Nome popular: Boto-do-Araguaia.
Nome científico: Inia araguaiaensis.
Peso: Até 140 quilos.
Tamanho: Cerca de 2,5 metros de comprimento.
Família: Iniidae.
Habitat: os rios e afluentes do rio Araguaia e Tocantins.
Local onde é encontrado: Nos Estados como Pará, Tocantins, Maranhão, Goiás e Mato Grosso, além do Distrito Federal.
Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção.
Boto-do-Araguaia (Inia araguaiaensis): Um Tesouro das Águas Brasileiras
O Boto-do-Araguaia, cujo nome científico é Inia araguaiaensis, é uma espécie de golfinho de água doce descoberta oficialmente em 2014, endêmica do rio Araguaia, no Brasil. Essa descoberta representou um marco importante na ciência, pois foi a primeira nova espécie de golfinho identificada em mais de um século.
Pertencente à família Iniidae, o Boto-do-Araguaia pode pesar até 140 quilos e atingir cerca de 2,5 metros de comprimento. Seu corpo é robusto, com uma coloração que varia do cinza ao rosado, semelhante ao seu parente mais conhecido, o boto-cor-de-rosa (Inia geoffrensis), com o qual era anteriormente confundido.
Seu habitat natural são os rios e afluentes do rio Araguaia e Tocantins, abrangendo estados como Pará, Tocantins, Maranhão, Goiás e Mato Grosso, além do Distrito Federal. Mais especificamente, a espécie foi descoberta no Parque Estadual do Cantão, localizado entre os municípios de Caseara e Pium, no estado do Tocantins. Em áreas de água doce e correnteza moderada, preferencialmente com vegetação ripária e margens preservadas. Essa espécie possui distribuição geográfica restrita, o que aumenta sua vulnerabilidade ambiental.
A gestação do boto-do-Araguaia dura cerca de 11 meses, resultando geralmente no nascimento de um único filhote, que depende intensamente da mãe nos primeiros meses de vida. Essa baixa taxa reprodutiva torna a recuperação populacional lenta frente às ameaças.
Em termos de alimentação, a espécie é carnívora, se alimentando principalmente de peixes, utilizando a ecolocalização para caçar em águas turvas. Seu papel como predador de topo é essencial para o equilíbrio ecológico dos rios em que vive.
Apesar de sua importância ecológica, o Boto-do-Araguaia corre sério risco de extinção. As principais ameaças incluem:
Barragens hidroelétricas, que fragmentam seu habitat e isolam populações.
Assoreamento e poluição dos rios, que afetam a disponibilidade de alimento e a qualidade da água.
Pesca predatória e acidental, onde muitos indivíduos acabam presos em redes.
Expansão agropecuária e destruição da mata ciliar, que comprometem a estrutura do ecossistema aquático.
Atualmente, a espécie ainda não possui uma avaliação oficial pela Lista Vermelha da IUCN, mas sua situação demanda atenção urgente, visto seu território restrito e o crescente impacto humano sobre o bioma amazônico e cerrado.
A conservação do Boto-do-Araguaia depende de medidas como a criação de unidades de conservação, a fiscalização da pesca ilegal, o monitoramento populacional e o engajamento das comunidades ribeirinhas. Proteger essa espécie é preservar a riqueza única dos rios brasileiros e garantir o equilíbrio ecológico para as futuras gerações.
Ramon ventura.