Mostrando postagens com marcador #MeioAmbiente. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador #MeioAmbiente. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 15 de agosto de 2025

MATA ATLÂNTICA

Nome: Bioma Mata Atlântica.

Tamanho: Já cobriu 1,3 milhões de km², hoje resta apenas 12%.

Habitat: Formada por florestas tropicais e subtropicais úmidas, caracterizadas por alta densidade de árvores, grande diversidade de plantas e clima predominantemente quente e úmido.

Local onde é encontrado: Totalmente nos Rio de Janeiro, Espírito Santo, Santa Catarina, Paraná e São Paulo. E parcialmente, nos estados do Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí, Goiás e Mato Grosso do Sul.

Motivo da busca: bioma ameaçado de extinção. 

Mata Atlântica: Um Patrimônio Natural em Risco


A Mata Atlântica é um dos biomas mais ricos em biodiversidade do planeta, reconhecida mundialmente como um hotspot de diversidade biológica. Originalmente, estendia-se por aproximadamente 1,3 milhão de km², cobrindo grande parte da costa leste, sudeste e sul do Brasil. Hoje, restam apenas cerca de 12% de sua vegetação original, distribuídos de forma fragmentada.

A Mata Atlântica é formada por florestas tropicais e subtropicais úmidas, caracterizadas por alta densidade de árvores, grande diversidade de plantas e clima predominantemente quente e úmido. É encontrada principalmente em áreas litorâneas, serranas e de planaltos, com ecossistemas variados como restingas, manguezais e florestas de encosta.

Historicamente, a Mata Atlântica abrangia 17 estados brasileiros. Totalmente nos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Santa Catarina, Paraná e São Paulo. E parcialmente, nos estados do Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí, Goiás e Mato Grosso do Sul.

Atualmente, o bioma ainda está presente, em maior ou menor extensão, em todos esses estados, porém muito reduzido em áreas contínuas.

A biodiversidade da Mata Atlântica é impressionante. Estima-se que o bioma abrigue mais de 20 mil espécies de plantas, sendo cerca de 8 mil endêmicas (ocorrem apenas nessa região). Entre os animais, destacam-se mamíferos como a onça-pintada, o muriqui-do-sul e o tamanduá-bandeira; aves como o mutum-de-penacho e o papagaio-de-cara-roxa; além de répteis, anfíbios e uma infinidade de insetos únicos.

O risco de extinção da Mata Atlântica está diretamente ligado à ação humana. O desmatamento para expansão urbana e agrícola, a fragmentação dos habitats, a poluição de rios e a caça ilegal reduziram drasticamente as áreas preservadas. Como resultado, muitas espécies encontram-se ameaçadas e os serviços ambientais do bioma — como a regulação do clima, a proteção de mananciais e a manutenção da fertilidade do solo — estão comprometidos.

A preservação da Mata Atlântica é essencial para garantir o equilíbrio ecológico, a qualidade de vida das populações humanas e a sobrevivência de espécies únicas. Proteger este patrimônio natural é um compromisso que deve envolver governos, empresas e cidadãos, pois o futuro do bioma é também o futuro do Brasil.


Ramon ventura.

quarta-feira, 6 de agosto de 2025

AMAZÔNIA

Nome: Bioma Amazônia.

Tamanho: Com uma extensão aproximada de 4.196.943 km² em território brasileiro.

Habitat: O habitat do bioma Amazônia é um dos mais ricos e complexos do planeta, marcado por florestas tropicais densas, clima quente e úmido, e uma biodiversidade impressionante.

Local onde é encontrado: Nos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.

Motivo da busca: Bioma ameaçada de extinção.

Bioma Amazônia: O Gigante Verde do Brasil


A Amazônia é o maior bioma do Brasil e uma das regiões mais biodiversas do planeta. Com uma extensão aproximada de 4.196.943 km² em território brasileiro, ela representa cerca de 49% de todo o território nacional. Além do Brasil, esse bioma se estende por outros oito países da América do Sul, mas sua porção brasileira é a mais extensa e rica em diversidade.

O bioma está presente integralmente ou em parte em nove estados da federação:

Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão (parte oeste), Mato Grosso (norte), Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins (extremo norte).

Esses estados integram a chamada Amazônia Legal, uma área definida para fins de planejamento econômico e social, conservação e proteção ambiental.

O habitat do bioma Amazônia é um dos mais ricos e complexos do planeta, marcado por florestas tropicais densas, clima quente e úmido, e uma biodiversidade impressionante. Com vegetação exuberante e uma vasta rede de rios, como o rio Amazonas, essa região abriga milhares de espécies de animais e plantas, muitas exclusivas desse ecossistema. Apesar da aparência fértil, o solo é pobre em nutrientes, e a vida depende da constante reciclagem da matéria orgânica.

A Amazônia abriga aproximadamente 40 mil espécies de plantas, mais de 400 espécies de mamíferos, 1.300 espécies de aves, 400 de anfíbios, 300 de répteis e mais de 3 mil espécies de peixes. Além disso, estima-se que a região contenha 10% de todas as espécies conhecidas no mundo, incluindo muitas ainda não descritas pela ciência.

Essa biodiversidade desempenha um papel fundamental nos ciclos climáticos, no equilíbrio dos ecossistemas e no fornecimento de serviços ambientais essenciais, como o sequestro de carbono, a produção de água e a regulação do clima.

Apesar de sua grandiosidade, o bioma Amazônia enfrenta sérios riscos ambientais. Entre os principais fatores que colocam sua existência em perigo estão:


Desmatamento ilegal, principalmente para expansão agropecuária e extração de madeira;

Mineração predatória, inclusive em terras indígenas;

Construção de grandes obras, como hidrelétricas e estradas, que fragmentam o habitat;

Queimadas criminosas, que degradam o solo e a vegetação;

Mudanças climáticas, que impactam o regime de chuvas e a temperatura da floresta.


Estudos científicos alertam que o bioma pode estar se aproximando de um ponto de não retorno: um estágio crítico em que a floresta perde sua capacidade de regeneração natural, sendo convertida gradualmente em uma savana degradada.

Preservar a Amazônia é fundamental não apenas para o Brasil, mas para todo o planeta. Sua floresta influencia o regime de chuvas de outras regiões, armazena grandes quantidades de carbono e sustenta populações indígenas e comunidades tradicionais que vivem em harmonia com a floresta há séculos.

