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quinta-feira, 21 de junho de 2012

FORMIGUEIRO DO LITORAL

Nome popular: Formigueiro-do-litoral.

Nome científico: Formicivora littoralis.

Peso: Entre 10 e 20 gramas.

Tamanho: Variando entre 12 e 15 centímetros.

Família: Thamnophilidae.

Habitat: Áreas de restinga.

Local onde é encontrado: com ocorrência restrita ao litoral do estado do Rio de Janeiro, como em Maricá, Saquarema e Arraial do Cabo.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 


Formigueiro-do-litoral (Formicivora littoralis): Um pequeno tesouro ameaçado da restinga

O Formigueiro-do-litoral é uma ave passeriforme pertencente à família Thamnophilidae, a mesma de outros formigueiros e choquinhas típicos das matas brasileiras. Esta espécie chama atenção não apenas pelo seu comportamento discreto e habitat restrito, mas também pela sua situação crítica de conservação.

Com tamanho variando entre 12 e 15 centímetros, o Formigueiro-do-litoral é uma ave pequena e leve, pesando entre 10 e 20 gramas. Possui plumagem acinzentada ou marrom-olivácea, com leves diferenças entre machos e fêmeas, sendo o macho geralmente mais escuro. É conhecido pelo seu comportamento ágil entre a vegetação densa e seu canto característico.

Esta espécie é endêmica do Brasil, com ocorrência restrita ao litoral do estado do Rio de Janeiro, principalmente em áreas de restinga, um tipo de vegetação costeira que combina solos arenosos, vegetação rasteira e arbustiva. Está presente em poucas localidades, como em Maricá, Saquarema e Arraial do Cabo, o que evidencia sua distribuição altamente fragmentada.

As informações sobre a reprodução do Formigueiro-do-litoral ainda são limitadas, mas observações de campo indicam que a incubação (gestação dos ovos) dura entre 14 e 16 dias, com ambos os pais participando da construção do ninho e dos cuidados com os filhotes. Os ninhos são geralmente feitos em arbustos baixos e bem camuflados.

Sua dieta é composta basicamente por insetos e pequenos artrópodes, que captura em meio à vegetação baixa. O comportamento forrageador é cuidadoso e metódico, típico dos membros da sua família.

O Formigueiro-do-litoral está classificado como “Criticamente em Perigo” de extinção pela Lista Vermelha da IUCN e pela lista do ICMBio, principalmente devido à destruição e fragmentação do seu habitat. As principais ameaças incluem:

Expansão urbana e turística desenfreada na faixa litorânea do Rio de Janeiro;

Supressão da vegetação de restinga, muitas vezes ilegal;

Falta de unidades de conservação efetivas em áreas onde a espécie ocorre;

Baixa capacidade de dispersão, o que dificulta sua adaptação a novos ambientes.

Embora ainda pouco conhecida pelo público, a espécie vem sendo foco de pesquisas e projetos de conservação por parte de universidades, ONGs e órgãos ambientais. A criação de áreas protegidas, o monitoramento populacional e a educação ambiental nas comunidades costeiras são essenciais para garantir a sobrevivência desse pequeno e raro habitante das restingas brasileiras.

O Formigueiro-do-litoral é mais do que uma ave rara: ele é um símbolo da biodiversidade ameaçada da costa brasileira. Preservá-lo é também preservar os frágeis ecossistemas costeiros e a memória natural do nosso país.

Ramon ventura.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

PINTOR VERDADEIRO

Nome popular: Pintor-verdadeiro.

Nome científico: Tangara fastuosa.

Peso: Pesa entre 16 e 20 gramas.

Tamanho: Mede cerca de 13,5 a 15 centímetros de comprimento. 
Família: Thraupidae

Habitat: Habitat natural são os remanescentes de Mata Atlântica e florestas úmidas de baixada.

Local onde é encontrado: Principalmente no litoral nordestino, especialmente nos estados de Pernambuco, Alagoas e Paraíba.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 


Pintor-verdadeiro (Tangara fastuosa): A joia rara das matas nordestinas

O Pintor-verdadeiro, cientificamente conhecido como Tangara fastuosa, é uma das aves mais belas e coloridas da fauna brasileira. Também chamado de saíra-sete-cores ou simplesmente pintor, essa espécie encanta por sua coloração vibrante e por ser um símbolo da rica biodiversidade do bioma Mata Atlântica.

Com um porte delicado, o Pintor-verdadeiro mede cerca de 13,5 a 15 centímetros de comprimento e pesa entre 16 e 20 gramas. Seu corpo é uma verdadeira paleta de cores, exibindo tons intensos de azul, verde, amarelo, laranja e preto — o que o torna uma das aves mais vistosas do Brasil.

