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sábado, 14 de junho de 2025

CASTANHA DO PARÁ

Nome popular: Castanha-do-Pará.

Nome científico: Bertholletia excelsa.

Tamanho: Podendo atingir até 50 metros de altura e diâmetros superiores a 1,5 metro.

Família: Lecythidaceae.

Habitat: Prefere florestas de terra firme, com solo profundo e bem drenado, crescendo em áreas pouco perturbadas.

Onde ocorre: No Brasil, é mais comum nos estados do Acre, Amazonas, Pará, Rondônia e Amapá.

Motivo da busca: Ameaçada de extinção!


Castanha-do-Pará (Bertholletia excelsa): Uma Joia da Floresta Amazônica



A castanha-do-pará, também conhecida como castanha-do-brasil ou castanha-da-Amazônia, é uma das árvores mais emblemáticas e valiosas da Floresta Amazônica. Seu nome científico é Bertholletia excelsa, e ela pertence à família Lecythidaceae. Esta espécie destaca-se não apenas pelo porte imponente, mas também por sua importância ecológica, econômica e nutricional.

A Bertholletia excelsa é uma árvore de grande porte, podendo atingir até 50 metros de altura e diâmetros superiores a 1,5 metro. Seu tronco é reto e cilíndrico, com copa densa que se projeta acima das demais árvores da floresta. A longevidade dessa espécie é notável — algumas árvores podem viver por mais de 500 anos.

A castanheira-do-pará é nativa da Amazônia sul-americana, sendo encontrada principalmente no Brasil, Bolívia, Colômbia, Guiana, Peru e Venezuela. No Brasil, é mais comum nos estados do Acre, Amazonas, Pará, Rondônia e Amapá. Prefere florestas de terra firme, com solo profundo e bem drenado, crescendo em áreas pouco perturbadas.

O fruto da castanheira, com casca dura semelhante a um coco, contém de 10 a 25 sementes — as conhecidas castanhas-do-pará. Ricas em selênio, proteínas, gorduras boas e antioxidantes, essas sementes são amplamente utilizadas na alimentação humana, tanto in natura quanto em produtos processados.

Além do valor nutricional, a castanha-do-pará é uma importante fonte de renda para comunidades extrativistas da Amazônia. A coleta dos frutos ocorre principalmente em áreas de floresta nativa, sem necessidade de derrubar as árvores, o que torna sua exploração sustentável quando bem manejada.

Apesar de sua importância, a Bertholletia excelsa está ameaçada de extinção. A principal causa é o desmatamento para expansão agropecuária, mineração e infraestrutura, que destrói seu habitat natural. A fragmentação florestal compromete a reprodução da espécie, que depende da polinização realizada por abelhas de grande porte, como a Euglossa, e da dispersão de sementes feita por animais, como cutias.

Devido a essa pressão, a castanheira foi incluída na Lista Vermelha da IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza), classificada como vulnerável. No Brasil, é protegida por lei federal, sendo proibido seu corte, exceto com autorização especial para fins científicos ou de manejo sustentável.

A preservação da castanheira-do-pará é fundamental não apenas para manter o equilíbrio ecológico da Amazônia, mas também para garantir o sustento de milhares de famílias que dependem da castanha para viver. Incentivar o consumo consciente, apoiar produtos certificados e defender políticas públicas de conservação são passos essenciais para proteger essa preciosidade da floresta.


Ramon Ventura.

segunda-feira, 9 de junho de 2025

BORBOLETA DA PRAIA


Nome popular:
Borboleta-da-praia. 

Nome científico: Parides ascanius.

Peso: É inferior a 1 grama.

Tamanho: Apresenta envergadura entre 7 a 9 cm.

Família: Papilionidae.

Habitat: Ambientes úmidos costeiros, como brejos e áreas de restinga.

Local onde é encontrado: No estado do Rio de Janeiro.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 


Borboleta-da-praia (Parides ascanius): uma joia ameaçada da restinga brasileira


Parides ascanius, popularmente conhecida como borboleta-da-praia, é uma espécie endêmica do sudeste do Brasil, notadamente nos ecossistemas de restinga e brejos associados à Mata Atlântica, com registros principalmente no estado do Rio de Janeiro.

Essa espécie pertence à família Papilionidae e apresenta envergadura entre 7 a 9 cm. Seu peso é inferior a 1 grama, como é característico de borboletas. Os adultos possuem coloração preta com manchas vermelhas nas asas posteriores e áreas claras nas asas anteriores, características que a tornam facilmente identificável.

O habitat natural da Parides ascanius são ambientes úmidos costeiros, como brejos e áreas de restinga, os quais vêm sendo cada vez mais reduzidos e fragmentados. Sua distribuição é altamente restrita, o que a torna particularmente vulnerável a alterações ambientais.

Os adultos alimentam-se do néctar de flores típicas da vegetação de restinga. As lagartas são altamente especializadas e dependem exclusivamente da planta Aristolochia macroura como hospedeira para sua alimentação e desenvolvimento. Esse fator reforça sua dependência de habitats específicos e sua sensibilidade a distúrbios ambientais.

O ciclo reprodutivo, como em outras borboletas, envolve a oviposição em folhas da planta hospedeira, seguida pelo desenvolvimento larval e pupação. Não há dados exatos sobre o tempo total de gestação, mas estima-se que o desenvolvimento completo do ovo ao adulto dure algumas semanas, dependendo das condições ambientais.

A borboleta-da-praia está listada como espécie ameaçada de extinção no Brasil, classificada como Vulnerável (VU) pela Lista Nacional de Espécies Ameaçadas. As principais ameaças incluem:

Destruição e fragmentação do habitat, devido à urbanização costeira, drenagem de brejos e expansão agrícola. Poluição e alteração do ciclo hidrológico nas áreas de restinga. Redução da planta hospedeira (Aristolochia macroura), que compromete a reprodução da espécie.

Parides ascanius é considerada uma espécie indicadora ambiental, ou seja, sua presença reflete a qualidade ecológica dos ecossistemas costeiros. Sua conservação está diretamente relacionada à proteção das restingas e brejos — ecossistemas historicamente negligenciados na agenda ambiental brasileira.

Preservar a borboleta-da-praia é preservar todo um ecossistema delicado e fundamental. O seu desaparecimento seria mais do que a perda de uma espécie: seria o colapso de uma cadeia ecológica interdependente. O esforço pela conservação das áreas de restinga e a recuperação da planta hospedeira são ações urgentes para garantir sua sobrevivência.


Ramon Ventura

SOCÓ BOI ESCURO


Nome popular:
Socó-boi-escuro.

Nome científico: Tigrisoma fasciatum.

