Nome popular: Guigó-de-Coimbra-Filho.
Nome científico: Callicebus coimbrai.
Peso: De 1 a 2 quilos.
Tamanho: pode variar de 30 a 40 centímetros.
Família: Pitheciidae.
Habitat: Florestas estacionais semidecíduas e áreas de mata atlântica de tabuleiro.
Local onde é encontrado: Encontrado exclusivamente no sul do estado de Sergipe e no extremo nordeste da Bahia.
Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção.
Guigó-de-Coimbra-Filho (Callicebus coimbrai): O Primata Raro do Nordeste Brasileiro
O Guigó-de-Coimbra-Filho, cientificamente chamado de Callicebus coimbrai, é uma das espécies mais emblemáticas e ameaçadas da fauna brasileira. Descoberto recentemente em termos científicos — na década de 1990 — esse pequeno primata carrega em seu nome uma homenagem ao renomado primatólogo brasileiro Adelmar F. Coimbra-Filho, um dos pioneiros na conservação de primatas no país.
O Callicebus coimbrai é um primata de tamanho pequeno, com um comprimento que pode variar de 30 a 40 centímetros, e um peso que pode chegar a cerca de 1 a 2 quilos. A pelagem do Guigó-de-Coimbra-Filho é predominantemente marrom, com uma faixa branca na testa e uma cauda longa e peluda. Seu comportamento é discreto e reservado. Esse Guigó é um macaco do gênero Callicebus, pertencente à família Pitheciidae.
O guigó-de-Coimbra-Filho é endêmico da Mata Atlântica nordestina, encontrado exclusivamente no sul do estado de Sergipe e no extremo nordeste da Bahia, em fragmentos florestais extremamente ameaçados. Seu habitat preferido são as florestas estacionais semidecíduas e áreas de mata atlântica de tabuleiro, geralmente próximas a cursos d'água.
Essa espécie vive em pequenos grupos familiares monogâmicos, geralmente compostos por um casal e seus filhotes. É comum observar o macho como principal responsável por carregar o filhote, entregando-o à fêmea apenas para amamentação.
A gestação do Guigó-de-Coimbra-Filho dura aproximadamente 5 a 6 meses, após os quais a fêmea dá à luz a um único filhote. O filhote é cuidado pela mãe e pelo pai até que se torne independente.
A espécie apresenta cuidados parentais intensivos, o que fortalece os laços sociais do grupo.
O Guigó-de-Coimbra-Filho é predominantemente frugívoro, mas também se alimenta de folhas jovens, sementes, flores e, ocasionalmente, pequenos insetos. Sua dieta depende diretamente da diversidade de espécies vegetais disponíveis nos fragmentos florestais onde vive.
A espécie está classificada como "Criticamente em Perigo" (CR) pela Lista Vermelha da IUCN. As principais ameaças à sua sobrevivência incluem:
Desmatamento e fragmentação do habitat para agricultura, pecuária e expansão urbana;
Caça de subsistência, embora não seja seu principal risco;
Isolamento populacional, que compromete a variabilidade genética e a reprodução saudável.
Estima-se que restem menos de 1.000 indivíduos na natureza, distribuídos em fragmentos florestais cada vez mais reduzidos e isolados.
A espécie foi reconhecida formalmente pela ciência somente em 2002, apesar de já ter sido observada anteriormente.
É considerada uma das espécies de primatas mais ameaçadas do Brasil e do mundo.
Seu nome homenageia o naturalista Adelmar Coimbra-Filho, referência na primatologia e conservação da fauna brasileira.
O Guigó-de-Coimbra-Filho é um símbolo da fragilidade e da urgência na conservação da Mata Atlântica nordestina. Sua sobrevivência depende diretamente da proteção de remanescentes florestais, de políticas públicas eficazes e do engajamento da sociedade. Preservar essa espécie é, também, preservar um legado de conhecimento, diversidade e equilíbrio ambiental.
Ramon ventura.
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