A conservação do bioma requer políticas públicas eficazes, fiscalização ambiental, valorização da ciência e, sobretudo, o reconhecimento de que a Amazônia é um patrimônio natural estratégico para o futuro da humanidade.


Ramon Ventura.

quarta-feira, 16 de julho de 2025

JAGUARUNDI

Nome popular: Jaguarundi.

Nome científico: Puma yagouaroundi

Peso: Entre 4,5 e 9 kg.

Tamanho: Comprimento do corpo pode chegar a 60 cm a 80 cm, com a cauda medindo de 30 a 60 cm.

Família: Felidae.

Habitat: Uma ampla variedade de ambientes, desde florestas tropicais e subtropicais até áreas de cerrado, campos abertos e bordas de matas,

Local onde é encontrado: No Brasil, especialmente nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e partes do Sudeste.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 


Jaguarundi (Puma yagouaroundi): O felino discreto das Américas

O jaguarundi, conhecido também como gato-mourisco ou eirá, é um felino selvagem pouco conhecido, mas extremamente importante para os ecossistemas onde vive. Seu nome científico é Puma yagouaroundi e, apesar de ser parente próximo da onça-parda (Puma concolor), apresenta características únicas que o diferenciam de outros felinos da América do Sul.

O jaguarundi possui um corpo alongado e esguio, com patas curtas, orelhas arredondadas e uma cauda longa. Seu peso varia entre 4,5 e 9 kg, e o comprimento do corpo pode chegar a 60 cm a 80 cm, com a cauda medindo de 30 a 60 cm. A pelagem é curta e uniforme, com coloração que varia entre tons de cinza, castanho, avermelhado e preto. Curiosamente, essas variações de cor não indicam subespécies diferentes, mas sim uma diversidade natural da espécie.

O jaguarundi pertence à família Felidae, a mesma dos grandes felinos, como onças e leopardos. Dentro do gênero Puma, ele é o único outro representante além da onça-parda.

Este felino habita uma ampla variedade de ambientes, desde florestas tropicais e subtropicais até áreas de cerrado, campos abertos e bordas de matas. Ele prefere regiões com vegetação densa, próximas a cursos d’água. A espécie é encontrada do sul dos Estados Unidos até o norte da Argentina, com presença significativa no Brasil, especialmente nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e partes do Sudeste.

A reprodução do jaguarundi ocorre durante o ano todo, e a fêmea pode dar à luz de 1 a 4 filhotes após um período de gestação que dura cerca de 70 a 75 dias. Os filhotes nascem com manchas que desaparecem à medida que crescem.

O jaguarundi é carnívoro e oportunista, com uma dieta composta por pequenos mamíferos (como roedores), aves, répteis e até mesmo alguns insetos. Por vezes, pode se alimentar de frutos, principalmente em épocas de escassez de presas. Sua habilidade de caça diurna o diferencia de outros felinos tipicamente noturnos.

Apesar de ainda ser classificado como "Pouco Preocupante" (LC) pela Lista Vermelha da IUCN, o jaguarundi enfrenta sérias ameaças em diversas regiões. A destruição e fragmentação do habitat, causada pela expansão agrícola, urbanização e queimadas, é um dos principais fatores de risco. Além disso, o atropelamento em rodovias e a caça ilegal também contribuem para o declínio de suas populações.

Diferente da maioria dos felinos, o jaguarundi é ativo durante o dia (diurno).

Seu comportamento é solitário e bastante territorial.

Raramente vocaliza, mas é capaz de emitir sons diversos, como assobios, roncos e chilreios.

O jaguarundi é uma espécie discreta, mas vital para o equilíbrio ecológico das áreas onde vive. Sua presença é um indicativo de ecossistemas saudáveis, e sua conservação depende diretamente da proteção dos habitats naturais e da conscientização sobre sua importância. Conhecer e valorizar espécies como o jaguarundi é um passo essencial para a preservação da biodiversidade brasileira.

Ramon Ventura.

quinta-feira, 6 de abril de 2023

BAGRINHO DE CAVERNA

Nome popular: Bagrinho-de-Caverna.

Nome científico: Trichomycterus itacarambiensis.

Peso: Inferior a 10 gramas.

Tamanho: Atingindo cerca de 4 a 6 cm de comprimento.

Família: Trichomycteridae.

Habitat: Ambientes aquáticos subterrâneos. 

Local onde é encontrado: No município de Itacarambi, Minas Gerais, dentro do bioma Caatinga.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 

Bagrinho-de-Caverna (Trichomycterus itacarambiensis) Um Peixe Único dos Ecossistemas Subterrâneos

O bagrinho-de-caverna (Trichomycterus itacarambiensis) é um pequeno peixe endêmico do Brasil, pertencente à família Trichomycteridae. É uma espécie adaptada à vida subterrânea, caracterizada pela ausência total de olhos e pela coloração pálida, resultado da adaptação evolutiva a ambientes de escuridão permanente.

O bagrinho-de-caverna é de pequeno porte, atingindo cerca de 4 a 6 cm de comprimento e peso inferior a 10 gramas. Possui corpo alongado, barbatanas discretas e barbilhões sensoriais desenvolvidos, que compensam a ausência de visão, permitindo detectar vibrações e movimentos na água.

Essa espécie é restrita ao sistema de cavernas de Olhos d’Água, no município de Itacarambi, Minas Gerais, dentro do bioma Caatinga. Vive exclusivamente em ambientes aquáticos subterrâneos (troglóbios), com águas claras, frias e pouco iluminadas, totalmente dependente da estabilidade hidrológica das cavernas.

Sua dieta é composta por pequenos invertebrados aquáticos e matéria orgânica trazida pelas correntes internas das cavernas. Como o ambiente subterrâneo possui baixa oferta de alimento, o bagrinho apresenta metabolismo reduzido, estratégia que garante sua sobrevivência em condições de escassez.

Há poucas informações detalhadas sobre sua reprodução, mas acredita-se que o ciclo reprodutivo seja lento e com número reduzido de ovos, característica comum em espécies troglóbias. A baixa taxa reprodutiva contribui para sua vulnerabilidade.

O Trichomycterus itacarambiensis está listado como Criticamente em Perigo (CR) pela Lista Vermelha da IUCN e pelo ICMBio. As principais ameaças incluem:

Poluição das águas subterrâneas por agrotóxicos e esgoto;

Exploração turística desordenada das cavernas;

Alterações no regime hídrico devido a atividades agrícolas e captação de água.