Peso: Entre 800 gramas e 1,1 kg.

Tamanho: Medindo aproximadamente 63 a 76 centímetros de comprimento.

Família: Ardeidae.

Habitat: Habita rios de águas claras, riachos florestais, igarapés e áreas ribeirinhas densas, geralmente em florestas tropicais e subtropicais úmidas.

Local onde é encontrado: No inclui a região amazônica e partes da Mata Atlântica brasileira, especialmente em estados como Amazonas, Pará, Mato Grosso e regiões da bacia do rio São Francisco.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 


Socó-boi-escuro (Tigrisoma fasciatum): O Vigilante Silencioso dos Riachos Tropicais


O socó-boi-escuro, de nome científico Tigrisoma fasciatum, é uma ave da ordem Pelecaniformes e da família Ardeidae, a mesma das garças e dos socós. De hábitos discretos e aparência imponente, essa espécie é conhecida por sua plumagem densa e comportamento reservado, o que a torna uma presença misteriosa nas margens de rios e florestas tropicais.

O socó-boi-escuro é uma ave de porte médio, medindo aproximadamente 63 a 76 centímetros de comprimento e pesando entre 800 gramas e 1,1 kg. Sua plumagem é marcada por tons escuros e padrões listrados (fasciados), que o ajudam a se camuflar entre a vegetação ribeirinha. Possui bico longo e afiado, adaptado para capturar presas aquáticas.

Essa ave habita rios de águas claras, riachos florestais, igarapés e áreas ribeirinhas densas, geralmente em florestas tropicais e subtropicais úmidas. Prefere áreas com vegetação densa, onde pode se esconder com facilidade.

Sua distribuição vai do sul do México até o norte da Argentina, incluindo a região amazônica e partes da Mata Atlântica brasileira, especialmente em estados como Amazonas, Pará, Mato Grosso e regiões da bacia do rio São Francisco.

O socó-boi-escuro é um predador solitário e paciente. Alimenta-se principalmente de peixes, crustáceos, anfíbios e insetos aquáticos, que captura com rapidez após longos períodos de imobilidade. Essa estratégia de caça o torna quase invisível enquanto espera a aproximação de sua presa.

Pouco se sabe sobre os detalhes reprodutivos da espécie, mas, como outros membros da família Ardeidae, o socó-boi-escuro constrói ninhos em galhos altos próximos à água, utilizando gravetos. A incubação dura cerca de 25 a 30 dias, e os filhotes são cuidados pelos dois pais até estarem prontos para deixar o ninho.

Atualmente, o Tigrisoma fasciatum não é considerado globalmente ameaçado de extinção, estando classificado como "Pouco Preocupante" pela IUCN. No entanto, em determinadas regiões, especialmente no Brasil, a espécie enfrenta riscos locais devido à destruição de habitats ripários, poluição dos cursos d’água e desmatamento.

Além disso, a degradação das matas ciliares e a contaminação por mercúrio em rios amazônicos, causada pela mineração ilegal, afetam diretamente sua alimentação e reprodução.

O nome “socó-boi” é uma referência ao som grave e gutural que essas aves podem emitir, especialmente durante o período reprodutivo.

Por ser extremamente discreto, é frequentemente subestimado nos inventários de biodiversidade, o que dificulta avaliações precisas sobre sua situação populacional.

Sua presença é um indicador ecológico da qualidade dos ecossistemas aquáticos, pois depende de rios limpos e com boa cobertura vegetal.

O socó-boi-escuro é uma ave fascinante, símbolo do equilíbrio dos ecossistemas aquáticos tropicais. Sua conservação está diretamente ligada à proteção de rios, igarapés e florestas ciliares, ambientes vitais para centenas de outras espécies. Conhecer e valorizar aves como o Tigrisoma fasciatum é um passo essencial para preservar a riqueza natural do Brasil.


Ramon Ventura

CHOROZINHO DE PAPO PRETO

Nome popular: Chorozinho-de-papo-preto.

Nome científico: Herpsilochmus pectoralis.

Peso: Cerca de 9 a 12 gramas.

Tamanho: Medindo entre 11 e 12 cm de comprimento.

Família: Thamnophilidae.

Habitat: É restrita a ambientes de mata seca e arbustiva, típicos do bioma Caatinga.

Local onde é encontrado: Nos estados de Alagoas, Sergipe, Pernambuco e Paraíba.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 


Chorozinho-de-papo-preto (Herpsilochmus pectoralis): Uma Joia Rara da Avifauna Brasileira


O Chorozinho-de-papo-preto, cujo nome científico é Herpsilochmus pectoralis, é uma ave passeriforme pertencente à família Thamnophilidae, conhecida popularmente como família dos papa-formigas. Esta pequena e discreta ave endêmica do Brasil está seriamente ameaçada de extinção, sendo símbolo da biodiversidade única — e ameaçada — da Caatinga.

O Chorozinho-de-papo-preto é uma ave de pequeno porte, medindo entre 11 e 12 cm de comprimento e pesando em média cerca de 9 a 12 gramas. O macho adulto apresenta plumagem cinza com o peito negro, característica que dá nome à espécie. As fêmeas, por sua vez, possuem coloração mais pálida e não exibem o papo preto tão evidente.

Essa espécie é restrita a ambientes de mata seca e arbustiva, típicos do bioma Caatinga. É encontrada em fragmentos florestais de áreas secas e bem preservadas no nordeste do Brasil, especialmente nos estados de Alagoas, Sergipe, Pernambuco e Paraíba, com registros mais recentes concentrados em áreas protegidas e remanescentes florestais do agreste e do sertão.

A alimentação do Herpsilochmus pectoralis consiste, principalmente, de pequenos insetos e artrópodes que captura nas folhagens e galhos finos. É uma ave ativa, que costuma forragear em pares ou pequenos grupos mistos de aves insetívoras.

Informações detalhadas sobre a reprodução da espécie ainda são limitadas, mas como a maioria dos thamnofilídeos, o Chorozinho-de-papo-preto constrói ninhos em forma de tigela com materiais vegetais. A incubação e o cuidado parental são provavelmente compartilhados entre macho e fêmea, como ocorre em espécies próximas.

O Chorozinho-de-papo-preto encontra-se atualmente classificado como "Criticamente em Perigo" (CR) na Lista Vermelha da IUCN e na lista oficial do ICMBio. Sua população total estimada é inferior a 250 indivíduos maduros.

A principal ameaça à sua sobrevivência é o desmatamento da Caatinga, devido à expansão agrícola, pecuária, uso de lenha e urbanização desordenada. A fragmentação extrema de seu habitat impede o fluxo genético entre populações e compromete a viabilidade reprodutiva da espécie.

