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quarta-feira, 30 de julho de 2025

TIÊ-SANGUE

Nome popular: Tiê-sangue.

Nome científico: Ramphocelus bresilius.

Peso: Pesa cerca de 30 a 40 gramas.

Tamanho: Aproximadamente 18 a 19 centímetros de comprimento.

Família: Thraupidae.

Habitat: Mata Atlântica.

Local onde é encontrado: Sua ocorrência abrange os estados do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 


Tiê-sangue (Ramphocelus bresilius): A joia vermelha da Mata Atlântica


O Tiê-sangue, cientificamente conhecido como Ramphocelus bresilius, é uma das aves mais emblemáticas e visualmente marcantes da avifauna brasileira. Pertencente à família Thraupidae, essa ave chama a atenção pelo seu deslumbrante colorido vermelho-vivo contrastando com asas e cauda negras, que conferem ao macho uma aparência única na natureza.

O Tiê-sangue pesa cerca de 30 a 40 gramas e mede aproximadamente 18 a 19 centímetros de comprimento. A diferença entre machos e fêmeas é evidente: enquanto o macho ostenta uma plumagem vermelha intensa, a fêmea exibe tons mais discretos de marrom-avermelhado, o que a ajuda na camuflagem durante o período reprodutivo.

Essa ave é endêmica do Brasil, sendo encontrada principalmente na Mata Atlântica, um dos biomas mais biodiversos e também mais ameaçados do país. Sua ocorrência abrange os estados do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina, com registros em florestas densas, matas secundárias e até áreas urbanizadas com vegetação preservada.

O Tiê-sangue é uma ave monogâmica e sua época de reprodução ocorre, em geral, durante a primavera e o verão. A fêmea constrói o ninho em arbustos ou árvores baixas, onde deposita de 2 a 3 ovos, que são incubados por cerca de 12 a 14 dias. Os filhotes permanecem no ninho por mais algumas semanas até estarem prontos para alçar voo.

Sua alimentação é onívora, composta principalmente por frutas, sementes, pequenos insetos e artrópodes, desempenhando um papel importante na dispersão de sementes e controle de insetos nas florestas.

Embora atualmente classificado como "Pouco Preocupante (LC)" pela Lista Vermelha da IUCN, o Tiê-sangue não está livre de ameaças. A fragmentação e o desmatamento da Mata Atlântica, bem como o tráfico de aves silvestres, são fatores que podem impactar suas populações locais.

A presença de uma espécie na Lista da IUCN, mesmo em categorias de baixo risco, como o LC (Least Concern), é um alerta para a necessidade de monitoramento contínuo. A degradação progressiva do habitat e a perda de conectividade entre áreas verdes podem fazer com que espécies atualmente comuns se tornem vulneráveis em um curto espaço de tempo.

O Tiê-sangue é mais do que uma ave de plumagem vibrante; é um indicador da saúde ambiental da Mata Atlântica. Proteger suas populações significa também proteger o ecossistema ao qual pertence. A observação, o registro científico e o envolvimento da sociedade são essenciais para garantir que espécies como o Tiê-sangue continuem colorindo nossas florestas por muitas gerações.


Ramon ventura.

quarta-feira, 16 de julho de 2025

JAGUARUNDI

Nome popular: Jaguarundi.

Nome científico: Puma yagouaroundi

Peso: Entre 4,5 e 9 kg.

Tamanho: Comprimento do corpo pode chegar a 60 cm a 80 cm, com a cauda medindo de 30 a 60 cm.

Família: Felidae.

Habitat: Uma ampla variedade de ambientes, desde florestas tropicais e subtropicais até áreas de cerrado, campos abertos e bordas de matas,

Local onde é encontrado: No Brasil, especialmente nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e partes do Sudeste.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 


Jaguarundi (Puma yagouaroundi): O felino discreto das Américas

O jaguarundi, conhecido também como gato-mourisco ou eirá, é um felino selvagem pouco conhecido, mas extremamente importante para os ecossistemas onde vive. Seu nome científico é Puma yagouaroundi e, apesar de ser parente próximo da onça-parda (Puma concolor), apresenta características únicas que o diferenciam de outros felinos da América do Sul.

O jaguarundi possui um corpo alongado e esguio, com patas curtas, orelhas arredondadas e uma cauda longa. Seu peso varia entre 4,5 e 9 kg, e o comprimento do corpo pode chegar a 60 cm a 80 cm, com a cauda medindo de 30 a 60 cm. A pelagem é curta e uniforme, com coloração que varia entre tons de cinza, castanho, avermelhado e preto. Curiosamente, essas variações de cor não indicam subespécies diferentes, mas sim uma diversidade natural da espécie.

O jaguarundi pertence à família Felidae, a mesma dos grandes felinos, como onças e leopardos. Dentro do gênero Puma, ele é o único outro representante além da onça-parda.

Este felino habita uma ampla variedade de ambientes, desde florestas tropicais e subtropicais até áreas de cerrado, campos abertos e bordas de matas. Ele prefere regiões com vegetação densa, próximas a cursos d’água. A espécie é encontrada do sul dos Estados Unidos até o norte da Argentina, com presença significativa no Brasil, especialmente nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e partes do Sudeste.

A reprodução do jaguarundi ocorre durante o ano todo, e a fêmea pode dar à luz de 1 a 4 filhotes após um período de gestação que dura cerca de 70 a 75 dias. Os filhotes nascem com manchas que desaparecem à medida que crescem.

O jaguarundi é carnívoro e oportunista, com uma dieta composta por pequenos mamíferos (como roedores), aves, répteis e até mesmo alguns insetos. Por vezes, pode se alimentar de frutos, principalmente em épocas de escassez de presas. Sua habilidade de caça diurna o diferencia de outros felinos tipicamente noturnos.

Apesar de ainda ser classificado como "Pouco Preocupante" (LC) pela Lista Vermelha da IUCN, o jaguarundi enfrenta sérias ameaças em diversas regiões. A destruição e fragmentação do habitat, causada pela expansão agrícola, urbanização e queimadas, é um dos principais fatores de risco. Além disso, o atropelamento em rodovias e a caça ilegal também contribuem para o declínio de suas populações.

Diferente da maioria dos felinos, o jaguarundi é ativo durante o dia (diurno).

Seu comportamento é solitário e bastante territorial.

Raramente vocaliza, mas é capaz de emitir sons diversos, como assobios, roncos e chilreios.

O jaguarundi é uma espécie discreta, mas vital para o equilíbrio ecológico das áreas onde vive. Sua presença é um indicativo de ecossistemas saudáveis, e sua conservação depende diretamente da proteção dos habitats naturais e da conscientização sobre sua importância. Conhecer e valorizar espécies como o jaguarundi é um passo essencial para a preservação da biodiversidade brasileira.

