Sua dieta é onívora, com predominância de insetos como formigas, cupins, larvas e besouros. Também consome frutas, pequenos vertebrados e raízes, sendo um importante controlador biológico de pragas.

A gestação do tatu-mulita dura cerca de 120 dias, e, assim como outras espécies do gênero Dasypus, a fêmea pode dar à luz de dois a quatro filhotes idênticos (monozigóticos). Os filhotes nascem com a carapaça ainda mole, que endurece com o passar das semanas.

O tatu-mulita enfrenta diversas ameaças que comprometem sua sobrevivência:

Perda de habitat devido ao avanço da agricultura e urbanização. Atropelamentos em rodovias. Caça predatória, por ser confundido com outras espécies mais consumidas pela população. Uso de agrotóxicos, que afetam sua alimentação e saúde reprodutiva.

Apesar de ainda não estar classificado como criticamente ameaçado, o declínio populacional regional tem preocupado especialistas, especialmente nas áreas mais impactadas pela atividade humana. O tatu-mulita é considerado uma espécie quase ameaçada (NT - Near Threatened), segundo listas regionais.

Possui hábitos noturnos e solitários, passando o dia em tocas escavadas por ele mesmo. Suas tocas podem chegar a 2 metros de profundidade e são usadas também por outros animais. É um dos poucos mamíferos a apresentar parto múltiplo com filhotes geneticamente idênticos.

Preservar o tatu-mulita é preservar também a saúde dos ecossistemas onde ele habita. A conscientização sobre sua importância ecológica e a criação de políticas de conservação são fundamentais para garantir que esse discreto morador dos campos continue a fazer parte da biodiversidade sul-americana.

Ramon Ventura.

sábado, 7 de agosto de 2021

CUÍCA GRACIOSA


Nome popular: Cuíca-graciosa.

Nome científico: Gracilinanus agilis.

Peso: Varia entre 20 e 35 gramas.

Tamanho: Aproximadamente 8 a 13 cm.

Família: Didelphidae.

Habitat: Áreas de vegetação arbustiva ou arbórea densa.

Local onde é encontrado: No Brasil habitando formações como Cerrado, Caatinga e bordas de Mata Atlântica.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 

Cuíca-graciosa (Gracilinanus agilis): aspectos morfológicos, ecológicos e de conservação

A cuíca-graciosa (Gracilinanus agilis) é um pequeno marsupial da família Didelphidae, que engloba espécies de hábito predominantemente noturno e solitário, amplamente distribuídas na América do Sul. Esta espécie é conhecida por sua agilidade e adaptabilidade a diferentes ambientes, características que, entretanto, não a isentam de pressões ambientais significativas.

O peso médio dos indivíduos adultos varia entre 20 e 35 gramas, com comprimento corporal de aproximadamente 8 a 13 cm, acrescido de uma cauda preênsil que pode ultrapassar o tamanho do corpo. A pelagem dorsal é marrom-acinzentada, enquanto a região ventral tende a ser esbranquiçada ou amarelada. Seus grandes olhos e vibrissas longas refletem adaptações a hábitos noturnos e à percepção sensorial apurada.

A espécie apresenta ampla distribuição, ocorrendo no Brasil, Bolívia, Paraguai e Argentina, habitando formações como Cerrado, Caatinga e bordas de Mata Atlântica. É frequentemente encontrada em áreas de vegetação arbustiva ou arbórea densa, com boa cobertura para deslocamento e forrageamento. Apesar de tolerar certa degradação ambiental, mantém preferência por áreas com disponibilidade de refúgios e alimento.

A cuíca-graciosa é noctívaga e arborícola, utilizando sua cauda preênsil para deslocar-se e se equilibrar em galhos. Sua dieta é onívora, composta por insetos, pequenos vertebrados, frutos e néctar, desempenhando papel ecológico relevante na dispersão de sementes e no controle populacional de invertebrados.

A reprodução apresenta sazonalidade em algumas regiões, com picos durante a estação chuvosa, quando há maior disponibilidade de alimento. A gestação dura cerca de 14 dias, resultando em ninhadas de 6 a 12 filhotes, que completam seu desenvolvimento no marsúpio materno e posteriormente se agarram ao dorso da mãe até atingirem independência.

Embora G. agilis seja considerada de Menor Preocupação (LC) pela IUCN, populações locais sofrem declínios devido à perda e fragmentação de habitat, queimadas, expansão agropecuária e presença de predadores domésticos. A manutenção de corredores ecológicos e a preservação de remanescentes nativos são essenciais para sua persistência a longo prazo.

A cuíca-graciosa representa um componente fundamental das redes tróficas dos ecossistemas onde ocorre, contribuindo tanto para o equilíbrio populacional de invertebrados quanto para processos de regeneração vegetal. Estudos contínuos sobre sua ecologia e dinâmica populacional são cruciais para embasar estratégias de manejo e conservação, especialmente em áreas sob intensa pressão antrópica.


Ramon Ventura.

segunda-feira, 2 de agosto de 2021

RAPOSINHA DO CAMPO

Nome popular: Raposa-do-campo.

Nome científico: Lycalopex vetulus.

Peso: Entre 2,5 e 4,0 kg.

Tamanho: Mede cerca de 60 cm de comprimento, com a cauda podendo chegar a 30 cm adicionais.

Família: Canidae.

Habitat: Seu habitat ideal são os campos limpos, cerrados abertos e áreas de transição entre cerrado e pastagens.

Local onde é encontrado: Nos Estados de Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Bahia e São Paulo.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 


Raposa-do-campo (Lycalopex vetulus): A pequena guardiã do Cerrado

A Raposa-do-campo, cientificamente conhecida como Lycalopex vetulus, é um canídeo exclusivo do Brasil e um símbolo dos ecossistemas abertos do Cerrado. Discreta e de hábitos noturnos, essa espécie enfrenta atualmente sérias ameaças à sua sobrevivência devido às mudanças drásticas em seu ambiente natural.

