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segunda-feira, 19 de agosto de 2024

CUÍCA-D'ÁGUA

Nome científico: Chironectes minimus.
Nome popular: Cuíca-D'água.
Tamanho: Seu corpo mede cerca de 40 centímetros e sua cauda 43 centímetros.
Peso: Aproximadamente, 600 gramas.
Local onde é encontrado: Do sul do México até o sul do Peru, parte central da Bolívia, sul do Paraguai e nordeste da Argentina, no Brasil, ocorre nos Estados das regiões sul, centro-oeste e sudeste.
Habitat: Florestas e matas ciliares, sempre associada a cursos d'água.
Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção.


Para conhecer a Cuíca-D'água, recomendamos uma lanterna e disposição para se molhar. É que esse animal só costuma ser visto à noite e, em geral, nadando e mergulhando. Ele não ganharia esse nome atoa, não é mesmo?

A pele é cinza marmoreada e preta, enquanto o focinho, olhos e coroa são pretos. Uma faixa mais leve desce pelas costas até as orelhas, que são arredondadas e sem pelos. Tem vibrissas nos bigodes e sob cada olho. A cauda, que é amarelada ou branca nas extremidades, tem pelo muito espesso e preto na base, mas é nua no restante. Tem pelo denso, macio e curto, de cor cinza claro e geralmente com quatro bandas largas no dorso castanho chocolate a preto. Possui uma linha dorsal preta que vai do pescoço até a cauda. Seu ventre é branco, suas orelhas são pretas arredondadas e os olhos são negros com brilho noturno amarelo.

As patas traseiras da Cuíca-D'água tem membranas semelhantes às dos pés de patos, o que ajuda bastante na natação. Enquanto nada, ela permanece com todo o corpo submerso, apenas a cabeça fica acima do nível da água, sua cauda funciona como um leme, orientando na direção a seguir. É na água, também, que esse animal consegue a maior parte de seus alimentos: peixes, anfíbios, crustáceos, insetos e, às vezes, algumas plantas aquáticas.

A Cuíca-D'água é um marsupial, assim como os coalas, cangurus, e gambás. Isso quer dizer que ela apresenta na região da barriga uma dobra de pele, o marsúpio. Nas fêmeas, o marsúpio (popularmente conhecido como bolsa), serve para dar continuidade ao desenvolvimento dos filhotes. Os machos também têm marsúpio, mas a função é proteger os testículos enquanto nadam.

Para dar à luz seus filhotes, a Cuíca-D'água constrói ninhos em tocas subterrâneas escavadas nas margens de rios e riachos onde vive. Normalmente, tem duas ou três crias por gestação. Os bebês Cuícas – logo depois de nascidos – vão para o marsúpio, onde ficam protegidos e mamando até estarem fortes o suficiente para viverem do lado de fora.

Mas, espere aí! Se Cuíca-D'água só vive debaixo d'água, como ela faz para evitar que os filhotes se afoguem? A resposta está no pelo. A pelagem desta espécie é curta e impermeável, não deixando passar água para dentro. Além disso, a abertura do marsúpio é voltada para trás, assim a fêmea consegue mantê-lo fechado, impedindo que a água entre enquanto nada.

Esse animal de hábitos curiosos é mais um na lista dos que estão ameaçados de extinção nos Estados da região Sudeste do Brasil. O desmatamento e as queimadas prejudicam o ambiente, ou melhor, as florestas onde o Cuíca-D'água vive. Para evitar o desaparecimento da espécie, é preciso criar novas áreas de preservação ambiental e ampliar as que existem. A escolha dessas áreas deve levar em conta os conhecimentos que os biólogos têm sobre os hábitos da Cuíca-D'água e de sua relação com o ambiente. Assim, quem sabe um dia você poderá conhecer essa grande nadadora ao vivo?



                                      Ramon Ventura
                                     Jânio Cordeiro Moreira
                                     Laboratório de mastozoologia.
                                     Departamento de Zoologia.
                                     Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
                                               Revista CHC.

sexta-feira, 6 de março de 2020

SAPO CURURU

Nome popular: sapo-cururu

Nome científico: Rhinella icterica 
(antiga nomenclatura: Bufo ictericus)

Tamanho: Os machos têm cerca de 13 cm, as fêmeas chegam a 18 cm.

Peso: 400 gramas (macho) e 1,5 quilo (fêmea).

Habitat: A espécie está presente em diversos habitats, desde florestas fechadas, como a Mata Atlântica, a áreas abertas, como o Cerrado, podendo viver, inclusive, em áreas urbanizadas, onde é mais frequente. Pode ser encontrada nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil, nas províncias de Misiones e Corrientes da Argentina e no leste do Paraguai, estando sempre em uma altitude entre o nível do mar e os 1 200 metros.