Ramon Ventura.

segunda-feira, 9 de junho de 2025

BORBOLETA DA PRAIA


Nome popular:
Borboleta-da-praia. 

Nome científico: Parides ascanius.

Peso: É inferior a 1 grama.

Tamanho: Apresenta envergadura entre 7 a 9 cm.

Família: Papilionidae.

Habitat: Ambientes úmidos costeiros, como brejos e áreas de restinga.

Local onde é encontrado: No estado do Rio de Janeiro.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 


Borboleta-da-praia (Parides ascanius): uma joia ameaçada da restinga brasileira


Parides ascanius, popularmente conhecida como borboleta-da-praia, é uma espécie endêmica do sudeste do Brasil, notadamente nos ecossistemas de restinga e brejos associados à Mata Atlântica, com registros principalmente no estado do Rio de Janeiro.

Essa espécie pertence à família Papilionidae e apresenta envergadura entre 7 a 9 cm. Seu peso é inferior a 1 grama, como é característico de borboletas. Os adultos possuem coloração preta com manchas vermelhas nas asas posteriores e áreas claras nas asas anteriores, características que a tornam facilmente identificável.

O habitat natural da Parides ascanius são ambientes úmidos costeiros, como brejos e áreas de restinga, os quais vêm sendo cada vez mais reduzidos e fragmentados. Sua distribuição é altamente restrita, o que a torna particularmente vulnerável a alterações ambientais.

Os adultos alimentam-se do néctar de flores típicas da vegetação de restinga. As lagartas são altamente especializadas e dependem exclusivamente da planta Aristolochia macroura como hospedeira para sua alimentação e desenvolvimento. Esse fator reforça sua dependência de habitats específicos e sua sensibilidade a distúrbios ambientais.

O ciclo reprodutivo, como em outras borboletas, envolve a oviposição em folhas da planta hospedeira, seguida pelo desenvolvimento larval e pupação. Não há dados exatos sobre o tempo total de gestação, mas estima-se que o desenvolvimento completo do ovo ao adulto dure algumas semanas, dependendo das condições ambientais.

A borboleta-da-praia está listada como espécie ameaçada de extinção no Brasil, classificada como Vulnerável (VU) pela Lista Nacional de Espécies Ameaçadas. As principais ameaças incluem:

Destruição e fragmentação do habitat, devido à urbanização costeira, drenagem de brejos e expansão agrícola. Poluição e alteração do ciclo hidrológico nas áreas de restinga. Redução da planta hospedeira (Aristolochia macroura), que compromete a reprodução da espécie.

Parides ascanius é considerada uma espécie indicadora ambiental, ou seja, sua presença reflete a qualidade ecológica dos ecossistemas costeiros. Sua conservação está diretamente relacionada à proteção das restingas e brejos — ecossistemas historicamente negligenciados na agenda ambiental brasileira.

Preservar a borboleta-da-praia é preservar todo um ecossistema delicado e fundamental. O seu desaparecimento seria mais do que a perda de uma espécie: seria o colapso de uma cadeia ecológica interdependente. O esforço pela conservação das áreas de restinga e a recuperação da planta hospedeira são ações urgentes para garantir sua sobrevivência.


Ramon Ventura

SOCÓ BOI ESCURO


Nome popular:
Socó-boi-escuro.

Nome científico: Tigrisoma fasciatum.

Peso: Entre 800 gramas e 1,1 kg.

Tamanho: Medindo aproximadamente 63 a 76 centímetros de comprimento.

Família: Ardeidae.

Habitat: Habita rios de águas claras, riachos florestais, igarapés e áreas ribeirinhas densas, geralmente em florestas tropicais e subtropicais úmidas.

Local onde é encontrado: No inclui a região amazônica e partes da Mata Atlântica brasileira, especialmente em estados como Amazonas, Pará, Mato Grosso e regiões da bacia do rio São Francisco.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 


Socó-boi-escuro (Tigrisoma fasciatum): O Vigilante Silencioso dos Riachos Tropicais


O socó-boi-escuro, de nome científico Tigrisoma fasciatum, é uma ave da ordem Pelecaniformes e da família Ardeidae, a mesma das garças e dos socós. De hábitos discretos e aparência imponente, essa espécie é conhecida por sua plumagem densa e comportamento reservado, o que a torna uma presença misteriosa nas margens de rios e florestas tropicais.

O socó-boi-escuro é uma ave de porte médio, medindo aproximadamente 63 a 76 centímetros de comprimento e pesando entre 800 gramas e 1,1 kg. Sua plumagem é marcada por tons escuros e padrões listrados (fasciados), que o ajudam a se camuflar entre a vegetação ribeirinha. Possui bico longo e afiado, adaptado para capturar presas aquáticas.

Essa ave habita rios de águas claras, riachos florestais, igarapés e áreas ribeirinhas densas, geralmente em florestas tropicais e subtropicais úmidas. Prefere áreas com vegetação densa, onde pode se esconder com facilidade.

Sua distribuição vai do sul do México até o norte da Argentina, incluindo a região amazônica e partes da Mata Atlântica brasileira, especialmente em estados como Amazonas, Pará, Mato Grosso e regiões da bacia do rio São Francisco.

O socó-boi-escuro é um predador solitário e paciente. Alimenta-se principalmente de peixes, crustáceos, anfíbios e insetos aquáticos, que captura com rapidez após longos períodos de imobilidade. Essa estratégia de caça o torna quase invisível enquanto espera a aproximação de sua presa.

Pouco se sabe sobre os detalhes reprodutivos da espécie, mas, como outros membros da família Ardeidae, o socó-boi-escuro constrói ninhos em galhos altos próximos à água, utilizando gravetos. A incubação dura cerca de 25 a 30 dias, e os filhotes são cuidados pelos dois pais até estarem prontos para deixar o ninho.

Atualmente, o Tigrisoma fasciatum não é considerado globalmente ameaçado de extinção, estando classificado como "Pouco Preocupante" pela IUCN. No entanto, em determinadas regiões, especialmente no Brasil, a espécie enfrenta riscos locais devido à destruição de habitats ripários, poluição dos cursos d’água e desmatamento.

Além disso, a degradação das matas ciliares e a contaminação por mercúrio em rios amazônicos, causada pela mineração ilegal, afetam diretamente sua alimentação e reprodução.

O nome “socó-boi” é uma referência ao som grave e gutural que essas aves podem emitir, especialmente durante o período reprodutivo.