Além disso, por ser uma espécie altamente especializada e com distribuição muito restrita, qualquer perda de habitat tem impacto desproporcional sobre sua sobrevivência.

O Chorozinho-de-papo-preto representa um dos muitos exemplos de aves que dependem da conservação da Caatinga, um bioma historicamente negligenciado nas políticas públicas. A proteção de fragmentos florestais, o reflorestamento com espécies nativas e a criação de corredores ecológicos são medidas essenciais para garantir a persistência da espécie.

Estudos adicionais sobre sua biologia reprodutiva, comportamento e dinâmica populacional são urgentes, pois a falta de dados é um dos principais obstáculos à elaboração de estratégias de manejo eficazes. O Chorozinho-de-papo-preto é um alerta para a urgência da conservação do semiárido brasileiro e uma inspiração para políticas ambientais mais inclusivas e regionalizadas.


Ramon Ventura

sábado, 23 de abril de 2022

TATU MULITA

Nome popular: Tatu-mulita.

Nome científico: Dasypus hybridus.

Peso: Seu peso varia entre 1,5 e 2,5 kg.

Tamanho: Mede entre 30 e 40 centímetros de comprimento, com uma cauda que pode atingir mais 15 centímetros.

Família: Dasypodidae.

Habitat: Áreas abertas, como campos, cerrados, pampas e bordas de matas, com preferência por solos mais secos e arenosos, ideais para escavação.

Local onde é encontrado: O tatu-mulita é nativo da região sul da América do Sul, sendo encontrado principalmente no sul do Brasil (Rio Grande do Sul).

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 


Tatu-mulita (Dasypus hybridus): Um pequeno gigante da biodiversidade sul-americana

O tatu-mulita, cientificamente conhecido como Dasypus hybridus, é uma espécie de tatu de pequeno porte que integra a rica fauna da América do Sul. Apesar de ser pouco conhecido pelo público em geral, esse animal desempenha um papel importante nos ecossistemas em que vive, principalmente pelo seu comportamento escavador, que ajuda a arejar o solo e controlar populações de insetos.

O tatu-mulita mede entre 30 e 40 centímetros de comprimento, com uma cauda que pode atingir mais 15 centímetros. Seu peso varia entre 1,5 e 2,5 kg. Sua carapaça é composta por sete a nove cintas móveis, o que lhe proporciona boa flexibilidade e mobilidade. A coloração é geralmente acinzentada, com tons mais escuros nas extremidades.

Essa espécie é encontrada em áreas abertas, como campos, cerrados, pampas e bordas de matas, com preferência por solos mais secos e arenosos, ideais para escavação. O tatu-mulita é nativo da região sul da América do Sul, sendo encontrado principalmente no sul do Brasil (Rio Grande do Sul), Uruguai, Paraguai e norte da Argentina.

Sua dieta é onívora, com predominância de insetos como formigas, cupins, larvas e besouros. Também consome frutas, pequenos vertebrados e raízes, sendo um importante controlador biológico de pragas.

A gestação do tatu-mulita dura cerca de 120 dias, e, assim como outras espécies do gênero Dasypus, a fêmea pode dar à luz de dois a quatro filhotes idênticos (monozigóticos). Os filhotes nascem com a carapaça ainda mole, que endurece com o passar das semanas.

O tatu-mulita enfrenta diversas ameaças que comprometem sua sobrevivência:

Perda de habitat devido ao avanço da agricultura e urbanização. Atropelamentos em rodovias. Caça predatória, por ser confundido com outras espécies mais consumidas pela população. Uso de agrotóxicos, que afetam sua alimentação e saúde reprodutiva.

Apesar de ainda não estar classificado como criticamente ameaçado, o declínio populacional regional tem preocupado especialistas, especialmente nas áreas mais impactadas pela atividade humana. O tatu-mulita é considerado uma espécie quase ameaçada (NT - Near Threatened), segundo listas regionais.

Possui hábitos noturnos e solitários, passando o dia em tocas escavadas por ele mesmo. Suas tocas podem chegar a 2 metros de profundidade e são usadas também por outros animais. É um dos poucos mamíferos a apresentar parto múltiplo com filhotes geneticamente idênticos.

Preservar o tatu-mulita é preservar também a saúde dos ecossistemas onde ele habita. A conscientização sobre sua importância ecológica e a criação de políticas de conservação são fundamentais para garantir que esse discreto morador dos campos continue a fazer parte da biodiversidade sul-americana.

Ramon Ventura.

sábado, 31 de julho de 2021

QUEIXADA


Nome popular: Queixada.

Nome científico: Tayassu pecari.

Peso: Entre 25 e 40 kg.

Tamanho: Medindo de 90 a 140 cm de comprimento, com cauda curta de cerca de 3 a 6 cm.

Família: Tayassuidae.

Habitat: Florestas tropicais úmidas, cerrados e áreas de transição.

Local onde é encontrado: Praticamente toda a Amazônia brasileira, regiões do Pantanal e fragmentos de Mata Atlântica.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 

Queixada (Tayassu pecari) Um Símbolo da Biodiversidade Neotropical

O queixada (Tayassu pecari) é um mamífero silvestre pertencente à família Tayassuidae, amplamente reconhecido por viver em bandos numerosos e por sua importância ecológica nas florestas tropicais. Adultos podem pesar entre 25 e 40 kg, medindo de 90 a 140 cm de comprimento, com cauda curta de cerca de 3 a 6 cm. Sua pelagem varia do castanho-escuro ao preto, apresentando uma faixa esbranquiçada na mandíbula inferior, característica que lhe dá o nome popular.

O queixada habita florestas tropicais úmidas, cerrados e áreas de transição. É encontrado desde o sul do México até o norte da Argentina, incluindo praticamente toda a Amazônia brasileira, regiões do Pantanal e fragmentos de Mata Atlântica. Prefere ambientes conservados e com ampla disponibilidade de alimentos, evitando áreas com alto grau de desmatamento.

Sua dieta é onívora, mas predominantemente frugívora. Alimenta-se de frutos, sementes, raízes, folhas e, ocasionalmente, pequenos invertebrados. Ao consumir e dispersar sementes, desempenha um papel vital na regeneração florestal.

O período de gestação dura cerca de 150 dias, resultando geralmente no nascimento de 2 a 4 filhotes. A reprodução pode ocorrer ao longo do ano, com maior incidência na estação chuvosa, quando há maior disponibilidade de frutos.

Diferente de outros pecarídeos, o queixada forma bandos numerosos, que podem variar de 50 até mais de 300 indivíduos, movendo-se constantemente em busca de alimento. Essa vida gregária oferece proteção contra predadores, mas também torna a espécie mais vulnerável a caçadores.