Local onde é encontrado: É encontrado nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, no Paraguai e norte da Argentina

Estado de conservação: “pouco preocupante” na lista vermelha da IUCN e não consta da Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção

As pessoas costumam ter medo dele, mas, além de inofensivo, ele é extremamente útil para nós. Em tempos de dengue, zika, chikungunya e febre amarela, o sapo-cururu é uma eficientíssima arma contra os mosquitos. No período de três meses, um único sapo adulto é capaz de acabar com 10 mil insetos. E é por isso que é comum ele aparecer nas nossas casas: a iluminação de ruas e residências atrai muitos insetos, o que é um banquete para os sapos. 

E não é só de mosquitos que o sapo-cururu vive. Ele é um insetívoro que se alimenta também de lesmas e caramujos, pragas em hortas. Até pequenos roedores entram na sua dieta.

Os machos da espécie são menores que as fêmeas. Eles têm cerca de 13 cm, enquanto elas chegam a 18 cm. É um anfíbio de grande porte. Também é possível diferenciar machos de fêmeas pela coloração. Os machos são castanho-alaranjados e as fêmeas são manchadas de preto, branco, cinza e castanho. Como todo sapo, machos e fêmeas têm a pele cheia de verrugas. E como todo anfíbio anuro (sem cauda), adora a umidade, pois precisa manter a sua pele sensível sempre úmida.

O sapo-cururu é encontrado nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, no Paraguai e norte da Argentina. Só que em muitos lugares já é raro ver este anfíbio nativo. Ele procria em lagoas que têm sofrido com poluição e drenagens. 

Na época reprodutiva, o sapo-cururu vai para áreas de lagoas, de águas paradas. A desova é feita em grandes cordões gelatinosos de alguns metros de comprimento com milhares de ovos escuros em áreas rasas da água. Os girinos vivem em grupos..

E sabe aquela história de que não é pra mexer no sapo senão ele faz xixi nos seus olhos? Mentira! Ele libera sim um muco tóxico por glândulas da pele, mas não espirra nada em ninguém e só faz isso como artifício de defesa, quando se sente estressado. Algumas pessoas são sim sensíveis ao contato com essa substância e podem ter irritação na pele, mas nada de mais grave.

Ramon Ventura
Por Luciana Ribeiro
lucianaribeiro@faunanews.com.br

terça-feira, 17 de dezembro de 2019

PIRACANJUBA

Nomes populares: piracanjuba, piracanjuva, bracanjuba e bracanjuva

Nome científico: Brycon orbignyanus

Tamanho: machos medindo em média 60 cm e as fêmeas, 80 cm.

Peso: Seu peso médio é de seis quilos.

Habitat: Águas doce das bacias dos rios Paraná e Uruguai.

Local onde é encontrado: Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção.


A piracanjuba, nome tupi para "peixe de cabeça amarela", é um peixe de água doce de grande porte, com machos medindo em média 60 cm e as fêmeas, 80 cm. Seu peso médio é de seis quilos. Mas apesar do tamanho avantajado, é muito difícil ver uma piracanjuba em nossos rios. A espécie está ameaçada e, segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), chega a estar extinta na maior parte de sua área de ocorrência original. 

A distribuição original da espécie se dava nas bacias dos rios Paraná e Uruguai, em territórios brasileiros, argentinos, uruguaios e paraguaios. E a principal causa do processo de extinção é a deterioração de seu habitat, com a instalação de usinas hidrelétricas, poluição e destruição de mata ciliar.

A espécie é onívora e se alimenta de frutos, sementes, folhas, pequenos peixes e insetos. Tem comportamento gregário como estratégia de proteção contra predadores e realiza migração reprodutiva entre os meses de setembro e outubro, com desova entre novembro e janeiro. 

A carne da piracanjuba é muito apreciada, mas a sua pesca é proibida nos Estados do Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e São Paulo, por instrução normativa do Ministério do Meio Ambiente.


Ramon ventura
Luciana Ribeiro

domingo, 15 de setembro de 2019

PAPA VENTO

Nome cientifico: Polychrus acutirostris.

Nome popular: Papa-vento, bicho-preguiça, camaleão-preguiça, lagarto-arborícola, lagarto-cego e calango-cego.

Tamanho: mede cerca de 75cm

Peso: pesam cerca de 250 a 300 gramas.

Local onde é encontrado: No Brasil, ocorre especialmente nas regiões de Cerrado e Caatinga nordestina.

Habitat: arborícola (Termo usado para descrever animais cuja vida se dá principalmente nas árvores).

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 

O papa vento  também chamado de lagarto preguiça, camaleão falso e lagarto cego, é um réptil da família Polychrotidae, e do gênero Polychrus. No Brasil, ocorre especialmente nas regiões de Cerrado e Caatinga nordestina.

É um animal ovíparo e de hábito arborícola, que habita grande parte da América do Sul. Sua coloração torna-se mais forte quando em época de acasalamento, porém também pode mudar para obter uma melhor camuflagem. Apesar de apresentar diversas características semelhantes a dos "camaleões verdadeiros", a exemplo dos olhos que movem-se de forma independente e da capacidade de mudar de cor, a espécie não pertence à mesma família do Camaleão, mas ainda assim possui um nível de parentesco com o mesmo, pertencendo a mesma subordem: Sauria. Sua alimentação consiste basicamente em insetos. A espécie está sendo ameaçada pela perda de habitat. De temperamento tranquilo, não representa perigo para humanos.