Por ser extremamente discreto, é frequentemente subestimado nos inventários de biodiversidade, o que dificulta avaliações precisas sobre sua situação populacional.

Sua presença é um indicador ecológico da qualidade dos ecossistemas aquáticos, pois depende de rios limpos e com boa cobertura vegetal.

O socó-boi-escuro é uma ave fascinante, símbolo do equilíbrio dos ecossistemas aquáticos tropicais. Sua conservação está diretamente ligada à proteção de rios, igarapés e florestas ciliares, ambientes vitais para centenas de outras espécies. Conhecer e valorizar aves como o Tigrisoma fasciatum é um passo essencial para preservar a riqueza natural do Brasil.


Ramon Ventura

CHOROZINHO DE PAPO PRETO

Nome popular: Chorozinho-de-papo-preto.

Nome científico: Herpsilochmus pectoralis.

Peso: Cerca de 9 a 12 gramas.

Tamanho: Medindo entre 11 e 12 cm de comprimento.

Família: Thamnophilidae.

Habitat: É restrita a ambientes de mata seca e arbustiva, típicos do bioma Caatinga.

Local onde é encontrado: Nos estados de Alagoas, Sergipe, Pernambuco e Paraíba.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 


Chorozinho-de-papo-preto (Herpsilochmus pectoralis): Uma Joia Rara da Avifauna Brasileira


O Chorozinho-de-papo-preto, cujo nome científico é Herpsilochmus pectoralis, é uma ave passeriforme pertencente à família Thamnophilidae, conhecida popularmente como família dos papa-formigas. Esta pequena e discreta ave endêmica do Brasil está seriamente ameaçada de extinção, sendo símbolo da biodiversidade única — e ameaçada — da Caatinga.

O Chorozinho-de-papo-preto é uma ave de pequeno porte, medindo entre 11 e 12 cm de comprimento e pesando em média cerca de 9 a 12 gramas. O macho adulto apresenta plumagem cinza com o peito negro, característica que dá nome à espécie. As fêmeas, por sua vez, possuem coloração mais pálida e não exibem o papo preto tão evidente.

Essa espécie é restrita a ambientes de mata seca e arbustiva, típicos do bioma Caatinga. É encontrada em fragmentos florestais de áreas secas e bem preservadas no nordeste do Brasil, especialmente nos estados de Alagoas, Sergipe, Pernambuco e Paraíba, com registros mais recentes concentrados em áreas protegidas e remanescentes florestais do agreste e do sertão.

A alimentação do Herpsilochmus pectoralis consiste, principalmente, de pequenos insetos e artrópodes que captura nas folhagens e galhos finos. É uma ave ativa, que costuma forragear em pares ou pequenos grupos mistos de aves insetívoras.

Informações detalhadas sobre a reprodução da espécie ainda são limitadas, mas como a maioria dos thamnofilídeos, o Chorozinho-de-papo-preto constrói ninhos em forma de tigela com materiais vegetais. A incubação e o cuidado parental são provavelmente compartilhados entre macho e fêmea, como ocorre em espécies próximas.

O Chorozinho-de-papo-preto encontra-se atualmente classificado como "Criticamente em Perigo" (CR) na Lista Vermelha da IUCN e na lista oficial do ICMBio. Sua população total estimada é inferior a 250 indivíduos maduros.

A principal ameaça à sua sobrevivência é o desmatamento da Caatinga, devido à expansão agrícola, pecuária, uso de lenha e urbanização desordenada. A fragmentação extrema de seu habitat impede o fluxo genético entre populações e compromete a viabilidade reprodutiva da espécie.

Além disso, por ser uma espécie altamente especializada e com distribuição muito restrita, qualquer perda de habitat tem impacto desproporcional sobre sua sobrevivência.

O Chorozinho-de-papo-preto representa um dos muitos exemplos de aves que dependem da conservação da Caatinga, um bioma historicamente negligenciado nas políticas públicas. A proteção de fragmentos florestais, o reflorestamento com espécies nativas e a criação de corredores ecológicos são medidas essenciais para garantir a persistência da espécie.

Estudos adicionais sobre sua biologia reprodutiva, comportamento e dinâmica populacional são urgentes, pois a falta de dados é um dos principais obstáculos à elaboração de estratégias de manejo eficazes. O Chorozinho-de-papo-preto é um alerta para a urgência da conservação do semiárido brasileiro e uma inspiração para políticas ambientais mais inclusivas e regionalizadas.


Ramon Ventura

quinta-feira, 5 de junho de 2025

GATO-PALHEIRO

Nome popular: Gato-palheiro.

Nome científico: Leopardus colocolo.

Peso: seu peso varia entre 3 e 7 kg.

Tamanho: Seu corpo mede entre 50 e 70 cm de comprimento, com uma cauda que pode chegar a 30 cm.

Família: Felídeos.

Habitat: pode ser encontrada em diversos tipos de habitats, incluindo campos abertos, cerrados, savanas, pampas, áreas de vegetação arbustiva e bordas de florestas.

Local onde é encontrado: No Brasil, ele é mais comum nas regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 


Gato-palheiro (Leopardus colocolo): O felino discreto das Américas


O gato-palheiro, também conhecido como gato-dos-pampas, é uma espécie de felino selvagem que habita diferentes regiões da América do Sul. Seu nome científico é Leopardus colocolo, e ele pertence ao mesmo gênero de outros felinos pequenos sul-americanos, como o gato-do-mato e o gato-maracajá.

O gato-palheiro apresenta uma aparência que pode variar bastante de acordo com a região onde vive, mas geralmente possui pelagem espessa e amarelada, acinzentada ou amarronzada, com listras ou manchas pouco definidas. Seu corpo mede entre 50 e 70 cm de comprimento, com uma cauda que pode chegar a 30 cm, e seu peso varia entre 3 e 7 kg.

Essa espécie é bastante adaptável e pode ser encontrada em diversos tipos de habitats, incluindo campos abertos, cerrados, savanas, pampas, áreas de vegetação arbustiva e bordas de florestas. O gato-palheiro está distribuído ao longo de vários países da América do Sul, como Brasil, Argentina, Bolívia, Paraguai, Uruguai, Chile e Peru.

No Brasil, ele é mais comum nas regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste, embora esteja cada vez mais raro devido à fragmentação de seu habitat natural.

O gato-palheiro é carnívoro e possui hábitos alimentares bastante oportunistas. Sua dieta inclui pequenos mamíferos, como roedores, aves, répteis, anfíbios e até insetos. Por ser um predador solitário e de hábitos noturnos ou crepusculares, caça utilizando o faro e a audição aguçados.