Essa ave é endêmica do Brasil, ou seja, só ocorre em território nacional. Seu habitat natural são os remanescentes de Mata Atlântica e florestas úmidas de baixada, localizados principalmente no litoral nordestino, especialmente nos estados de Pernambuco, Alagoas e Paraíba. Infelizmente, a fragmentação desse bioma tem reduzido severamente suas áreas de ocorrência.

A reprodução do Pintor-verdadeiro ocorre em áreas com densa vegetação, onde o casal constrói um ninho em forma de taça, geralmente em árvores ou arbustos. O período de incubação dura de 12 a 14 dias, e a fêmea põe entre 2 a 3 ovos. Os filhotes são cuidados por ambos os pais até estarem prontos para deixarem o ninho.

Sua dieta é bastante variada. Alimenta-se principalmente de frutas, insetos e néctar, sendo considerado um importante agente na dispersão de sementes e no controle de insetos na floresta. É uma ave ativa, que se desloca constantemente entre os galhos em busca de alimento.

O Pintor-verdadeiro está criticamente ameaçado de extinção, conforme a Lista Vermelha da IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza). As principais ameaças à sua sobrevivência incluem:

Desmatamento e fragmentação da Mata Atlântica, que reduzem drasticamente seu habitat. Tráfico de aves silvestres, devido à sua beleza exótica e canto suave. Baixa taxa de reprodução, o que dificulta a recuperação populacional.

A espécie está presente em poucos fragmentos de floresta, muitos dos quais fora de áreas de proteção ambiental.

O Pintor-verdadeiro é frequentemente confundido com outras espécies do gênero Tangara, como a Saíra-sete-cores (Tangara seledon), mas se diferencia por seu padrão único de cores. Seu nome científico, fastuosa, deriva do latim e significa “luxuoso” ou “esplêndido” — uma referência direta à sua aparência vibrante. Apesar da beleza, é uma ave discreta, difícil de ser observada em seu habitat natural.

O Pintor-verdadeiro é mais do que uma ave bonita — é um símbolo da riqueza biológica brasileira e um alerta sobre os riscos do desmatamento e da negligência ambiental. Sua preservação depende de ações efetivas para proteger os últimos remanescentes da Mata Atlântica nordestina e combater o tráfico ilegal de fauna silvestre.


Ramon Ventura

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

PÁSSARO AZUL

Nome popular: Pássaro-azul.
Nome científico: Cotinga maculata.
Peso: Pesa aproximadamente 75 a 90 gramas.
Tamanho: Mede entre 20 e 22 centímetros de comprimento.
Família: Cotingidae.
Habitat: Florestas tropicais úmidas da Mata Atlântica, especialmente nas áreas de baixa altitude e encostas de serra.
Local onde é encontrado: Ocorrendo em regiões bastante restritas do litoral sudeste, especialmente no sul da Bahia, Espírito Santo e norte do Rio de Janeiro.
Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 



Pássaro-azul (Cotinga maculata): A beleza rara das florestas brasileiras

O Pássaro-azul, conhecido cientificamente como Cotinga maculata, é uma das aves mais deslumbrantes da fauna brasileira. Com sua plumagem azul-vibrante e comportamento discreto, essa espécie é pouco vista na natureza e, infelizmente, figura entre as mais ameaçadas do país.

Essa ave mede entre 20 e 22 centímetros de comprimento e pesa aproximadamente 75 a 90 gramas, sendo relativamente robusta em comparação a outras aves frugívoras da Mata Atlântica.

O habitat natural do Pássaro-azul são as florestas tropicais úmidas da Mata Atlântica, especialmente nas áreas de baixa altitude e encostas de serra. Ele depende de grandes árvores frutíferas e copas densas para alimentação, reprodução e proteção.

É endêmico do Brasil, ocorrendo em regiões bastante restritas do litoral sudeste, especialmente no sul da Bahia, Espírito Santo e norte do Rio de Janeiro. Devido à destruição de seu habitat, seus avistamentos tornaram-se extremamente raros.

A fêmea do Pássaro-azul constrói ninhos simples em árvores altas, onde deposita geralmente um único ovo. O período de incubação dura cerca de 20 dias, e o filhote permanece no ninho por mais algumas semanas, sendo alimentado exclusivamente com frutas regurgitadas pela mãe.