Por ser endêmico de um único sistema de cavernas, qualquer alteração em seu habitat pode levar a um colapso populacional irreversível.

O bagrinho-de-caverna é um indicador biológico da qualidade da água subterrânea, refletindo diretamente a saúde dos ecossistemas cavernícolas. Sua preservação depende de ações rigorosas de proteção das cavernas e do entorno, incluindo o controle de poluição e o manejo sustentável do turismo.


Ramon Ventura.

sábado, 14 de agosto de 2021

SUINDARA


Nome popular: Suindara.

Nome científico: Tyto alba.

Peso: Pesa entre 400 e 600 gramas.

Tamanho: Mede de 33 a 39 cm de comprimento, com envergadura de asas que pode atingir 90 a 95 cm.

Família: Tytonidae.

Habitat: Áreas rurais, campos abertos, pastagens, bordas de matas.

Local onde é encontrado: No Brasil, ocorre em todos os biomas.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 

Suindara (Tyto alba) Uma Coruja Cosmopolita e sua Importância Ecológica

A suindara (Tyto alba), também conhecida como coruja-das-torres ou coruja-branca, é uma ave de rapina noturna pertencente à família Tytonidae. Reconhecida pela face em formato de coração e plumagem clara, desempenha um papel fundamental no controle populacional de roedores, sendo considerada uma aliada natural da agricultura.

A suindara pesa entre 400 e 600 gramas e mede de 33 a 39 cm de comprimento, com envergadura de asas que pode atingir 90 a 95 cm. Sua plumagem apresenta coloração branca no peito e amarelada ou acinzentada nas partes superiores, com manchas escuras. Os olhos são escuros e adaptados à visão noturna, e suas asas largas permitem voo silencioso.

Essa coruja possui ampla distribuição mundial, estando presente em todos os continentes, exceto na Antártica. No Brasil, ocorre em todos os biomas, sendo encontrada em áreas rurais, campos abertos, pastagens, bordas de matas e até em construções humanas como celeiros e torres de igrejas. Prefere locais abertos, onde possa caçar com mais facilidade.

A dieta da suindara é predominantemente composta por roedores, mas também inclui pequenos marsupiais, morcegos, aves e grandes insetos. Sua função ecológica como controladora natural de pragas agrícolas é amplamente reconhecida.

O período reprodutivo varia de acordo com a região, mas geralmente ocorre na primavera e verão. A fêmea põe de 4 a 7 ovos, incubados por cerca de 30 a 34 dias. Os filhotes permanecem no ninho por aproximadamente dois meses, sendo alimentados intensamente pelos pais.

Apesar de amplamente distribuída e classificada como Pouco Preocupante (LC) pela IUCN, a suindara enfrenta ameaças locais, como:

Perda de habitat devido à urbanização e agricultura intensiva;

Morte por atropelamento em rodovias;

Envenenamento indireto por uso de raticidas;

Perseguição humana, motivada por crenças populares equivocadas.

A suindara é considerada um predador de topo em seu nicho e essencial para o equilíbrio ecológico. Seu papel como reguladora de populações de roedores reduz a necessidade do uso de venenos, contribuindo para uma agricultura mais sustentável e para a saúde ambiental.


Ramon Ventura.

sábado, 31 de julho de 2021

QUEIXADA


Nome popular: Queixada.

Nome científico: Tayassu pecari.

Peso: Entre 25 e 40 kg.

Tamanho: Medindo de 90 a 140 cm de comprimento, com cauda curta de cerca de 3 a 6 cm.

Família: Tayassuidae.

Habitat: Florestas tropicais úmidas, cerrados e áreas de transição.

Local onde é encontrado: Praticamente toda a Amazônia brasileira, regiões do Pantanal e fragmentos de Mata Atlântica.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 

Queixada (Tayassu pecari) Um Símbolo da Biodiversidade Neotropical

O queixada (Tayassu pecari) é um mamífero silvestre pertencente à família Tayassuidae, amplamente reconhecido por viver em bandos numerosos e por sua importância ecológica nas florestas tropicais. Adultos podem pesar entre 25 e 40 kg, medindo de 90 a 140 cm de comprimento, com cauda curta de cerca de 3 a 6 cm. Sua pelagem varia do castanho-escuro ao preto, apresentando uma faixa esbranquiçada na mandíbula inferior, característica que lhe dá o nome popular.

O queixada habita florestas tropicais úmidas, cerrados e áreas de transição. É encontrado desde o sul do México até o norte da Argentina, incluindo praticamente toda a Amazônia brasileira, regiões do Pantanal e fragmentos de Mata Atlântica. Prefere ambientes conservados e com ampla disponibilidade de alimentos, evitando áreas com alto grau de desmatamento.

Sua dieta é onívora, mas predominantemente frugívora. Alimenta-se de frutos, sementes, raízes, folhas e, ocasionalmente, pequenos invertebrados. Ao consumir e dispersar sementes, desempenha um papel vital na regeneração florestal.

O período de gestação dura cerca de 150 dias, resultando geralmente no nascimento de 2 a 4 filhotes. A reprodução pode ocorrer ao longo do ano, com maior incidência na estação chuvosa, quando há maior disponibilidade de frutos.

Diferente de outros pecarídeos, o queixada forma bandos numerosos, que podem variar de 50 até mais de 300 indivíduos, movendo-se constantemente em busca de alimento. Essa vida gregária oferece proteção contra predadores, mas também torna a espécie mais vulnerável a caçadores.

A espécie sofre declínios populacionais devido a caça predatória, perda e fragmentação de habitat e doenças transmitidas por suínos domésticos. Segundo a Lista Vermelha da IUCN, o Tayassu pecari está classificado como Vulnerável em várias regiões, com risco acentuado de extinção local, especialmente em áreas da Mata Atlântica e do Cerrado.

Além de dispersar sementes, o queixada é considerado uma espécie-chave para o equilíbrio dos ecossistemas, pois sua movimentação e forrageamento modificam o solo e influenciam a composição vegetal. Sua preservação é essencial para manter a biodiversidade das florestas neotropicais.

Este texto visa contribuir para o conhecimento e a apreciação do queixada, incentivando ações de conservação e preservação dessa importante espécie.


Ramon Ventura.

quarta-feira, 28 de julho de 2021

CACHORRO DO MATO DE ORELHAS CURTAS

Nome popular: Cachorro-do-mato-de-orelhas-curtas.

