Nome popular: Tartaruga-da-Amazônia.
Nome científico: Podocnemis expansa.
Peso: Pesa mais de 45 quilos.
Tamanho: Pode atingir até 90 centímetros de comprimento.
Família: Podocnemididae.
Habitat: Habita os grandes rios e seus afluentes na Amazônia e bacia do Orinoco.
Local onde é encontrado: No Brasil, sua presença é registrada principalmente nos estados da Região Norte, em áreas como o Rio Madeira, Rio Purus, Rio Tapajós e Rio Xingu.
Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção.
Tartaruga-da-Amazônia (Podocnemis expansa): a gigante dos rios sul-americanos
A Tartaruga-da-Amazônia, também conhecida como tartaruga-gigante ou arrau, é uma das maiores espécies de quelônios de água doce do mundo. Seu nome científico é Podocnemis expansa e ela pertence à família Podocnemididae, grupo que inclui várias espécies de tartarugas fluviais da América do Sul.
Essa impressionante espécie pode atingir até 90 centímetros de comprimento de carapaça e pesar mais de 45 quilos, sendo as fêmeas consideravelmente maiores que os machos. A coloração varia entre tons de marrom e cinza-oliva, com a carapaça suavemente arqueada e o plastrão (parte inferior do casco) mais claro.
A tartaruga-da-Amazônia habita os grandes rios e seus afluentes na Amazônia e bacia do Orinoco, sendo encontrada em países como Brasil, Venezuela, Colômbia, Peru e Bolívia. No Brasil, sua presença é registrada principalmente nos estados da Região Norte, em áreas como o Rio Madeira, Rio Purus, Rio Tapajós e Rio Xingu.
Ela prefere ambientes de água doce com correnteza lenta, margens arenosas e ilhas fluviais — locais ideais para a desova e o desenvolvimento dos filhotes.
Embora juvenilmente seja mais carnívora, alimentando-se de pequenos invertebrados aquáticos, ao atingir a fase adulta a tartaruga-da-Amazônia adota uma dieta predominantemente herbívora, consumindo folhas, frutos, sementes e algas. Essa dieta contribui para a dispersão de sementes nas áreas alagadas, tornando-a uma espécie importante para o equilíbrio ecológico da floresta.
A reprodução ocorre durante a estação seca, quando milhares de fêmeas se reúnem em praias de areia para realizar a desova — um fenômeno natural chamado de piracema de tartarugas. Cada fêmea pode depositar entre 80 e 150 ovos, que são incubados naturalmente sob a areia por cerca de 45 a 60 dias.
Esse evento coletivo é fundamental para a sobrevivência da espécie, já que os filhotes, ao nascerem, enfrentam diversos predadores naturais como aves, peixes e jacarés.
Apesar de sua ampla distribuição, a tartaruga-da-Amazônia está ameaçada de extinção, classificada como Vulnerável (VU) na Lista Vermelha da IUCN. Entre os principais fatores de risco estão:
Coleta ilegal de ovos e carne, ainda comum em algumas comunidades ribeirinhas. Destruição e degradação dos habitats aquáticos, causada por barragens, desmatamento e mineração. Poluição dos rios, especialmente por mercúrio e resíduos industriais. Perturbações nas praias de desova, como o tráfego de embarcações ou ocupação humana.
Várias iniciativas de conservação vêm sendo desenvolvidas por órgãos ambientais e organizações não governamentais, como o Projeto Pé-de-Pincha e o Projeto Quelônios da Amazônia, que atuam na proteção dos ninhos, monitoramento das populações e educação ambiental nas comunidades locais.
Além de seu papel como dispersora de sementes, a tartaruga-da-Amazônia é um símbolo da biodiversidade amazônica e uma espécie-chave nos ecossistemas aquáticos. Sua proteção é vital para a manutenção da saúde dos rios e das florestas tropicais da região.
A tartaruga-da-Amazônia é muito mais do que uma espécie carismática — ela é uma guardiã silenciosa dos rios da Amazônia. Sua sobrevivência depende do engajamento de todos: poder público, comunidades tradicionais, cientistas e sociedade civil. Proteger o arrau é preservar a Amazônia e garantir um futuro sustentável para as próximas gerações.
Ramon ventura.
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