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quarta-feira, 21 de agosto de 2024

LAGARTO-DE-CAUDA-VERDE

Nome popular: Lagarto-de-Cauda-Verde.

Nome científico: Cnemidophorus littoralis.

Peso: Cerca de 50 a 100 gramas.

Tamanho: De 20 a 30 centímetros.

Família: Teiidae.

Habitat: Ambientes arenosos e vegetação rasteira das restingas, ecossistemas costeiros frágeis, com solo pobre em nutrientes e sujeitos à salinidade.

Local onde é encontrado: Restrita ao estado do Rio de Janeiro, especialmente em áreas de restinga no litoral fluminense, como as regiões de Maricá, Saquarema e Arraial do Cabo.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 

Lagarto-de-Cauda-Verde (Cnemidophorus littoralis): Um Tesouro das Restingas Brasileiras

O lagarto-de-cauda-verde, cientificamente conhecido como Cnemidophorus littoralis, é uma espécie endêmica do Brasil e representa um dos répteis mais singulares dos ecossistemas costeiros. Sua beleza marcante, aliada à sua raridade, torna-o um importante indicador da saúde ambiental dos ambientes em que vive.

Essa espécie pertence à família Teiidae, que agrupa os chamados “teiús” e lagartos corredores. O lagarto-de-cauda-verde possui corpo delgado, com um comprimento que pode variar de 20 a 30 centímetros e um peso que pode chegar a cerca de 50 a 100 gramas. Com coloração variando entre tons de marrom e verde-oliva, e uma cauda alongada de coloração esverdeada vívida — de onde deriva seu nome popular.

Esse réptil é endêmico das restingas da costa sudeste do Brasil, com ocorrência restrita ao estado do Rio de Janeiro, especialmente em áreas de restinga no litoral fluminense, como as regiões de Maricá, Saquarema e Arraial do Cabo. Seu habitat natural são os ambientes arenosos e vegetação rasteira das restingas, ecossistemas costeiros frágeis, com solo pobre em nutrientes e sujeitos à salinidade, onde a espécie se adapta com grande eficiência.

O lagarto-de-cauda-verde apresenta reprodução ovípara, com fêmeas depositando de 1 a 5 ovos por ninhada, geralmente entre os meses mais quentes do ano. A incubação dos ovos ocorre no solo arenoso e dura cerca de 60 a 80 dias, dependendo da temperatura e umidade ambiental.

A dieta da espécie é insetívora, composta principalmente por formigas, cupins, pequenos besouros, aranhas e outros invertebrados encontrados entre a vegetação rasteira e o solo das restingas. Sua alimentação contribui para o equilíbrio ecológico local, ajudando no controle de populações de insetos.

O lagarto-de-cauda-verde está atualmente classificado como Criticamente em Perigo (CR) pela Lista Vermelha da IUCN, e também figura nas listas nacionais de espécies ameaçadas. As principais ameaças incluem:

Urbanização desordenada das áreas litorâneas, que destrói o habitat natural das restingas.

Turismo e expansão imobiliária, que provocam compactação do solo, poluição e degradação ambiental.

Fragmentação e isolamento populacional, que reduzem a variabilidade genética da espécie.

Com uma distribuição geográfica extremamente limitada, sua sobrevivência depende da preservação de fragmentos intactos de restinga e de ações de conservação urgentes.

A espécie foi descrita pela ciência apenas em 2002, o que mostra como os ecossistemas brasileiros ainda escondem espécies pouco conhecidas.

Apesar de seu tamanho pequeno, é extremamente ágil, sendo difícil de observar em campo.

Serve como importante bioindicador da qualidade ambiental das restingas.

O lagarto-de-cauda-verde (Cnemidophorus littoralis) é um símbolo da biodiversidade oculta e ameaçada dos ecossistemas costeiros brasileiros. Proteger essa espécie é preservar um fragmento único da riqueza natural do Brasil e garantir o equilíbrio dos frágeis ambientes de restinga. A conservação de seu habitat é urgente e essencial para sua sobrevivência.

Ramon ventura.