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quarta-feira, 30 de julho de 2025

TIÊ-SANGUE

Nome popular: Tiê-sangue.

Nome científico: Ramphocelus bresilius.

Peso: Pesa cerca de 30 a 40 gramas.

Tamanho: Aproximadamente 18 a 19 centímetros de comprimento.

Família: Thraupidae.

Habitat: Mata Atlântica.

Local onde é encontrado: Sua ocorrência abrange os estados do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 


Tiê-sangue (Ramphocelus bresilius): A joia vermelha da Mata Atlântica


O Tiê-sangue, cientificamente conhecido como Ramphocelus bresilius, é uma das aves mais emblemáticas e visualmente marcantes da avifauna brasileira. Pertencente à família Thraupidae, essa ave chama a atenção pelo seu deslumbrante colorido vermelho-vivo contrastando com asas e cauda negras, que conferem ao macho uma aparência única na natureza.

O Tiê-sangue pesa cerca de 30 a 40 gramas e mede aproximadamente 18 a 19 centímetros de comprimento. A diferença entre machos e fêmeas é evidente: enquanto o macho ostenta uma plumagem vermelha intensa, a fêmea exibe tons mais discretos de marrom-avermelhado, o que a ajuda na camuflagem durante o período reprodutivo.

Essa ave é endêmica do Brasil, sendo encontrada principalmente na Mata Atlântica, um dos biomas mais biodiversos e também mais ameaçados do país. Sua ocorrência abrange os estados do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina, com registros em florestas densas, matas secundárias e até áreas urbanizadas com vegetação preservada.

O Tiê-sangue é uma ave monogâmica e sua época de reprodução ocorre, em geral, durante a primavera e o verão. A fêmea constrói o ninho em arbustos ou árvores baixas, onde deposita de 2 a 3 ovos, que são incubados por cerca de 12 a 14 dias. Os filhotes permanecem no ninho por mais algumas semanas até estarem prontos para alçar voo.

Sua alimentação é onívora, composta principalmente por frutas, sementes, pequenos insetos e artrópodes, desempenhando um papel importante na dispersão de sementes e controle de insetos nas florestas.

Embora atualmente classificado como "Pouco Preocupante (LC)" pela Lista Vermelha da IUCN, o Tiê-sangue não está livre de ameaças. A fragmentação e o desmatamento da Mata Atlântica, bem como o tráfico de aves silvestres, são fatores que podem impactar suas populações locais.

A presença de uma espécie na Lista da IUCN, mesmo em categorias de baixo risco, como o LC (Least Concern), é um alerta para a necessidade de monitoramento contínuo. A degradação progressiva do habitat e a perda de conectividade entre áreas verdes podem fazer com que espécies atualmente comuns se tornem vulneráveis em um curto espaço de tempo.

O Tiê-sangue é mais do que uma ave de plumagem vibrante; é um indicador da saúde ambiental da Mata Atlântica. Proteger suas populações significa também proteger o ecossistema ao qual pertence. A observação, o registro científico e o envolvimento da sociedade são essenciais para garantir que espécies como o Tiê-sangue continuem colorindo nossas florestas por muitas gerações.


Ramon ventura.

sábado, 14 de agosto de 2021

SUINDARA


Nome popular: Suindara.

Nome científico: Tyto alba.

Peso: Pesa entre 400 e 600 gramas.

Tamanho: Mede de 33 a 39 cm de comprimento, com envergadura de asas que pode atingir 90 a 95 cm.

Família: Tytonidae.

Habitat: Áreas rurais, campos abertos, pastagens, bordas de matas.

Local onde é encontrado: No Brasil, ocorre em todos os biomas.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 

Suindara (Tyto alba) Uma Coruja Cosmopolita e sua Importância Ecológica

A suindara (Tyto alba), também conhecida como coruja-das-torres ou coruja-branca, é uma ave de rapina noturna pertencente à família Tytonidae. Reconhecida pela face em formato de coração e plumagem clara, desempenha um papel fundamental no controle populacional de roedores, sendo considerada uma aliada natural da agricultura.

A suindara pesa entre 400 e 600 gramas e mede de 33 a 39 cm de comprimento, com envergadura de asas que pode atingir 90 a 95 cm. Sua plumagem apresenta coloração branca no peito e amarelada ou acinzentada nas partes superiores, com manchas escuras. Os olhos são escuros e adaptados à visão noturna, e suas asas largas permitem voo silencioso.

Essa coruja possui ampla distribuição mundial, estando presente em todos os continentes, exceto na Antártica. No Brasil, ocorre em todos os biomas, sendo encontrada em áreas rurais, campos abertos, pastagens, bordas de matas e até em construções humanas como celeiros e torres de igrejas. Prefere locais abertos, onde possa caçar com mais facilidade.

A dieta da suindara é predominantemente composta por roedores, mas também inclui pequenos marsupiais, morcegos, aves e grandes insetos. Sua função ecológica como controladora natural de pragas agrícolas é amplamente reconhecida.

