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quinta-feira, 5 de junho de 2025

GATO-PALHEIRO

Nome popular: Gato-palheiro.

Nome científico: Leopardus colocolo.

Peso: seu peso varia entre 3 e 7 kg.

Tamanho: Seu corpo mede entre 50 e 70 cm de comprimento, com uma cauda que pode chegar a 30 cm.

Família: Felídeos.

Habitat: pode ser encontrada em diversos tipos de habitats, incluindo campos abertos, cerrados, savanas, pampas, áreas de vegetação arbustiva e bordas de florestas.

Local onde é encontrado: No Brasil, ele é mais comum nas regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 


Gato-palheiro (Leopardus colocolo): O felino discreto das Américas


O gato-palheiro, também conhecido como gato-dos-pampas, é uma espécie de felino selvagem que habita diferentes regiões da América do Sul. Seu nome científico é Leopardus colocolo, e ele pertence ao mesmo gênero de outros felinos pequenos sul-americanos, como o gato-do-mato e o gato-maracajá.

O gato-palheiro apresenta uma aparência que pode variar bastante de acordo com a região onde vive, mas geralmente possui pelagem espessa e amarelada, acinzentada ou amarronzada, com listras ou manchas pouco definidas. Seu corpo mede entre 50 e 70 cm de comprimento, com uma cauda que pode chegar a 30 cm, e seu peso varia entre 3 e 7 kg.

Essa espécie é bastante adaptável e pode ser encontrada em diversos tipos de habitats, incluindo campos abertos, cerrados, savanas, pampas, áreas de vegetação arbustiva e bordas de florestas. O gato-palheiro está distribuído ao longo de vários países da América do Sul, como Brasil, Argentina, Bolívia, Paraguai, Uruguai, Chile e Peru.

No Brasil, ele é mais comum nas regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste, embora esteja cada vez mais raro devido à fragmentação de seu habitat natural.

O gato-palheiro é carnívoro e possui hábitos alimentares bastante oportunistas. Sua dieta inclui pequenos mamíferos, como roedores, aves, répteis, anfíbios e até insetos. Por ser um predador solitário e de hábitos noturnos ou crepusculares, caça utilizando o faro e a audição aguçados.

A reprodução do gato-palheiro ocorre em diferentes épocas do ano, dependendo da região. A gestação dura cerca de 80 a 85 dias, resultando geralmente no nascimento de 1 a 3 filhotes. Os filhotes nascem em tocas ou esconderijos bem protegidos e permanecem com a mãe até que estejam prontos para viver de forma independente.

Apesar de sua ampla distribuição, o gato-palheiro está classificado como “quase ameaçado” (NT) pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). Entre os principais motivos para sua vulnerabilidade estão:

Destruição e fragmentação do habitat, especialmente devido à expansão da agricultura e da pecuária. Caça ilegal, seja por retaliação de criadores de animais ou por confusão com espécies exóticas. Atropelamentos em estradas e rodovias. Doenças transmitidas por animais domésticos.

Além disso, sua natureza discreta e solitária dificulta a realização de estudos populacionais mais precisos, o que também contribui para a dificuldade de implementar medidas de conservação eficazes.

O nome "gato-palheiro" vem da sua frequência em áreas rurais, onde às vezes é visto em palheiros e campos agrícolas.

Apesar de ser um animal selvagem, há relatos ocasionais de gatos-palheiros que se aproximam de áreas urbanas em busca de alimento.

Como outros felinos do gênero Leopardus, ele desempenha um papel ecológico importante no controle de populações de roedores e outros pequenos animais.


Ramon Ventura

quarta-feira, 12 de abril de 2023

RATO DO CACAU

Nome popular: Rato-do-cacau.

Nome científico: Callistomys pictus.

Peso: Aproximadamente 250 a 300 gramas.

Tamanho: Cerca de 30 cm (incluindo a cauda).

Família: Echimyidae.

Habitat: Vive em fragmentos florestais úmidos e sombreados, muitas vezes em áreas de cacauais sombreados.

Local onde é encontrado: No sul da Bahia.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 


Rato-do-cacau (Callistomys pictus): Um Tesouro Raro da Mata Atlântica

O Rato-do-cacau, cientificamente conhecido como Callistomys pictus, é um pequeno roedor endêmico do Brasil, pertencente à família Echimyidae, a mesma dos popularmente chamados “ratos-de-espinho”. Essa espécie é considerada uma das mais raras e ameaçadas da fauna brasileira, e sua existência está fortemente ligada aos remanescentes da Mata Atlântica nordestina.

De tamanho médio, o Rato-do-cacau mede cerca de 30 cm (incluindo a cauda) e pesa aproximadamente 250 a 300 gramas. Seu corpo é robusto, com pelagem densa e coloração peculiar — geralmente em tons escuros com faixas mais claras ao longo do dorso. Essa característica lhe rendeu o nome específico pictus, que significa "pintado".

Seu habitat é bastante restrito: vive em fragmentos florestais úmidos e sombreados, muitas vezes em áreas de cacauais sombreados, localizados no sul da Bahia, região que abriga os últimos redutos da Mata Atlântica do tipo floresta ombrófila densa. O Rato-do-cacau possui hábitos predominantemente noturnos e arborícolas, sendo encontrado geralmente em galhos baixos e vegetações densas.

A gestação da espécie ainda é pouco documentada devido à sua raridade, mas como outros roedores da mesma família, estima-se que produza pequenas ninhadas com poucos filhotes por vez, o que contribui para uma taxa reprodutiva relativamente baixa.

Quanto à alimentação, trata-se de uma espécie herbívora, consumindo folhas, frutas, sementes e provavelmente partes de plantas cultivadas, como o próprio cacau, de onde deriva seu nome popular.

Atualmente, o Rato-do-cacau é classificado como Criticamente em Perigo (CR) pela Lista Vermelha da IUCN e também pelas listas nacionais de espécies ameaçadas. As principais ameaças que enfrenta são:

Desmatamento intenso da Mata Atlântica;

Expansão urbana e agrícola descontrolada;

Fragmentação de habitat, que isola populações e dificulta a reprodução;

Falta de conhecimento científico sobre sua biologia e ecologia, o que limita ações de conservação eficazes.

A sobrevivência do Callistomys pictus depende diretamente da proteção dos últimos remanescentes de Mata Atlântica no sul da Bahia e do estabelecimento de corredores ecológicos que permitam o fluxo genético entre as populações. Além disso, é fundamental o engajamento de produtores rurais, especialmente do setor cacaueiro, na preservação dos ambientes sombreados que ainda sustentam essa e outras espécies endêmicas.