Outra característica peculiar do animal é a que o caracteriza pelo seu nome popular de "lagarto preguiça", seus movimentos são lentos, principalmente quando comparado a outros répteis que normalmente possuem agilidade em sua locomoção. Costuma ficar imóvel a maior parte do tempo para se camuflar, sendo essa, junto com a sutil capacidade de mudança de cor, suas maiores defesas. Sua lenta mobilidade, além de também afetar sua alimentação, o torna uma presa fácil, possivelmente colocando-o em um grupo de risco de extinção.

Espécie diurna, costuma viver em arvoretas. Os machos da espécie defendem seus territórios. É difícil de ser encontrado, por causa da sua capacidade de se camuflar, sendo confundido com o ambiente. Sua reprodução é anual, as fêmeas costumam colocar de 7 a 31 ovos. Normalmente ela os põe em setembro ou outubro, em meio a folhas e ocos de árvores. Filhotes nascem com cerca de 4 centímetros de comprimento, totalmente independentes. Os pais não participam do seu desenvolvimento. atingem a idade adulta com aproximadamente um ano. Para atrair as fêmeas, na época reprodutiva, os machos adquirem uma cor avermelhada na cabeça. 

As queimadas e o desmatamento têm destruído o lugar que serve de lar para essa espécie, bem como para suas fontes de alimentos. Um outro fator, é que as pessoas herdaram uma cultura errada a respeito do mesmo, muitos acreditam que, se esse animal lhe morder, e você não tomar água mais rápido que ele, você morrerá seco! As autoridades ligadas ao meio ambiente precisam tomar providências com urgência, se quiserem preservar.


Ramon Ventura

sábado, 31 de agosto de 2019

RECIFES DE CORAL EM EXTINÇÃO

Muita gente não sabe, mas os corais são animais cnidários da classe Arthozoa. Existem várias espécies destes seres vivos, os mais conhecidos são os que se agregam formando os recifes. Estas “comunidades” servem de alocação para grandes ecossistemas, se colocando na base da cadeia alimentar dos oceanos. O que acontece é que 75% destes corais estão ameaçados de extinção, justamente por influência do homem.

O principal problema seria o aumento da temperatura e a acidificação dos oceanos, causados pelo efeito estufa. Com este fenômeno, o percentual de dióxido de carbono concentrado na água sobe, o que causa o branqueamento dos corais. O branqueamento ocorre quando os corais expulsam as algas localizadas nos recifes, deixando-os sem a sua base alimentar.

Os corais também sofrem com o estresse, devido a fatores como a mudança climática e a poluição, o que já coloca um terço desses construtores de recifes em risco de extinção. Essa é a principal conclusão do primeiro grande estudo mundial sobre o estado de conservação dos corais, uma iniciativa conjunta das ONGs União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) e Conservação Internacional (CI), realizada a fim de incluir estas espécies marinhas na lista de espécies ameaçadas.

Atualmente, os recifes cobrem 0,2% dos oceanos e concentram 25% das espécies marinhas, entre corais, peixes e algas. A sua ameaça de extinção pode causar grande impacto na biodiversidade marinha, desestruturando a cadeia alimentar e prejudicando grande parte da fauna e flora dos mares.

A alta das temperaturas pela mudanças climática leva ao branqueamento dos corais, um resultado de sua resposta ao estresse e que lhe torna mais frágil frente às doenças. Os pesquisadores predizem, além disso, que a acidificação dos oceanos representa uma nova ameaça grave para os recifes de coral. Dado que as águas absorvem quantidades crescentes de dióxido de carbono da atmosfera, sua acidez aumenta, o que tem um grande impacto na capacidade dos corais de construir seu esqueleto, que é a base dos recifes.

"Esses resultados mostram que os corais construtores de recifes correm maior risco de extinção, como grupo, que todos os grupos terrestres, exceto os anfíbios, e que são os mais vulneráveis aos efeitos da mudança climática", comentou Roger McManus, vice-presidente da CI para programas marinhos. 

Entre as recomendações feitas por especialistas, esta a criação de áreas de proteção marinha, uma vez que apenas 6% dos corais se localizam em zonas gerenciadas eficientemente. Os recifes de corais protegem cerca de 150 km de litorais de 100 países, em regiões que totalizam mais de 275 milhões de habitantes.

Ramon Ventura

segunda-feira, 26 de agosto de 2019

GATO DO MATO

Nome cientifico: Leopardus tigrinus
Nome popular: Gato do mato
Tamanho: mede 50 cm (mais 30 cm com a cauda)
Peso: pesa 2,5 kg
Local onde é encontrado: Todo o Brasil, com exceção do sul do Rio Grande do Sul. Pode ser encontrado em partes da Colômbia, Venezuela, Bolívia e outros países.
Habitat: Florestas pluviais, na Mata Atlântica, Amazônia, Pantanal, bem como nas áreas secas da Caatinga nordestina.
Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 

O gato do mato (Leopardus tigrinus) é uma espécie de felino que habita quase todo Brasil e pode ser encontrado em diversos biomas. Em média, pesa 2,5 kg e mede 50 cm (mais 30 cm com a cauda).