Nome científico: Atelocynus microtis.

Peso: Peso variando entre 9 e 10 kg.

Tamanho: Comprimento corporal entre 85 a 100 cm, incluindo a cauda.

Família: Canidae.

Habitat: Prefere ambientes florestais densos e isolados, com pouca interferência humana, e evita áreas abertas.

Local onde é encontrado: No Brasil, sua ocorrência é confirmada principalmente nos estados do Amazonas, Acre, Rondônia e Pará.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 


Cachorro-do-mato-de-orelhas-curtas (Atelocynus microtis): o canídeo misterioso da floresta amazônica

O Cachorro-do-mato-de-orelhas-curtas, cientificamente conhecido como Atelocynus microtis, é uma das espécies de canídeos mais enigmáticas e menos conhecidas da fauna sul-americana. Com hábitos discretos e vida solitária, esse animal desperta a curiosidade de pesquisadores e conservacionistas por sua raridade e comportamento pouco documentado.

Pertencente à família Canidae, o Atelocynus microtis apresenta um porte pequeno a médio, com peso variando entre 9 e 10 kg e comprimento corporal entre 85 a 100 cm, incluindo a cauda. Seu nome popular faz referência às suas orelhas curtas e arredondadas, uma característica única entre os canídeos brasileiros. Sua pelagem densa e escura, geralmente acinzentada ou enegrecida, contribui para seu excelente camuflamento nas sombras da floresta.

Esta espécie é endêmica da região amazônica, sendo encontrada em florestas tropicais úmidas do Brasil, Peru, Colômbia, Equador e Bolívia. No Brasil, sua ocorrência é confirmada principalmente nos estados do Amazonas, Acre, Rondônia e Pará. O Cachorro-do-mato-de-orelhas-curtas prefere ambientes florestais densos e isolados, com pouca interferência humana, e evita áreas abertas.

De hábitos solitários e noturnos, é uma espécie bastante esquiva e difícil de ser observada. Alimenta-se de forma onívora, consumindo pequenos mamíferos, aves, répteis, insetos, frutas e ovos, o que contribui para seu papel ecológico como regulador populacional de presas e dispersor de sementes.

As informações sobre sua reprodução ainda são escassas devido à raridade de registros. Estima-se que o período de gestação dure cerca de 60 dias, com o nascimento de 2 a 4 filhotes. A espécie depende de áreas preservadas para reprodução e cuidado com os filhotes, o que torna sua sobrevivência vulnerável à fragmentação do habitat.

O Cachorro-do-mato-de-orelhas-curtas está classificado como “quase ameaçado” (NT – Near Threatened) pela IUCN, e sua situação pode piorar rapidamente. As principais ameaças incluem:

Desmatamento e fragmentação da floresta amazônica;

Construção de estradas e grandes obras de infraestrutura;

Caça acidental e conflitos com humanos;

Baixa densidade populacional e pouca adaptabilidade a áreas degradadas.

Sua presença é um indicativo da qualidade ambiental das florestas. Quando ele desaparece, é sinal de que o ecossistema está perdendo equilíbrio.

A proteção do Cachorro-do-mato-de-orelhas-curtas é fundamental não apenas pela sua raridade, mas também pelo seu papel ecológico e por representar a riqueza da biodiversidade amazônica. Investir em pesquisa científica, proteção de habitats e políticas de conservação da Amazônia é essencial para garantir a sobrevivência dessa espécie tão única e ainda pouco conhecida.

Ramon ventura.

terça-feira, 20 de julho de 2021

CAIARARA

Nome popular: Caiarara.

Nome científico: Cebus kaapori.

Peso: Peso entre 2,5 e 3,5 kg.

Tamanho: Comprimento corporal que varia de 35 a 45 centímetros, excluindo a cauda, que pode medir quase o mesmo tamanho do corpo. 

Família: Cebidae.

Habitat: Restrito às florestas tropicais úmidas da Amazônia Oriental.

Local onde é encontrado: Na região entre os rios Tocantins e Gurupi, nos estados do Maranhão e Pará.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 


Caiarara (Cebus kaapori): o primata mais ameaçado da Amazônia Oriental

O Caiarara, cientificamente chamado de Cebus kaapori, é uma das espécies de macacos-prego mais raras e ameaçadas do Brasil. Endêmico da Amazônia Oriental, esse primata da família Cebidae chama atenção não só por sua aparência distinta, mas principalmente por estar entre os primatas mais ameaçados da fauna brasileira.

O Cebus kaapori possui porte médio, com peso entre 2,5 e 3,5 kg, e comprimento corporal que varia de 35 a 45 centímetros, excluindo a cauda, que pode medir quase o mesmo tamanho do corpo. Sua pelagem é predominantemente clara, com tons esbranquiçados ou amarelados, contrastando com áreas mais escuras no dorso e nos membros. Sua face expressiva e olhos grandes são típicos dos macacos-prego.

O habitat do Caiarara está restrito às florestas tropicais úmidas da Amazônia Oriental, especialmente na região entre os rios Tocantins e Gurupi, nos estados do Maranhão e Pará. Habita florestas de terra firme e florestas de transição, sendo altamente dependente de áreas preservadas e contínuas de vegetação nativa.

De hábitos diurnos e arborícolas, o Caiarara vive em pequenos grupos sociais, utilizando vocalizações e interações corporais para comunicação. É um primata onívoro, com dieta baseada em frutas, sementes, insetos, ovos, pequenos vertebrados e brotos, desempenhando papel crucial na dispersão de sementes e equilíbrio ecológico da floresta.

A gestação dura cerca de 150 a 160 dias, resultando geralmente no nascimento de um único filhote por vez. Os filhotes permanecem próximos à mãe durante os primeiros meses de vida, aprendendo a se alimentar, locomover e interagir com o grupo.

O Caiarara encontra-se criticamente ameaçado de extinção (CR – Critically Endangered), segundo a Lista Vermelha da IUCN e o ICMBio. As principais ameaças incluem:

Desmatamento intenso na Amazônia Oriental, uma das regiões mais afetadas pela expansão agropecuária;

Fragmentação florestal, que isola populações e dificulta a reprodução;

Caça ilegal, mesmo sendo protegida por lei;

Baixa taxa reprodutiva, que dificulta a recuperação populacional.


A área de distribuição do Caiarara tem sido severamente reduzida, e os remanescentes florestais onde ainda vive estão sob constante pressão humana.