A conservação do Rato-do-cacau é uma oportunidade de unir ciência, produção sustentável e preservação ambiental, mostrando que o equilíbrio entre natureza e atividade humana é possível e necessário.



Ramon ventura.

quinta-feira, 6 de abril de 2023

BAGRINHO DE CAVERNA

Nome popular: Bagrinho-de-Caverna.

Nome científico: Trichomycterus itacarambiensis.

Peso: Inferior a 10 gramas.

Tamanho: Atingindo cerca de 4 a 6 cm de comprimento.

Família: Trichomycteridae.

Habitat: Ambientes aquáticos subterrâneos. 

Local onde é encontrado: No município de Itacarambi, Minas Gerais, dentro do bioma Caatinga.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 

Bagrinho-de-Caverna (Trichomycterus itacarambiensis) Um Peixe Único dos Ecossistemas Subterrâneos

O bagrinho-de-caverna (Trichomycterus itacarambiensis) é um pequeno peixe endêmico do Brasil, pertencente à família Trichomycteridae. É uma espécie adaptada à vida subterrânea, caracterizada pela ausência total de olhos e pela coloração pálida, resultado da adaptação evolutiva a ambientes de escuridão permanente.

O bagrinho-de-caverna é de pequeno porte, atingindo cerca de 4 a 6 cm de comprimento e peso inferior a 10 gramas. Possui corpo alongado, barbatanas discretas e barbilhões sensoriais desenvolvidos, que compensam a ausência de visão, permitindo detectar vibrações e movimentos na água.

Essa espécie é restrita ao sistema de cavernas de Olhos d’Água, no município de Itacarambi, Minas Gerais, dentro do bioma Caatinga. Vive exclusivamente em ambientes aquáticos subterrâneos (troglóbios), com águas claras, frias e pouco iluminadas, totalmente dependente da estabilidade hidrológica das cavernas.

Sua dieta é composta por pequenos invertebrados aquáticos e matéria orgânica trazida pelas correntes internas das cavernas. Como o ambiente subterrâneo possui baixa oferta de alimento, o bagrinho apresenta metabolismo reduzido, estratégia que garante sua sobrevivência em condições de escassez.

Há poucas informações detalhadas sobre sua reprodução, mas acredita-se que o ciclo reprodutivo seja lento e com número reduzido de ovos, característica comum em espécies troglóbias. A baixa taxa reprodutiva contribui para sua vulnerabilidade.

O Trichomycterus itacarambiensis está listado como Criticamente em Perigo (CR) pela Lista Vermelha da IUCN e pelo ICMBio. As principais ameaças incluem:

Poluição das águas subterrâneas por agrotóxicos e esgoto;

Exploração turística desordenada das cavernas;

Alterações no regime hídrico devido a atividades agrícolas e captação de água.


Por ser endêmico de um único sistema de cavernas, qualquer alteração em seu habitat pode levar a um colapso populacional irreversível.

O bagrinho-de-caverna é um indicador biológico da qualidade da água subterrânea, refletindo diretamente a saúde dos ecossistemas cavernícolas. Sua preservação depende de ações rigorosas de proteção das cavernas e do entorno, incluindo o controle de poluição e o manejo sustentável do turismo.


Ramon Ventura.

sábado, 31 de julho de 2021

QUEIXADA


Nome popular: Queixada.

Nome científico: Tayassu pecari.

Peso: Entre 25 e 40 kg.

Tamanho: Medindo de 90 a 140 cm de comprimento, com cauda curta de cerca de 3 a 6 cm.

Família: Tayassuidae.

Habitat: Florestas tropicais úmidas, cerrados e áreas de transição.

Local onde é encontrado: Praticamente toda a Amazônia brasileira, regiões do Pantanal e fragmentos de Mata Atlântica.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 

Queixada (Tayassu pecari) Um Símbolo da Biodiversidade Neotropical

O queixada (Tayassu pecari) é um mamífero silvestre pertencente à família Tayassuidae, amplamente reconhecido por viver em bandos numerosos e por sua importância ecológica nas florestas tropicais. Adultos podem pesar entre 25 e 40 kg, medindo de 90 a 140 cm de comprimento, com cauda curta de cerca de 3 a 6 cm. Sua pelagem varia do castanho-escuro ao preto, apresentando uma faixa esbranquiçada na mandíbula inferior, característica que lhe dá o nome popular.

O queixada habita florestas tropicais úmidas, cerrados e áreas de transição. É encontrado desde o sul do México até o norte da Argentina, incluindo praticamente toda a Amazônia brasileira, regiões do Pantanal e fragmentos de Mata Atlântica. Prefere ambientes conservados e com ampla disponibilidade de alimentos, evitando áreas com alto grau de desmatamento.

Sua dieta é onívora, mas predominantemente frugívora. Alimenta-se de frutos, sementes, raízes, folhas e, ocasionalmente, pequenos invertebrados. Ao consumir e dispersar sementes, desempenha um papel vital na regeneração florestal.

O período de gestação dura cerca de 150 dias, resultando geralmente no nascimento de 2 a 4 filhotes. A reprodução pode ocorrer ao longo do ano, com maior incidência na estação chuvosa, quando há maior disponibilidade de frutos.

Diferente de outros pecarídeos, o queixada forma bandos numerosos, que podem variar de 50 até mais de 300 indivíduos, movendo-se constantemente em busca de alimento. Essa vida gregária oferece proteção contra predadores, mas também torna a espécie mais vulnerável a caçadores.

A espécie sofre declínios populacionais devido a caça predatória, perda e fragmentação de habitat e doenças transmitidas por suínos domésticos. Segundo a Lista Vermelha da IUCN, o Tayassu pecari está classificado como Vulnerável em várias regiões, com risco acentuado de extinção local, especialmente em áreas da Mata Atlântica e do Cerrado.

Além de dispersar sementes, o queixada é considerado uma espécie-chave para o equilíbrio dos ecossistemas, pois sua movimentação e forrageamento modificam o solo e influenciam a composição vegetal. Sua preservação é essencial para manter a biodiversidade das florestas neotropicais.

Este texto visa contribuir para o conhecimento e a apreciação do queixada, incentivando ações de conservação e preservação dessa importante espécie.


Ramon Ventura.

quarta-feira, 28 de julho de 2021

CACHORRO DO MATO DE ORELHAS CURTAS

Nome popular: Cachorro-do-mato-de-orelhas-curtas.