Por viver nas selvas e no cerrado, dá pra confundir o gato do mato com uma jaguatirica ou um filhote de onça.

Além de estar ameaçada de extinção pela destruição de seu habitat, o gato do mato sofre também com abates de pessoas que pensam que essa é uma espécie perigosa, mas, apesar de exclusivamente carnívoro, o L. Tigrinus se alimenta de roedores, aves pequenas e lagartos.

Essa espécie tem tamanho e peso semelhante ao de um gato doméstico, mas tem padrões na coloração da pelagem semelhantes aos de uma onça pintada. Como as demais espécies do gênero Leopardus, o gato-do-mato é exclusivamente carnívoro.

Solitários, os indivíduos têm atividade noturna e crepuscular. Após uma gestação de onze semanas têm de um a quatro filhotes e podem viver até onze anos.

O L. tigrinus habita todo o Brasil, com exceção do sul do Rio Grande do Sul. Pode ser encontrado em partes da Colômbia, Venezuela, Bolívia e outros países. Ele pode viver em florestas pluviais, na Mata Atlântica, Amazônia, Pantanal, bem como nas áreas secas da Caatinga nordestina.

Tanto em altitudes elevadas quanto próximo ao mar. Apesar desse felino se adaptar tão bem a diferentes biomas, ele precisa da vegetação natural para sobreviver.

O L. tigrinus é vítima do desmatamento para agricultura e pecuária. Sendo solitário e territorial, as populações dessa espécie ficam fragmentadas e frágeis à destruição do habitat natural.

Além disso, o gato do mato é uma vítima também da caça para o comércio de peles e do abate por criadores de aves domésticas. A União Internacional para Conservação da Natureza (IUCN) classifica o gato-do-mato como uma espécie em situação vulnerável à extinção.

A estimativa do tamanho populacional efetivo no país é de cerca de 4.000 indivíduos. Adicionalmente, estima-se que nos próximos 15 anos (três gerações) possa ocorrer o declínio de, pelo menos, 10% desta população em razão dos efeitos conjuntos da perda de hábitat, abate por retaliação à predação de animais domésticos e atropelamentos, além dos possíveis efeitos negativos da hibridização.

Ramon Ventura

terça-feira, 20 de agosto de 2019

ONÇA PINTADA

Nome científico: Panthera onca
Nome popular: Onça Pintada
Tamanho: Um macho adulto pode medir de 4 a 7 metros, excluindo a cauda, que pode ter de 45 a 75 centímetros de comprimento.
Peso: 135 kg
Local onde é encontrado: Atualmente ela está oficialmente extinta nos Estados Unidos, é muito rara no México, mas ainda pode ser encontrada na América Latina, incluindo o Brasil.
Habitat: Sua presença ocorre em diversos habitats, de florestas tropicais a regiões desérticas, bem como em elevadas altitudes. No Brasil, encontra-se nas áreas de Floresta Amazônica, Mata Atlântica, Cerrado, Pantanal e Caatinga.
Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção

A onça-pintada é o maior felino do continente americano, podendo chegar a 135 kg. É um animal robusto, com grande força muscular, sendo a potência de sua mordida considerada a maior dentre os felinos de todo o mundo. Suas presas naturais são animais silvestres como catetos, capivaras, jacarés, queixadas, veados e tatus. Outra característica marcante dessa espécie é que ela não mia como a maioria dos felinos. Assim como o Leão, o Tigre e o Leopardo, ela emite uma série de roncos muito fortes que são chamados de esturro.

Beatriz de Mello Beisiegel, analista ambiental do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, explica que as duas maiores ameaças à sobrevivência da onça-pintada são a caça e a destruição dos ambientes naturais onde ela vive.

“A onça é um animal muito caçado, por esporte, por medo ou mesmo como forma de ganhar honra, já que em muitas culturas matar uma onça é sinônimo de força”, explica. “A caça das presas das onças, como porcos-do-mato e veados, também é enorme e diminui sua fonte de alimento. Para piorar, existem poucas áreas grandes o suficiente para preservar esses animais”.

O fim definitivo do felino poderia causar uma verdadeira confusão: sem as onças, as populações dos animais que antes eram suas presas tenderia a aumentar. Como suas presas são herbívoras, ou seja, se alimentam de plantas, isso pode desequilibrar ainda mais a mata. “Toda a ecologia da floresta pode mudar. Os muitos herbívoros irão exigir mais da vegetação. Como ficaria a floresta daqui a 500 anos?”, questiona Beatriz.

Segundo a pesquisadora, são três as linhas de ação principais para salvar as onças. “Temos procurado atuar no controle da caça, no aumento das áreas de preservação das onças e também no estímulo a novos estudos sobre esse animal, pois quanto mais o conhecermos, melhor será possível protegê-lo”, garante.