O período reprodutivo varia de acordo com a região, mas geralmente ocorre na primavera e verão. A fêmea põe de 4 a 7 ovos, incubados por cerca de 30 a 34 dias. Os filhotes permanecem no ninho por aproximadamente dois meses, sendo alimentados intensamente pelos pais.

Apesar de amplamente distribuída e classificada como Pouco Preocupante (LC) pela IUCN, a suindara enfrenta ameaças locais, como:

Perda de habitat devido à urbanização e agricultura intensiva;

Morte por atropelamento em rodovias;

Envenenamento indireto por uso de raticidas;

Perseguição humana, motivada por crenças populares equivocadas.

A suindara é considerada um predador de topo em seu nicho e essencial para o equilíbrio ecológico. Seu papel como reguladora de populações de roedores reduz a necessidade do uso de venenos, contribuindo para uma agricultura mais sustentável e para a saúde ambiental.


Ramon Ventura.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

UDU DE COROA AZUL

Nome popular: Udu-de-coroa-azul.

Nome científico: Momotus momota.

Peso: Pode pesar de 80 a 140 gramas.

Tamanho: Mede entre 38 a 48 centímetros de comprimento.

Família: Momotidae.

Habitat: Florestas tropicais e subtropicais úmidas, geralmente em áreas de densa vegetação próximas a rios e clareiras.

Local onde é encontrado: No Brasil, pode ser vista em fragmentos de mata atlântica e em regiões do Cerrado com vegetação de galeria.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 


Udu-de-coroa-azul (Momotus momota): uma joia das florestas tropicais

O Udu-de-coroa-azul (Momotus momota) é uma das aves mais emblemáticas e belas das florestas tropicais da América Latina. Reconhecido por seu colorido vibrante e comportamento discreto, esse pássaro encanta observadores da natureza com sua plumagem verde-azulada, cauda longa em formato de raquete e uma coroa azul luminosa no topo da cabeça, que dá origem ao seu nome popular.

Pertencente à família Momotidae, o Udu-de-coroa-azul mede entre 38 a 48 centímetros de comprimento e pode pesar de 80 a 140 gramas, variando conforme a subespécie e o sexo do indivíduo. Sua longa cauda com penas terminais em forma de pêndulo é uma de suas marcas registradas e pode estar relacionada à seleção sexual.

Essa espécie habita florestas tropicais e subtropicais úmidas, geralmente em áreas de densa vegetação próximas a rios e clareiras. É encontrada em vários países da América Central e América do Sul, como México, Panamá, Colômbia, Venezuela, Equador, Peru e grande parte da região amazônica brasileira. No Brasil, também pode ser vista em fragmentos de mata atlântica e em regiões do Cerrado com vegetação de galeria.
De hábitos discretos e solitários ou em casais, o Udu costuma permanecer em galhos baixos, muitas vezes imóvel, observando o ambiente ao redor. Sua dieta é onívora, composta por insetos, pequenos vertebrados, frutas e sementes. Esse comportamento alimentar torna a espécie importante para o equilíbrio ecológico, pois auxilia no controle de pragas e na dispersão de sementes.
A reprodução ocorre principalmente durante a estação chuvosa. O Udu-de-coroa-azul cava ninhos em túneis subterrâneos, geralmente em barrancos ou margens de rios. A fêmea põe de 3 a 4 ovos, que são incubados por cerca de 20 dias. Ambos os pais participam da alimentação dos filhotes até que estejam prontos para deixar o ninho.

Atualmente, o Udu-de-coroa-azul não está listado como uma espécie ameaçada de extinção em nível global, sendo classificado como "Pouco Preocupante" (LC) pela IUCN. No entanto, a destruição de seu habitat natural — especialmente o desmatamento das florestas tropicais — representa uma ameaça significativa para suas populações locais. A degradação ambiental, fragmentação de habitat e avanço de atividades humanas, como mineração e expansão agrícola, reduzem as áreas adequadas para sua sobrevivência.

Além da beleza singular, essa ave tem um canto grave e suave, semelhante a um "hoo-hoo", que ecoa pelas matas ao amanhecer. Outra curiosidade é seu hábito de balançar a cauda lateralmente, em um movimento que lembra o de um pêndulo.

O Udu-de-coroa-azul é mais do que uma ave de beleza exótica — ele é um indicador da saúde ambiental de nossas florestas. Preservar seu habitat é garantir o equilíbrio dos ecossistemas tropicais e proteger a rica biodiversidade que neles habita.

Ramon Ventura.

quinta-feira, 20 de abril de 2017

GRITADOR DO NORDESTE


Nome popular:
Gritador-do-nordeste.

Nome científico: Cichlocolaptes mazarbarnetti.

Peso: Entre 35 a 45 gramas.

Tamanho: Cerca de 20 a 22 centímetros de comprimento.

Família: Furnariidae.

Habitat: Habitava florestas montanas densas da Mata Atlântica nordestina, em altitudes superiores a 800 metros.

