domingo, 18 de junho de 2023

FAVEIRO DE WILSON

Nome popular: Faveiro-de-Wilson
Nome científico: Dimorphandra wilsonii
Família: Fabaceae
Onde ocorre: Na região de Paraopeba, Estado de Minas Gerais.

Já viu a expressão "Favas contadas"? Ela surgiu da época do Império, quando, nas votações, eram usadas para contabilizar os votos: As brancas, indicando sim, e as pretas, o não. Mas, afinal de contas, o que são favas? São os frutos das leguminosas, mesma família botânica do feijão, da soja e do amendoim. Assim, a planta que produz favas é chamada de faveiro, como o Faveiro-de-Wilson.

É uma espécie com o hábito arbóreo podendo chegar até 17 metros de altura, e cerca de 1,12m de diâmetro. Possui folhas grandes, bipinadas, com pinas opostas ou subopostas (5 a 15 pares de pinas), apresenta folíolos elípticos densamente pilosos em ambas as faces quando jovens, sua base é arredondada e o teu ápice obtuso ou atenuado. Apresentam também uma nervura primária imersa na face axial e proeminente e densamente pilosa na abaxial.

Suas flores são hermafroditas - amarelas e pequenas, possui um cálice urceolado; corola com 5 pétalas espatuladas bem evidente. Os estames 5 são epipétalos e glabros; as anteras são rimosas, introrsas, e um ápice dilatado. O ovário é fusiforme, anguloso e glabro. O estilete é bem espesso, mas em geral recurvado; estigma é do tipo punctiforme.

A semente possui o formato elíptico a reniforme, sendo o ápice oblonga e algumas vezes levemente recurvada, medindo cerca de 17,9 mm; e uma largura média de 6,7 mm. A testa da semente é do tipo córnea com superfície lisa e brilhante, de coloração marrom a avermelhada.

Os frutos dessa espécie medindo cerca 15 à 25cm de comprimento, liso, espesso e rígido, sendo sua casca externa na cor marrom escuro. Internamente apresenta uma polpa alva e são intensamente coletados por porque produzem uma substância medicinal chamada rutina, usada para tratar problemas circulatórios, mas, acredite, essa mesma substância é tóxica para o gado – por isso, os pecuaristas eliminam o Faveiro-de-Wilson de pastagens naturais em áreas do cerrado onde vivem. Por essas razões, a espécie já era considerada rara quando foi descoberta, e hoje restam poucos indivíduos adultos. Tentando conservar a planta, a Fundação Zoo-Botânica de Belo Horizonte desenvolve um programa de estudo especial sobre o Faveiro-de-Wilson.



                                Ramon Ventura
                                Marcelo Guerra Santos
                                Núcleo de pesquisa e ensino de ciências
                                Universidade do Estado do Rio de Janeiro
                                Paulo Takeo Sano
                                Instituto de Biociências
                                Universidade de São Paulo.

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