A reprodução do gato-palheiro ocorre em diferentes épocas do ano, dependendo da região. A gestação dura cerca de 80 a 85 dias, resultando geralmente no nascimento de 1 a 3 filhotes. Os filhotes nascem em tocas ou esconderijos bem protegidos e permanecem com a mãe até que estejam prontos para viver de forma independente.

Apesar de sua ampla distribuição, o gato-palheiro está classificado como “quase ameaçado” (NT) pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). Entre os principais motivos para sua vulnerabilidade estão:

Destruição e fragmentação do habitat, especialmente devido à expansão da agricultura e da pecuária. Caça ilegal, seja por retaliação de criadores de animais ou por confusão com espécies exóticas. Atropelamentos em estradas e rodovias. Doenças transmitidas por animais domésticos.

Além disso, sua natureza discreta e solitária dificulta a realização de estudos populacionais mais precisos, o que também contribui para a dificuldade de implementar medidas de conservação eficazes.

O nome "gato-palheiro" vem da sua frequência em áreas rurais, onde às vezes é visto em palheiros e campos agrícolas.

Apesar de ser um animal selvagem, há relatos ocasionais de gatos-palheiros que se aproximam de áreas urbanas em busca de alimento.

Como outros felinos do gênero Leopardus, ele desempenha um papel ecológico importante no controle de populações de roedores e outros pequenos animais.


Ramon Ventura

quarta-feira, 4 de junho de 2025

ONÇA PINTADA


Nome popular:
Onça-pintada.

Nome científico: Panthera onca.

Peso: entre 56 e 135 kg, podendo alguns machos ultrapassar os 150 kg.

Tamanho: Seu comprimento varia de 1,5 a 2,4 metros, incluindo a cauda, que mede cerca de 70 cm.

Família: Felídeos.

Habitat: habita florestas tropicais, savanas, cerrados e áreas de várzea.

Local onde é encontrado: No Brasil, encontra-se principalmente na Amazônia, Pantanal, Cerrado e Mata Atlântica.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 


Onça-pintada (Panthera onca): Majestade das Américas

A onça-pintada, cujo nome científico é Panthera onca, é o maior felino das Américas e o terceiro maior do mundo, ficando atrás apenas do tigre e do leão. Ícone da fauna brasileira, esse predador imponente desempenha um papel crucial na manutenção do equilíbrio ecológico dos ecossistemas em que vive.

A onça-pintada possui um corpo robusto, musculoso e adaptado para a caça. Os adultos pesam entre 56 e 135 kg, podendo alguns machos ultrapassar os 150 kg em áreas como o Pantanal. Seu comprimento varia de 1,5 a 2,4 metros, incluindo a cauda, que mede cerca de 70 cm.

A pelagem é dourada com manchas pretas em forma de rosetas, o que ajuda na camuflagem entre a vegetação densa. Existem também casos raros de melanismo, nos quais o animal apresenta coloração preta, sendo erroneamente chamado de “pantera negra”.

A onça-pintada habita florestas tropicais, savanas, cerrados e áreas de várzea. Sua presença já foi registrada desde o sul dos Estados Unidos até a Argentina, embora atualmente esteja restrita a regiões mais ao sul do México, América Central e América do Sul.

No Brasil, encontra-se principalmente na Amazônia, Pantanal, Cerrado e Mata Atlântica, sendo o Pantanal uma das regiões com maior densidade populacional da espécie.

A reprodução da onça-pintada não possui época fixa, podendo ocorrer durante o ano todo. A gestação dura cerca de 90 a 110 dias, resultando no nascimento de um a quatro filhotes, geralmente dois. Os filhotes nascem cegos e permanecem com a mãe até cerca de dois anos de idade, quando se tornam independentes.

A onça-pintada é um carnívoro oportunista e um predador de topo de cadeia. Sua dieta é extremamente variada e inclui capivaras, queixadas, veados, jacarés, tatus, aves e até bois, quando próxima de áreas rurais. Seu estilo de caça é caracterizado pelo ataque surpresa e uma mordida poderosa, capaz de perfurar o crânio da presa.

Apesar de sua força e adaptabilidade, a onça-pintada está ameaçada de extinção, especialmente fora da Amazônia. Entre os principais fatores de risco estão:

Perda e fragmentação do habitat devido ao desmatamento e à expansão agropecuária. Caça ilegal, tanto por retaliação à predação de animais domésticos quanto por troféus ou peles. Redução da oferta de presas naturais, causada por desequilíbrios ambientais.

A espécie é classificada como “quase ameaçada” globalmente pela Lista Vermelha da IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza), mas em alguns biomas brasileiros, como a Mata Atlântica, encontra-se criticamente ameaçada.

A onça-pintada é excelente nadadora e costuma viver próxima a corpos d'água. É um animal solitário e territorialista, marcando grandes áreas com arranhões, urina e fezes. Tem grande importância cultural para diversos povos indígenas e é símbolo da biodiversidade brasileira.

Proteger a onça-pintada é preservar a riqueza natural do Brasil. Seu desaparecimento acarretaria desequilíbrios ecológicos severos. Esforços de conservação, como a criação de áreas protegidas, corredores ecológicos e ações de educação ambiental, são essenciais para garantir a sobrevivência dessa majestosa espécie nas próximas gerações.


Ramon Ventura

segunda-feira, 26 de agosto de 2024

BOTO-DO-ARAGUAIA

Nome popular: Boto-do-Araguaia.

Nome científico: Inia araguaiaensis.

Peso: Até 140 quilos.

Tamanho: Cerca de 2,5 metros de comprimento.

Família: Iniidae.

Habitat: os rios e afluentes do rio Araguaia e Tocantins.

Local onde é encontrado: Nos Estados como Pará, Tocantins, Maranhão, Goiás e Mato Grosso, além do Distrito Federal.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 

Boto-do-Araguaia (Inia araguaiaensis): Um Tesouro das Águas Brasileiras

O Boto-do-Araguaia, cujo nome científico é Inia araguaiaensis, é uma espécie de golfinho de água doce descoberta oficialmente em 2014, endêmica do rio Araguaia, no Brasil. Essa descoberta representou um marco importante na ciência, pois foi a primeira nova espécie de golfinho identificada em mais de um século.

Pertencente à família Iniidae, o Boto-do-Araguaia pode pesar até 140 quilos e atingir cerca de 2,5 metros de comprimento. Seu corpo é robusto, com uma coloração que varia do cinza ao rosado, semelhante ao seu parente mais conhecido, o boto-cor-de-rosa (Inia geoffrensis), com o qual era anteriormente confundido.