A espécie sofre declínios populacionais devido a caça predatória, perda e fragmentação de habitat e doenças transmitidas por suínos domésticos. Segundo a Lista Vermelha da IUCN, o Tayassu pecari está classificado como Vulnerável em várias regiões, com risco acentuado de extinção local, especialmente em áreas da Mata Atlântica e do Cerrado.

Além de dispersar sementes, o queixada é considerado uma espécie-chave para o equilíbrio dos ecossistemas, pois sua movimentação e forrageamento modificam o solo e influenciam a composição vegetal. Sua preservação é essencial para manter a biodiversidade das florestas neotropicais.

Este texto visa contribuir para o conhecimento e a apreciação do queixada, incentivando ações de conservação e preservação dessa importante espécie.


Ramon Ventura.

terça-feira, 20 de julho de 2021

CAIARARA

Nome popular: Caiarara.

Nome científico: Cebus kaapori.

Peso: Peso entre 2,5 e 3,5 kg.

Tamanho: Comprimento corporal que varia de 35 a 45 centímetros, excluindo a cauda, que pode medir quase o mesmo tamanho do corpo. 

Família: Cebidae.

Habitat: Restrito às florestas tropicais úmidas da Amazônia Oriental.

Local onde é encontrado: Na região entre os rios Tocantins e Gurupi, nos estados do Maranhão e Pará.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 


Caiarara (Cebus kaapori): o primata mais ameaçado da Amazônia Oriental

O Caiarara, cientificamente chamado de Cebus kaapori, é uma das espécies de macacos-prego mais raras e ameaçadas do Brasil. Endêmico da Amazônia Oriental, esse primata da família Cebidae chama atenção não só por sua aparência distinta, mas principalmente por estar entre os primatas mais ameaçados da fauna brasileira.

O Cebus kaapori possui porte médio, com peso entre 2,5 e 3,5 kg, e comprimento corporal que varia de 35 a 45 centímetros, excluindo a cauda, que pode medir quase o mesmo tamanho do corpo. Sua pelagem é predominantemente clara, com tons esbranquiçados ou amarelados, contrastando com áreas mais escuras no dorso e nos membros. Sua face expressiva e olhos grandes são típicos dos macacos-prego.

O habitat do Caiarara está restrito às florestas tropicais úmidas da Amazônia Oriental, especialmente na região entre os rios Tocantins e Gurupi, nos estados do Maranhão e Pará. Habita florestas de terra firme e florestas de transição, sendo altamente dependente de áreas preservadas e contínuas de vegetação nativa.

De hábitos diurnos e arborícolas, o Caiarara vive em pequenos grupos sociais, utilizando vocalizações e interações corporais para comunicação. É um primata onívoro, com dieta baseada em frutas, sementes, insetos, ovos, pequenos vertebrados e brotos, desempenhando papel crucial na dispersão de sementes e equilíbrio ecológico da floresta.

A gestação dura cerca de 150 a 160 dias, resultando geralmente no nascimento de um único filhote por vez. Os filhotes permanecem próximos à mãe durante os primeiros meses de vida, aprendendo a se alimentar, locomover e interagir com o grupo.

O Caiarara encontra-se criticamente ameaçado de extinção (CR – Critically Endangered), segundo a Lista Vermelha da IUCN e o ICMBio. As principais ameaças incluem:

Desmatamento intenso na Amazônia Oriental, uma das regiões mais afetadas pela expansão agropecuária;

Fragmentação florestal, que isola populações e dificulta a reprodução;

Caça ilegal, mesmo sendo protegida por lei;

Baixa taxa reprodutiva, que dificulta a recuperação populacional.


A área de distribuição do Caiarara tem sido severamente reduzida, e os remanescentes florestais onde ainda vive estão sob constante pressão humana.

A sobrevivência do Caiarara depende de ações urgentes de conservação, como:

Criação e gestão efetiva de unidades de conservação;

Fiscalização contra o desmatamento e a caça;

Educação ambiental nas comunidades locais;

Incentivo à pesquisa científica sobre a biologia e ecologia da espécie.

Proteger o Caiarara é preservar uma parte essencial da riqueza biológica da Amazônia Oriental, além de reforçar a importância da conservação dos ecossistemas tropicais.

Ramon ventura.

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

PICA PAU AMARELO

Nome popular: Pica-pau-amarelo.

Nome científico: Celeus flavus.

Peso: Pesa entre 80 e 120 gramas.

Tamanho: Mede em média 24 a 28 centímetros de comprimento.

Família: Picídea.

Habitat:  Habita florestas tropicais úmidas, várzeas e matas secundárias bem preservadas.

Local onde é encontrado: No Brasil, é mais comumente registrado na Amazônia legal, embora existam registros fragmentados em outras áreas florestais.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 



Pica-pau-amarelo (Celeus flavus): A beleza vibrante das florestas tropicais

O pica-pau-amarelo, cientificamente conhecido como Celeus flavus, é uma das aves mais distintas da avifauna sul-americana. Com sua plumagem amarelo-dourada e comportamento ativo, essa espécie chama a atenção não apenas pela beleza, mas também por seu papel ecológico nas florestas tropicais.

O pica-pau-amarelo mede em média 24 a 28 centímetros de comprimento e pesa entre 80 e 120 gramas. Sua plumagem é predominantemente amarela ou dourada, com asas e cauda que variam do marrom ao negro. A espécie apresenta dimorfismo sexual discreto, com os machos exibindo pequenas manchas vermelhas na face.

Habitat e distribuição geográfica

Essa espécie habita florestas tropicais úmidas, várzeas e matas secundárias bem preservadas. Seu território de ocorrência se estende por várias regiões da América do Sul, incluindo:

Brasil (principalmente na Amazônia, Maranhão e regiões do Norte e Centro-Oeste), Colômbia, Venezuela, Guianas, Peru e Bolívia.


No Brasil, é mais comumente registrado na Amazônia legal, embora existam registros fragmentados em outras áreas florestais.

O pica-pau-amarelo nidifica em cavidades escavadas por ele mesmo em árvores ocas ou troncos mortos. A fêmea põe de 2 a 4 ovos, que são incubados por cerca de 13 a 17 dias. O casal divide as tarefas de incubação e alimentação dos filhotes. Os jovens permanecem no ninho por aproximadamente 4 semanas até estarem prontos para voar.

A dieta da espécie é composta principalmente por formigas, cupins, larvas de insetos e outros artrópodes, que captura cavando troncos e galhos com seu bico forte. Também pode consumir frutas e sementes, especialmente em épocas de menor disponibilidade de presas.

