Nome popular: Rato-do-cacau.
Nome científico: Callistomys pictus.
Peso: Aproximadamente 250 a 300 gramas.
Tamanho: Cerca de 30 cm (incluindo a cauda).
Família: Echimyidae.
Habitat: Vive em fragmentos florestais úmidos e sombreados, muitas vezes em áreas de cacauais sombreados.
Local onde é encontrado: No sul da Bahia.
Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção.
Rato-do-cacau (Callistomys pictus): Um Tesouro Raro da Mata Atlântica
O Rato-do-cacau, cientificamente conhecido como Callistomys pictus, é um pequeno roedor endêmico do Brasil, pertencente à família Echimyidae, a mesma dos popularmente chamados “ratos-de-espinho”. Essa espécie é considerada uma das mais raras e ameaçadas da fauna brasileira, e sua existência está fortemente ligada aos remanescentes da Mata Atlântica nordestina.
De tamanho médio, o Rato-do-cacau mede cerca de 30 cm (incluindo a cauda) e pesa aproximadamente 250 a 300 gramas. Seu corpo é robusto, com pelagem densa e coloração peculiar — geralmente em tons escuros com faixas mais claras ao longo do dorso. Essa característica lhe rendeu o nome específico pictus, que significa "pintado".
Seu habitat é bastante restrito: vive em fragmentos florestais úmidos e sombreados, muitas vezes em áreas de cacauais sombreados, localizados no sul da Bahia, região que abriga os últimos redutos da Mata Atlântica do tipo floresta ombrófila densa. O Rato-do-cacau possui hábitos predominantemente noturnos e arborícolas, sendo encontrado geralmente em galhos baixos e vegetações densas.
A gestação da espécie ainda é pouco documentada devido à sua raridade, mas como outros roedores da mesma família, estima-se que produza pequenas ninhadas com poucos filhotes por vez, o que contribui para uma taxa reprodutiva relativamente baixa.
Quanto à alimentação, trata-se de uma espécie herbívora, consumindo folhas, frutas, sementes e provavelmente partes de plantas cultivadas, como o próprio cacau, de onde deriva seu nome popular.
Atualmente, o Rato-do-cacau é classificado como Criticamente em Perigo (CR) pela Lista Vermelha da IUCN e também pelas listas nacionais de espécies ameaçadas. As principais ameaças que enfrenta são:
Desmatamento intenso da Mata Atlântica;
Expansão urbana e agrícola descontrolada;
Fragmentação de habitat, que isola populações e dificulta a reprodução;
Falta de conhecimento científico sobre sua biologia e ecologia, o que limita ações de conservação eficazes.
A sobrevivência do Callistomys pictus depende diretamente da proteção dos últimos remanescentes de Mata Atlântica no sul da Bahia e do estabelecimento de corredores ecológicos que permitam o fluxo genético entre as populações. Além disso, é fundamental o engajamento de produtores rurais, especialmente do setor cacaueiro, na preservação dos ambientes sombreados que ainda sustentam essa e outras espécies endêmicas.
A conservação do Rato-do-cacau é uma oportunidade de unir ciência, produção sustentável e preservação ambiental, mostrando que o equilíbrio entre natureza e atividade humana é possível e necessário.
Ramon ventura.