Nome científico: Atelocynus microtis.

Peso: Peso variando entre 9 e 10 kg.

Tamanho: Comprimento corporal entre 85 a 100 cm, incluindo a cauda.

Família: Canidae.

Habitat: Prefere ambientes florestais densos e isolados, com pouca interferência humana, e evita áreas abertas.

Local onde é encontrado: No Brasil, sua ocorrência é confirmada principalmente nos estados do Amazonas, Acre, Rondônia e Pará.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 


Cachorro-do-mato-de-orelhas-curtas (Atelocynus microtis): o canídeo misterioso da floresta amazônica

O Cachorro-do-mato-de-orelhas-curtas, cientificamente conhecido como Atelocynus microtis, é uma das espécies de canídeos mais enigmáticas e menos conhecidas da fauna sul-americana. Com hábitos discretos e vida solitária, esse animal desperta a curiosidade de pesquisadores e conservacionistas por sua raridade e comportamento pouco documentado.

Pertencente à família Canidae, o Atelocynus microtis apresenta um porte pequeno a médio, com peso variando entre 9 e 10 kg e comprimento corporal entre 85 a 100 cm, incluindo a cauda. Seu nome popular faz referência às suas orelhas curtas e arredondadas, uma característica única entre os canídeos brasileiros. Sua pelagem densa e escura, geralmente acinzentada ou enegrecida, contribui para seu excelente camuflamento nas sombras da floresta.

Esta espécie é endêmica da região amazônica, sendo encontrada em florestas tropicais úmidas do Brasil, Peru, Colômbia, Equador e Bolívia. No Brasil, sua ocorrência é confirmada principalmente nos estados do Amazonas, Acre, Rondônia e Pará. O Cachorro-do-mato-de-orelhas-curtas prefere ambientes florestais densos e isolados, com pouca interferência humana, e evita áreas abertas.

De hábitos solitários e noturnos, é uma espécie bastante esquiva e difícil de ser observada. Alimenta-se de forma onívora, consumindo pequenos mamíferos, aves, répteis, insetos, frutas e ovos, o que contribui para seu papel ecológico como regulador populacional de presas e dispersor de sementes.

As informações sobre sua reprodução ainda são escassas devido à raridade de registros. Estima-se que o período de gestação dure cerca de 60 dias, com o nascimento de 2 a 4 filhotes. A espécie depende de áreas preservadas para reprodução e cuidado com os filhotes, o que torna sua sobrevivência vulnerável à fragmentação do habitat.

O Cachorro-do-mato-de-orelhas-curtas está classificado como “quase ameaçado” (NT – Near Threatened) pela IUCN, e sua situação pode piorar rapidamente. As principais ameaças incluem:

Desmatamento e fragmentação da floresta amazônica;

Construção de estradas e grandes obras de infraestrutura;

Caça acidental e conflitos com humanos;

Baixa densidade populacional e pouca adaptabilidade a áreas degradadas.

Sua presença é um indicativo da qualidade ambiental das florestas. Quando ele desaparece, é sinal de que o ecossistema está perdendo equilíbrio.

A proteção do Cachorro-do-mato-de-orelhas-curtas é fundamental não apenas pela sua raridade, mas também pelo seu papel ecológico e por representar a riqueza da biodiversidade amazônica. Investir em pesquisa científica, proteção de habitats e políticas de conservação da Amazônia é essencial para garantir a sobrevivência dessa espécie tão única e ainda pouco conhecida.

Ramon ventura.

terça-feira, 20 de julho de 2021

CAIARARA

Nome popular: Caiarara.

Nome científico: Cebus kaapori.

Peso: Peso entre 2,5 e 3,5 kg.

Tamanho: Comprimento corporal que varia de 35 a 45 centímetros, excluindo a cauda, que pode medir quase o mesmo tamanho do corpo. 

Família: Cebidae.

Habitat: Restrito às florestas tropicais úmidas da Amazônia Oriental.

Local onde é encontrado: Na região entre os rios Tocantins e Gurupi, nos estados do Maranhão e Pará.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 


Caiarara (Cebus kaapori): o primata mais ameaçado da Amazônia Oriental

O Caiarara, cientificamente chamado de Cebus kaapori, é uma das espécies de macacos-prego mais raras e ameaçadas do Brasil. Endêmico da Amazônia Oriental, esse primata da família Cebidae chama atenção não só por sua aparência distinta, mas principalmente por estar entre os primatas mais ameaçados da fauna brasileira.

O Cebus kaapori possui porte médio, com peso entre 2,5 e 3,5 kg, e comprimento corporal que varia de 35 a 45 centímetros, excluindo a cauda, que pode medir quase o mesmo tamanho do corpo. Sua pelagem é predominantemente clara, com tons esbranquiçados ou amarelados, contrastando com áreas mais escuras no dorso e nos membros. Sua face expressiva e olhos grandes são típicos dos macacos-prego.

O habitat do Caiarara está restrito às florestas tropicais úmidas da Amazônia Oriental, especialmente na região entre os rios Tocantins e Gurupi, nos estados do Maranhão e Pará. Habita florestas de terra firme e florestas de transição, sendo altamente dependente de áreas preservadas e contínuas de vegetação nativa.

De hábitos diurnos e arborícolas, o Caiarara vive em pequenos grupos sociais, utilizando vocalizações e interações corporais para comunicação. É um primata onívoro, com dieta baseada em frutas, sementes, insetos, ovos, pequenos vertebrados e brotos, desempenhando papel crucial na dispersão de sementes e equilíbrio ecológico da floresta.

A gestação dura cerca de 150 a 160 dias, resultando geralmente no nascimento de um único filhote por vez. Os filhotes permanecem próximos à mãe durante os primeiros meses de vida, aprendendo a se alimentar, locomover e interagir com o grupo.

O Caiarara encontra-se criticamente ameaçado de extinção (CR – Critically Endangered), segundo a Lista Vermelha da IUCN e o ICMBio. As principais ameaças incluem:

Desmatamento intenso na Amazônia Oriental, uma das regiões mais afetadas pela expansão agropecuária;

Fragmentação florestal, que isola populações e dificulta a reprodução;

Caça ilegal, mesmo sendo protegida por lei;

Baixa taxa reprodutiva, que dificulta a recuperação populacional.


A área de distribuição do Caiarara tem sido severamente reduzida, e os remanescentes florestais onde ainda vive estão sob constante pressão humana.