O Celeus flavus está atualmente classificado como quase ameaçado (NT - Near Threatened) pela IUCN. Os principais fatores de risco incluem:

Desmatamento acelerado, especialmente na Amazônia e em áreas de Mata Atlântica. Fragmentação do habitat, que isola populações e reduz suas chances de sobrevivência. Queimadas e expansão agrícola, que degradam seu ambiente natural. Captura ilegal, embora não seja comum, pode ocorrer devido ao apelo estético da espécie.

O pica-pau-amarelo é essencial para a reciclagem de madeira morta, contribuindo para o controle de insetos e formação de cavidades usadas por outras espécies. Suas cavidades abandonadas são utilizadas por corujas, periquitos e pequenos mamíferos. Seu canto é composto por chamadas curtas e secas, muitas vezes acompanhadas por batidas rítmicas com o bico nas árvores — comportamento típico da família Picídea.

O pica-pau-amarelo é um símbolo de equilíbrio ecológico e saúde das florestas. A preservação de seu habitat é fundamental não só para a espécie, mas para toda a cadeia de vida que depende das florestas tropicais. Conhecer e valorizar aves como essa é um passo importante para promover a conservação ambiental.


Ramon Ventura

segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

SOLDADINHO DO ARARIPE

Nome popular: Soldadinho-do-Araripe.

Nome científico: Antilophia bokermanni.

Peso: Cerca de 20 a 30 gramas.

Tamanho: Pode variar de 14 a 16 centímetros.

Família: Pipridae.

Habitat: Seu habitat está associado a florestas úmidas ribeirinhas conhecidas como brejos, localizadas em altitudes mais elevadas com presença de nascentes e cursos d’água permanentes.

Local onde é encontrado: ocorre apenas em áreas próximas à base da Chapada do Araripe, no sul do estado do Ceará.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 


Soldadinho-do-Araripe (Antilophia bokermanni): um tesouro alado da Chapada do Araripe

O soldadinho-do-Araripe é uma das aves mais raras e ameaçadas do planeta — e também uma das mais belas. Com sua plumagem branca e crista vermelha vibrante, esse pequeno pássaro é um símbolo da luta pela conservação da biodiversidade brasileira.

O Antilophia bokermanni é uma ave de tamanho pequeno, com um comprimento que pode variar de 14 a 16 centímetros e um peso que pode chegar a cerca de 20 a 30 gramas. A plumagem do macho é preta com uma crista vermelha na cabeça, enquanto a fêmea tem uma plumagem mais discreta, com tons de verde e amarelo.

Essa ave é endêmica do Brasil, e sua distribuição é extremamente restrita: ocorre apenas em áreas próximas à base da Chapada do Araripe, no sul do estado do Ceará. Seu habitat está associado a florestas úmidas ribeirinhas conhecidas como brejos, localizadas em altitudes mais elevadas com presença de nascentes e cursos d’água permanentes.

Essas áreas verdes contrastam com o entorno semiárido da Caatinga, tornando o habitat do soldadinho-do-Araripe ainda mais especial e vulnerável.

O soldadinho-do-Araripe é frugívoro, alimentando-se principalmente de frutas pequenas, além de insetos em menor proporção. Sua dieta está diretamente ligada à vegetação nativa presente nos brejos da Chapada.

A época reprodutiva ocorre entre os meses de abril e junho. O ninho, geralmente em forma de taça, é construído em arbustos baixos próximos à água. A fêmea coloca dois ovos por ninhada e é a responsável pela incubação, que dura cerca de 17 dias. Após o nascimento, os filhotes permanecem sob cuidados maternos até ganharem independência.

O soldadinho-do-Araripe está listado como Criticamente em Perigo (CR) pela Lista Vermelha da IUCN — o grau mais alto de ameaça antes da extinção na natureza. As principais causas são:

Destruição e fragmentação do habitat, especialmente pelo desmatamento para agricultura e expansão urbana;

Secamento de nascentes e poluição hídrica;

Turismo desordenado e construção de empreendimentos em áreas sensíveis;

Baixa população e distribuição extremamente limitada, o que o torna vulnerável a mudanças ambientais bruscas.

Desde sua descoberta em 1996, o soldadinho-do-Araripe tem sido alvo de diversos projetos de conservação. Instituições como o Projeto Soldadinho-do-Araripe, em parceria com universidades, ONGs e comunidades locais, vêm atuando em ações de educação ambiental, reflorestamento, monitoramento de populações e proteção das nascentes.

Além disso, a Criação de Unidades de Conservação e a conscientização da população local têm sido fundamentais para proteger esse pequeno guerreiro alado.

Apenas o macho possui a plumagem branca com a crista vermelha — as fêmeas têm coloração verde-oliva e são mais discretas.

O nome “soldadinho” faz referência à crista vermelha, que lembra o capacete de um soldado.

É considerado um dos pássaros mais ameaçados das Américas, com uma população estimada em menos de mil indivíduos na natureza.

Preservar o soldadinho-do-Araripe é proteger um patrimônio único do Brasil e do mundo. Essa joia da avifauna nordestina depende da conservação do seu habitat para continuar encantando futuras gerações.

Ramon Ventura.

sexta-feira, 23 de agosto de 2019

GAMBÁ DE ORELHAS BRANCAS

Nome popular: Gambá-de-orelhas-brancas.

Nome científico: Didelphis albiventris.

Peso: Entre 1 e 2,5 kg.

Tamanho: Variando de 30 a 50 cm.

Família: Didelphidae.

Habitat: Florestas, cerrados, áreas de caatinga, regiões agrícolas e até em ambientes urbanos.

Local onde é encontrado: Nas regiões Nordeste, Centro-Oeste e parte do Sul.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 

Gambá-de-orelhas-brancas (Didelphis albiventris): Um marsupial essencial para o equilíbrio ecológico

O Gambá-de-orelhas-brancas, conhecido cientificamente como Didelphis albiventris, é um mamífero marsupial nativo da América do Sul. Com sua aparência inconfundível — corpo acinzentado, ventre claro e orelhas brancas — essa espécie desempenha um papel ecológico fundamental, embora ainda seja alvo de preconceito e desinformação.

Esse gambá pertence à família Didelphidae, a mesma dos marsupiais americanos. Apresenta um corpo robusto com comprimento variando de 30 a 50 cm, além de uma cauda preênsil que pode alcançar mais de 40 cm. Seu peso geralmente fica entre 1 e 2,5 kg. É um animal noturno e solitário, com hábitos discretos.

O Gambá-de-orelhas-brancas é uma espécie extremamente adaptável, podendo ser encontrado em florestas, cerrados, áreas de caatinga, regiões agrícolas e até em ambientes urbanos. Sua distribuição geográfica abrange grande parte do Brasil, incluindo o Nordeste, Centro-Oeste e parte do Sul. Além de outros países sul-americanos como Paraguai, Bolívia, Uruguai e Argentina.

