Nome científico: Mergus octosetaceus
Nome popular: pato-mergulhão.
Tamanho: de 48 a 55 centímetros de comprimento.
Local onde é encontrado: nas bacias dos rios São Francisco, Paraná, Tocantins e Doce
Habitat: rios de regiões de floresta subtropical e do Cerrado.
Motivo da busca: animal ameaçado de extinção!
A poluição das águas e a retirada da vegetação próxima aos rios podem fazer essa ave desaparecer para sempre.
O pato-mergulhão faz seu ninho em oco de árvores, rochas ou em barrancos à beira de rios
Eles vivem em rios de águas claras, com pequenas corredeiras e piscinas naturais. São exímios nadadores e quando encontram o(a) companheiro(a) ficam juntos por toda a vida, criam seus filhotes e vivem felizes para sempre. Conto de fadas? Nada disso! Tirando o exagero do “felizes para sempre”, esta é a vida real do pato-mergulhão. As aves dessa espécie têm plumagem discreta.
A cabeça e o pescoço são bem escuros, com reflexo esverdeado e um lindo penacho, que é maior nos machos. O corpo é cinza, com detalhes castanhos. Peito, abdômen e asas têm algumas penas brancas, enquanto os pés são vermelhos. Na água, nadam que é uma beleza, graças às membranas que têm entre os dedos, facilitando o deslocamento.
O macho e a fêmea são muito unidos e escolhem uma parte do rio para viverem. Mas não é fácil observá-los porque se camuflam muito bem no ambiente. Ao menor sinal de perigo, saem voando ou nadando velozmente. Em situações extremas, mergulham e reaparecem bem longe, exceto quando o casal está com filhotes pequenos. Aí, não abandonam a família, nadam e chamam as crias, evitando deixá-las sozinhas. Família unida parece ser o lema do pato-mergulhão, que cuida mesmo muito bem dela. Para terem seus filhotes, o casal faz o ninho em oco de árvores, rochas ou em barrancos à beira do rio.
O local escolhido costuma ser o lar da família por vários anos. Ali são colocados até oito ovos, com intervalos de um a dois dias. A fêmea deixa o ninho duas vezes por dia, somente para fazer suas necessidades e se alimentar, pois fica chocando os ovos por muito tempo, no mínimo, 33 dias. O macho vigia a área e aproveita a saída da fêmea para namorar e voar um pouco junto com ela. Quem olha de longe até pensa que há uma só ave voando, por conta da forma que o pato-mergulhão encontrou para proteger sua companheira: voa ao lado dela até bem pertinho da entrada do ninho. Então, ela entra sem chamar a atenção dos predadores.
Quando nascem, os filhotes ficam apenas um dia no ninho. Na manhã seguinte, já saltam para nadar no rio (veja o vídeo a seguir e acompanhe esse momento). Assim, toda a família fica reunida e os pais podem protegê-los dos seus principais predadores, lontras e aves de rapina.
Como passa boa parte da vida nos rios, o pato-mergulhão necessita de água limpa. É da água que a espécie retira o seu alimento: peixes, como o lambari, que captura com seu forte bico, em longos mergulhos.
A poluição das águas e a retirada da vegetação próxima aos rios são os principais problemas ambientais que ameaçam a sobrevivência do pato-mergulhão. Quando determinada área onde mora é desmatada, a terra que está em volta corre para dentro do rio, é o chamado assoreamento. A água – que muitas vezes já está poluída – misturada com terra fica turva e escura, o que dificulta a captura de peixes pela ave. Sem água limpa e sem alimento, este animal pode desaparecer do planeta.
Ramon Ventura
Sávio Freire Bruno e Ana Luiza Mello
Setor de Animais Selvagens - Veterinária
Universidade Federal Fluminense.
Revista CHC
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