Possui pelagem amarelo-dourado com pintas pretas na cabeça, pescoço e patas. Nos ombros, costas e flancos tem pintas formando rosetas que têm, no seu interior, um ou mais pontos. 

O Leopardo (Panthera pardus), que ocorre na Ásia e África, também possui rosetas, porém sem pontos pretos no interior. Podem ocorrer indivíduos inteiramente negros, sendo esta apenas uma característica melânica da mesma espécie. Mesmo nesses indivíduos, as pintas podem ser visualizadas na luz oblíqua.

Originalmente a distribuição deste animal se dava desde o sudoeste dos Estados Unidos até o norte da Argentina. Atualmente ela está oficialmente extinta nos Estados Unidos, é muito rara no México, mas ainda pode ser encontrada na América Latina, incluindo o Brasil. 

De maneira geral, porém, suas populações vêm diminuindo onde entram em confronto com atividades humanas. No Brasil ela já praticamente desapareceu da maior parte das regiões nordeste, sudeste e sul.

Ocorre em vários tipos de habitat, desde florestas como a Amazônica e a Mata Atlântica, até em ambientes abertos como o Pantanal e o Cerrado. São animais de hábitos solitários, tendo maior atividade ao entardecer e à noite.

Suas presas naturais consistem de animais silvestres como catetos, capivaras, queixadas, veados e tatus. No entanto quando o número destes animais diminui, geralmente por alterações ambientais provocadas pelo homem, as onças podem vir a se alimentar de animais domésticos e por esse motivo são perseguidas.

A destruição de habitats aliada à caça predatória devido principalmente ao alegado prejuízo econômico causado às criações de animais domésticos fazem com que as populações venham sendo severamente reduzidas. 

Reduzir essas ameaças é fundamental para garantir a sobrevivência da onça-pintada e a integridade dos ecossisemas.


Ramon Ventura
wwf Brasil
Revista chc.

domingo, 16 de abril de 2017

TUCO TUCO

Conheça o tuco-tuco, roedor da região Sul do Brasil que corre risco de extinção

Ele parece um rato, mas é maior, mais peludo e tem uma mordida que dói um bocado. Não sabe de quem estamos falando? Então você precisa conhecer o Tuco-tuco, um roedor encontrado apenas na América do Sul e que corre o risco de sumir do mapa!


Tuco-tuco da espécie Ctenomys flamarioni, que vive recluso no subsolo e detesta ser incomodado. Também não gosta muito de luz, pois seus olhos são bem sensíveis.

Segundo o biólogo Thales Freitas, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, a preocupação é maior em relação a duas espécies: Ctenomys flamarioni Cteomys lamin. “No litoral gaúcho, elas já estão ameaçadas de extinção”, alerta.

Uma das principais ameaças aos tuco-tucos é o avanço da construção civil. Nas planícies litorâneas do Rio Grande do Sul, mais e mais casas estão sendo erguidas sobre os terrenos onde os tuco-tucos adoram cavar buracos e fazer tocas para morar. Engenhosos, eles constroem intermináveis redes de túneis que parecem labirintos subterrâneos e raramente saem de lá – apenas quando querem comer gramíneas ou para namorar.


Parente da capivara e da paca, o tuco-tuco mede cerca de 25 centímetros e tem pelagem marrom, podendo variar entre o bege-claro e o preto.

Outra ameaça a esses roedores é a agricultura. Com cada vez mais áreas destinadas ao plantio de soja e eucalipto no estado, os solos ficam progressivamente mais degradados. Mau negócio para os tuco-tucos: alguns deles já têm dificuldade para encontrar um lugar seguro para viver em paz.


Exemplar da espécie ‘Ctenomys minutus’. Apesar de fofos, os tuco-tucos não são animais domesticáveis. Na verdade, é muito difícil mantê-los em cativeiro, pois é bem complicado recriar as condições naturais em que eles gostam de viver.

Na tentativa de evitar a extinção desses animais, Thales coordena o Projeto Tuco-tuco, que busca aumentar a população desses roedores na região Sul. Em nosso país, existem cerca de dez diferentes espécies de tuco-tucos distribuídas, principalmente, no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina, Mato Grosso e em Rondônia.

Ramon Ventura
Henrique Kugler
Revista CHC.

sábado, 14 de março de 2015

CUXIÚ PRETO

 (Foto-Fábio N. Manfredini)
Nome popular: Cuxiú-preto.
Nome científico: Chiropotes satanas.
Peso: 2,5 a 4 kg.
Tamanho: Cerca de 40 a 50 cm (sem contar a cauda, que mede quase o mesmo).
Habitat: Endêmica da Amazônia oriental brasileira, exclusivamente em florestas tropicais de terra firme.
Local onde é encontrado: Ocorrendo principalmente nos estados do Pará e Maranhão.
Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 

Cuxiú-preto (Chiropotes satanas): O Acrobata da Floresta Amazônica em Perigo

O cuxiú-preto, conhecido cientificamente como Chiropotes satanás, é um primata endêmico da Amazônia brasileira, cuja aparência distinta e comportamento social o tornam uma das espécies mais fascinantes — e também mais ameaçadas — das florestas tropicais.