De porte médio, a raposa-do-campo pesa entre 2,5 e 4,0 kg e mede cerca de 60 cm de comprimento, com a cauda podendo chegar a 30 cm adicionais. É considerada o menor canídeo da América do Sul. Sua pelagem é predominantemente cinza, com tons avermelhados nas pernas e nas laterais do rosto, e a ponta da cauda geralmente é preta.

A espécie pertence à família Canidae, que inclui cães, lobos, chacais e outras raposas. O gênero Lycalopex abriga várias espécies sul-americanas de raposas, sendo a vetulus a única endêmica do Brasil.

A raposa-do-campo é endemismo brasileiro, ou seja, só existe no Brasil. Está presente principalmente nas áreas de Cerrado dos estados de Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Bahia e São Paulo. Seu habitat ideal são os campos limpos, cerrados abertos e áreas de transição entre cerrado e pastagens, onde pode se deslocar com agilidade e encontrar abrigo e alimento.

A reprodução ocorre entre julho e setembro, com a gestação durando cerca de 50 a 60 dias. As fêmeas dão à luz de 2 a 5 filhotes, geralmente em tocas subterrâneas, que são cuidadas por ambos os pais. O período de lactação pode durar até dois meses.

Essa espécie apresenta dieta onívora, com preferência por insetos, pequenos vertebrados (como roedores e répteis), frutas e sementes. Durante a estação seca, o consumo de frutas se intensifica, tornando-se uma importante fonte de energia. Esse hábito alimentar auxilia inclusive na dispersão de sementes, colaborando para o equilíbrio ecológico do Cerrado.

A Raposa-do-campo é classificada como quase ameaçada (NT - Near Threatened) pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) e está incluída em listas nacionais de espécies em risco.

As principais ameaças são:

Desmatamento e fragmentação do Cerrado;

Expansão da agropecuária e monoculturas;

Atropelamentos em estradas;

Ataques por cães domésticos e transmissão de doenças, como cinomose e raiva;

Caça e perseguição humana, por vezes confundida com predadores de aves domésticas.

Apesar do nome, a raposa-do-campo não está diretamente relacionada às raposas europeias. Trata-se de um canídeo sul-americano com hábitos e adaptações únicas.

É uma das poucas espécies que dependem diretamente de áreas campestres naturais, hoje severamente reduzidas no país.

Por ser extremamente discreta, muitas vezes sua presença passa despercebida, o que dificulta estudos e ações de proteção mais eficazes.

A preservação da Raposa-do-campo está diretamente ligada à conservação do Cerrado, o segundo maior bioma brasileiro e um dos mais ameaçados do mundo. Proteger essa espécie é um passo importante para garantir a biodiversidade e os serviços ecológicos que o Cerrado oferece, como a regulação do clima e das águas.

Ramon Ventura.

terça-feira, 19 de novembro de 2019

AROEIRA

Nome popular: Aroeira.

Nome científico: Myracrodruon urundeuva.

Tamanho: até 20 metros de altura, com tronco reto e casca espessa.

Família: Anacardiaceae.

Habitat: Solos bem drenados e regiões de clima quente e seco, sendo comum em áreas de floresta estacional decidual e savanas.

Onde ocorre: Ela é encontrada em estados como Bahia, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, Piauí, Ceará e Tocantins.

Motivo da busca: Ameaçada de extinção!

Aroeira (Myracrodruon urundeuva): Uma joia nativa em risco

A Aroeira, cientificamente conhecida como Myracrodruon urundeuva, é uma árvore nativa do Brasil, amplamente valorizada por suas propriedades medicinais, seu uso na marcenaria e sua importância ecológica. Pertencente à família Anacardiaceae, essa espécie destaca-se tanto pelo seu porte imponente quanto pela sua relevância para os biomas brasileiros.

A Aroeira é uma árvore de médio a grande porte, podendo atingir até 20 metros de altura, com tronco reto e casca espessa. Suas folhas compostas e pequenas flores amarelas despontam entre os meses de agosto e novembro, atraindo polinizadores importantes como abelhas e pequenos insetos. Os frutos, do tipo drupa, amadurecem entre setembro e dezembro e são dispersos principalmente pelo vento.

Essa espécie ocorre naturalmente em diversos biomas, com destaque para a Caatinga, o Cerrado e o Pantanal. Ela é encontrada em estados como Bahia, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, Piauí, Ceará e Tocantins, entre outros. Adapta-se bem a solos bem drenados e regiões de clima quente e seco, sendo comum em áreas de floresta estacional decidual e savanas.

A Aroeira desempenha um papel fundamental na recuperação de áreas degradadas, graças à sua resistência à seca e ao solo pobre. Sua madeira é extremamente densa, durável e resistente a pragas, sendo largamente utilizada na construção civil e na fabricação de móveis de alta qualidade. Além disso, possui uso medicinal popular, principalmente a casca e o extrato, utilizados no tratamento de inflamações, infecções e problemas respiratórios.

Apesar de sua ampla distribuição natural, a Aroeira encontra-se em risco de extinção, principalmente devido à exploração madeireira ilegal, desmatamento para atividades agropecuárias e coleta predatória para fins medicinais. O corte indiscriminado dessa espécie, somado à regeneração lenta e à baixa taxa de germinação de suas sementes, coloca em risco sua permanência nos ecossistemas.

A espécie já está incluída em listas estaduais e federais de espécies ameaçadas, sendo protegida por legislações ambientais que restringem sua exploração sem autorização prévia. A conservação da Aroeira é essencial para a manutenção do equilíbrio ecológico das regiões onde ocorre e para a preservação de conhecimentos tradicionais ligados ao uso sustentável da planta.

A Aroeira é um verdadeiro patrimônio natural do Brasil. Sua conservação não é apenas uma questão ambiental, mas também cultural e econômica. Incentivar o plantio, o manejo sustentável e a fiscalização de sua exploração são medidas fundamentais para garantir que essa árvore continue fazendo parte da nossa paisagem e das futuras gerações.