Como todo marsupial, sua reprodução é peculiar: após um curto período de gestação de apenas 12 a 14 dias, os filhotes nascem ainda em estágio embrionário e completam seu desenvolvimento na bolsa marsupial da mãe (marsúpio), onde permanecem por cerca de 2 meses.

A alimentação do gambá é onívora, variando conforme a oferta local. Sua dieta inclui frutas, insetos, pequenos vertebrados, ovos, carniça e até restos de alimentos humanos. Essa flexibilidade alimentar o torna um importante controlador de pragas e dispersor de sementes.

Apesar de sua ampla distribuição e resistência ecológica, o Gambá-de-orelhas-brancas enfrenta várias ameaças:

Perseguição por parte da população, devido ao preconceito e associação equivocada com doenças;

Atropelamentos em estradas, especialmente em áreas urbanizadas;

Perda e fragmentação do habitat por desmatamento e expansão agrícola;

Intoxicação por agrotóxicos e lixo urbano.


Embora não esteja atualmente classificado como ameaçado de extinção em nível nacional, essas pressões ambientais e sociais podem comprometer a estabilidade das populações locais, especialmente em regiões mais degradadas.

Além de ser um importante dispersor de sementes, o gambá auxilia no controle de insetos e animais potencialmente danosos à agricultura. Também é resistente a venenos de serpentes, o que lhe permite se alimentar ocasionalmente de cobras, desempenhando um papel único na cadeia alimentar.

O Gambá-de-orelhas-brancas é um verdadeiro sobrevivente da fauna brasileira, adaptável e vital para o equilíbrio ecológico. No entanto, precisa ser respeitado e protegido. Combater mitos e promover a educação ambiental é essencial para garantir que este importante marsupial continue a cumprir seu papel na natureza.


Ramon Ventura.

quinta-feira, 22 de agosto de 2019

CORUJA LISTRADA

Nome popular: Coruja-listrada.

Nome científico: Strix hylophila.

Peso: entre 300 e 500 gramas.

Tamanho: Mede cerca de 35 a 40 cm de comprimento.

Família: Strigidae.

Habitat: habita florestas densas e bem preservadas, preferencialmente de mata atlântica montanhosa, com altitude superior a 600 metros.

Local onde é encontrado: Ocorrendo em trechos isolados da Mata Atlântica nos estados de Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 

Coruja-listrada (Strix hylophila): Um símbolo da fauna ameaçada da Mata Atlântica

A Coruja-listrada, de nome científico Strix hylophila, é uma ave de rapina noturna rara e discreta, endêmica do Brasil. Com hábitos silenciosos e aparência marcante, essa espécie pertence à família Strigidae, e é considerada um importante indicativo da saúde das florestas tropicais, em especial da Mata Atlântica.

A Coruja-listrada possui plumagem pardo-acinzentada com listras verticais escuras no peito e ventre, o que lhe confere excelente camuflagem no ambiente florestal. Mede cerca de 35 a 40 cm de comprimento e pesa entre 300 e 500 gramas. Seus olhos escuros e redondos, além da ausência de “penachos” na cabeça, são características típicas do gênero Strix.

A espécie habita florestas densas e bem preservadas, preferencialmente de mata atlântica montanhosa, com altitude superior a 600 metros. Sua distribuição é extremamente restrita, ocorrendo em trechos isolados da Mata Atlântica nos estados de Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina.

Pouco se sabe sobre os detalhes reprodutivos da Strix hylophila, mas, como outras corujas do mesmo gênero, presume-se que seja uma espécie monogâmica, com reprodução sazonal. O casal costuma fazer ninhos em cavidades de árvores ou ocos, onde a fêmea deposita de 1 a 2 ovos, que são incubados por cerca de 30 dias.

A Coruja-listrada é carnívora, alimentando-se principalmente de roedores, insetos, pequenos mamíferos e aves, que caça durante a noite, usando sua audição aguçada e voo silencioso para surpreender suas presas. Sua presença ajuda no controle populacional de pequenos animais na floresta.

A espécie está classificada como em perigo (EN) na Lista Vermelha da IUCN e do ICMBio. As principais ameaças incluem:

Desmatamento e fragmentação da Mata Atlântica, seu habitat exclusivo;

Expansão urbana e agrícola;

Baixa densidade populacional e distribuição restrita, que tornam a espécie ainda mais vulnerável a alterações ambientais;

Falta de informações detalhadas sobre sua biologia, o que dificulta ações de conservação.

A Coruja-listrada exerce um papel essencial no equilíbrio ecológico, como predadora de topo na cadeia alimentar das florestas. Além disso, sua presença indica um ecossistema relativamente saudável, já que a espécie exige áreas florestais bem preservadas para sobreviver.

A Coruja-listrada é mais do que uma ave rara — é um símbolo da luta pela conservação da Mata Atlântica e de suas inúmeras espécies ameaçadas. Proteger essa coruja é proteger uma cadeia inteira de vida que depende das florestas brasileiras. Pesquisas, preservação de habitat e educação ambiental são passos fundamentais para garantir que ela continue voando livre em nossos céus.


Ramon Ventura.

segunda-feira, 29 de julho de 2019

CÁGADO DO PARAÍBA

Nome popular: Cágado-do-Paraíba.

Nome científico: Mesoclemmys hogei.

Peso: Cerca de 2,5 a 3,5 kg.

Tamanho: pode alcançar até 30 centímetros de comprimento de carapaça.

Família: Chelidae.

Habitat: Rios de correnteza moderada a forte, com fundo arenoso ou rochoso e boa cobertura vegetal nas margens.

Local onde é encontrado: Restrita à bacia do Rio Paraíba do Sul, nos estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 

Cágado-do-Paraíba (Mesoclemmys hogei): Uma Espécie Brasileira Ameaçada

O Cágado-do-Paraíba, cujo nome científico é Mesoclemmys hogei, é uma espécie de quelônio endêmica do Brasil e considerada uma das tartarugas mais raras do mundo. Pertencente à família Chelidae, este cágado é um importante indicador da saúde dos ecossistemas aquáticos em que vive, mas infelizmente encontra-se em sério risco de extinção.

O Cágado-do-Paraíba pode alcançar até 30 centímetros de comprimento de carapaça e pesar cerca de 2,5 a 3,5 kg. Possui uma coloração acinzentada a marrom, com manchas mais escuras que ajudam na camuflagem no fundo dos rios. A sua cabeça é relativamente grande e achatada, com olhos posicionados lateralmente.