A espécie é frugívora, alimentando-se quase exclusivamente de frutas nativas da Mata Atlântica, especialmente das copas das árvores. Sua dieta contribui significativamente para a dispersão de sementes, o que o torna um importante agente ecológico na regeneração florestal.

O Pássaro-azul está criticamente ameaçado de extinção, segundo a Lista Vermelha da IUCN, devido a:

Desmatamento acelerado da Mata Atlântica, que reduziu drasticamente seu habitat. Fragmentação florestal, que isola populações e dificulta a reprodução. Baixa densidade populacional, o que o torna ainda mais vulnerável a perturbações ambientais.

Estima-se que restem menos de mil indivíduos na natureza, sendo uma das aves mais ameaçadas do Brasil.

Sua plumagem azul iridescente é exclusiva dos machos adultos; as fêmeas são mais discretas, com tons esverdeados e pardos. Apesar de vistoso, é uma ave de comportamento extremamente silencioso e reservado, o que dificulta sua observação.

Não possui canto elaborado, sendo mais reconhecido por sua beleza do que por sua vocalização. Está protegido por lei, e sua captura, venda ou manutenção em cativeiro é crime ambiental.

O Pássaro-azul (Cotinga maculata) representa não só uma joia viva das florestas tropicais, mas também um alerta sobre a urgência de proteger o que resta da Mata Atlântica. Sua conservação depende de esforços coordenados entre governos, ONGs e comunidades locais para preservar e restaurar seu habitat natural.


Ramon Ventura

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

BALANÇA RABO CANELA

Nome popular: Balança-rabo-canela.

Nome científico: Cinclodes pabsti.

Peso: Aproximadamente 30 a 40 gramas.

Tamanho: Mede cerca de 19 a 20 centímetros.

Família: Furnariidae.

Habitat: os campos naturais de alta elevação, geralmente acima dos 1.000 metros, com vegetação rasteira e solo pedregoso ou arenoso.

Local onde é encontrado: Registrada exclusivamente nos Campos de Altitude da Serra Geral, abrangendo partes dos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 


Balança-rabo-canela (Cinclodes pabsti): Uma joia ameaçada dos campos do sul do Brasil

O Balança-rabo-canela, conhecido cientificamente como Cinclodes pabsti, é uma ave passeriforme pertencente à família Furnariidae, a mesma de outros pássaros típicos da América do Sul, como os joões-de-barro e os pichororés. Esta espécie singular chama a atenção não apenas por seu nome curioso, mas também por sua ecologia restrita e situação de conservação preocupante.

O Balança-rabo-canela é uma ave de pequeno porte. Mede cerca de 19 a 20 centímetros de comprimento e pesa aproximadamente 30 a 40 gramas. Sua plumagem marrom-canela, com nuances claras no peito e cauda frequentemente erguida e em movimento – daí o nome popular – facilita sua identificação em campo.

Essa espécie é endêmica do sul do Brasil, sendo registrada exclusivamente nos Campos de Altitude da Serra Geral, abrangendo partes dos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Seu habitat preferido são os campos naturais de alta elevação, geralmente acima dos 1.000 metros, com vegetação rasteira e solo pedregoso ou arenoso.

O ciclo reprodutivo do Balança-rabo-canela ainda é pouco documentado, mas sabe-se que sua gestação (incubação dos ovos) dura em média 15 a 18 dias, e os ninhos são construídos em cavidades no solo, fendas rochosas ou tocas abandonadas. A espécie mostra comportamento territorial durante o período reprodutivo.

Sua dieta é composta principalmente de insetos e outros pequenos invertebrados, que captura no solo ou entre a vegetação baixa. O comportamento forrageador ativo, com o rabo sempre em movimento, é uma das marcas registradas dessa ave.

O Balança-rabo-canela é classificado como "Vulnerável" pela Lista Nacional de Espécies Ameaçadas do ICMBio. Entre os principais fatores que colocam a espécie em risco estão:

Perda de habitat devido à expansão da agricultura, pecuária e florestamento com espécies exóticas;

Fragmentação dos campos naturais, reduzindo a conectividade entre populações;

Fogo e manejo inadequado das áreas campestres;

Mudanças climáticas, que impactam diretamente os ecossistemas de altitude.

O Balança-rabo-canela é um exemplo claro da riqueza e fragilidade dos ecossistemas dos campos de altitude. Proteger essa ave exige ações integradas de conservação, como o manejo adequado das áreas de campo, criação de unidades de conservação, fiscalização e educação ambiental. Preservar o Cinclodes pabsti é preservar também um dos biomas mais singulares e ameaçados do Brasil.

Ramon Ventura.