Ramon Ventura.

segunda-feira, 9 de setembro de 2019

AVELOZ

Nome popular: Aveloz.

Nome científico: Euphorbia tirucalli

Tamanho: entre 2 e 6 metros de altura.

Ordem: Malpighiales

Família: Euphorbiaceae.

Gênero: Euphorbia

Habitat: Ele cresce com facilidade em solos pobres, secos e expostos ao sol pleno

Onde ocorre: semiárido nordestino e Cerrado.

Motivo da busca: Ameaçada de extinção!

Aveloz (Euphorbia tirucalli): Uma planta versátil que exige atenção

O Aveloz, conhecido cientificamente como Euphorbia tirucalli, é uma planta arbustiva de aparência exótica e amplamente reconhecida por suas propriedades medicinais, ornamentais e pela capacidade de se adaptar a ambientes áridos. Pertencente à família Euphorbiaceae, o Aveloz se destaca por sua rusticidade e pela resina leitosa que exsuda de seus caules — uma característica marcante, mas também perigosa.

O Aveloz apresenta um porte que varia entre 2 e 6 metros de altura, podendo, em condições ideais, alcançar dimensões ainda maiores. Seu caule é suculento, cilíndrico, sem folhas aparentes na maior parte do tempo, o que o faz parecer uma planta “sem galhos”. Essa aparência peculiar rendeu-lhe nomes populares como “pau-pelado”, “árvore-lápis” e “arbusto-lápis”.

Original da África tropical e subtropical, o Aveloz foi amplamente introduzido em diversas regiões tropicais do mundo, incluindo o Brasil, onde se adaptou especialmente bem ao semiárido nordestino, ao Cerrado e a áreas costeiras com clima seco e quente. Ele cresce com facilidade em solos pobres, secos e expostos ao sol pleno, sendo utilizado inclusive para contenção de encostas, formação de cercas vivas e projetos de recuperação ambiental.

Além de sua função paisagística e de controle ambiental, o Aveloz é amplamente conhecido por seu uso na medicina popular. Tradicionalmente, partes da planta têm sido utilizadas no tratamento de verrugas, inflamações, dores e, mais recentemente, como um controverso “remédio natural” contra o câncer — o que gerou debates e alertas de órgãos de saúde.

Atenção: sua seiva leitosa é tóxica e pode causar queimaduras na pele, irritações nos olhos, vômitos e até intoxicação grave se ingerida. Portanto, o uso medicinal deve ser evitado sem acompanhamento profissional.

Apesar de não estar atualmente classificado como ameaçado em nível global, o Aveloz corre riscos localizados de desaparecimento devido a queimadas, urbanização descontrolada, retirada predatória para fins medicinais e ornamentais, além de percepções negativas ligadas ao seu potencial tóxico, que podem levar à eliminação da planta em algumas regiões.

Com a expansão urbana e o desmatamento, muitas populações naturais têm sido substituídas por áreas agrícolas ou urbanizadas, limitando o espaço para a regeneração espontânea da espécie.

O Aveloz é uma planta com múltiplas funções e grande resiliência, capaz de sobreviver em condições adversas. No entanto, seu uso deve ser acompanhado de informação e responsabilidade, tanto pelo potencial medicinal quanto pelos riscos associados. Proteger essa espécie é também preservar a diversidade de soluções naturais que a flora brasileira e mundial pode oferecer — sempre com equilíbrio entre tradição, ciência e conservação.

Ramon Ventura.

domingo, 17 de fevereiro de 2019

TEIÚ

Nomes populares: teiú, tiú, teiuaçu, tejuguaçu, teju, tejo, teiú-açu, tiju, tejuaçu, teiú-brasileiro.

Nome científico: Salvator merianae.

Peso: Entre 3 a 7 quilos.

Tamanho: Pode atingir até 1,5 metro de comprimento.

Família: Teiidae.

Habitat: Habita áreas de vegetação aberta, bordas de florestas, campos e áreas rurais, adaptando-se bem a ambientes alterados pelo homem.

Local onde é encontrado: No Brasil, está presente em praticamente todas as regiões, com maior ocorrência no Cerrado, Pantanal, Mata Atlântica e Caatinga.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 


Teiú (Salvator merianae): O gigante das matas sul-americanas

O teiú, também conhecido pelo nome científico Salvator merianae (anteriormente Tupinambis merianae), é um dos maiores lagartos da América do Sul e uma das espécies mais conhecidas da fauna brasileira. Pertencente à família Teiidae, esse réptil chama atenção por seu tamanho imponente, comportamento oportunista e papel ecológico fundamental como predador e dispersor de sementes.

O teiú pode atingir até 1,5 metro de comprimento e pesar entre 3 a 7 quilos, sendo um dos maiores lagartos não apenas do Brasil, mas de todo o continente. Apresenta corpo robusto, cauda longa e musculosa, e coloração que varia entre tons de preto, branco e cinza, com manchas claras e listras que ajudam na camuflagem.

É uma espécie amplamente distribuída na América do Sul, sendo encontrada no Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Bolívia. No Brasil, está presente em praticamente todas as regiões, com maior ocorrência no Cerrado, Pantanal, Mata Atlântica e Caatinga. O teiú habita áreas de vegetação aberta, bordas de florestas, campos e áreas rurais, adaptando-se bem a ambientes alterados pelo homem.

O teiú é um animal onívoro e oportunista, com dieta bastante variada. Alimenta-se de frutas, ovos, insetos, pequenos vertebrados (como roedores, aves e outros répteis), carniça e até produtos agrícolas. Seu hábito alimentar contribui para o controle de pragas e para a dispersão de sementes, desempenhando papel ecológico relevante.

A reprodução ocorre geralmente no final da primavera e início do verão. A fêmea cava um ninho no solo onde deposita de 20 a 50 ovos, que incubam por cerca de 60 a 90 dias, dependendo da temperatura ambiente. Os filhotes nascem independentes, já com hábitos semelhantes aos dos adultos.