A sobrevivência do Caiarara depende de ações urgentes de conservação, como:

Criação e gestão efetiva de unidades de conservação;

Fiscalização contra o desmatamento e a caça;

Educação ambiental nas comunidades locais;

Incentivo à pesquisa científica sobre a biologia e ecologia da espécie.

Proteger o Caiarara é preservar uma parte essencial da riqueza biológica da Amazônia Oriental, além de reforçar a importância da conservação dos ecossistemas tropicais.

Ramon ventura.

sábado, 17 de julho de 2021

TUBARÃO TIGRE

Nome popular: Tubarão-tigre.

Nome científico: Galeocerdo cuvier.

Peso: Pode pesar mais de 600 kg.

Tamanho: Pode atingir até 5 metros de comprimento.

Família: Carcharhinidae.

Habitat: Habita áreas costeiras e oceânicas, sendo visto em recifes de corais, estuários, ilhas e até em alto-mar, geralmente em profundidades de até 140 metros, mas podendo ir além.

Local onde é encontrado: No Brasil, é encontrado ao longo de toda a costa, sendo mais frequente em regiões como o Nordeste e Sudeste, onde as águas são mais quentes.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 

Tubarão-tigre (Galeocerdo cuvier): O predador versátil dos mares tropicais

O tubarão-tigre (Galeocerdo cuvier) é um dos mais reconhecidos e estudados tubarões do mundo, conhecido por sua força, adaptabilidade e comportamento oportunista. Seu nome vem das listras escuras em seu dorso, semelhantes às de um tigre, especialmente visíveis em indivíduos jovens. Esta espécie exerce um papel essencial no equilíbrio ecológico dos oceanos tropicais.

Pertencente à família Carcharhinidae, o tubarão-tigre é um dos maiores tubarões do mundo. Pode atingir até 5 metros de comprimento e pesar mais de 600 kg, embora indivíduos com cerca de 3 a 4 metros e 400 a 500 kg sejam mais comuns. Sua cabeça é larga e arredondada, e seus dentes são serrilhados e adaptados para cortar uma ampla variedade de presas.

O tubarão-tigre é uma espécie cosmopolita, amplamente distribuída em águas tropicais e subtropicais ao redor do mundo, incluindo os oceanos Atlântico, Pacífico e Índico. No Brasil, é encontrado ao longo de toda a costa, sendo mais frequente em regiões como o Nordeste e Sudeste, onde as águas são mais quentes.

Habita áreas costeiras e oceânicas, sendo visto em recifes de corais, estuários, ilhas e até em alto-mar, geralmente em profundidades de até 140 metros, mas podendo ir além.

A reprodução do tubarão-tigre é vivípara com placenta ausente (ou ovovivípara), ou seja, os embriões se desenvolvem dentro do corpo da fêmea, alimentando-se de um saco vitelino. A gestação dura entre 13 a 16 meses, e a fêmea dá à luz de 10 a 80 filhotes, dependendo do tamanho e da condição do animal. Os filhotes nascem medindo cerca de 50 a 90 cm.

Este tubarão é um predador altamente generalista e oportunista, o que o torna um dos mais adaptáveis do oceano. Alimenta-se de uma enorme variedade de presas, incluindo:

Peixes, raias, tartarugas marinhas, aves costeiras, moluscos e crustáceos, mamíferos marinhos (como golfinhos), e até lixo ou resíduos humanos (como plástico).

Sua dieta diversificada lhe rendeu o apelido de “lata de lixo do mar”, embora esse título ignore seu papel ecológico fundamental como controlador populacional.

O tubarão-tigre está atualmente classificado como "Quase Ameaçado" (NT) na Lista Vermelha da IUCN, mas em algumas regiões já apresenta declínio acentuado de populações. Os principais fatores de ameaça incluem:

Pesca predatória e capturas acidentais (bycatch) em redes de pesca industrial;

Comércio de barbatanas, carne e fígado (rico em óleo);

Perseguição por medo infundado, relacionado a ataques a banhistas;

Destruição de habitats costeiros, onde juvenis crescem e se alimentam.

Além disso, sua baixa taxa reprodutiva e o tempo longo de gestação tornam sua recuperação populacional mais lenta.

Como predador de topo, o tubarão-tigre desempenha um papel vital no controle das populações de diversas espécies marinhas, evitando desequilíbrios ecológicos. Sua presença saudável é um indicativo de ecossistemas marinhos equilibrados e funcionais.

A conservação do tubarão-tigre depende de ações coordenadas, como regulamentação da pesca, proteção de áreas marinhas e educação ambiental, para combater mitos e promover o respeito a esses animais fundamentais para os oceanos.

Proteger o tubarão-tigre é preservar os mares tropicais e garantir a saúde de toda a cadeia alimentar marinha.


Ramon ventura.

terça-feira, 21 de julho de 2020

CAATINGA


Nome: Bioma Caatinga.

Tamanho: Ocupa uma área de aproximadamente 850 mil quilômetros quadrados.

Habitat: Caracterizado pelo clima semiárido, com altas temperaturas e baixa pluviosidade, e por uma vegetação adaptada à escassez de água.

Local onde é encontrado: Pelos estados do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e parte de Minas Gerais.

Motivo da busca: Bioma ameaçada de extinção.



Bioma Caatinga: Um Tesouro Exclusivo do Brasil em Risco

A Caatinga é o único bioma exclusivamente brasileiro, reconhecido mundialmente por sua singularidade ecológica e importância sociocultural. Ocupa uma área de aproximadamente 850 mil quilômetros quadrados — o equivalente a cerca de 10% do território nacional — e se estende por nove estados: Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e parte de Minas Gerais.

Caracterizado pelo clima semiárido, com altas temperaturas e baixa pluviosidade, o bioma abriga uma vegetação adaptada à escassez de água, composta por espécies resistentes, muitas delas com estruturas especializadas para armazenar umidade. Apesar de sua aparência árida, a Caatinga guarda uma rica biodiversidade e um ecossistema altamente adaptado às condições climáticas extremas.

Estima-se que a Caatinga possua mais de 900 espécies de plantas, muitas delas endêmicas — ou seja, exclusivas dessa região. Espécies como o ipê-roxo, o cumaru, a carnaúba e a aroeira (atualmente ameaçada de extinção) se destacam, além de plantas herbáceas como a malva e a flor de tijirana, que colorem a paisagem nos períodos chuvosos.