O cuxiú-preto possui pelagem densa e escura, com um característico "barbicho" sob o queixo. Sua longa cauda, embora não preênsil, é usada como apoio no deslocamento pelas copas das árvores.

Essa espécie é endêmica da Amazônia oriental brasileira, ocorrendo principalmente nos estados do Pará e Maranhão. Vive exclusivamente em florestas tropicais de terra firme, preferindo áreas contínuas de dossel elevado, onde se locomove com agilidade entre as copas.

O cuxiú-preto é frugívoro, com dieta baseada em frutos, sementes e, ocasionalmente, flores e insetos. Seu papel ecológico é crucial como dispersor de sementes, ajudando na regeneração natural da floresta.

A fêmea dá à luz geralmente um único filhote por gestação, após um período gestacional de aproximadamente 5 a 6 meses. Os filhotes permanecem sob os cuidados da mãe por vários meses e atingem a maturidade sexual por volta dos 4 a 5 anos de idade.

É uma espécie altamente social, vivendo em grupos de 10 a 30 indivíduos. Comunica-se por meio de vocalizações, gestos e comportamentos corporais, e possui uma estrutura social coesa baseada em laços familiares.

O Chiropotes satanás está classificado como em perigo de extinção (EN) na Lista Vermelha da IUCN e também na lista nacional brasileira. As principais ameaças incluem:

Desmatamento intenso para agropecuária e extração de madeira. Fragmentação de habitat, que isola populações e compromete a reprodução. Caça ilegal, especialmente em áreas de maior pressão humana. Baixa taxa reprodutiva, o que dificulta a recuperação populacional.

Além de sua beleza singular e valor científico, o cuxiú-preto é fundamental para a manutenção da biodiversidade amazônica, agindo como jardineiro da floresta. Sua conservação depende de ações integradas de proteção de habitat, fiscalização ambiental e educação comunitária.

Seu nome científico, satanás, faz referência à aparência marcante e sombria, mas não representa qualquer comportamento agressivo. Apesar de pouco conhecido pelo público em geral, é uma das espécies de primatas mais ameaçadas do Brasil.

Preservar o cuxiú-preto é proteger uma parte essencial da Amazônia. A sua existência está profundamente ligada à saúde da floresta, dos ecossistemas e, consequentemente, do planeta. O conhecimento é o primeiro passo para a conservação — e compartilhar essas informações é uma forma de agir em prol da biodiversidade.


Ramon Ventura


domingo, 16 de março de 2014

ESCORPIÃO RARO

Nome científico: Troglorhopalurus translucidus. 
Nome popular: escorpião.
Tamanho: 38 milímetros.
Local onde é encontrado: apenas na Gruta do Lapão, uma caverna localizada na região do estado da Bahia.
Hábitat: Chapada Diamantina 
Motivo da busca: animal ameaçado de extinção.

Baleias, golfinhos e tartarugas são alguns animais que ao serem anunciados como ameaçados de extinção nos levam a lamentar imediatamente. Mas o que você sente quando fica sabendo que um escorpião está sob risco de desaparecer do planeta?  Alívio? 

Não se culpe. Muita gente pensa que os escorpiões são mortíferos. Mas, na realidade, embora todos piquem e tenham veneno, a grande maioria dos escorpiões é inofensiva ao ser humano. E a picada não é mais do que a de uma abelha. No Brasil, somente duas espécies são potencialmente perigosas, o escorpião-amarelo e o marrom.
Tudo esclarecido? Agora, vale a pena conhecer um escorpião raro, encontrado apenas em uma caverna do Brasil. Trata-se de um aracnídeo com oito pernas e um par de pinças, como qualquer outro escorpião. Mas, ao contrário de seus parentes que vivem fora de cavernas, esta espécie tem cor rara: é esbranquiçada. A falta de pigmentação é uma característica comum a vários bichos que habitam ambientes escuros. 

Pouco se sabe sobre esse escorpião encontrado na Chapada Diamantina, na Bahia. No entanto, o importante é ter em mente que, da mesma maneira que os demais animais, os escorpiões fazem de uma teia alimentar - são alimentos para mamíferos, aves e até outros aracnídeos, e têm como presas os insetos e outros pequenos animais!

Baratas, por exemplo, fazem parte do cardápio desses aracnídeos, que injetam seu veneno para paralisar suas presas e facilitar sua alimentação. O ferrão do escorpião fica na ponta de sua "cauda" e serve, também, para ele se defender dos predadores. 

Em apenas algumas linhas, você descobriu que os escorpiões têm o seu papel na natureza. Por isso, é importante preservar o seu hábitat e estudá-los. É compreendendo os hábitos das mais diferentes espécies que o ser humano poderá viver em mais harmonia com elas, preservando o equilíbrio ecológico. 