Embora ainda não seja classificado como uma espécie ameaçada em nível nacional, o teiú enfrenta várias pressões que podem comprometer suas populações em determinadas regiões:

Perda de habitat, causada pelo desmatamento e pela expansão agrícola. Caça ilegal, para consumo da carne e uso da pele na indústria do couro. Atropelamentos, principalmente em áreas onde seu território cruza estradas. Perseguição por agricultores, que o consideram uma praga por predar ovos de aves domésticas e plantações.

Durante o período reprodutivo, o teiú apresenta aumento da temperatura corporal, um fenômeno raro entre répteis, permitindo maior atividade e desenvolvimento dos ovos.

Apesar da aparência intimidadora, é um animal pacífico e evita confrontos com humanos.

Ajuda no equilíbrio dos ecossistemas, controlando populações de pragas e dispersando sementes de frutas consumidas.

O teiú é um símbolo da biodiversidade brasileira e merece atenção e respeito. A preservação de seus habitats e o combate à caça ilegal são essenciais para manter saudável o equilíbrio ecológico que ele ajuda a sustentar.

Ramon Ventura.

domingo, 23 de março de 2014

TICO TICO MASCARADO

Nome popular: Tico-tico-mascarado.

Nome científico: Coryphaspiza melanotis.

Peso: Pesa cerca de 16 a 22 gramas.

Tamanho: Mede aproximadamente 13 a 15 centímetros de comprimento.

Família: Thraupidae.

Habitat: Habita áreas abertas e semiabertas, como campos limpos, cerrado ralo, pastagens nativas e regiões de vegetação rasteira.

Local onde é encontrado: É encontrado em várias regiões do Brasil, com maior concentração no Centro-Oeste, Sudeste e partes do Nordeste e Sul.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 


Tico-tico-mascarado (Coryphaspiza melanotis): a joia discreta do Cerrado

O tico-tico-mascarado, de nome científico Coryphaspiza melanotis, é uma ave encantadora e pouco conhecida do grande público, mas que desempenha um papel importante nos ecossistemas onde vive. Seu apelido vem da característica “máscara” preta que cobre a face dos machos, dando-lhe uma aparência marcante e distinta entre os passeriformes brasileiros.

Pertencente à família Thraupidae, o tico-tico-mascarado é uma ave de pequeno porte. Pesa cerca de 16 a 22 gramas e mede aproximadamente 13 a 15 centímetros de comprimento. Sua plumagem é predominantemente marrom, com detalhes brancos e pretos que auxiliam na camuflagem. Os machos são facilmente identificáveis pela máscara escura na face, enquanto as fêmeas têm aparência mais discreta.

O tico-tico-mascarado habita áreas abertas e semiabertas, como campos limpos, cerrado ralo, pastagens nativas e regiões de vegetação rasteira, especialmente aquelas que apresentam gramíneas e arbustos esparsos.
É encontrado em várias regiões do Brasil, com maior concentração no Centro-Oeste, Sudeste e partes do Nordeste e Sul. Também ocorre em outros países da América do Sul, como Paraguai, Bolívia, Uruguai e norte da Argentina.

Sua dieta é composta principalmente por sementes e pequenos insetos, como formigas, cupins e larvas. Durante a época de reprodução, aumenta o consumo de proteína animal, essencial para o desenvolvimento dos filhotes.

O período reprodutivo ocorre geralmente na estação chuvosa, quando há maior disponibilidade de alimento. O ninho, construído em arbustos ou no chão, é uma pequena tigela de capim entrelaçado.
A fêmea põe de 2 a 3 ovos, que são incubados por cerca de 12 a 13 dias. Após o nascimento, os filhotes permanecem no ninho por cerca de 10 a 12 dias antes de alçarem voo.

Apesar de ainda não estar entre as espécies oficialmente ameaçadas em nível nacional, o tico-tico-mascarado já sofre com a redução populacional em várias regiões, sendo classificado como quase ameaçado (Near Threatened) em algumas listas locais.

Os principais fatores de risco incluem:

Desmatamento e conversão de áreas naturais em lavouras e pastagens artificiais. Uso intensivo de agrotóxicos, que afeta sua alimentação e reprodução. Queimadas descontroladas, comuns em áreas de cerrado. Fragmentação do habitat, que isola populações e reduz a diversidade genética.

Como granívoro e insetívoro, o tico-tico-mascarado ajuda a controlar populações de invertebrados e atua na dispersão de sementes, contribuindo para a regeneração da vegetação nativa.

O tico-tico-mascarado é mais uma das aves do Cerrado que sofre com a degradação ambiental. A preservação do seu habitat, por meio da conservação de áreas abertas naturais e do uso sustentável da terra, é essencial para garantir a sobrevivência dessa espécie singular.

Observar, conhecer e divulgar informações sobre o tico-tico-mascarado é uma forma de valorizar a rica biodiversidade brasileira e defender a permanência de espécies que, mesmo discretas, desempenham papéis fundamentais na natureza.

Ramon ventura.

sábado, 20 de julho de 2013

VEADO CAMPEIRO

Nome popular: Veado-campeiro.

Nome científico: Ozotoceros bezoarticus.

Peso: Entre 30 e 40 quilos.

Tamanho: Entre 90 cm e 1,20 metro de comprimento, com altura na cernelha de aproximadamente 70 a 80 cm.

Família: Cervidae.

Habitat: Prefere ambientes abertos, como campos nativos, cerrados, pampas e regiões de transição entre savanas e florestas.

Local onde é encontrado: No Brasil, o veado-campeiro é encontrado principalmente nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul, com destaque para os biomas Cerrado e Pantanal.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 


Veado-campeiro (Ozotoceros bezoarticus): um símbolo do Cerrado em risco

O veado-campeiro, cujo nome científico é Ozotoceros bezoarticus, é uma das espécies de cervídeos mais emblemáticas das regiões abertas da América do Sul. Pertencente à família Cervidae, este animal destaca-se por sua elegância, adaptação aos campos e importância ecológica.