A sobrevivência do Caiarara depende de ações urgentes de conservação, como:

Criação e gestão efetiva de unidades de conservação;

Fiscalização contra o desmatamento e a caça;

Educação ambiental nas comunidades locais;

Incentivo à pesquisa científica sobre a biologia e ecologia da espécie.

Proteger o Caiarara é preservar uma parte essencial da riqueza biológica da Amazônia Oriental, além de reforçar a importância da conservação dos ecossistemas tropicais.

Ramon ventura.

sábado, 23 de novembro de 2019

PREGUIÇA DE COLEIRA

Nome popular: Preguiça-de-coleira.

Nome científico: Bradypus torquatus.

Peso: Entre 4 e 7,5 kg.

Tamanho: Aproximadamente 50 a 75 cm de comprimento.

Família: Bradypodidae.

Habitat:  habita florestas úmidas e densas, preferindo áreas bem preservadas.

Local onde é encontrado: nos estados da Bahia, Espírito Santo e norte do Rio de Janeiro.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 


Preguiça-de-coleira (Bradypus torquatus): a guardiã silenciosa da Mata Atlântica

A preguiça-de-coleira é um dos mamíferos mais emblemáticos e ameaçados da fauna brasileira. Com aparência inconfundível e hábitos pacatos, ela é um verdadeiro símbolo da biodiversidade da Mata Atlântica, um dos biomas mais ricos e mais ameaçados do planeta.

A preguiça-de-coleira é endêmica do Brasil, ou seja, só existe em nosso país. Seu habitat está restrito a trechos da Mata Atlântica nos estados da Bahia, Espírito Santo e norte do Rio de Janeiro. Ela habita florestas úmidas e densas, preferindo áreas bem preservadas, com grande cobertura arbórea, onde possa se locomover com segurança entre as copas das árvores.

Seu nome popular vem da faixa escura em forma de “coleira” presente ao redor do pescoço, mais visível nos machos. Assim como outras preguiças de três dedos, possui garras longas e curvadas, corpo adaptado para a vida nas árvores e movimentos lentos e precisos — comportamento que ajuda a economizar energia e a passar despercebida por predadores.

É uma espécie folívora, ou seja, alimenta-se exclusivamente de folhas. Tem digestão muito lenta, podendo demorar até uma semana para processar o alimento, o que explica seu metabolismo reduzido e ritmo tranquilo.

A gestação da preguiça-de-coleira dura cerca de 6 meses (aproximadamente 180 dias). Geralmente, nasce apenas um filhote por gestação, que permanece agarrado à mãe durante os primeiros meses de vida. A maturidade sexual é atingida por volta dos 3 anos de idade.

A preguiça-de-coleira está classificada como Em Perigo (EN) pela Lista Vermelha da IUCN e também na lista oficial de espécies ameaçadas do Brasil. Seus principais desafios são:

Desmatamento da Mata Atlântica, que reduz seu habitat natural. Fragmentação florestal, que dificulta o deslocamento entre áreas e reduz a variabilidade genética. Atropelamentos e eletrocussões, em áreas onde precisa atravessar rodovias ou redes elétricas expostas. Caça e captura ilegal, apesar de ser protegida por lei.

Diversos projetos vêm trabalhando para proteger a preguiça-de-coleira, incluindo a criação de Unidades de Conservação, corredores ecológicos, reflorestamento de áreas degradadas e educação ambiental. Organizações não governamentais, universidades e comunidades locais têm desempenhado papel importante na preservação dessa espécie tão singular.

A preguiça-de-coleira é a única espécie de preguiça de três dedos endêmica do Brasil.

Ela raramente desce ao solo — quando o faz, geralmente é para defecar, o que ocorre apenas uma vez por semana.

Por sua alimentação baseada em folhas e metabolismo lento, a preguiça-de-coleira pode passar horas sem se mover, o que contribui para sua camuflagem natural.

Ramon Ventura.

quinta-feira, 22 de agosto de 2019

CORUJA LISTRADA

Nome popular: Coruja-listrada.

Nome científico: Strix hylophila.

Peso: entre 300 e 500 gramas.

Tamanho: Mede cerca de 35 a 40 cm de comprimento.

Família: Strigidae.

Habitat: habita florestas densas e bem preservadas, preferencialmente de mata atlântica montanhosa, com altitude superior a 600 metros.

Local onde é encontrado: Ocorrendo em trechos isolados da Mata Atlântica nos estados de Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 

Coruja-listrada (Strix hylophila): Um símbolo da fauna ameaçada da Mata Atlântica

A Coruja-listrada, de nome científico Strix hylophila, é uma ave de rapina noturna rara e discreta, endêmica do Brasil. Com hábitos silenciosos e aparência marcante, essa espécie pertence à família Strigidae, e é considerada um importante indicativo da saúde das florestas tropicais, em especial da Mata Atlântica.

A Coruja-listrada possui plumagem pardo-acinzentada com listras verticais escuras no peito e ventre, o que lhe confere excelente camuflagem no ambiente florestal. Mede cerca de 35 a 40 cm de comprimento e pesa entre 300 e 500 gramas. Seus olhos escuros e redondos, além da ausência de “penachos” na cabeça, são características típicas do gênero Strix.

A espécie habita florestas densas e bem preservadas, preferencialmente de mata atlântica montanhosa, com altitude superior a 600 metros. Sua distribuição é extremamente restrita, ocorrendo em trechos isolados da Mata Atlântica nos estados de Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina.

Pouco se sabe sobre os detalhes reprodutivos da Strix hylophila, mas, como outras corujas do mesmo gênero, presume-se que seja uma espécie monogâmica, com reprodução sazonal. O casal costuma fazer ninhos em cavidades de árvores ou ocos, onde a fêmea deposita de 1 a 2 ovos, que são incubados por cerca de 30 dias.

A Coruja-listrada é carnívora, alimentando-se principalmente de roedores, insetos, pequenos mamíferos e aves, que caça durante a noite, usando sua audição aguçada e voo silencioso para surpreender suas presas. Sua presença ajuda no controle populacional de pequenos animais na floresta.

A espécie está classificada como em perigo (EN) na Lista Vermelha da IUCN e do ICMBio. As principais ameaças incluem:

Desmatamento e fragmentação da Mata Atlântica, seu habitat exclusivo;

Expansão urbana e agrícola;

Baixa densidade populacional e distribuição restrita, que tornam a espécie ainda mais vulnerável a alterações ambientais;

Falta de informações detalhadas sobre sua biologia, o que dificulta ações de conservação.

A Coruja-listrada exerce um papel essencial no equilíbrio ecológico, como predadora de topo na cadeia alimentar das florestas. Além disso, sua presença indica um ecossistema relativamente saudável, já que a espécie exige áreas florestais bem preservadas para sobreviver.

