sábado, 8 de abril de 2023

GALITO

(Foto: WikiAves)
Nome popular: Galito.

Nome científico: Alectrurus tricolor.

Peso: Pesa aproximadamente 16 a 20 gramas.

Tamanho: Mede cerca de 15 a 17 centímetros de comprimento.

Família: Tyrannidae.

Habitat: Prefere campos nativos abertos, pastagens naturais e áreas de cerrado.

Local onde é encontrado: É encontrada principalmente no sul do Brasil, especialmente nos estados do Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 


Galito (Alectrurus tricolor): A ave dos campos em risco

O Galito, cujo nome científico é Alectrurus tricolor, é uma ave pequena e carismática que chama atenção pelo seu comportamento e aparência inconfundíveis. Pertencente à família Tyrannidae, conhecida como a dos tiranídeos ou “papa-moscas”, o Galito habita regiões campestres do Brasil e de alguns países vizinhos da América do Sul.

O Galito pesa aproximadamente 16 a 20 gramas e mede cerca de 15 a 17 centímetros de comprimento. O macho adulto é inconfundível durante o período reprodutivo: possui penas alongadas na cauda que podem ultrapassar o comprimento do corpo, dando-lhe uma aparência espetacular quando realiza seus voos acrobáticos para cortejar as fêmeas. Sua plumagem combina o branco, preto e tons azulados, formando um contraste elegante — daí o nome “tricolor”.

Essa ave prefere campos nativos abertos, pastagens naturais e áreas de cerrado. É encontrada principalmente no sul do Brasil, especialmente nos estados do Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina, além do Paraguai, Uruguai e norte da Argentina. No entanto, a expansão agrícola e a conversão de campos em plantações têm reduzido drasticamente o seu habitat natural.

A época de reprodução ocorre nos meses mais quentes do ano, geralmente entre outubro e março. O Galito constrói ninhos em gramíneas altas, camuflando-os para proteger os ovos. A fêmea põe de 2 a 3 ovos, e o período de incubação dura cerca de 14 dias. Os filhotes permanecem no ninho por cerca de duas semanas após a eclosão, sendo cuidados exclusivamente pela fêmea.

A dieta do Galito é composta majoritariamente por insetos, como besouros, formigas, gafanhotos e pequenos artrópodes. Ele costuma caçar no chão ou em voo baixo, exibindo um comportamento ágil e oportunista típico dos tiranídeos.

O Galito é considerado uma espécie vulnerável, figurando em listas de espécies ameaçadas de extinção, tanto nacional quanto internacionalmente. A principal ameaça à sua sobrevivência é a perda e degradação do habitat, especialmente devido ao avanço da agricultura, monoculturas, uso de agrotóxicos e urbanização. A substituição dos campos nativos por pastagens exóticas também impacta diretamente sua reprodução e alimentação.

O macho realiza uma dança aérea peculiar durante a corte, com voos verticais e cauda erguida, o que o torna bastante visível no campo.

Fora da época reprodutiva, o macho perde as penas longas da cauda e adquire uma aparência mais semelhante à da fêmea.

A conservação do Galito depende diretamente da preservação dos campos nativos, ecossistemas que, apesar de ricos em biodiversidade, ainda são pouco protegidos no Brasil.

O Galito é um símbolo da beleza e fragilidade dos ecossistemas campestres. Conhecer e proteger essa espécie é essencial para manter a diversidade biológica e os serviços ambientais que os campos nativos oferecem. A educação ambiental e o apoio a práticas sustentáveis no campo são caminhos fundamentais para evitar o desaparecimento dessa ave única.

Ramon Ventura.

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