Essa espécie habita rios de correnteza moderada a forte, com fundo arenoso ou rochoso e boa cobertura vegetal nas margens. Sua ocorrência é restrita à bacia do Rio Paraíba do Sul, nos estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais, o que já representa uma limitação significativa para sua sobrevivência.

A reprodução ocorre geralmente entre os meses de setembro e dezembro. O cágado-do-Paraíba é ovíparo, com as fêmeas depositando de 2 a 8 ovos por ninhada em locais arenosos próximos ao rio. O tempo de incubação pode variar conforme as condições ambientais, mas geralmente dura entre 100 e 150 dias.

A sua alimentação é carnívora, baseada principalmente em pequenos peixes, insetos aquáticos, moluscos, crustáceos e outros invertebrados. Sua dieta desempenha um papel fundamental no controle de populações aquáticas, equilibrando o ecossistema.

O Cágado-do-Paraíba é classificado como criticamente em perigo pela Lista Vermelha da IUCN e pelo ICMBio. As principais ameaças incluem:

Poluição das águas por esgoto doméstico e industrial;

Construção de barragens que alteram o fluxo dos rios e fragmentam o habitat;

Assoreamento e desmatamento das margens fluviais;

Pesca predatória e captura acidental;

Baixa taxa reprodutiva e degradação contínua do habitat.

Várias instituições de pesquisa e conservação vêm atuando para tentar salvar essa espécie, incluindo programas de monitoramento populacional, criação em cativeiro, educação ambiental e restauração de habitats. O apoio das comunidades ribeirinhas e ações governamentais são fundamentais para garantir a sobrevivência do Cágado-do-Paraíba.

O Cágado-do-Paraíba é um símbolo da biodiversidade brasileira e representa o delicado equilíbrio dos ecossistemas de água doce. Preservar essa espécie é preservar a saúde dos rios e das comunidades humanas que deles dependem. A conscientização e o engajamento coletivo são essenciais para evitar que essa joia natural desapareça de forma irreversível.


Ramon Ventura.

quinta-feira, 13 de abril de 2017

BAGRINHO

Nome popular: Bagrinho.

Nome científico: Acentronichthys leptos.

Peso: Geralmente inferior a 50 gramas.

Tamanho: cerca de 10 a 12 cm de comprimento.

Família: Heptapteridae.

Habitat: Riachos de águas claras e bem oxigenadas, com fundo rochoso ou arenoso, na Mata Atlântica.

Local onde é encontrado: Estado do Rio de Janeiro.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção.

Bagrinho (Acentronichthys leptos): um pequeno peixe, grande indicador de saúde ambiental

O bagrinho, conhecido cientificamente como Acentronichthys leptos, é um pequeno peixe de água doce pertencente à família Heptapteridae, grupo que reúne bagres de hábitos noturnos e de fundo. Apesar do tamanho modesto e da aparência discreta, esse peixe desempenha um papel ecológico importante nos ambientes que habita, sendo um verdadeiro indicador da qualidade dos ecossistemas aquáticos.

O bagrinho apresenta um corpo alongado e esguio, podendo atingir cerca de 10 a 12 cm de comprimento, com peso geralmente inferior a 50 gramas. Sua coloração varia entre tons acastanhados e amarelados, o que o ajuda a se camuflar entre o substrato e as folhas nos riachos e córregos.

Essa espécie é endêmica do Brasil, sendo encontrada principalmente em riachos de águas claras e bem oxigenadas, com fundo rochoso ou arenoso, na Mata Atlântica, especialmente no estado do Rio de Janeiro. É um peixe adaptado a ambientes de correnteza moderada a forte, o que o torna sensível a alterações em seu habitat.

As informações sobre a reprodução do Acentronichthys leptos ainda são limitadas, mas, como outros peixes de sua família, acredita-se que apresente reprodução ovípara, com fertilização externa e desenvolvimento dos ovos em locais protegidos entre pedras e raízes submersas. O sucesso reprodutivo depende diretamente da qualidade da água e da preservação do ambiente.

O bagrinho é um peixe insetívoro e detritívoro, alimentando-se principalmente de insetos aquáticos, pequenos invertebrados e matéria orgânica depositada no fundo dos riachos. Esse hábito contribui para o controle de populações de insetos e para o equilíbrio da cadeia alimentar local.

O bagrinho enfrenta sérias ameaças que colocam sua população em risco, entre elas:

Desmatamento da Mata Atlântica, que afeta diretamente os corpos d’água;

Poluição hídrica, principalmente por esgoto doméstico e resíduos industriais;

Construção de barragens e alteração de cursos d’água, que fragmentam seu habitat;

Assoreamento de riachos, reduzindo áreas adequadas para sua alimentação e reprodução.

Por ser uma espécie com distribuição restrita e sensível a mudanças ambientais, o Acentronichthys leptos é considerado potencialmente ameaçado de extinção, especialmente devido à degradação de seu ambiente natural.

Apesar de pequeno, o bagrinho desempenha uma função vital nos ecossistemas de riachos, atuando na decomposição da matéria orgânica e no controle de populações de invertebrados. Além disso, sua presença pode ser um indicador de qualidade ambiental, uma vez que a espécie só se desenvolve bem em águas limpas e bem preservadas.

O Acentronichthys leptos é mais um exemplo de como a conservação de pequenos animais está diretamente ligada à preservação dos ecossistemas como um todo. Proteger o bagrinho é também proteger as nascentes, os riachos e a rica biodiversidade da Mata Atlântica. Investir em saneamento, reflorestamento e educação ambiental é essencial para garantir um futuro para essa e outras espécies ameaçadas.

Ramon Ventura.

domingo, 23 de março de 2014

TICO TICO MASCARADO

Nome popular: Tico-tico-mascarado.

Nome científico: Coryphaspiza melanotis.

Peso: Pesa cerca de 16 a 22 gramas.

Tamanho: Mede aproximadamente 13 a 15 centímetros de comprimento.

Família: Thraupidae.

Habitat: Habita áreas abertas e semiabertas, como campos limpos, cerrado ralo, pastagens nativas e regiões de vegetação rasteira.

Local onde é encontrado: É encontrado em várias regiões do Brasil, com maior concentração no Centro-Oeste, Sudeste e partes do Nordeste e Sul.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 


Tico-tico-mascarado (Coryphaspiza melanotis): a joia discreta do Cerrado

O tico-tico-mascarado, de nome científico Coryphaspiza melanotis, é uma ave encantadora e pouco conhecida do grande público, mas que desempenha um papel importante nos ecossistemas onde vive. Seu apelido vem da característica “máscara” preta que cobre a face dos machos, dando-lhe uma aparência marcante e distinta entre os passeriformes brasileiros.