A fauna também é diversificada: mais de 800 espécies de animais habitam o bioma, incluindo 148 mamíferos, 510 aves, 154 répteis e anfíbios, e cerca de 240 espécies de peixes. Animais emblemáticos como o tamanduá-bandeira, o tatu-bola, o preá, a arara-azul-de-lear, o soldadinho-do-Araripe e seis espécies de felinos, como a onça-pintada e a jaguatirica, reforçam o valor ecológico da região. Além disso, os invertebrados, embora menos conhecidos, têm papel essencial na polinização e na base da cadeia alimentar.

Infelizmente, toda essa riqueza natural está sob grave ameaça. A Caatinga é um dos biomas mais degradados do Brasil. Estima-se que entre 45% e 50% de sua cobertura vegetal original já tenha sido destruída. Mais de 60% das áreas da Caatinga são suscetíveis à desertificação, resultado de um histórico de práticas insustentáveis como monocultura, pecuária extensiva, queimadas e ausência de manejo adequado do solo. A extração de madeira nativa para a produção de lenha e carvão vegetal, usada principalmente em fábricas gesseiras e siderúrgicas, também contribui significativamente para a degradação.

Além dos impactos ambientais, a degradação da Caatinga compromete a fertilidade do solo, reduz a disponibilidade de recursos hídricos e afeta diretamente a qualidade de vida das populações locais. Com isso, a biodiversidade entra em colapso e espécies ameaçadas se aproximam da extinção.

Hoje, apenas 7,8% da Caatinga está sob proteção oficial por meio de Unidades de Conservação, sendo que apenas 1,3% são áreas de proteção integral. Esse número está aquém da meta de 10% prevista pela Convenção Internacional sobre Diversidade Biológica, da qual o Brasil é signatário. Como alternativa, as Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN) têm ganhado importância, representando 35,6% das áreas protegidas no bioma, permitindo pesquisa, conservação e turismo sustentável.

Apesar dos desafios, há caminhos promissores. As experiências de populações tradicionais e agricultores familiares da Caatinga mostram que é possível conviver com o semiárido por meio de práticas agroecológicas e manejo sustentável. Cultivos diversos, criação de animais adaptados e uso responsável da biodiversidade têm gerado renda, segurança alimentar e conservação ambiental.

Reconhecendo sua importância global, um estudo do Banco Mundial em parceria com a WWF classificou a Caatinga como prioridade de conservação em nível I — o mais alto grau de relevância ecológica.

A Caatinga é um patrimônio exclusivamente brasileiro. Proteger esse bioma é mais do que uma necessidade ambiental: é um compromisso com a nossa história, cultura, economia e com as futuras gerações. Preservá-la é garantir a vida em um dos ecossistemas mais únicos e resilientes do planeta.

Ramon Ventura.

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

BOTO COR DE ROSA

Nome popular: Boto-cor-de-rosa.

Nome científico: Inia geoffrensis.

Peso: Entre 100 e 160 quilos.

Tamanho: Um adulto pode atingir até 2,5 metros de comprimento.

Família: Iniidae.

Habitat: Habita rios, lagos e áreas de várzea da bacia amazônica.

Local onde é encontrado: Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 


Boto-cor-de-rosa (Inia geoffrensis): o encantador golfinho dos rios amazônicos

O boto-cor-de-rosa, também conhecido como boto-vermelho ou simplesmente boto, é uma das criaturas mais fascinantes da fauna brasileira. De nome científico Inia geoffrensis, este mamífero aquático é o maior golfinho de água doce do mundo e uma figura icônica da Amazônia, tanto pela sua importância ecológica quanto pelo seu valor cultural e simbólico nas lendas e tradições locais.

O boto pertence à família Iniidae, composta por golfinhos exclusivamente fluviais. Um adulto pode atingir até 2,5 metros de comprimento e pesar entre 100 e 160 quilos. A coloração rosada, que dá nome à espécie, é mais intensa nos machos e pode variar do cinza claro ao rosa vivo, influenciada por fatores como idade, sexo e temperatura da água.

O boto-cor-de-rosa habita rios, lagos e áreas de várzea da bacia amazônica, estendendo-se por países como Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Peru e Venezuela. É adaptado para ambientes de águas turvas e de correnteza lenta, sendo encontrado com mais frequência durante a época de cheia, quando expande seu território por áreas inundadas da floresta.

O boto é um animal inteligente, solitário e curioso. Apesar de, por vezes, formar grupos pequenos, costuma caçar sozinho. Sua alimentação é bastante diversificada, incluindo peixes, crustáceos e até pequenos répteis, como tartarugas e cobras d’água. A espécie é considerada um superpredador em seu ecossistema, controlando populações de peixes e contribuindo para o equilíbrio ambiental.

A reprodução ocorre geralmente durante a estação seca. A fêmea dá à luz um único filhote após cerca de 11 a 13 meses de gestação. O filhote nasce com cerca de 80 cm e permanece sob cuidados maternos por até dois anos, período em que aprende a caçar e se orientar nos rios.

O boto-cor-de-rosa é classificado pela IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza) como “Em Perigo” (EN). As principais ameaças incluem:

A poluição dos rios, especialmente por mercúrio utilizado no garimpo ilegal.

A captura acidental em redes de pesca e sua matança deliberada para ser usado como isca na pesca de peixes como o piracatinga.

A destruição do habitat, causada pelo desmatamento, construção de barragens e alteração dos cursos d’água.

O aumento do tráfego de embarcações, que causa colisões e perturba o ambiente natural.

O boto é um importante indicador da saúde dos ecossistemas aquáticos. Sua presença está diretamente relacionada à qualidade ambiental dos rios amazônicos. Além disso, é protagonista de diversas lendas do folclore brasileiro, sendo retratado como um ser encantado que se transforma em homem nas festas ribeirinhas.

Preservar o boto-cor-de-rosa é proteger toda a riqueza da Amazônia.
A conscientização da sociedade, a fiscalização das atividades ilegais e a promoção de programas de conservação são essenciais para garantir o futuro dessa espécie tão emblemática da biodiversidade brasileira.

Ramon Ventura.

quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

BARAÚNA

Nome popular: Baraúna.

Nome científico: Schinopsis brasiliensis.

Tamanho: Podendo atingir de 10 a 15 metros de altura e possuir um tronco grosso.

Família: Anacardiaceae.

Habitat: Seu habitat natural está restrito à vegetação da Caatinga.