Seu habitat natural são os rios e afluentes do rio Araguaia e Tocantins, abrangendo estados como Pará, Tocantins, Maranhão, Goiás e Mato Grosso, além do Distrito Federal. Mais especificamente, a espécie foi descoberta no Parque Estadual do Cantão, localizado entre os municípios de Caseara e Pium, no estado do Tocantins. Em áreas de água doce e correnteza moderada, preferencialmente com vegetação ripária e margens preservadas. Essa espécie possui distribuição geográfica restrita, o que aumenta sua vulnerabilidade ambiental.

A gestação do boto-do-Araguaia dura cerca de 11 meses, resultando geralmente no nascimento de um único filhote, que depende intensamente da mãe nos primeiros meses de vida. Essa baixa taxa reprodutiva torna a recuperação populacional lenta frente às ameaças.

Em termos de alimentação, a espécie é carnívora, se alimentando principalmente de peixes, utilizando a ecolocalização para caçar em águas turvas. Seu papel como predador de topo é essencial para o equilíbrio ecológico dos rios em que vive.

Apesar de sua importância ecológica, o Boto-do-Araguaia corre sério risco de extinção. As principais ameaças incluem:

Barragens hidroelétricas, que fragmentam seu habitat e isolam populações.

Assoreamento e poluição dos rios, que afetam a disponibilidade de alimento e a qualidade da água.

Pesca predatória e acidental, onde muitos indivíduos acabam presos em redes.

Expansão agropecuária e destruição da mata ciliar, que comprometem a estrutura do ecossistema aquático.

Atualmente, a espécie ainda não possui uma avaliação oficial pela Lista Vermelha da IUCN, mas sua situação demanda atenção urgente, visto seu território restrito e o crescente impacto humano sobre o bioma amazônico e cerrado.

A conservação do Boto-do-Araguaia depende de medidas como a criação de unidades de conservação, a fiscalização da pesca ilegal, o monitoramento populacional e o engajamento das comunidades ribeirinhas. Proteger essa espécie é preservar a riqueza única dos rios brasileiros e garantir o equilíbrio ecológico para as futuras gerações.


Ramon ventura.

quarta-feira, 21 de agosto de 2024

LAGARTO-DE-CAUDA-VERDE

Nome popular: Lagarto-de-Cauda-Verde.

Nome científico: Cnemidophorus littoralis.

Peso: Cerca de 50 a 100 gramas.

Tamanho: De 20 a 30 centímetros.

Família: Teiidae.

Habitat: Ambientes arenosos e vegetação rasteira das restingas, ecossistemas costeiros frágeis, com solo pobre em nutrientes e sujeitos à salinidade.

Local onde é encontrado: Restrita ao estado do Rio de Janeiro, especialmente em áreas de restinga no litoral fluminense, como as regiões de Maricá, Saquarema e Arraial do Cabo.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 

Lagarto-de-Cauda-Verde (Cnemidophorus littoralis): Um Tesouro das Restingas Brasileiras

O lagarto-de-cauda-verde, cientificamente conhecido como Cnemidophorus littoralis, é uma espécie endêmica do Brasil e representa um dos répteis mais singulares dos ecossistemas costeiros. Sua beleza marcante, aliada à sua raridade, torna-o um importante indicador da saúde ambiental dos ambientes em que vive.

Essa espécie pertence à família Teiidae, que agrupa os chamados “teiús” e lagartos corredores. O lagarto-de-cauda-verde possui corpo delgado, com um comprimento que pode variar de 20 a 30 centímetros e um peso que pode chegar a cerca de 50 a 100 gramas. Com coloração variando entre tons de marrom e verde-oliva, e uma cauda alongada de coloração esverdeada vívida — de onde deriva seu nome popular.

Esse réptil é endêmico das restingas da costa sudeste do Brasil, com ocorrência restrita ao estado do Rio de Janeiro, especialmente em áreas de restinga no litoral fluminense, como as regiões de Maricá, Saquarema e Arraial do Cabo. Seu habitat natural são os ambientes arenosos e vegetação rasteira das restingas, ecossistemas costeiros frágeis, com solo pobre em nutrientes e sujeitos à salinidade, onde a espécie se adapta com grande eficiência.

O lagarto-de-cauda-verde apresenta reprodução ovípara, com fêmeas depositando de 1 a 5 ovos por ninhada, geralmente entre os meses mais quentes do ano. A incubação dos ovos ocorre no solo arenoso e dura cerca de 60 a 80 dias, dependendo da temperatura e umidade ambiental.

A dieta da espécie é insetívora, composta principalmente por formigas, cupins, pequenos besouros, aranhas e outros invertebrados encontrados entre a vegetação rasteira e o solo das restingas. Sua alimentação contribui para o equilíbrio ecológico local, ajudando no controle de populações de insetos.

O lagarto-de-cauda-verde está atualmente classificado como Criticamente em Perigo (CR) pela Lista Vermelha da IUCN, e também figura nas listas nacionais de espécies ameaçadas. As principais ameaças incluem:

Urbanização desordenada das áreas litorâneas, que destrói o habitat natural das restingas.

Turismo e expansão imobiliária, que provocam compactação do solo, poluição e degradação ambiental.

Fragmentação e isolamento populacional, que reduzem a variabilidade genética da espécie.

Com uma distribuição geográfica extremamente limitada, sua sobrevivência depende da preservação de fragmentos intactos de restinga e de ações de conservação urgentes.

A espécie foi descrita pela ciência apenas em 2002, o que mostra como os ecossistemas brasileiros ainda escondem espécies pouco conhecidas.

Apesar de seu tamanho pequeno, é extremamente ágil, sendo difícil de observar em campo.

Serve como importante bioindicador da qualidade ambiental das restingas.

O lagarto-de-cauda-verde (Cnemidophorus littoralis) é um símbolo da biodiversidade oculta e ameaçada dos ecossistemas costeiros brasileiros. Proteger essa espécie é preservar um fragmento único da riqueza natural do Brasil e garantir o equilíbrio dos frágeis ambientes de restinga. A conservação de seu habitat é urgente e essencial para sua sobrevivência.

Ramon ventura.

quarta-feira, 12 de abril de 2023

RATO DO CACAU

Nome popular: Rato-do-cacau.

Nome científico: Callistomys pictus.

Peso: Aproximadamente 250 a 300 gramas.

Tamanho: Cerca de 30 cm (incluindo a cauda).

Família: Echimyidae.

Habitat: Vive em fragmentos florestais úmidos e sombreados, muitas vezes em áreas de cacauais sombreados.