Mas, tudo bem, ninquem quer topar com um escorpião em casa, correto? Para evitar isso, basta tomar medidas que façam os insetos também passarem longe. Não acumular lixo e entulho são dicas importantes, entre outras. Afinal de contas, as baratas, por exemplo, adoram sujeira desse tipo. E se elas aparecem, há chances de um escorpião vir atrás!


Ramon Ventura 
Rodrigo Hirata Willemart
Escola de Artes, Ciências e Humanidades
Universidade de São Paulo, e 
Felipe Bandoni Oliveira,
Colégio Santa Cruz.
Revista CHC.

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

ONÇA PINTADA

CLASSIFICAÇÃO CIENTÍFICA: Reino: Animalia Filo: Chordata Classe: Mammalia Ordem: Carnivora Família: 
Felidae Género: Panthera Espécie: P. onca INFORMAÇÕES IMPORTANTES: 

A onça pintada é uma espécie carnívora e alimenta-se, principalmente, de capivaras, serpentes, coelhos, veados, antas e outros mamíferos de pequeno porte. Come também peixes que ela mesma captura em rios, pois possui a capacidade de nadar .

O acasalamento da onça pintada ocorre em qualquer época do ano e a fêmea costuma gerar de 1 a 4 filhotes por ano. Quando nasce, o filhote costuma pesar 1 kg aproximadamente. Esta espécie mamífera habita uma vasta região que vai do sul dos Estados Unidos até a Argentina. Esta presente em grande quantidade nas matas e florestas tropicais do Brasil. 

Possui mandíbulas muito fortes e, por isso, atacam suas vítimas mordendo na região do crânio O animal macho atinge a maturidade sexual por volta dos 3 anos, enquanto a fêmea alcança com apenas 2 anos. A expectativa de vida desta espécie (vivendo de forma selvagem) é de 12 anos aproximadamente. 

Em cativeiro, a onça pintada pode passar de 20 anos. Para caçar, as onças preferem o período da noite. 

CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS: Período de gestação: 95 a 110 dias Comprimento: em média 1,80 m (macho) e 1,40 m (fêmea) Peso: aproximadamente 100 kg Cor: mesclada de amarelo, preto e branco Altura: aproximadamente 80 cm Este belo animal está na lista dos aimais em extinção do brasil 

Ramon Ventura

domingo, 15 de janeiro de 2012

SUÇUARANA

Nome popular: suçuarana, onça-parda, leão-baio, puma ou cougar.
Nome científico: Puma concolor.
Peso: Entre 30 e 100 kg.
Tamanho: Seu comprimento total, incluindo a cauda, pode variar entre 1,5 e 2,7 metros.
Família: Felídea.
Habitat: No Brasil, é encontrada em quase todo o território nacional, incluindo a Amazônia, Mata Atlântica, Cerrado, Pantanal e Caatinga.
Local onde é encontrado: Sua distribuição vai do sul do Canadá até o sul da América do Sul, sendo o felino com a maior área de distribuição das Américas.
Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 


Suçuarana (Puma concolor): O Fantasma das Florestas Americanas

A suçuarana, também conhecida como onça-parda, leão-baio, puma ou cougar, é um dos maiores felinos das Américas e desperta fascínio pela sua imponência, agilidade e ampla distribuição geográfica. Seu nome científico é Puma concolor, e ela pertence à família dos felídeos, a mesma dos gatos domésticos e das grandes onças.

A suçuarana é um animal de grande porte, podendo pesar entre 30 e 100 kg, dependendo da região e do sexo. Os machos são geralmente maiores que as fêmeas. Seu comprimento total, incluindo a cauda, pode variar entre 1,5 e 2,7 metros. Possui pelagem uniforme, de cor marrom-clara a avermelhada, o que a ajuda a se camuflar no ambiente.

Este felino é extremamente adaptável e pode ser encontrado em uma ampla variedade de habitats, desde florestas tropicais e montanhas até desertos e campos abertos. No Brasil, é encontrada em quase todo o território nacional, incluindo a Amazônia, Mata Atlântica, Cerrado, Pantanal e Caatinga. Sua distribuição vai do sul do Canadá até o sul da América do Sul, sendo o felino com a maior área de distribuição das Américas.

A reprodução da suçuarana não segue um padrão sazonal rigoroso. A gestação dura em média 90 a 96 dias, e a fêmea geralmente dá à luz de 1 a 4 filhotes por ninhada. Os filhotes nascem com manchas pelo corpo, que desaparecem à medida que crescem. A mãe cuida sozinha da prole por até dois anos, período em que os filhotes aprendem a caçar e sobreviver sozinhos.

A suçuarana é um carnívoro estrito e um caçador oportunista. Sua dieta varia de acordo com a disponibilidade de presas, podendo incluir veados, capivaras, tatus, pequenos mamíferos, aves e até répteis. Sua técnica de caça é baseada na aproximação furtiva e um ataque surpresa, geralmente com uma mordida fatal no pescoço da presa.