O veado-campeiro possui porte médio, com um peso variando entre 30 e 40 quilos e tamanho entre 90 cm e 1,20 metro de comprimento, com altura na cernelha de aproximadamente 70 a 80 cm. Os machos apresentam chifres ramificados que se renovam anualmente, sendo um importante atributo na disputa por fêmeas durante o período reprodutivo.

Esta espécie prefere ambientes abertos, como campos nativos, cerrados, pampas e regiões de transição entre savanas e florestas. É um animal adaptado à vida em locais com vegetação rasteira, onde pode se locomover com agilidade e manter boa vigilância contra predadores.
No Brasil, o veado-campeiro é encontrado principalmente nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul, com destaque para os biomas Cerrado e Pantanal. Também ocorre em outros países da América do Sul, como Paraguai, Bolívia, Argentina e Uruguai.

A época de acasalamento ocorre geralmente entre março e julho, com gestação de cerca de 7 meses. As fêmeas costumam dar à luz um único filhote por vez, que nasce em áreas mais escondidas e permanece abrigado nos primeiros dias de vida. Esse padrão reprodutivo relativamente lento contribui para a vulnerabilidade da espécie.

O veado-campeiro é um herbívoro seletivo, alimentando-se principalmente de gramíneas, brotos, folhas e frutos caídos. Seu comportamento alimentar contribui para o equilíbrio da vegetação nos ecossistemas em que habita, além de exercer papel importante na dispersão de sementes.

O Ozotoceros bezoarticus é classificado como vulnerável à extinção pela Lista Vermelha da IUCN e também em listas nacionais de espécies ameaçadas. Entre os principais fatores de risco estão:

Perda e fragmentação do habitat devido à expansão da agropecuária e monoculturas. Caça ilegal, tanto para consumo quanto por conflitos com produtores rurais. Doenças transmitidas por animais domésticos. Atropelamentos em rodovias que atravessam seu habitat natural.

Como herbívoro nativo, o veado-campeiro desempenha um papel fundamental na manutenção do equilíbrio ecológico dos campos e savanas. Sua presença está associada à diversidade vegetal e ao controle natural da biomassa.

A conservação do veado-campeiro exige ações integradas de preservação dos habitats naturais, criação de corredores ecológicos, fiscalização contra a caça ilegal e educação ambiental voltada às comunidades rurais. Proteger essa espécie é preservar um dos mais belos representantes da fauna sul-americana e garantir a saúde dos ecossistemas campestres.

Ramon Ventura.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

BACURAO DE RABO BRANCO

Nome popular: Bacurau-de-rabo-branco.

Nome científico: Eleothreptus candicans.

Peso: aproximadamente 40 a 50 gramas.

Tamanho: medindo cerca de 20 a 23 centímetros de comprimento.

Família: Caprimulgidae.

Habitat: principalmente áreas de cerrado, campos limpos, savanas e pastagens naturais, ambientes abertos e com vegetação rala.

Local onde é encontrado: Com registros confirmados em estados como Bahia, Goiás, Piauí, Maranhão e Tocantins.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 

Bacurau-de-rabo-branco (Eleothreptus candicans): uma joia rara do céu noturno brasileiro

O Bacurau-de-rabo-branco, cientificamente conhecido como Eleothreptus candicans, é uma ave noturna enigmática e rara, pertencente à família Caprimulgidae, a mesma dos conhecidos bacuraus e curiangos. Essa espécie se destaca pelo seu comportamento discreto e hábitos noturnos, o que a torna pouco conhecida até mesmo entre observadores experientes.

O Bacurau-de-rabo-branco é uma ave de pequeno porte, medindo cerca de 20 a 23 centímetros de comprimento e pesando aproximadamente 40 a 50 gramas. Seu nome popular deriva da plumagem branca na região da cauda, especialmente evidente nos machos, o que ajuda na sua identificação durante o voo crepuscular. A plumagem geral é em tons de marrom e cinza, o que proporciona excelente camuflagem durante o dia, quando repousa no chão ou em galhos baixos.

Essa ave habita principalmente áreas de cerrado, campos limpos, savanas e pastagens naturais, ambientes abertos e com vegetação rala, onde encontra boas condições para caçar insetos em voo.

A distribuição do Bacurau-de-rabo-branco é bastante restrita e fragmentada. Ele é encontrado em algumas regiões do Brasil central e nordeste, com registros confirmados em estados como Bahia, Goiás, Piauí, Maranhão e Tocantins. Há ainda registros pontuais no Paraguai e Bolívia, embora o Brasil concentre a maior parte de sua população conhecida.

Como a maioria dos bacuraus, o Bacurau-de-rabo-branco é insetívoro, alimentando-se principalmente de mariposas, besouros, cupins alados e outros insetos voadores que captura em pleno voo ao entardecer e durante a noite. Utiliza a boca larga e adaptada como uma verdadeira “rede de captura” para pegar suas presas em pleno ar.

A reprodução ocorre no período seco, geralmente entre os meses de junho e setembro. Diferente de muitas aves, o Bacurau-de-rabo-branco não constrói ninhos elaborados: a fêmea deposita um ou dois ovos diretamente sobre o solo, em áreas abertas e com vegetação rala. A incubação dura cerca de 17 a 20 dias, e os filhotes são protegidos por ambos os pais até estarem prontos para voar.

A espécie está classificada como "Em Perigo" (EN) na Lista Vermelha da IUCN. O principal fator que ameaça sua sobrevivência é a perda e fragmentação do habitat, causadas pela expansão agropecuária, queimadas, desmatamento e uso indiscriminado de pesticidas. A destruição do cerrado e de outras áreas de campo nativo compromete diretamente as condições necessárias para sua alimentação e reprodução.

Além disso, por ser uma ave de hábitos noturnos e silenciosos, o Bacurau-de-rabo-branco é frequentemente subestimado em levantamentos ornitológicos, o que dificulta a elaboração de estratégias de conservação eficazes.

