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(Foto-Fábio N. Manfredini) |
Nome popular: Cuxiú-preto.
Nome científico: Chiropotes satanas.
Peso: 2,5 a 4 kg.
Tamanho: Cerca de 40 a 50 cm (sem contar a cauda, que mede quase o mesmo).
Habitat: Endêmica da Amazônia oriental brasileira, exclusivamente em florestas tropicais de terra firme.
Local onde é encontrado: Ocorrendo principalmente nos estados do Pará e Maranhão.
Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção.
Cuxiú-preto (Chiropotes satanas): O Acrobata da Floresta Amazônica em Perigo
O cuxiú-preto, conhecido cientificamente como Chiropotes satanás, é um primata endêmico da Amazônia brasileira, cuja aparência distinta e comportamento social o tornam uma das espécies mais fascinantes — e também mais ameaçadas — das florestas tropicais.
O cuxiú-preto possui pelagem densa e escura, com um característico "barbicho" sob o queixo. Sua longa cauda, embora não preênsil, é usada como apoio no deslocamento pelas copas das árvores.
Essa espécie é endêmica da Amazônia oriental brasileira, ocorrendo principalmente nos estados do Pará e Maranhão. Vive exclusivamente em florestas tropicais de terra firme, preferindo áreas contínuas de dossel elevado, onde se locomove com agilidade entre as copas.
O cuxiú-preto é frugívoro, com dieta baseada em frutos, sementes e, ocasionalmente, flores e insetos. Seu papel ecológico é crucial como dispersor de sementes, ajudando na regeneração natural da floresta.
A fêmea dá à luz geralmente um único filhote por gestação, após um período gestacional de aproximadamente 5 a 6 meses. Os filhotes permanecem sob os cuidados da mãe por vários meses e atingem a maturidade sexual por volta dos 4 a 5 anos de idade.
É uma espécie altamente social, vivendo em grupos de 10 a 30 indivíduos. Comunica-se por meio de vocalizações, gestos e comportamentos corporais, e possui uma estrutura social coesa baseada em laços familiares.
O Chiropotes satanás está classificado como em perigo de extinção (EN) na Lista Vermelha da IUCN e também na lista nacional brasileira. As principais ameaças incluem:
Desmatamento intenso para agropecuária e extração de madeira. Fragmentação de habitat, que isola populações e compromete a reprodução. Caça ilegal, especialmente em áreas de maior pressão humana. Baixa taxa reprodutiva, o que dificulta a recuperação populacional.
Além de sua beleza singular e valor científico, o cuxiú-preto é fundamental para a manutenção da biodiversidade amazônica, agindo como jardineiro da floresta. Sua conservação depende de ações integradas de proteção de habitat, fiscalização ambiental e educação comunitária.
Seu nome científico, satanás, faz referência à aparência marcante e sombria, mas não representa qualquer comportamento agressivo. Apesar de pouco conhecido pelo público em geral, é uma das espécies de primatas mais ameaçadas do Brasil.
Preservar o cuxiú-preto é proteger uma parte essencial da Amazônia. A sua existência está profundamente ligada à saúde da floresta, dos ecossistemas e, consequentemente, do planeta. O conhecimento é o primeiro passo para a conservação — e compartilhar essas informações é uma forma de agir em prol da biodiversidade.
Ramon Ventura
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