Local onde é encontrado: No sul da Bahia.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 


Rato-do-cacau (Callistomys pictus): Um Tesouro Raro da Mata Atlântica

O Rato-do-cacau, cientificamente conhecido como Callistomys pictus, é um pequeno roedor endêmico do Brasil, pertencente à família Echimyidae, a mesma dos popularmente chamados “ratos-de-espinho”. Essa espécie é considerada uma das mais raras e ameaçadas da fauna brasileira, e sua existência está fortemente ligada aos remanescentes da Mata Atlântica nordestina.

De tamanho médio, o Rato-do-cacau mede cerca de 30 cm (incluindo a cauda) e pesa aproximadamente 250 a 300 gramas. Seu corpo é robusto, com pelagem densa e coloração peculiar — geralmente em tons escuros com faixas mais claras ao longo do dorso. Essa característica lhe rendeu o nome específico pictus, que significa "pintado".

Seu habitat é bastante restrito: vive em fragmentos florestais úmidos e sombreados, muitas vezes em áreas de cacauais sombreados, localizados no sul da Bahia, região que abriga os últimos redutos da Mata Atlântica do tipo floresta ombrófila densa. O Rato-do-cacau possui hábitos predominantemente noturnos e arborícolas, sendo encontrado geralmente em galhos baixos e vegetações densas.

A gestação da espécie ainda é pouco documentada devido à sua raridade, mas como outros roedores da mesma família, estima-se que produza pequenas ninhadas com poucos filhotes por vez, o que contribui para uma taxa reprodutiva relativamente baixa.

Quanto à alimentação, trata-se de uma espécie herbívora, consumindo folhas, frutas, sementes e provavelmente partes de plantas cultivadas, como o próprio cacau, de onde deriva seu nome popular.

Atualmente, o Rato-do-cacau é classificado como Criticamente em Perigo (CR) pela Lista Vermelha da IUCN e também pelas listas nacionais de espécies ameaçadas. As principais ameaças que enfrenta são:

Desmatamento intenso da Mata Atlântica;

Expansão urbana e agrícola descontrolada;

Fragmentação de habitat, que isola populações e dificulta a reprodução;

Falta de conhecimento científico sobre sua biologia e ecologia, o que limita ações de conservação eficazes.

A sobrevivência do Callistomys pictus depende diretamente da proteção dos últimos remanescentes de Mata Atlântica no sul da Bahia e do estabelecimento de corredores ecológicos que permitam o fluxo genético entre as populações. Além disso, é fundamental o engajamento de produtores rurais, especialmente do setor cacaueiro, na preservação dos ambientes sombreados que ainda sustentam essa e outras espécies endêmicas.

A conservação do Rato-do-cacau é uma oportunidade de unir ciência, produção sustentável e preservação ambiental, mostrando que o equilíbrio entre natureza e atividade humana é possível e necessário.



Ramon ventura.

sábado, 8 de abril de 2023

GALITO

(Foto: WikiAves)
Nome popular: Galito.

Nome científico: Alectrurus tricolor.

Peso: Pesa aproximadamente 16 a 20 gramas.

Tamanho: Mede cerca de 15 a 17 centímetros de comprimento.

Família: Tyrannidae.

Habitat: Prefere campos nativos abertos, pastagens naturais e áreas de cerrado.

Local onde é encontrado: É encontrada principalmente no sul do Brasil, especialmente nos estados do Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 


Galito (Alectrurus tricolor): A ave dos campos em risco

O Galito, cujo nome científico é Alectrurus tricolor, é uma ave pequena e carismática que chama atenção pelo seu comportamento e aparência inconfundíveis. Pertencente à família Tyrannidae, conhecida como a dos tiranídeos ou “papa-moscas”, o Galito habita regiões campestres do Brasil e de alguns países vizinhos da América do Sul.

O Galito pesa aproximadamente 16 a 20 gramas e mede cerca de 15 a 17 centímetros de comprimento. O macho adulto é inconfundível durante o período reprodutivo: possui penas alongadas na cauda que podem ultrapassar o comprimento do corpo, dando-lhe uma aparência espetacular quando realiza seus voos acrobáticos para cortejar as fêmeas. Sua plumagem combina o branco, preto e tons azulados, formando um contraste elegante — daí o nome “tricolor”.

Essa ave prefere campos nativos abertos, pastagens naturais e áreas de cerrado. É encontrada principalmente no sul do Brasil, especialmente nos estados do Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina, além do Paraguai, Uruguai e norte da Argentina. No entanto, a expansão agrícola e a conversão de campos em plantações têm reduzido drasticamente o seu habitat natural.

A época de reprodução ocorre nos meses mais quentes do ano, geralmente entre outubro e março. O Galito constrói ninhos em gramíneas altas, camuflando-os para proteger os ovos. A fêmea põe de 2 a 3 ovos, e o período de incubação dura cerca de 14 dias. Os filhotes permanecem no ninho por cerca de duas semanas após a eclosão, sendo cuidados exclusivamente pela fêmea.

A dieta do Galito é composta majoritariamente por insetos, como besouros, formigas, gafanhotos e pequenos artrópodes. Ele costuma caçar no chão ou em voo baixo, exibindo um comportamento ágil e oportunista típico dos tiranídeos.

O Galito é considerado uma espécie vulnerável, figurando em listas de espécies ameaçadas de extinção, tanto nacional quanto internacionalmente. A principal ameaça à sua sobrevivência é a perda e degradação do habitat, especialmente devido ao avanço da agricultura, monoculturas, uso de agrotóxicos e urbanização. A substituição dos campos nativos por pastagens exóticas também impacta diretamente sua reprodução e alimentação.

O macho realiza uma dança aérea peculiar durante a corte, com voos verticais e cauda erguida, o que o torna bastante visível no campo.

Fora da época reprodutiva, o macho perde as penas longas da cauda e adquire uma aparência mais semelhante à da fêmea.

A conservação do Galito depende diretamente da preservação dos campos nativos, ecossistemas que, apesar de ricos em biodiversidade, ainda são pouco protegidos no Brasil.

O Galito é um símbolo da beleza e fragilidade dos ecossistemas campestres. Conhecer e proteger essa espécie é essencial para manter a diversidade biológica e os serviços ambientais que os campos nativos oferecem. A educação ambiental e o apoio a práticas sustentáveis no campo são caminhos fundamentais para evitar o desaparecimento dessa ave única.

Ramon Ventura.

terça-feira, 4 de abril de 2023

LAGARTINHO DO CIPÓ

Nome popular: Lagartinho-do-cipó.

Nome científico: Placosoma cipoense.

Peso: Pesa em torno de 5 gramas.