O Bacurau-de-rabo-branco é um verdadeiro símbolo da biodiversidade do cerrado e das áreas abertas da América do Sul. Sua conservação depende não apenas da proteção de seu habitat natural, mas também de pesquisas mais aprofundadas sobre sua ecologia e comportamento, além da conscientização da sociedade sobre a importância dessas áreas naturais muitas vezes negligenciadas.

Preservar o Bacurau-de-rabo-branco é proteger uma parte valiosa do nosso patrimônio natural.

Ramon Ventura.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

PIRÁ BRASÍLIA

Nome popular: Pirá-Brasília.

Nome científico: Simpsonichthys boitonei.

Peso: Entre 2 a 3 gramas.

Tamanho: Cerca de 3,5 a 4 cm de comprimento.

Família: Rivulidae.

Habitat: poças temporárias, brejos e veredas do cerrado.

Local onde é encontrado: Especialmente no entorno de Brasília, no Distrito Federal.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 

Pirá-Brasília (Simpsonichthys boitonei): o raro peixe-das-nuvens do Cerrado

O Pirá-Brasília, cujo nome científico é Simpsonichthys boitonei, é um pequeno peixe de água doce endêmico do Brasil, mais especificamente das veredas do Cerrado próximo ao Distrito Federal. Também conhecido como peixe-das-nuvens, essa espécie chama a atenção não só pela beleza, mas também pela raridade e ameaça de extinção.

Trata-se de um peixe de pequeno porte: os machos atingem cerca de 3,5 a 4 cm de comprimento, enquanto as fêmeas são ligeiramente menores. Seu corpo apresenta cores vibrantes, especialmente nos machos, que possuem tons azulados, esverdeados e manchas alaranjadas — uma adaptação visual tanto para atração quanto para camuflagem.

O Simpsonichthys boitonei vive exclusivamente em poças temporárias, brejos e veredas do Cerrado do Planalto Central, especialmente no entorno de Brasília, no Distrito Federal. Essas águas são sazonais, formadas pelas chuvas, e desaparecem durante a seca — o que exige adaptações extraordinárias desses peixes.

Uma das características mais notáveis do Pirá-Brasília é seu ciclo de vida extremamente curto. Após o início da estação chuvosa, os ovos incubados no solo eclodem e os filhotes crescem rapidamente, atingindo a maturidade sexual em poucas semanas. A gestação ocorre dentro dos ovos, que entram em diapausa (dormência) durante o período seco, sobrevivendo no solo até a próxima estação de chuvas.

Sua dieta é composta basicamente por microcrustáceos, larvas de insetos aquáticos e outros pequenos invertebrados, encontrados no fundo das poças onde vive. Essa alimentação é essencial para o rápido crescimento e reprodução.

O Pirá-Brasília é classificado como Criticamente em Perigo (CR) pela Lista Vermelha da IUCN e também pela lista nacional do ICMBio. Os principais fatores de ameaça incluem:

Expansão urbana e imobiliária, especialmente em áreas próximas ao Distrito Federal. Destruição e drenagem de veredas e brejos, habitats naturais da espécie. Queimadas e mudanças climáticas que reduzem o ciclo hídrico essencial para a reprodução. Introdução de espécies exóticas e poluentes nas águas temporárias.

O Simpsonichthys boitonei é um indicador importante da qualidade ambiental das veredas do Cerrado e representa uma linhagem evolutiva única de peixes anuais. Sua preservação está ligada diretamente à conservação dos corpos d’água temporários e do bioma Cerrado como um todo.

Atualmente, o peixe é foco de pesquisas e ações de conservação, como a criação em cativeiro, proteção de nascentes e veredas, e sensibilização ambiental, principalmente na região do DF.

Ramon Ventura.

domingo, 27 de fevereiro de 2011

TAMANDUÁ BANDEIRA

Nome popular: Tamanduá-bandeira.

Nome científico: Myrmecophaga tridactyla.

Peso: varia entre 30 e 45 kg nos machos adultos.

Tamanho: Pode atingir até 2,20 metros de comprimento, incluindo a cauda.

Família: Myrmecophagidae.

Habitat: vive em uma grande variedade de ambientes terrestres, desde cerrados e campos abertos até florestas tropicais e pantanais.

Local onde é encontrado: No Brasil, ocorre em quase todos os biomas, com maior frequência no Cerrado e Pantanal.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 


Tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla): O gigante gentil dos campos sul-americanos

O tamanduá-bandeira, também conhecido como tamanduá-açu, é um dos mamíferos mais curiosos e emblemáticos da fauna sul-americana. Seu nome científico é Myrmecophaga tridactyla, que significa literalmente "comedora de formigas de três dedos", fazendo referência ao seu hábito alimentar e à anatomia de suas patas dianteiras.

Este tamanduá é o maior da sua família (Myrmecophagidae) e pode atingir até 2,20 metros de comprimento, incluindo a cauda, com peso que varia entre 30 e 45 kg nos machos adultos. Seu corpo é robusto e coberto por pelos longos, sendo a cauda volumosa e coberta por uma pelagem densa, semelhante a uma “bandeira” — de onde vem o nome popular.

Possui focinho longo, sem dentes, e uma língua comprida e pegajosa, que pode medir mais de 60 cm, ideal para capturar formigas e cupins. Suas patas dianteiras apresentam três garras longas e curvas, usadas tanto para escavar quanto para se defender.

O tamanduá-bandeira vive em uma grande variedade de ambientes terrestres, desde cerrados e campos abertos até florestas tropicais e pantanais. Está presente em grande parte da América do Sul, incluindo Brasil, Venezuela, Colômbia, Bolívia, Paraguai e norte da Argentina. No Brasil, ocorre em quase todos os biomas, com maior frequência no Cerrado e Pantanal.

É um insetívoro especializado, alimentando-se principalmente de formigas e cupins. Com seu olfato apurado, localiza ninhos e colônias e os rompe com as garras, usando a língua para capturar os insetos rapidamente — pode ingerir até 30 mil insetos por dia.

A gestação dura aproximadamente 190 dias (6 meses), e a fêmea dá à luz um único filhote por vez. O filhote sobe nas costas da mãe logo após o nascimento e ali permanece durante vários meses, camuflado pela pelagem da mãe.

