Muita gente não sabe, mas os corais são animais cnidários da classe Arthozoa. Existem várias espécies destes seres vivos, os mais conhecidos são os que se agregam formando os recifes. Estas “comunidades” servem de alocação para grandes ecossistemas, se colocando na base da cadeia alimentar dos oceanos. O que acontece é que 75% destes corais estão ameaçados de extinção, justamente por influência do homem.
O principal problema seria o aumento da temperatura e a acidificação dos oceanos, causados pelo efeito estufa. Com este fenômeno, o percentual de dióxido de carbono concentrado na água sobe, o que causa o branqueamento dos corais. O branqueamento ocorre quando os corais expulsam as algas localizadas nos recifes, deixando-os sem a sua base alimentar.
Os corais também sofrem com o estresse, devido a fatores como a mudança climática e a poluição, o que já coloca um terço desses construtores de recifes em risco de extinção. Essa é a principal conclusão do primeiro grande estudo mundial sobre o estado de conservação dos corais, uma iniciativa conjunta das ONGs União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) e Conservação Internacional (CI), realizada a fim de incluir estas espécies marinhas na lista de espécies ameaçadas.
Atualmente, os recifes cobrem 0,2% dos oceanos e concentram 25% das espécies marinhas, entre corais, peixes e algas. A sua ameaça de extinção pode causar grande impacto na biodiversidade marinha, desestruturando a cadeia alimentar e prejudicando grande parte da fauna e flora dos mares.
A alta das temperaturas pela mudanças climática leva ao branqueamento dos corais, um resultado de sua resposta ao estresse e que lhe torna mais frágil frente às doenças. Os pesquisadores predizem, além disso, que a acidificação dos oceanos representa uma nova ameaça grave para os recifes de coral. Dado que as águas absorvem quantidades crescentes de dióxido de carbono da atmosfera, sua acidez aumenta, o que tem um grande impacto na capacidade dos corais de construir seu esqueleto, que é a base dos recifes.
"Esses resultados mostram que os corais construtores de recifes correm maior risco de extinção, como grupo, que todos os grupos terrestres, exceto os anfíbios, e que são os mais vulneráveis aos efeitos da mudança climática", comentou Roger McManus, vice-presidente da CI para programas marinhos.
Entre as recomendações feitas por especialistas, esta a criação de áreas de proteção marinha, uma vez que apenas 6% dos corais se localizam em zonas gerenciadas eficientemente. Os recifes de corais protegem cerca de 150 km de litorais de 100 países, em regiões que totalizam mais de 275 milhões de habitantes.
Ramon Ventura
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