A Coruja-listrada é mais do que uma ave rara — é um símbolo da luta pela conservação da Mata Atlântica e de suas inúmeras espécies ameaçadas. Proteger essa coruja é proteger uma cadeia inteira de vida que depende das florestas brasileiras. Pesquisas, preservação de habitat e educação ambiental são passos fundamentais para garantir que ela continue voando livre em nossos céus.


Ramon Ventura.

segunda-feira, 29 de julho de 2019

CÁGADO DO PARAÍBA

Nome popular: Cágado-do-Paraíba.

Nome científico: Mesoclemmys hogei.

Peso: Cerca de 2,5 a 3,5 kg.

Tamanho: pode alcançar até 30 centímetros de comprimento de carapaça.

Família: Chelidae.

Habitat: Rios de correnteza moderada a forte, com fundo arenoso ou rochoso e boa cobertura vegetal nas margens.

Local onde é encontrado: Restrita à bacia do Rio Paraíba do Sul, nos estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 

Cágado-do-Paraíba (Mesoclemmys hogei): Uma Espécie Brasileira Ameaçada

O Cágado-do-Paraíba, cujo nome científico é Mesoclemmys hogei, é uma espécie de quelônio endêmica do Brasil e considerada uma das tartarugas mais raras do mundo. Pertencente à família Chelidae, este cágado é um importante indicador da saúde dos ecossistemas aquáticos em que vive, mas infelizmente encontra-se em sério risco de extinção.

O Cágado-do-Paraíba pode alcançar até 30 centímetros de comprimento de carapaça e pesar cerca de 2,5 a 3,5 kg. Possui uma coloração acinzentada a marrom, com manchas mais escuras que ajudam na camuflagem no fundo dos rios. A sua cabeça é relativamente grande e achatada, com olhos posicionados lateralmente.

Essa espécie habita rios de correnteza moderada a forte, com fundo arenoso ou rochoso e boa cobertura vegetal nas margens. Sua ocorrência é restrita à bacia do Rio Paraíba do Sul, nos estados do Rio de Janeiro e Minas Gerais, o que já representa uma limitação significativa para sua sobrevivência.

A reprodução ocorre geralmente entre os meses de setembro e dezembro. O cágado-do-Paraíba é ovíparo, com as fêmeas depositando de 2 a 8 ovos por ninhada em locais arenosos próximos ao rio. O tempo de incubação pode variar conforme as condições ambientais, mas geralmente dura entre 100 e 150 dias.

A sua alimentação é carnívora, baseada principalmente em pequenos peixes, insetos aquáticos, moluscos, crustáceos e outros invertebrados. Sua dieta desempenha um papel fundamental no controle de populações aquáticas, equilibrando o ecossistema.

O Cágado-do-Paraíba é classificado como criticamente em perigo pela Lista Vermelha da IUCN e pelo ICMBio. As principais ameaças incluem:

Poluição das águas por esgoto doméstico e industrial;

Construção de barragens que alteram o fluxo dos rios e fragmentam o habitat;

Assoreamento e desmatamento das margens fluviais;

Pesca predatória e captura acidental;

Baixa taxa reprodutiva e degradação contínua do habitat.

Várias instituições de pesquisa e conservação vêm atuando para tentar salvar essa espécie, incluindo programas de monitoramento populacional, criação em cativeiro, educação ambiental e restauração de habitats. O apoio das comunidades ribeirinhas e ações governamentais são fundamentais para garantir a sobrevivência do Cágado-do-Paraíba.

O Cágado-do-Paraíba é um símbolo da biodiversidade brasileira e representa o delicado equilíbrio dos ecossistemas de água doce. Preservar essa espécie é preservar a saúde dos rios e das comunidades humanas que deles dependem. A conscientização e o engajamento coletivo são essenciais para evitar que essa joia natural desapareça de forma irreversível.


Ramon Ventura.

sábado, 22 de março de 2014

GAVIÃO POMBA

Nome popular: Gavião-pomba.

Nome científico: Leucopternis lacernulata.

Peso: Cerca de 300 a 600 gramas.

Tamanho: Pode variar de 40 a 50 centímetros.

Família: Accipitridae.

Habitat: Habita florestas tropicais úmidas, tanto primárias quanto secundárias.

Local onde é encontrado: É encontrado exclusivamente no Brasil, com registros em estados como Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 


Gavião-pomba (Leucopternis lacernulata): o guardião silencioso da Mata Atlântica

O gavião-pomba, cujo nome científico é Leucopternis lacernulata, é uma das aves de rapina mais enigmáticas da Mata Atlântica brasileira. Com aparência elegante e comportamento discreto, é uma espécie que desperta interesse de observadores de aves, pesquisadores e conservacionistas.

Pertencente à família Accipitridae, a mesma dos gaviões, águias e harpias, o gavião-pomba apresenta um porte médio e uma plumagem distinta, com coloração predominantemente branca e asas com manchas negras, que lembram o padrão de uma pomba — o que justifica seu nome popular.

O Leucopternis lacernulata é uma ave de tamanho médio, com um comprimento que pode variar de 40 a 50 centímetros, com envergadura que pode ultrapassar 1 metro. E um peso que pode chegar a cerca de 300 a 600 gramas, variando conforme o sexo (fêmeas geralmente maiores). Sua plumagem é cinza e branca, com uma forma compacta e robusta que lhe permite voar com agilidade.

O gavião-pomba é uma espécie endêmica da Mata Atlântica, ou seja, só ocorre nesse bioma. Habita florestas tropicais úmidas, tanto primárias quanto secundárias, e pode ser encontrado desde o nível do mar até altitudes mais elevadas.

É encontrado exclusivamente no Brasil, com registros em estados como Bahia, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina. É uma espécie cada vez mais rara em muitas dessas regiões, especialmente onde a Mata Atlântica foi mais fragmentada.

A dieta do gavião-pomba é composta principalmente por pequenos vertebrados, como lagartos, roedores, aves menores e serpentes, além de alguns invertebrados grandes. Como predador, exerce um papel importante no controle das populações de suas presas, contribuindo para o equilíbrio ecológico da floresta.

As informações sobre sua reprodução ainda são escassas, devido à natureza reservada da espécie e à dificuldade de observação em ambientes densamente florestados. No entanto, sabe-se que, como outros rapinantes, o gavião-pomba constrói seu ninho em árvores altas e bota 1 ou 2 ovos, com um período de incubação que pode durar cerca de 30 a 35 dias. Os filhotes permanecem sob os cuidados dos pais por várias semanas até estarem aptos ao voo.