O tamanduá-bandeira está listado como Vulnerável à extinção na Lista Vermelha da IUCN e também no Brasil. Suas principais ameaças incluem:

Desmatamento e perda de habitat natural. Queimadas, comuns no Cerrado e Pantanal. Atropelamentos em rodovias. Caça ilegal. Ataques de cães domésticos.

Essa espécie é particularmente sensível a distúrbios ambientais e apresenta baixa taxa reprodutiva, o que dificulta sua recuperação populacional.

É um animal solitário, de hábitos diurnos ou crepusculares.

Não possui dentes e não mastiga o alimento.

Apesar de pacífico, pode se defender com força usando as garras poderosas.

Cumpre um papel ecológico essencial ao controlar populações de insetos.

O tamanduá-bandeira é um símbolo da biodiversidade do Cerrado e do Pantanal. Sua conservação depende de ações integradas, como a criação de corredores ecológicos, controle de queimadas, proteção das áreas naturais e educação ambiental. Preservar esse gigante gentil é garantir o equilíbrio ecológico de diversos ecossistemas sul-americanos.

Ramon Ventura.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

LOBO GUARÁ

Nome popular: Lobo-guará.

Nome científico: Chrysocyon brachyurus.

Peso: Seu peso varia de 20 a 30 kg.
Tamanho: Ele mede entre 1,10 e 1,30 metros de comprimento (do focinho à cauda).

Família: Canídea.

Habitat: O habitat natural do lobo-guará inclui campos, cerrados, savanas e áreas abertas com vegetação rasteira ou arbustiva.

Local onde é encontrado: No Brasil, é mais comum nos estados do Centro-Oeste, Sudeste e parte do Nordeste.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 


Lobo-guará (Chrysocyon brachyurus): O guardião das savanas sul-americanas

O lobo-guará, de nome científico Chrysocyon brachyurus, é o maior canídeo da América do Sul e uma das espécies mais emblemáticas da fauna brasileira. Apesar de seu nome, não é um lobo verdadeiro, mas sim uma espécie única, com características próprias que o diferenciam de todos os outros canídeos do mundo.

O lobo-guará possui corpo esguio e pernas extremamente longas, uma adaptação perfeita para se locomover em campos abertos e vegetações altas. Ele mede entre 1,10 e 1,30 metros de comprimento (do focinho à cauda), podendo atingir até 90 cm de altura na cernelha. Seu peso varia de 20 a 30 kg. A pelagem é de cor alaranjada-avermelhada, com manchas pretas nas pernas e dorso, além de uma característica crina escura que se eriça quando o animal se sente ameaçado.

O habitat natural do lobo-guará inclui campos, cerrados, savanas e áreas abertas com vegetação rasteira ou arbustiva. Ele é encontrado em diversas regiões do Brasil, especialmente no Cerrado, mas também ocorre em partes da Bolívia, Paraguai, Argentina e sul do Peru. No Brasil, é mais comum nos estados do Centro-Oeste, Sudeste e parte do Nordeste.

O lobo-guará é um animal onívoro, com dieta bastante variada. Alimenta-se de frutas (principalmente a lobeira), pequenos mamíferos, aves, insetos, répteis e ovos. A fruta conhecida como lobeira ou fruta-do-lobo (Solanum lycocarpum) é uma parte essencial de sua dieta e auxilia na digestão das proteínas de origem animal.

A reprodução ocorre geralmente entre abril e junho. A gestação dura cerca de 65 dias, e a fêmea dá à luz de 2 a 5 filhotes, que nascem com pelagem escura e vão adquirindo a coloração típica à medida que crescem. Os filhotes permanecem com os pais por vários meses até se tornarem independentes.

Embora seja um animal solitário e pouco agressivo, o lobo-guará está classificado como quase ameaçado (NT) pela Lista Vermelha da IUCN. No Brasil, consta como vulnerável em algumas listas estaduais. Os principais fatores de ameaça são:

Destruição e fragmentação do habitat (especialmente do Cerrado). Atropelamentos em rodovias. Caça ilegal, mesmo não sendo perigoso ao ser humano. Doenças transmitidas por cães domésticos, como cinomose e parvovirose.

O lobo-guará desempenha papel fundamental na dispersão de sementes, especialmente da lobeira, contribuindo para a regeneração natural do Cerrado.

Apesar do nome, ele não forma matilhas como os lobos, sendo solitário e de hábitos crepusculares e noturnos.

Seu nome em tupi-guarani, aguará, significa “raposa”, uma referência à aparência esguia e cor avermelhada.

Tem excelente audição e olfato, que usa para detectar presas escondidas sob a vegetação.

O lobo-guará é um símbolo do equilíbrio ecológico do Cerrado brasileiro. Proteger essa espécie significa conservar um dos biomas mais ricos — e também mais ameaçados — do planeta. Sua preservação depende da criação de corredores ecológicos, proteção de áreas nativas e da conscientização da população sobre a sua importância.

Ramon Ventura.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

TATU CANASTRA

Nome popular: Tatu-canastra.

Nome científico: Priodontes maximus.

Peso: Pesa entre 30 e 50 kg.

Tamanho: Pode atingir impressionantes 1 metro a 1,5 metro de comprimento, incluindo a cauda.

Família: Dasypodidae.

Habitat: Prefere florestas tropicais, campos e savanas, onde há solo macio para escavação e abundância de invertebrados.

Local onde é encontrado: Encontrada em áreas da Amazônia, Cerrado e Pantanal.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 


Tatu-canastra (Priodontes maximus): O gigante discreto das Américas


O tatu-canastra, conhecido cientificamente como Priodontes maximus, é o maior representante da família dos tatus e uma das criaturas mais impressionantes da fauna sul-americana. Discreto e de hábitos noturnos, esse animal é uma verdadeira raridade nos ecossistemas onde vive — e, infelizmente, está cada vez mais ameaçado.

