(Foto: Gloria
Jafet/Fundação Parque Zoológico de São Paulo)
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Nome científico:
Cyanopsitta spixii
Nome popular: Ararinha-azul.
Locais onde é
encontrado: Bahia e Pernambuco.
Habitat: A
ararinha-azul vivia numa pequena região da Caatinga, no nordeste da Bahia e
oeste de Pernambuco, em matas localizadas nas margens de riachos.
Motivo da busca:
Animal ameaçado de extinção.
Uma ave pequena,
com menos de 60 centímetros, bico negro, corpo coberto por penas azuis e cabeça
com penas acinzentadas. Essa é a ararinha-azul. Agora tente imaginá-la voando
por aí. Que beleza deve ser, não é mesmo? Infelizmente, é só isso que podemos
fazer agora, ou, no máximo, encontrar alguma foto ou vídeo raro desse momento.
Afinal, a natureza perdeu essa espécie, personagem principal do desenho animado
Rio, que chegou em 2011 aos cinemas.
Da Bahia para a
Alemanha
Em 1819,
enquanto viajava pela Bahia com seu colega Carl F. P. von Martius, o
pesquisador alemão Johann Baptist von Spix encontrou um exemplar de
ararinha-azul. Na época, a ciência ainda não tinha batizado esta espécie, e
Spix não percebeu que se tratava de uma arara diferente das outras. Ele pensava
que havia encontrado um indivíduo da arara-azul-grande.
Alguns anos
depois, o cientista Johann Georg Wagler passou a estudar o material que Spix
levou para a Alemanha após sua viagem pelo Brasil. Lá, Wagler percebeu que a
arara encontrada por Spix na Bahia era uma espécie nova, e então a descreveu em
um trabalho científico.
A palavra
ararinha é um diminutivo em português da palavra arara, cuja origem é indígena.
Os indígenas podem ter criado o nome arara devido à voz de algumas espécies,
que emitem um som parecido com “ará”. Mas arara pode ter surgido também a
partir da abreviação da palavra guirá (“pássaro”), que virou ará. Arara seria
então o aumentativo de ará, indicando um “pássaro grande”, já que algumas
espécies de araras têm grande tamanho.
Hoje, a
ararinha-azul é conhecida pelos pesquisadores como Cyanopsitta spixii. O nome
do gênero (Cyanopsitta) significa “papagaio azul-escuro” em grego, enquanto o
nome específico (spixii) é uma homenagem de Wagler ao amigo Spix.
Raridade
Desde a viagem
de Spix pelo Brasil, poucos foram os registros de Cyanopsitta spixii. Durante
algumas décadas, ninguém a viu na natureza, até que três indivíduos foram
reencontrados em 1986. Em 1990, o último exemplar foi visto e passou a ser
acompanhado, até desaparecer em 2000. A destruição das matas às margens dos
riachos da região onde a ararinha-azul vivia e o tráfico de animais silvestres
foram os principais responsáveis pela extinção desta espécie na natureza.
Um pouco de
esperança
A ararinha-azul
desapareceu da natureza, mas ainda não foi extinta. Restam aproximadamente 80
indivíduos da espécie criados em cativeiro, como parte de um programa de
conservação realizado em vários países. Com o nascimento de filhotes, espera-se
que aos poucos a população da ararinha aumente, e que, no futuro, a espécie
possa ser reintroduzida em seu habitat natural. Se isso ocorrer, nosso céu
voltará a ficar mais azul.
Ramon ventura
Henrique
Caldeira Costa,
Departamento de Zoologia, UFMG
Revista CHC.
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