O gavião-pomba está classificado como Vulnerável (VU) na Lista Vermelha da IUCN e na lista brasileira de espécies ameaçadas. Suas principais ameaças incluem:

Desmatamento e fragmentação da Mata Atlântica, que reduzem e isolam seu habitat natural. Perda de áreas florestais contínuas, essenciais para sua reprodução e caça. Distúrbios humanos, como expansão urbana, estradas e atividades agropecuárias. Caça e tráfico de fauna, ainda que menos comum para esta espécie.

Como ave de rapina, o gavião-pomba exerce papel fundamental na cadeia alimentar, ajudando no controle de populações de pequenos animais e mantendo o equilíbrio ecológico das florestas. Sua presença é também um indicador da qualidade ambiental de seu habitat.

A preservação do gavião-pomba está diretamente ligada à conservação da Mata Atlântica, um dos biomas mais ricos e ameaçados do planeta. Proteger essa ave é investir na manutenção da biodiversidade e na saúde ecológica de regiões inteiras.
Iniciativas como a criação de reservas naturais, corredores ecológicos, reflorestamento e educação ambiental são fundamentais para garantir a sobrevivência dessa espécie imponente e misteriosa.

Ramon Ventura.

sábado, 20 de julho de 2013

VEADO CAMPEIRO

Nome popular: Veado-campeiro.

Nome científico: Ozotoceros bezoarticus.

Peso: Entre 30 e 40 quilos.

Tamanho: Entre 90 cm e 1,20 metro de comprimento, com altura na cernelha de aproximadamente 70 a 80 cm.

Família: Cervidae.

Habitat: Prefere ambientes abertos, como campos nativos, cerrados, pampas e regiões de transição entre savanas e florestas.

Local onde é encontrado: No Brasil, o veado-campeiro é encontrado principalmente nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul, com destaque para os biomas Cerrado e Pantanal.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 


Veado-campeiro (Ozotoceros bezoarticus): um símbolo do Cerrado em risco

O veado-campeiro, cujo nome científico é Ozotoceros bezoarticus, é uma das espécies de cervídeos mais emblemáticas das regiões abertas da América do Sul. Pertencente à família Cervidae, este animal destaca-se por sua elegância, adaptação aos campos e importância ecológica.

O veado-campeiro possui porte médio, com um peso variando entre 30 e 40 quilos e tamanho entre 90 cm e 1,20 metro de comprimento, com altura na cernelha de aproximadamente 70 a 80 cm. Os machos apresentam chifres ramificados que se renovam anualmente, sendo um importante atributo na disputa por fêmeas durante o período reprodutivo.

Esta espécie prefere ambientes abertos, como campos nativos, cerrados, pampas e regiões de transição entre savanas e florestas. É um animal adaptado à vida em locais com vegetação rasteira, onde pode se locomover com agilidade e manter boa vigilância contra predadores.
No Brasil, o veado-campeiro é encontrado principalmente nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul, com destaque para os biomas Cerrado e Pantanal. Também ocorre em outros países da América do Sul, como Paraguai, Bolívia, Argentina e Uruguai.

A época de acasalamento ocorre geralmente entre março e julho, com gestação de cerca de 7 meses. As fêmeas costumam dar à luz um único filhote por vez, que nasce em áreas mais escondidas e permanece abrigado nos primeiros dias de vida. Esse padrão reprodutivo relativamente lento contribui para a vulnerabilidade da espécie.

O veado-campeiro é um herbívoro seletivo, alimentando-se principalmente de gramíneas, brotos, folhas e frutos caídos. Seu comportamento alimentar contribui para o equilíbrio da vegetação nos ecossistemas em que habita, além de exercer papel importante na dispersão de sementes.

O Ozotoceros bezoarticus é classificado como vulnerável à extinção pela Lista Vermelha da IUCN e também em listas nacionais de espécies ameaçadas. Entre os principais fatores de risco estão:

Perda e fragmentação do habitat devido à expansão da agropecuária e monoculturas. Caça ilegal, tanto para consumo quanto por conflitos com produtores rurais. Doenças transmitidas por animais domésticos. Atropelamentos em rodovias que atravessam seu habitat natural.

Como herbívoro nativo, o veado-campeiro desempenha um papel fundamental na manutenção do equilíbrio ecológico dos campos e savanas. Sua presença está associada à diversidade vegetal e ao controle natural da biomassa.

A conservação do veado-campeiro exige ações integradas de preservação dos habitats naturais, criação de corredores ecológicos, fiscalização contra a caça ilegal e educação ambiental voltada às comunidades rurais. Proteger essa espécie é preservar um dos mais belos representantes da fauna sul-americana e garantir a saúde dos ecossistemas campestres.

Ramon Ventura.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

BUTIÁ

Nome popular: Butiá-felpudo.

Nome científico: Butia eriospatha.

Tamanho: Entre 2 a 6 metros, podendo chegar a 10 metros em condições ideais.

Família: Arecaceae.

Habitat: Áreas de campos e florestas com altitude elevada, como os Campos de Cima da Serra.

Local onde é encontrado: Nos estados de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul.

Motivo da busca: Planta ameaçada de extinção. 

Butiá-felpudo (Butia eriospatha): Uma Palmeira Rara dos Campos Sulinos

O butiá-felpudo, cientificamente conhecido como Butia eriospatha, é uma palmeira nativa do Brasil que encanta não apenas por sua beleza rústica, mas também pelo valor ecológico e cultural que carrega. Pertencente à rica flora do bioma Mata Atlântica, mais especificamente dos Campos de Altitude do Sul do Brasil, essa espécie enfrenta hoje sérias ameaças à sua sobrevivência.

A Butiá-felpudo é uma palmeira de porte médio com altura entre 2 a 6 metros, podendo chegar a 10 metros em condições ideais, com tronco solitário e folhas pinadas que formam uma copa densa e arredondada. Pertencente a família Arecaceae a mesma das palmeiras. Suas Folhas são compostas por folíolos estreitos e pontiagudos, de coloração verde-brilhante. A inflorescência da Butiá-felpudo é protegida por uma espata felpuda, característica que dá nome à espécie.

Os frutos da Butiá-felpudo são drupas globosas, de coloração amarela ou avermelhada quando maduros. São ricos em nutrientes e servem de alimento para diversas espécies de animais, incluindo aves e mamíferos. As sementes são dispersas principalmente por esses animais, que consomem os frutos e excretam as sementes em diferentes locais.