Pertencente à família Thraupidae, o tico-tico-mascarado é uma ave de pequeno porte. Pesa cerca de 16 a 22 gramas e mede aproximadamente 13 a 15 centímetros de comprimento. Sua plumagem é predominantemente marrom, com detalhes brancos e pretos que auxiliam na camuflagem. Os machos são facilmente identificáveis pela máscara escura na face, enquanto as fêmeas têm aparência mais discreta.

O tico-tico-mascarado habita áreas abertas e semiabertas, como campos limpos, cerrado ralo, pastagens nativas e regiões de vegetação rasteira, especialmente aquelas que apresentam gramíneas e arbustos esparsos.
É encontrado em várias regiões do Brasil, com maior concentração no Centro-Oeste, Sudeste e partes do Nordeste e Sul. Também ocorre em outros países da América do Sul, como Paraguai, Bolívia, Uruguai e norte da Argentina.

Sua dieta é composta principalmente por sementes e pequenos insetos, como formigas, cupins e larvas. Durante a época de reprodução, aumenta o consumo de proteína animal, essencial para o desenvolvimento dos filhotes.

O período reprodutivo ocorre geralmente na estação chuvosa, quando há maior disponibilidade de alimento. O ninho, construído em arbustos ou no chão, é uma pequena tigela de capim entrelaçado.
A fêmea põe de 2 a 3 ovos, que são incubados por cerca de 12 a 13 dias. Após o nascimento, os filhotes permanecem no ninho por cerca de 10 a 12 dias antes de alçarem voo.

Apesar de ainda não estar entre as espécies oficialmente ameaçadas em nível nacional, o tico-tico-mascarado já sofre com a redução populacional em várias regiões, sendo classificado como quase ameaçado (Near Threatened) em algumas listas locais.

Os principais fatores de risco incluem:

Desmatamento e conversão de áreas naturais em lavouras e pastagens artificiais. Uso intensivo de agrotóxicos, que afeta sua alimentação e reprodução. Queimadas descontroladas, comuns em áreas de cerrado. Fragmentação do habitat, que isola populações e reduz a diversidade genética.

Como granívoro e insetívoro, o tico-tico-mascarado ajuda a controlar populações de invertebrados e atua na dispersão de sementes, contribuindo para a regeneração da vegetação nativa.

O tico-tico-mascarado é mais uma das aves do Cerrado que sofre com a degradação ambiental. A preservação do seu habitat, por meio da conservação de áreas abertas naturais e do uso sustentável da terra, é essencial para garantir a sobrevivência dessa espécie singular.

Observar, conhecer e divulgar informações sobre o tico-tico-mascarado é uma forma de valorizar a rica biodiversidade brasileira e defender a permanência de espécies que, mesmo discretas, desempenham papéis fundamentais na natureza.

Ramon ventura.

domingo, 16 de fevereiro de 2014

AZULÃO DO NORDESTE

Nome popular: Azulão.

Nome científico: Cyanoloxia brissonii.

Peso: Entre 25 e 35 gramas.

Tamanho: Mede cerca de 15 a 18 cm de comprimento.

Família: Thraupidae.

Habitat: Áreas abertas com vegetação densa, como bordas de matas, cerrados, capoeiras, matas ciliares e áreas rurais.

Local onde é encontrado: No Brasil, está presente em diversas regiões, principalmente nos biomas Cerrado, Mata Atlântica e Caatinga.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 


Azulão (Cyanoloxia brissonii): A joia azul dos campos e cerrados brasileiros

O azulão (Cyanoloxia brissonii) é uma das aves mais admiradas da avifauna sul-americana, tanto por sua beleza quanto por seu canto melodioso. Pertencente à família Thraupidae, que inclui os sanhaços e tiês, o azulão é conhecido pelo intenso azul metálico do macho e pela vocalização que ecoa por matas e campos abertos. Apesar de sua popularidade, essa ave enfrenta ameaças que exigem atenção e esforços de conservação.

O azulão apresenta dimorfismo sexual bem definido. O macho possui plumagem azul-escuro e vibrante, com reflexos metálicos, enquanto a fêmea é marrom-olivácea discreta, o que ajuda na camuflagem durante a incubação dos ovos. A espécie mede cerca de 15 a 18 cm de comprimento e pesa entre 25 e 35 gramas.

O azulão habita áreas abertas com vegetação densa, como bordas de matas, cerrados, capoeiras, matas ciliares e áreas rurais. É uma espécie adaptável, mas evita regiões muito urbanizadas.

Pode ser encontrado em grande parte da América do Sul, incluindo Brasil, Argentina, Paraguai, Bolívia e Uruguai. No Brasil, está presente em diversas regiões, principalmente nos biomas Cerrado, Mata Atlântica e Caatinga.

A época reprodutiva varia conforme a região, mas geralmente ocorre entre setembro e fevereiro. A fêmea constrói o ninho em arbustos ou árvores de pequeno porte. A incubação dura cerca de 13 a 15 dias, e os filhotes permanecem no ninho por aproximadamente 15 dias após o nascimento. Normalmente, são postos 2 a 3 ovos por ninhada.

O azulão é uma ave onívora, com dieta baseada em sementes, frutos, brotos e pequenos insetos. Sua alimentação varia conforme a disponibilidade do ambiente e da estação.

Apesar de não estar classificado como ameaçado globalmente, o azulão sofre com pressões humanas locais que impactam suas populações:

Tráfico e captura ilegal, devido à beleza da plumagem e ao canto apreciado. Desmatamento e fragmentação de habitat. Uso de agrotóxicos, que afeta a disponibilidade de alimento e pode envenenar a espécie.

A captura para o comércio ilegal é uma das principais causas de declínio em algumas regiões brasileiras. Mesmo protegido por lei, o azulão continua sendo alvo de traficantes de animais silvestres.

Como dispersor de sementes e controlador de pequenos insetos, o azulão contribui para o equilíbrio dos ecossistemas onde vive. Além disso, é um indicador ambiental, já que sua presença reflete a qualidade do habitat.

O azulão é extremamente territorial e vocaliza para defender seu espaço.

É uma das espécies mais perseguidas por criadores ilegais de aves de canto no Brasil.

Seu nome popular faz alusão à cor intensa do macho, que pode variar levemente conforme a incidência de luz.

O azulão (Cyanoloxia brissonii) é uma espécie emblemática da avifauna brasileira. Sua beleza e canto não devem ser motivos para sua retirada da natureza, mas sim para inspirar a conservação de seus habitats. A luta contra o tráfico e a valorização da observação de aves em liberdade são caminhos fundamentais para garantir sua permanência em nossos campos e cerrados.

Ramon Ventura.