Onde ocorre: nos estados do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Bahia e norte de Minas Gerais.

Motivo da busca: Ameaçada de extinção!

Baraúna (Schinopsis brasiliensis): A força do semiárido que resiste ao tempo

A Baraúna, cujo nome científico é Schinopsis brasiliensis, é uma árvore nativa do bioma Caatinga, típica do Nordeste brasileiro. Pertencente à família Anacardiaceae – a mesma do cajueiro –, essa espécie é conhecida por seu porte imponente, podendo atingir de 10 a 15 metros de altura e possuir um tronco grosso, de madeira extremamente dura e resistente.

A Baraúna cresce predominantemente em regiões secas, adaptando-se bem aos solos pedregosos e à baixa disponibilidade de água. Seu habitat natural está restrito à vegetação da Caatinga, principalmente nos estados do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Bahia e norte de Minas Gerais. Essa árvore desempenha um papel fundamental na paisagem do semiárido, tanto do ponto de vista ecológico quanto socioeconômico.

A madeira da Baraúna é extremamente valorizada por sua durabilidade, resistência à umidade, cupins e intempéries, sendo usada tradicionalmente na construção civil, cercas, dormentes e móveis rústicos. Além disso, sua casca possui taninos com potencial uso medicinal e industrial.

Ecologicamente, a Baraúna contribui para a estabilização do solo, oferece sombra e abrigo para a fauna local, e participa da dinâmica ecológica das florestas secas tropicais.

Apesar de sua resistência natural, a Baraúna encontra-se ameaçada de extinção. Os principais fatores de risco incluem:

Exploração madeireira excessiva e sem manejo sustentável;

Desmatamento e conversão de áreas nativas para agricultura e pastagem;

Falta de políticas públicas específicas de conservação da Caatinga.


Com a regeneração natural comprometida e a exploração predatória ainda ativa em muitas áreas, a espécie tem visto sua população diminuir consideravelmente.

Para garantir a sobrevivência da Baraúna, é urgente promover ações de conservação, como o reflorestamento com espécies nativas, o uso sustentável da madeira, e o fortalecimento de unidades de conservação que protejam a Caatinga. Também é necessário estimular o uso consciente e manejado por comunidades locais, integrando conhecimento tradicional e ciência.

A preservação da Baraúna é, antes de tudo, um passo essencial para a manutenção do equilíbrio ecológico da Caatinga e para valorizar a rica biodiversidade do semiárido brasileiro.

Ramon Ventura.

terça-feira, 19 de novembro de 2019

AROEIRA

Nome popular: Aroeira.

Nome científico: Myracrodruon urundeuva.

Tamanho: até 20 metros de altura, com tronco reto e casca espessa.

Família: Anacardiaceae.

Habitat: Solos bem drenados e regiões de clima quente e seco, sendo comum em áreas de floresta estacional decidual e savanas.

Onde ocorre: Ela é encontrada em estados como Bahia, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, Piauí, Ceará e Tocantins.

Motivo da busca: Ameaçada de extinção!

Aroeira (Myracrodruon urundeuva): Uma joia nativa em risco

A Aroeira, cientificamente conhecida como Myracrodruon urundeuva, é uma árvore nativa do Brasil, amplamente valorizada por suas propriedades medicinais, seu uso na marcenaria e sua importância ecológica. Pertencente à família Anacardiaceae, essa espécie destaca-se tanto pelo seu porte imponente quanto pela sua relevância para os biomas brasileiros.

A Aroeira é uma árvore de médio a grande porte, podendo atingir até 20 metros de altura, com tronco reto e casca espessa. Suas folhas compostas e pequenas flores amarelas despontam entre os meses de agosto e novembro, atraindo polinizadores importantes como abelhas e pequenos insetos. Os frutos, do tipo drupa, amadurecem entre setembro e dezembro e são dispersos principalmente pelo vento.

Essa espécie ocorre naturalmente em diversos biomas, com destaque para a Caatinga, o Cerrado e o Pantanal. Ela é encontrada em estados como Bahia, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul, Piauí, Ceará e Tocantins, entre outros. Adapta-se bem a solos bem drenados e regiões de clima quente e seco, sendo comum em áreas de floresta estacional decidual e savanas.

A Aroeira desempenha um papel fundamental na recuperação de áreas degradadas, graças à sua resistência à seca e ao solo pobre. Sua madeira é extremamente densa, durável e resistente a pragas, sendo largamente utilizada na construção civil e na fabricação de móveis de alta qualidade. Além disso, possui uso medicinal popular, principalmente a casca e o extrato, utilizados no tratamento de inflamações, infecções e problemas respiratórios.

Apesar de sua ampla distribuição natural, a Aroeira encontra-se em risco de extinção, principalmente devido à exploração madeireira ilegal, desmatamento para atividades agropecuárias e coleta predatória para fins medicinais. O corte indiscriminado dessa espécie, somado à regeneração lenta e à baixa taxa de germinação de suas sementes, coloca em risco sua permanência nos ecossistemas.

A espécie já está incluída em listas estaduais e federais de espécies ameaçadas, sendo protegida por legislações ambientais que restringem sua exploração sem autorização prévia. A conservação da Aroeira é essencial para a manutenção do equilíbrio ecológico das regiões onde ocorre e para a preservação de conhecimentos tradicionais ligados ao uso sustentável da planta.

A Aroeira é um verdadeiro patrimônio natural do Brasil. Sua conservação não é apenas uma questão ambiental, mas também cultural e econômica. Incentivar o plantio, o manejo sustentável e a fiscalização de sua exploração são medidas fundamentais para garantir que essa árvore continue fazendo parte da nossa paisagem e das futuras gerações.

Ramon Ventura.

segunda-feira, 18 de novembro de 2019

JACARÉ DO PAPO AMARELO

(Foto: Divulgação/ Parque Zoobotânico Arruda Câmara)
Nome popular: Jacaré-de-papo-amarelo.

Nome científico: Caiman latirostris.

Peso: De 50 a 90 kg.

Tamanho: Entre 2 a 3 metros de comprimento.

Família: Alligatoridae.

Habitat: Áreas úmidas e aquáticas de diferentes regiões brasileiras.

Local onde é encontrado: Está presente em grande parte do território brasileiro, principalmente nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 

Jacaré-de-papo-amarelo (Caiman latirostris): O guardião das águas do sul

O jacaré-de-papo-amarelo, cientificamente conhecido como Caiman latirostris, é um dos maiores representantes da fauna reptiliana da América do Sul. Com aparência imponente e papel ecológico essencial, esse réptil habita áreas úmidas e aquáticas de diferentes regiões brasileiras, sendo também encontrado em países vizinhos.