O butiá-felpudo ocorre exclusivamente no sul do Brasil, nos estados de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul, em áreas de campos e florestas com altitude elevada, como os Campos de Cima da Serra. Seu nome popular se deve à textura “felpuda” das espatas florais (estruturas que envolvem as flores), cobertas por uma densa camada de fibras.

Essa palmeira prefere climas frios e úmidos, o que a diferencia de outras espécies do gênero Butia, mais comuns em regiões de clima quente e seco.

Além de seu valor paisagístico e ornamental, o butiá-felpudo tem importante papel ecológico:

Seus frutos são consumidos por aves, mamíferos silvestres e seres humanos;

A espécie ajuda na recuperação de solos degradados e na manutenção da biodiversidade local;

Seus frutos, de sabor doce e ácido, são usados na produção de geleias, licores e sucos artesanais, especialmente em comunidades tradicionais do sul do Brasil.

Apesar de sua relevância, o butiá-felpudo está listado como espécie ameaçada de extinção, principalmente por:

Desmatamento dos campos e florestas de altitude, muitas vezes convertidos em pastagens ou monoculturas;

Extração ilegal e exploração desordenada, tanto para paisagismo quanto para uso comercial;

Baixa regeneração natural, já que muitas áreas onde a planta ocorre têm poucos exemplares jovens, dificultando sua reprodução.

É uma espécie endêmica do Brasil, ou seja, não ocorre naturalmente em nenhum outro país.

A recuperação e preservação de áreas de campo nativo são essenciais para a sobrevivência do butiá-felpudo.

Algumas iniciativas comunitárias e projetos de conservação vêm promovendo o cultivo sustentável da espécie e o aproveitamento ecológico de seus frutos.

O Butia eriospatha é mais do que uma palmeira nativa — é um símbolo vivo da riqueza e fragilidade dos ecossistemas do sul do Brasil. Preservar o butiá-felpudo significa proteger uma herança natural única, que beneficia o meio ambiente, a economia local e as futuras gerações.


Ramon Ventura.

quinta-feira, 29 de março de 2012

TUBARÃO BRANCO

Nome popular: Tubarão-branco.

Nome científico: Carcharodon carcharias.

Peso: Pode atingir de 1.000 até 2.500 kg.

Tamanho: De 4 a 6 metros, podendo ultrapassar 7 metros em casos raros.

Família: Lamnidae.

Habitat: Habita principalmente águas temperadas e tropicais, podendo ser encontrado tanto em áreas costeiras quanto em mar aberto.

Local onde é encontrado: Está presente em diversos oceanos, incluindo o Atlântico, Pacífico e Índico, com registros em países como África do Sul, Austrália, Estados Unidos, Japão e Brasil, especialmente nas regiões Sudeste e Sul.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 


Tubarão-branco (Carcharodon carcharias): O gigante dos oceanos em perigo

O tubarão-branco é um dos predadores mais poderosos e impressionantes dos oceanos. Apesar de sua fama temida, ele exerce um papel fundamental no equilíbrio ecológico dos ecossistemas marinhos. Esta espécie é atualmente classificada como vulnerável à extinção, devido a diversos impactos provocados pela atividade humana.

O Carcharodon carcharias é um tubarão de grande porte, com um comprimento que pode variar de 4 a 6 metros, podendo ultrapassar 7 metros em casos raros, e um peso que pode chegar a mais de 2.500 quilos. Sua cor é cinza-azulada no dorso e branca no ventre, com uma forma aerodinâmica que lhe permite nadar com grande velocidade e agilidade. Possui dentes triangulares e serrilhados, e excelente capacidade sensorial — inclusive para detectar campos eletromagnéticos.

Habita principalmente águas temperadas e tropicais, podendo ser encontrado tanto em áreas costeiras quanto em mar aberto. Está presente em diversos oceanos, incluindo o Atlântico, Pacífico e Índico, com registros em países como África do Sul, Austrália, Estados Unidos, Japão e Brasil, especialmente nas regiões Sudeste e Sul.

O tubarão-branco é uma espécie ovovivípara, ou seja, os embriões se desenvolvem dentro de ovos no útero da mãe até o nascimento.

A gestação do Tubarão Branco dura aproximadamente 12 meses, após os quais a fêmea dá à luz a 2 a 14 filhotes. Os filhotes nascem após um período de desenvolvimento embrionário e são capazes de nadar e caçar logo após o nascimento.

É um predador de topo da cadeia alimentar, com dieta composta por:

Peixes grandes, raias, outros tubarões, focas, leões-marinhos, tartarugas marinhas e carcaças de baleias.

Na fase jovem, a alimentação é baseada em peixes menores e cefalópodes, migrando para presas maiores com o crescimento.  Eles desempenham um papel fundamental no controle das populações de suas presas.

Apesar de não possuir predadores naturais, o tubarão-branco enfrenta sérias ameaças devido à ação humana:

Pesca acidental (bycatch) em redes industriais. Pesca direcionada, seja por esporte ou comércio de dentes, nadadeiras e mandíbulas. Poluição marinha e degradação do habitat costeiro. Baixa taxa de reprodução e crescimento lento, que dificultam a recuperação populacional.

Por essas razões, a espécie está listada como "Vulnerável" (VU) na Lista Vermelha da IUCN, e em algumas regiões já é considerada criticamente ameaçada.

Como predador de topo, o tubarão-branco desempenha papel essencial no controle populacional de espécies marinhas, evitando desequilíbrios e contribuindo para a saúde dos recifes e ecossistemas oceânicos.

Diversas organizações e governos têm adotado medidas de proteção, como:

Criação de áreas marinhas protegidas. Monitoramento por satélite para entender padrões migratórios. Educação ambiental para reduzir o medo infundado e promover o respeito à espécie. Proibição da pesca e do comércio de partes do tubarão em algumas regiões

O tubarão-branco é um símbolo de força e mistério dos oceanos. Mais do que um animal temido, é um guardião natural dos mares e precisa urgentemente de proteção para evitar o colapso ecológico de habitats marinhos. A conservação dessa espécie é vital não apenas para sua sobrevivência, mas também para a saúde dos oceanos como um todo.

Ramon ventura.

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

RATO DE CHÃO

Nome popular: Rato-de-chão.

Nome científico: Blarinomys breviceps.

Peso: Aproximadamente 30 a 50 gramas.

Tamanho: De 8 a 12 centímetros de comprimento corporal, com cauda curta.

Família: Cricetidae.