Apesar de sua ampla distribuição, a suçuarana enfrenta diversas ameaças que colocam sua população em risco em algumas regiões. Entre os principais fatores estão:

Perda e fragmentação de habitat, causada pelo desmatamento e avanço da agropecuária. Caça ilegal e retaliação de pecuaristas, devido a ataques a animais domésticos. Colisões com veículos, em áreas onde rodovias cortam seu território. Baixa densidade populacional natural, o que dificulta a recuperação rápida de populações locais.

Por conta desses fatores, a suçuarana é considerada "Vulnerável" em algumas listas regionais de espécies ameaçadas, embora globalmente ainda seja classificada como "Pouco Preocupante" pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). No entanto, sua situação requer constante monitoramento.

A suçuarana é um dos poucos grandes felinos que não ruge. Em vez disso, emite sons semelhantes a assobios, grunhidos e miados. Tem hábitos solitários e crepusculares, sendo mais ativa ao amanhecer e ao entardecer. Possui excelente visão noturna, o que facilita a caça em ambientes de baixa luminosidade. Pode dar saltos de até 6 metros na vertical e 12 metros na horizontal, graças à sua musculatura potente.

A conservação da suçuarana depende diretamente da preservação de seu habitat natural e do convívio harmonioso com as atividades humanas. Conhecer e respeitar este magnífico predador é essencial para garantir seu papel ecológico como regulador das populações de herbívoros e a manutenção do equilíbrio nos ecossistemas onde vive.

Ramon Ventura

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

CACHORRO DO MATO VINAGRE

Nome popular: Cachorro-do-mato-vinagre
Nome científico: Speothos venaticus
Peso: Entre 5 a 7 kg
Tamanho: Comprimento do Corpo: 57 a 75 cm
Cauda: cerca de 12 a 15 cm
Altura: aproximadamente 25 a 30 cm
Habitat: Florestas tropicais e subtropicais, matas densas, áreas alagadas, cerrado e bordas de rios.
Local onde é encontrado: América do Sul – especialmente na Amazônia e em regiões do Brasil (como o Norte e Centro-Oeste), além de países como Colômbia, Peru, Venezuela, Equador, Bolívia, Paraguai e Guianas.
Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção.

Cachorro-do-Mato-Vinagre: Um Guardião Esquecido das Florestas Sul-Americanas

A biodiversidade da América do Sul abriga espécies fascinantes e pouco conhecidas, como o cachorro-do-mato-vinagre (Speothos venaticus). Esse pequeno canídeo selvagem é um verdadeiro exemplo da riqueza e da complexidade dos ecossistemas sul-americanos — e, infelizmente, também um símbolo da urgência em proteger a vida silvestre ameaçada.

Com peso variando entre 5 e 7 kg e comprimento de até 75 cm, o cachorro-do-mato-vinagre tem corpo alongado e patas curtas, adaptados perfeitamente à vida nas florestas densas, áreas alagadas e cerrados. Sua aparência lembra um cruzamento entre um cão e uma lontra, e seu nome popular vem do odor forte que exala, similar ao cheiro de vinagre.

Essa espécie é encontrada em diversos países da América do Sul, como Brasil, Colômbia, Bolívia, Peru e Guianas, sendo mais comum nas regiões amazônicas e do cerrado brasileiro. Apesar da ampla distribuição, é uma espécie rara e difícil de avistar.

Diferente de muitos canídeos solitários, o cachorro-do-mato-vinagre vive e caça em grupos, geralmente com 4 a 10 indivíduos. Esse comportamento cooperativo permite que eles ataquem presas maiores, como pacas, tatus e até capivaras. São carnívoros eficientes e também exímios nadadores, cruzando rios e igarapés com agilidade.

A gestação dessa espécie dura cerca de 67 dias, com ninhadas que variam de 4 a 6 filhotes. No entanto, o sucesso reprodutivo é limitado por diversos fatores ambientais e humanos.

O cachorro-do-mato-vinagre está classificado como vulnerável à extinção. A principal ameaça é a destruição do habitat causada pelo desmatamento, avanço da agropecuária e fragmentação florestal. Além disso, sofre com a caça ilegal e a competição com espécies invasoras e cães domésticos.

Como predador de médio porte, ele exerce um papel fundamental no equilíbrio ecológico, controlando populações de pequenos animais e contribuindo para a saúde do ecossistema. Proteger o cachorro-do-mato-vinagre é proteger a cadeia alimentar e os serviços ambientais das florestas tropicais.

Conscientizar a população sobre espécies pouco conhecidas é essencial para a conservação da biodiversidade. O cachorro-do-mato-vinagre pode ser discreto, mas sua presença indica a qualidade ambiental de uma região. Incentivar projetos de conservação, fiscalização ambiental e educação nas comunidades locais é essencial para garantir sua sobrevivência.

Proteger o que é nosso é mais do que um dever — é um compromisso com o futuro. Que esse pequeno e valente guardião das florestas nos inspire a cuidar com mais atenção da natureza que ainda resiste.


Ramon Ventura