O tatu-canastra pode atingir impressionantes 1 metro a 1,5 metro de comprimento, incluindo a cauda, e pesar entre 30 e 50 kg, embora alguns registros apontem indivíduos com mais de 60 kg. Possui uma carapaça robusta composta por placas ósseas e longas garras curvas, que usa para cavar tocas e encontrar alimento. Sua aparência impõe respeito e fascínio ao mesmo tempo.

Essa espécie é nativa da América do Sul, podendo ser encontrada em áreas da Amazônia, Cerrado e Pantanal, além de outros países como Colômbia, Venezuela, Guianas, Bolívia, Paraguai, Peru e Argentina. No Brasil, sua ocorrência é cada vez mais rara, com populações fragmentadas e concentradas em áreas de difícil acesso.

O tatu-canastra prefere florestas tropicais, campos e savanas, onde há solo macio para escavação e abundância de invertebrados. Ele é um excelente escavador, construindo grandes tocas subterrâneas que também podem beneficiar outras espécies.

Sua dieta é basicamente insetívora, com predileção por formigas e cupins, que captura com uma língua longa e pegajosa. No entanto, também pode consumir larvas, pequenos invertebrados e, ocasionalmente, restos vegetais. Um tatu-canastra pode consumir milhares de insetos em uma única noite.

O ciclo reprodutivo do tatu-canastra é pouco conhecido, dada sua raridade e hábitos reservados. A gestação dura cerca de 120 dias, resultando geralmente em um único filhote por parto. O filhote nasce com a carapaça ainda mole, que se endurece com o crescimento. A baixa taxa reprodutiva é um fator que agrava sua vulnerabilidade.

O tatu-canastra está listado como "Vulnerável" na Lista Vermelha da IUCN e como "Em Perigo" na Lista Nacional de Espécies Ameaçadas do ICMBio/MMA. As principais ameaças à sua sobrevivência incluem:

Desmatamento e fragmentação de habitat, principalmente para agricultura e pecuária. Caça ilegal, seja por superstição ou consumo. Baixa densidade populacional e dificuldade de reprodução em cativeiro. Atropelamentos e expansão urbana.

O tatu-canastra é considerado engenheiro ecológico, pois suas tocas servem de abrigo para diversas outras espécies.

É um animal extremamente difícil de ser avistado na natureza.

Seus hábitos noturnos e comportamento solitário tornam o estudo da espécie um grande desafio para biólogos.

O tatu-canastra é um símbolo da grandiosidade e da fragilidade da biodiversidade sul-americana. Sua proteção exige ações concretas, como o combate ao desmatamento, a fiscalização contra a caça e o incentivo à pesquisa científica. Conhecer e valorizar esse gigante da natureza é o primeiro passo para garantir sua sobrevivência.


Ramon Ventura.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

PEQUIZEIRO

Nome popular: Pequizeiro.

Nome científico: Caryocar brasiliense.

Tamanho: Pode atingir de 6 a 12 metros de altura.

Família: Caryocaraceae.

Habitat: O pequizeiro cresce em áreas de cerrado típico, cerrado rupestre e cerradões, adaptando-se bem a solos ácidos e de baixa fertilidade.

Onde ocorre: Ocorrendo principalmente nos estados de Goiás, Minas Gerais, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Bahia e no Distrito Federal.

Motivo da busca: Ameaçada de extinção!

Pequizeiro (Caryocar brasiliense): a árvore símbolo do Cerrado brasileiro

O pequizeiro, conhecido cientificamente como Caryocar brasiliense, é uma árvore nativa do bioma Cerrado e profundamente ligada à cultura e à alimentação de diversas regiões do Brasil. Seu fruto, o pequi, é amplamente consumido na culinária regional e considerado um verdadeiro patrimônio natural e cultural.

O pequizeiro pertence à família Caryocaraceae e é uma árvore de médio a grande porte. Pode atingir de 6 a 12 metros de altura, com copa densa e arredondada. Sua casca é espessa e suas folhas compostas apresentam três folíolos. As flores do pequizeiro são grandes, vistosas e melíferas, com pétalas brancas e longos estames amarelos — altamente atrativas para polinizadores como abelhas e morcegos.

É uma espécie endêmica do Cerrado, ocorrendo principalmente nos estados de Goiás, Minas Gerais, Tocantins, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Bahia e no Distrito Federal. O pequizeiro cresce em áreas de cerrado típico, cerrado rupestre e cerradões, adaptando-se bem a solos ácidos e de baixa fertilidade.

Além de sua relevância ecológica como parte da vegetação nativa e abrigo para a fauna, o pequizeiro tem grande valor econômico e cultural. Seus frutos são ricos em óleos, vitaminas e antioxidantes, sendo utilizados na alimentação, na produção de óleo vegetal e até na medicina popular. É considerado um símbolo do Cerrado e da identidade alimentar do Centro-Oeste brasileiro.

O pequizeiro frutifica entre os meses de setembro e fevereiro, sendo que o pequi amadurece principalmente no final da estação seca e início da chuvosa. A árvore se reproduz por sementes, mas seu ciclo de crescimento é lento — podendo levar anos até atingir a maturidade produtiva.

Apesar de ainda não ser oficialmente listado como ameaçado de extinção, o pequizeiro enfrenta riscos crescentes devido a:

Desmatamento e avanço da agropecuária, que reduzem seu habitat natural;

Queimadas frequentes, que afetam sua regeneração natural;

Coleta predatória de frutos, que pode comprometer a reposição natural da espécie;

Urbanização e obras de infraestrutura em regiões centrais do país.

A conservação do pequizeiro está diretamente relacionada à manutenção do Cerrado. Práticas de manejo sustentável, cultivo agroecológico e valorização do pequi em cadeias produtivas regionais são fundamentais para garantir sua preservação.

Além disso, diversos projetos comunitários e de pesquisa buscam proteger a espécie e promover sua valorização econômica de forma sustentável, aliando conservação ambiental, geração de renda e preservação cultural.

Ramon Ventura.