Habitat: Habita principalmente o subsolo e o estrato do solo da floresta, utilizando túneis naturais ou escavados por ele mesmo.

Local onde é encontrado: Nos estados de Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 

Rato-de-chão (Blarinomys breviceps): O pequeno roedor subterrâneo da Mata Atlântica

O rato-de-chão, também conhecido como rato-topo-brasileiro, é uma espécie de roedor pouco conhecida do grande público, mas de grande importância ecológica. Seu estilo de vida subterrâneo e hábitos discretos tornam esse animal um verdadeiro desafio para a ciência, o que reforça a necessidade de estudos e ações voltadas à sua conservação.

O Blarinomys breviceps possui corpo compacto, olhos pequenos e orelhas quase invisíveis — adaptações típicas de animais subterrâneos. Suas patas anteriores são fortes e adaptadas para escavação, e a pelagem é espessa e escura, auxiliando na proteção durante o deslocamento sob o solo.

É uma espécie endêmica da Mata Atlântica brasileira, ocorrendo em florestas úmidas com solos macios e folhiço abundante. Já foi registrado nos estados de Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina.

Habita principalmente o subsolo e o estrato do solo da floresta, utilizando túneis naturais ou escavados por ele mesmo.

As informações sobre sua reprodução ainda são limitadas devido à raridade dos registros, mas, como outros roedores da mesma família, estima-se que tenha gestação curta, entre 20 e 30 dias, com ninhadas pequenas, de 2 a 4 filhotes, que nascem em ninhos subterrâneos.

O rato-de-chão tem uma dieta onívora, mas predominantemente insetívora, alimentando-se de invertebrados do solo, como minhocas, larvas e pequenos artrópodes. Pode complementar a dieta com sementes e matéria vegetal em decomposição.

Apesar de sua ampla distribuição potencial, o rato-de-chão é considerado raríssimo, com poucos registros ao longo de décadas. Os principais fatores que contribuem para seu risco de extinção são:

Desmatamento e fragmentação da Mata Atlântica. Alteração do solo por agricultura, urbanização e queimadas. Baixa detectabilidade, dificultando estudos e medidas de proteção. Sensibilidade à degradação do micro-habitat do solo.

Está listado como “Vulnerável” (VU) na Lista Vermelha da IUCN e na lista oficial de espécies ameaçadas da fauna brasileira.

Como consumidor de invertebrados do solo, o rato-de-chão exerce papel fundamental na regulação das populações de insetos e na aeração do solo, contribuindo para a saúde do ecossistema florestal. Sua presença indica a qualidade do ambiente subterrâneo da floresta.

A proteção do rato-de-chão está diretamente ligada à preservação dos remanescentes de Mata Atlântica. A criação e manutenção de unidades de conservação, além de pesquisas específicas sobre sua ecologia e distribuição, são medidas essenciais para garantir sua sobrevivência.

O Blarinomys breviceps é um exemplo de como muitos animais discretos, mas ecologicamente importantes, permanecem quase invisíveis para a sociedade. Preservar o rato-de-chão é proteger a vida escondida sob a floresta, e também a biodiversidade rica e ameaçada da Mata Atlântica.

Ramon ventura.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

MICO LEÃO DOURADO

Nome popular: Mico-leão-dourado.

Nome científico: Leontopithecus rosalia.

Peso: Entre 500 e 700 gramas.

Tamanho: Cerca de 25 a 33 centímetros de corpo, com uma cauda que pode medir até 40 centímetros.

Família: Callitrichidae.

Habitat: Florestas tropicais úmidas.

Local onde é encontrado: Na região sudeste do Brasil, mais especificamente nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 


Mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia): Um símbolo da conservação no Brasil

O mico-leão-dourado (Leontopithecus rosalia) é um dos primatas mais emblemáticos e carismáticos da fauna brasileira. Conhecido por sua pelagem brilhante de coloração dourada e sua aparência semelhante à de um pequeno leão, esse animal desperta fascínio e também preocupação, por estar seriamente ameaçado de extinção.

O Leontopithecus rosalia é um primata de tamanho médio, com um comprimento que pode variar de 50 a 70 centímetros, incluindo a cauda. Seu peso é relativamente leve, variando entre 500 e 700 gramas. Sua pelagem é dourada brilhante, que cobre boa parte do corpo, inclusive formando uma espécie de "juba" ao redor da face, com uma face preta e olhos expressivos. Possui garras adaptadas para escalar árvores.

Essa espécie é endêmica da Mata Atlântica, sendo encontrada apenas em uma área restrita dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, especialmente nas regiões da Baixada Litorânea e no interior da Reserva Biológica de Poço das Antas e adjacências. Habita florestas tropicais úmidas, preferindo áreas de mata densa e com alta diversidade de árvores frutíferas e ocos.

A reprodução ocorre, em geral, entre setembro e março. A fêmea dá à luz de um a dois filhotes por gestação, após um período de gestação de aproximadamente 130 dias. O cuidado com os filhotes é cooperativo: o macho e outros membros do grupo ajudam a carregar e alimentar os jovens.

O mico-leão-dourado é onívoro, com uma dieta composta por frutas, insetos, pequenos vertebrados, néctar e exsudatos de árvores, como a seiva. Essa alimentação variada é essencial para sua sobrevivência nas florestas tropicais.

O principal fator que coloca o mico-leão-dourado em risco de extinção é a perda e fragmentação do habitat causada pelo desmatamento, expansão urbana, agricultura e construção de estradas. Além disso, a redução da diversidade genética, devido ao isolamento de populações, e a vulnerabilidade a doenças, também contribuem para o declínio da espécie.

Estima-se que existam atualmente cerca de 2.500 indivíduos em vida livre, graças a programas de conservação, reflorestamento e reintrodução da espécie. No entanto, o mico-leão-dourado ainda figura na lista de espécies ameaçadas de extinção, segundo a Lista Vermelha da IUCN.

Vários projetos de conservação têm sido fundamentais para a sobrevivência da espécie, como o Projeto Mico-Leão-Dourado, que atua com reflorestamento, corredores ecológicos, monitoramento populacional e educação ambiental. A criação de Unidades de Conservação, como reservas e parques, também tem sido crucial.

O mico-leão-dourado é muito mais do que um símbolo da biodiversidade brasileira; ele representa a luta pela preservação da Mata Atlântica e de inúmeras outras espécies ameaçadas. Proteger esse primata é também proteger o equilíbrio ecológico de um dos biomas mais ricos e ameaçados do planeta.

Ramon ventura.