Esse jacaré recebe seu nome popular devido à coloração amarelada na região do papo, contrastando com o restante do corpo, geralmente de tom verde-oliva escuro. Pode atingir entre 2 a 3 metros de comprimento e pesar de 50 a 90 kg, embora indivíduos excepcionalmente grandes possam ultrapassar esses números. Possui focinho largo e achatado, olhos e narinas voltados para cima, o que facilita a respiração e observação enquanto permanece submerso.

Pertence à família Alligatoridae, a mesma de outros jacarés, e é um parente próximo do jacaré-do-pantanal (Caiman yacare) e do aligator americano (Alligator mississippiensis).

O jacaré-de-papo-amarelo é uma espécie típica de ambientes dulcícolas (água doce), sendo encontrado em rios, lagoas, banhados, brejos, várzeas e manguezais. Está presente em grande parte do território brasileiro, principalmente nas regiões Sudeste, Sul e Centro-Oeste, e também ocorre em países como Argentina, Paraguai, Uruguai e Bolívia.

A temporada de reprodução acontece geralmente no verão. A fêmea constrói um ninho com matéria vegetal próximo à água, onde deposita entre 20 e 60 ovos. O período de incubação varia de 70 a 90 dias. Ao nascerem, os filhotes medem cerca de 20 a 25 cm, e a mãe pode protegê-los nos primeiros dias contra predadores.

O jacaré-de-papo-amarelo é um predador oportunista e generalista. Sua dieta inclui:

Peixes, crustáceos e moluscos. Anfíbios, aves aquáticas e pequenos mamíferos. Frutas, especialmente em áreas de Mata Atlântica, o que também o torna um potencial dispersor de sementes.

Esse réptil desempenha papel vital no equilíbrio dos ecossistemas aquáticos, regulando populações de suas presas e mantendo o controle sobre o ambiente que habita. Além disso, contribui com o ciclo de nutrientes e serve de alimento para outros animais em diferentes fases da vida.


Apesar de não estar atualmente classificado como criticamente ameaçado, o jacaré-de-papo-amarelo é uma espécie considerada quase ameaçada (NT) em algumas listas regionais. Os principais riscos incluem:

Destruição e poluição dos habitats aquáticos, por expansão urbana, agricultura e uso de agrotóxicos. Caça ilegal, tanto por medo quanto por interesse em sua pele. Tráfico de animais e coleta de ovos. Atropelamentos e conflitos com humanos, principalmente em áreas urbanizadas.

A conservação do jacaré-de-papo-amarelo depende da preservação dos ambientes aquáticos, da conscientização pública e do fortalecimento da fiscalização contra a caça e o tráfico. Ao protegê-lo, também protegemos toda uma cadeia ecológica que depende dos ambientes úmidos — do menor invertebrado aos grandes predadores.

Ramon ventura

segunda-feira, 9 de setembro de 2019

AVELOZ

Nome popular: Aveloz.

Nome científico: Euphorbia tirucalli

Tamanho: entre 2 e 6 metros de altura.

Ordem: Malpighiales

Família: Euphorbiaceae.

Gênero: Euphorbia

Habitat: Ele cresce com facilidade em solos pobres, secos e expostos ao sol pleno

Onde ocorre: semiárido nordestino e Cerrado.

Motivo da busca: Ameaçada de extinção!

Aveloz (Euphorbia tirucalli): Uma planta versátil que exige atenção

O Aveloz, conhecido cientificamente como Euphorbia tirucalli, é uma planta arbustiva de aparência exótica e amplamente reconhecida por suas propriedades medicinais, ornamentais e pela capacidade de se adaptar a ambientes áridos. Pertencente à família Euphorbiaceae, o Aveloz se destaca por sua rusticidade e pela resina leitosa que exsuda de seus caules — uma característica marcante, mas também perigosa.

O Aveloz apresenta um porte que varia entre 2 e 6 metros de altura, podendo, em condições ideais, alcançar dimensões ainda maiores. Seu caule é suculento, cilíndrico, sem folhas aparentes na maior parte do tempo, o que o faz parecer uma planta “sem galhos”. Essa aparência peculiar rendeu-lhe nomes populares como “pau-pelado”, “árvore-lápis” e “arbusto-lápis”.

Original da África tropical e subtropical, o Aveloz foi amplamente introduzido em diversas regiões tropicais do mundo, incluindo o Brasil, onde se adaptou especialmente bem ao semiárido nordestino, ao Cerrado e a áreas costeiras com clima seco e quente. Ele cresce com facilidade em solos pobres, secos e expostos ao sol pleno, sendo utilizado inclusive para contenção de encostas, formação de cercas vivas e projetos de recuperação ambiental.

Além de sua função paisagística e de controle ambiental, o Aveloz é amplamente conhecido por seu uso na medicina popular. Tradicionalmente, partes da planta têm sido utilizadas no tratamento de verrugas, inflamações, dores e, mais recentemente, como um controverso “remédio natural” contra o câncer — o que gerou debates e alertas de órgãos de saúde.

Atenção: sua seiva leitosa é tóxica e pode causar queimaduras na pele, irritações nos olhos, vômitos e até intoxicação grave se ingerida. Portanto, o uso medicinal deve ser evitado sem acompanhamento profissional.

Apesar de não estar atualmente classificado como ameaçado em nível global, o Aveloz corre riscos localizados de desaparecimento devido a queimadas, urbanização descontrolada, retirada predatória para fins medicinais e ornamentais, além de percepções negativas ligadas ao seu potencial tóxico, que podem levar à eliminação da planta em algumas regiões.

Com a expansão urbana e o desmatamento, muitas populações naturais têm sido substituídas por áreas agrícolas ou urbanizadas, limitando o espaço para a regeneração espontânea da espécie.

O Aveloz é uma planta com múltiplas funções e grande resiliência, capaz de sobreviver em condições adversas. No entanto, seu uso deve ser acompanhado de informação e responsabilidade, tanto pelo potencial medicinal quanto pelos riscos associados. Proteger essa espécie é também preservar a diversidade de soluções naturais que a flora brasileira e mundial pode oferecer — sempre com equilíbrio entre tradição, ciência e conservação.

Ramon Ventura.