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quinta-feira, 13 de abril de 2017

BAGRINHO

Nome popular: Bagrinho.

Nome científico: Acentronichthys leptos.

Peso: Geralmente inferior a 50 gramas.

Tamanho: cerca de 10 a 12 cm de comprimento.

Família: Heptapteridae.

Habitat: Riachos de águas claras e bem oxigenadas, com fundo rochoso ou arenoso, na Mata Atlântica.

Local onde é encontrado: Estado do Rio de Janeiro.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção.

Bagrinho (Acentronichthys leptos): um pequeno peixe, grande indicador de saúde ambiental

O bagrinho, conhecido cientificamente como Acentronichthys leptos, é um pequeno peixe de água doce pertencente à família Heptapteridae, grupo que reúne bagres de hábitos noturnos e de fundo. Apesar do tamanho modesto e da aparência discreta, esse peixe desempenha um papel ecológico importante nos ambientes que habita, sendo um verdadeiro indicador da qualidade dos ecossistemas aquáticos.

O bagrinho apresenta um corpo alongado e esguio, podendo atingir cerca de 10 a 12 cm de comprimento, com peso geralmente inferior a 50 gramas. Sua coloração varia entre tons acastanhados e amarelados, o que o ajuda a se camuflar entre o substrato e as folhas nos riachos e córregos.

Essa espécie é endêmica do Brasil, sendo encontrada principalmente em riachos de águas claras e bem oxigenadas, com fundo rochoso ou arenoso, na Mata Atlântica, especialmente no estado do Rio de Janeiro. É um peixe adaptado a ambientes de correnteza moderada a forte, o que o torna sensível a alterações em seu habitat.

As informações sobre a reprodução do Acentronichthys leptos ainda são limitadas, mas, como outros peixes de sua família, acredita-se que apresente reprodução ovípara, com fertilização externa e desenvolvimento dos ovos em locais protegidos entre pedras e raízes submersas. O sucesso reprodutivo depende diretamente da qualidade da água e da preservação do ambiente.

O bagrinho é um peixe insetívoro e detritívoro, alimentando-se principalmente de insetos aquáticos, pequenos invertebrados e matéria orgânica depositada no fundo dos riachos. Esse hábito contribui para o controle de populações de insetos e para o equilíbrio da cadeia alimentar local.

O bagrinho enfrenta sérias ameaças que colocam sua população em risco, entre elas:

Desmatamento da Mata Atlântica, que afeta diretamente os corpos d’água;

Poluição hídrica, principalmente por esgoto doméstico e resíduos industriais;

Construção de barragens e alteração de cursos d’água, que fragmentam seu habitat;

Assoreamento de riachos, reduzindo áreas adequadas para sua alimentação e reprodução.

Por ser uma espécie com distribuição restrita e sensível a mudanças ambientais, o Acentronichthys leptos é considerado potencialmente ameaçado de extinção, especialmente devido à degradação de seu ambiente natural.

Apesar de pequeno, o bagrinho desempenha uma função vital nos ecossistemas de riachos, atuando na decomposição da matéria orgânica e no controle de populações de invertebrados. Além disso, sua presença pode ser um indicador de qualidade ambiental, uma vez que a espécie só se desenvolve bem em águas limpas e bem preservadas.

O Acentronichthys leptos é mais um exemplo de como a conservação de pequenos animais está diretamente ligada à preservação dos ecossistemas como um todo. Proteger o bagrinho é também proteger as nascentes, os riachos e a rica biodiversidade da Mata Atlântica. Investir em saneamento, reflorestamento e educação ambiental é essencial para garantir um futuro para essa e outras espécies ameaçadas.

Ramon Ventura.