Tamanho: Cerca de 5 a 7 centímetros de comprimento, excluindo a cauda.

Família: Gymnophthalmidae.

Habitat: Campos rupestres, caracterizados por solos arenosos, vegetação baixa e clima rigoroso.

Local onde é encontrado: Minas Gerais.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 


Lagartinho-do-cipó (Placosoma cipoense): um pequeno tesouro da Serra do Cipó

O Lagartinho-do-cipó, de nome científico Placosoma cipoense, é uma das joias pouco conhecidas da biodiversidade brasileira. Pertencente à família Gymnophthalmidae, esse pequeno réptil endêmico encanta por sua delicadeza e por sua importância ecológica, apesar de estar ameaçado pela perda de habitat.

Esse lagarto de pequeno porte mede cerca de 5 a 7 centímetros de comprimento, excluindo a cauda, e pesa em torno de 5 gramas. Como outros membros de sua família, apresenta corpo alongado, patas reduzidas e escamas bem ajustadas ao corpo, o que lhe permite movimentar-se agilmente entre a vegetação rasteira e o solo pedregoso do seu habitat.

O Lagartinho-do-cipó tem hábitos diurnos e terrestres, sendo bastante ativo durante o dia, especialmente em períodos mais quentes. Ele se alimenta principalmente de pequenos invertebrados, como formigas, cupins e outros insetos, desempenhando papel fundamental no controle populacional dessas espécies.

O Placosoma cipoense é uma espécie endêmica da Serra do Cipó, localizada na porção sul da Cadeia do Espinhaço, em Minas Gerais. Seu habitat natural são os campos rupestres, caracterizados por solos arenosos, vegetação baixa e clima rigoroso, com fortes variações de temperatura entre o dia e a noite.

Essa região abriga uma das maiores concentrações de espécies endêmicas do Brasil, sendo considerada um hotspot de biodiversidade. No entanto, o território habitado pelo Lagartinho-do-cipó é extremamente restrito, o que aumenta sua vulnerabilidade a impactos ambientais.

As informações sobre o ciclo reprodutivo do Lagartinho-do-cipó ainda são limitadas, mas, como outros lagartos de pequeno porte da mesma família, acredita-se que apresente reprodução ovípara, com a postura de um a dois ovos por ninhada. A reprodução ocorre nos períodos mais quentes do ano, o que favorece o desenvolvimento embrionário.

O Lagartinho-do-cipó está ameaçado de extinção, principalmente devido à degradação e fragmentação de seu habitat. A Serra do Cipó vem sofrendo com o avanço da mineração, turismo desordenado, incêndios frequentes e ocupações humanas. Como a espécie possui distribuição geográfica extremamente limitada, qualquer alteração em seu ambiente natural pode ter consequências drásticas.

Além disso, a falta de dados detalhados sobre sua ecologia e comportamento dificulta ações eficazes de conservação.

Apesar de pequeno e discreto, o Lagartinho-do-cipó é um indicador ecológico importante da saúde dos campos rupestres. Preservar essa espécie significa manter o equilíbrio de um ecossistema único e insubstituível.

Ações de conservação devem incluir a proteção integral de seu habitat, o monitoramento de populações e a promoção de pesquisas científicas sobre sua biologia. Iniciativas de educação ambiental e políticas públicas que valorizem a biodiversidade da Serra do Cipó também são essenciais para garantir a sobrevivência dessa e de outras espécies ameaçadas.

Ramon ventura.

sábado, 14 de agosto de 2021

SUINDARA


Nome popular: Suindara.

Nome científico: Tyto alba.

Peso: Pesa entre 400 e 600 gramas.

Tamanho: Mede de 33 a 39 cm de comprimento, com envergadura de asas que pode atingir 90 a 95 cm.

Família: Tytonidae.

Habitat: Áreas rurais, campos abertos, pastagens, bordas de matas.

Local onde é encontrado: No Brasil, ocorre em todos os biomas.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 

Suindara (Tyto alba) Uma Coruja Cosmopolita e sua Importância Ecológica

A suindara (Tyto alba), também conhecida como coruja-das-torres ou coruja-branca, é uma ave de rapina noturna pertencente à família Tytonidae. Reconhecida pela face em formato de coração e plumagem clara, desempenha um papel fundamental no controle populacional de roedores, sendo considerada uma aliada natural da agricultura.

A suindara pesa entre 400 e 600 gramas e mede de 33 a 39 cm de comprimento, com envergadura de asas que pode atingir 90 a 95 cm. Sua plumagem apresenta coloração branca no peito e amarelada ou acinzentada nas partes superiores, com manchas escuras. Os olhos são escuros e adaptados à visão noturna, e suas asas largas permitem voo silencioso.

Essa coruja possui ampla distribuição mundial, estando presente em todos os continentes, exceto na Antártica. No Brasil, ocorre em todos os biomas, sendo encontrada em áreas rurais, campos abertos, pastagens, bordas de matas e até em construções humanas como celeiros e torres de igrejas. Prefere locais abertos, onde possa caçar com mais facilidade.

A dieta da suindara é predominantemente composta por roedores, mas também inclui pequenos marsupiais, morcegos, aves e grandes insetos. Sua função ecológica como controladora natural de pragas agrícolas é amplamente reconhecida.

O período reprodutivo varia de acordo com a região, mas geralmente ocorre na primavera e verão. A fêmea põe de 4 a 7 ovos, incubados por cerca de 30 a 34 dias. Os filhotes permanecem no ninho por aproximadamente dois meses, sendo alimentados intensamente pelos pais.

Apesar de amplamente distribuída e classificada como Pouco Preocupante (LC) pela IUCN, a suindara enfrenta ameaças locais, como:

Perda de habitat devido à urbanização e agricultura intensiva;

Morte por atropelamento em rodovias;

Envenenamento indireto por uso de raticidas;

Perseguição humana, motivada por crenças populares equivocadas.

A suindara é considerada um predador de topo em seu nicho e essencial para o equilíbrio ecológico. Seu papel como reguladora de populações de roedores reduz a necessidade do uso de venenos, contribuindo para uma agricultura mais sustentável e para a saúde ambiental.


Ramon Ventura.

sábado, 7 de agosto de 2021

CUÍCA GRACIOSA


Nome popular: Cuíca-graciosa.

Nome científico: Gracilinanus agilis.

Peso: Varia entre 20 e 35 gramas.

Tamanho: Aproximadamente 8 a 13 cm.

Família: Didelphidae.

Habitat: Áreas de vegetação arbustiva ou arbórea densa.

Local onde é encontrado: No Brasil habitando formações como Cerrado, Caatinga e bordas de Mata Atlântica.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 

Cuíca-graciosa (Gracilinanus agilis): aspectos morfológicos, ecológicos e de conservação

A cuíca-graciosa (Gracilinanus agilis) é um pequeno marsupial da família Didelphidae, que engloba espécies de hábito predominantemente noturno e solitário, amplamente distribuídas na América do Sul. Esta espécie é conhecida por sua agilidade e adaptabilidade a diferentes ambientes, características que, entretanto, não a isentam de pressões ambientais significativas.

O peso médio dos indivíduos adultos varia entre 20 e 35 gramas, com comprimento corporal de aproximadamente 8 a 13 cm, acrescido de uma cauda preênsil que pode ultrapassar o tamanho do corpo. A pelagem dorsal é marrom-acinzentada, enquanto a região ventral tende a ser esbranquiçada ou amarelada. Seus grandes olhos e vibrissas longas refletem adaptações a hábitos noturnos e à percepção sensorial apurada.

A espécie apresenta ampla distribuição, ocorrendo no Brasil, Bolívia, Paraguai e Argentina, habitando formações como Cerrado, Caatinga e bordas de Mata Atlântica. É frequentemente encontrada em áreas de vegetação arbustiva ou arbórea densa, com boa cobertura para deslocamento e forrageamento. Apesar de tolerar certa degradação ambiental, mantém preferência por áreas com disponibilidade de refúgios e alimento.

A cuíca-graciosa é noctívaga e arborícola, utilizando sua cauda preênsil para deslocar-se e se equilibrar em galhos. Sua dieta é onívora, composta por insetos, pequenos vertebrados, frutos e néctar, desempenhando papel ecológico relevante na dispersão de sementes e no controle populacional de invertebrados.

A reprodução apresenta sazonalidade em algumas regiões, com picos durante a estação chuvosa, quando há maior disponibilidade de alimento. A gestação dura cerca de 14 dias, resultando em ninhadas de 6 a 12 filhotes, que completam seu desenvolvimento no marsúpio materno e posteriormente se agarram ao dorso da mãe até atingirem independência.

Embora G. agilis seja considerada de Menor Preocupação (LC) pela IUCN, populações locais sofrem declínios devido à perda e fragmentação de habitat, queimadas, expansão agropecuária e presença de predadores domésticos. A manutenção de corredores ecológicos e a preservação de remanescentes nativos são essenciais para sua persistência a longo prazo.

A cuíca-graciosa representa um componente fundamental das redes tróficas dos ecossistemas onde ocorre, contribuindo tanto para o equilíbrio populacional de invertebrados quanto para processos de regeneração vegetal. Estudos contínuos sobre sua ecologia e dinâmica populacional são cruciais para embasar estratégias de manejo e conservação, especialmente em áreas sob intensa pressão antrópica.


Ramon Ventura.

segunda-feira, 2 de agosto de 2021

RAPOSINHA DO CAMPO

Nome popular: Raposa-do-campo.

Nome científico: Lycalopex vetulus.

Peso: Entre 2,5 e 4,0 kg.

Tamanho: Mede cerca de 60 cm de comprimento, com a cauda podendo chegar a 30 cm adicionais.

Família: Canidae.

Habitat: Seu habitat ideal são os campos limpos, cerrados abertos e áreas de transição entre cerrado e pastagens.

Local onde é encontrado: Nos Estados de Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Bahia e São Paulo.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 


Raposa-do-campo (Lycalopex vetulus): A pequena guardiã do Cerrado

A Raposa-do-campo, cientificamente conhecida como Lycalopex vetulus, é um canídeo exclusivo do Brasil e um símbolo dos ecossistemas abertos do Cerrado. Discreta e de hábitos noturnos, essa espécie enfrenta atualmente sérias ameaças à sua sobrevivência devido às mudanças drásticas em seu ambiente natural.

De porte médio, a raposa-do-campo pesa entre 2,5 e 4,0 kg e mede cerca de 60 cm de comprimento, com a cauda podendo chegar a 30 cm adicionais. É considerada o menor canídeo da América do Sul. Sua pelagem é predominantemente cinza, com tons avermelhados nas pernas e nas laterais do rosto, e a ponta da cauda geralmente é preta.

A espécie pertence à família Canidae, que inclui cães, lobos, chacais e outras raposas. O gênero Lycalopex abriga várias espécies sul-americanas de raposas, sendo a vetulus a única endêmica do Brasil.

A raposa-do-campo é endemismo brasileiro, ou seja, só existe no Brasil. Está presente principalmente nas áreas de Cerrado dos estados de Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Bahia e São Paulo. Seu habitat ideal são os campos limpos, cerrados abertos e áreas de transição entre cerrado e pastagens, onde pode se deslocar com agilidade e encontrar abrigo e alimento.

A reprodução ocorre entre julho e setembro, com a gestação durando cerca de 50 a 60 dias. As fêmeas dão à luz de 2 a 5 filhotes, geralmente em tocas subterrâneas, que são cuidadas por ambos os pais. O período de lactação pode durar até dois meses.

Essa espécie apresenta dieta onívora, com preferência por insetos, pequenos vertebrados (como roedores e répteis), frutas e sementes. Durante a estação seca, o consumo de frutas se intensifica, tornando-se uma importante fonte de energia. Esse hábito alimentar auxilia inclusive na dispersão de sementes, colaborando para o equilíbrio ecológico do Cerrado.

A Raposa-do-campo é classificada como quase ameaçada (NT - Near Threatened) pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) e está incluída em listas nacionais de espécies em risco.

As principais ameaças são:

Desmatamento e fragmentação do Cerrado;

Expansão da agropecuária e monoculturas;

Atropelamentos em estradas;

Ataques por cães domésticos e transmissão de doenças, como cinomose e raiva;

Caça e perseguição humana, por vezes confundida com predadores de aves domésticas.

Apesar do nome, a raposa-do-campo não está diretamente relacionada às raposas europeias. Trata-se de um canídeo sul-americano com hábitos e adaptações únicas.

É uma das poucas espécies que dependem diretamente de áreas campestres naturais, hoje severamente reduzidas no país.

Por ser extremamente discreta, muitas vezes sua presença passa despercebida, o que dificulta estudos e ações de proteção mais eficazes.

A preservação da Raposa-do-campo está diretamente ligada à conservação do Cerrado, o segundo maior bioma brasileiro e um dos mais ameaçados do mundo. Proteger essa espécie é um passo importante para garantir a biodiversidade e os serviços ecológicos que o Cerrado oferece, como a regulação do clima e das águas.

Ramon Ventura.