Local onde é encontrado: Com registros restritos às matas úmidas da Serra do Barbado, em Alagoas, e da Serra do Urubu, em Pernambuco.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 

Gritador-do-nordeste (Cichlocolaptes mazarbarnetti): a voz silenciada das florestas do Brasil

O Gritador-do-nordeste, cientificamente chamado Cichlocolaptes mazarbarnetti, é uma ave da família Furnariidae, a mesma dos joões-de-barro e arapaçus. Foi uma das descobertas mais recentes da ornitologia brasileira e, infelizmente, também uma das mais trágicas: está criticamente ameaçada de extinção e possivelmente já extinta.

O Gritador-do-nordeste media cerca de 20 a 22 centímetros de comprimento e pesava entre 35 a 45 gramas. Tinha plumagem marrom-acinzentada discreta, com bico levemente curvo, adaptado à sua dieta insetívora. Seu nome popular vem do seu canto forte e repetitivo, que ecoava pelas matas do Nordeste.

Esta ave era endêmica do Brasil, com registros restritos às matas úmidas da Serra do Barbado, em Alagoas, e da Serra do Urubu, em Pernambuco. Habitava florestas montanas densas da Mata Atlântica nordestina, em altitudes superiores a 800 metros. Seu habitat natural foi severamente reduzido e fragmentado devido à expansão agrícola e ao desmatamento descontrolado.

Pouco se sabe sobre os detalhes reprodutivos da espécie, devido à raridade dos encontros e à limitação de estudos. Presume-se que seu ciclo reprodutivo fosse semelhante ao de outros Furnariídeos: provavelmente com ninhos em cavidades de troncos e postura de 2 a 3 ovos, incubados pelo casal.

O Gritador-do-nordeste era um insetívoro especializado, alimentando-se de insetos e pequenos invertebrados encontrados entre cascas de árvores e bromélias. Sua técnica de forrageio incluía escaladas silenciosas por galhos e troncos em busca de presas.

O Cichlocolaptes mazarbarnetti foi descrito oficialmente em 2014, a partir de espécimes coletados nos anos 2000. Contudo, desde então, nenhuma observação confirmada da espécie foi registrada, e acredita-se que esteja funcionalmente extinta.

Seus principais fatores de ameaça foram:

Destruição do habitat (menos de 2% da floresta original onde vivia ainda existe). Expansão agropecuária e corte seletivo de madeira. Pouca atenção científica e políticas públicas tardias, o que dificultou ações de proteção quando a espécie ainda existia.

A União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) já considera a espécie possivelmente extinta, embora a classificação oficial ainda seja "Criticamente em Perigo (Possivelmente Extinta)".

O nome científico da espécie homenageia Pedro Mazar Barnett, ornitólogo e conservacionista, reconhecido por sua dedicação ao estudo da biodiversidade brasileira.

O Gritador-do-nordeste é um símbolo do descaso com as riquezas naturais do Brasil. Sua provável extinção serve como alerta urgente para a proteção dos últimos remanescentes da Mata Atlântica nordestina e para a valorização da ciência e da conservação ambiental. Que sua "voz silenciada" nos inspire a agir antes que outras espécies desapareçam para sempre.

Ramon Ventura.

SAÍRA APUNHALADA

 (foto: Gustavo Magnago)
Nome popular: Saíra-apunhalada.

Nome científico: Nemosia rourei.

Peso: Entre 12 e 15 gramas.

Tamanho: Cerca de 13 centímetros de comprimento.

Família: Thraupidae.

Habitat: Restrito a fragmentos de floresta montana da Mata Atlântica, acima dos 900 metros de altitude.

Local onde é encontrado: No sul do estado do Espírito Santo, em áreas como a região de Conceição do Castelo e entorno do Parque Nacional do Caparaó.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 

Saíra-apunhalada (Nemosia rourei): a joia rara da Mata Atlântica

A Saíra-apunhalada, conhecida cientificamente como Nemosia rourei, é uma das aves mais raras e ameaçadas do Brasil. Seu nome popular vem da mancha vermelha intensa no peito, que lembra uma ferida, contrastando com o azul vibrante do dorso e a cabeça acinzentada. É uma espécie enigmática que, por muito tempo, foi considerada extinta até ser redescoberta na década de 1990.

Essa pequena ave mede cerca de 13 centímetros de comprimento e pesa entre 12 e 15 gramas. Pertence à família Thraupidae, a mesma das saíras e tiês. Sua coloração marcante é uma das principais formas de identificação: azul na parte superior, cinza na cabeça, branco no ventre e uma mancha vermelho-vivo no peito.

A Saíra-apunhalada é endêmica do Brasil, ou seja, não é encontrada em nenhum outro lugar do mundo. Seu habitat está restrito a fragmentos de floresta montana da Mata Atlântica, acima dos 900 metros de altitude, localizados no sul do estado do Espírito Santo, em áreas como a região de Conceição do Castelo e entorno do Parque Nacional do Caparaó.

As informações sobre a reprodução dessa espécie ainda são limitadas, devido à sua raridade e aos poucos registros em vida livre. Presume-se que, como outras aves da mesma família, a Saíra-apunhalada coloque de 2 a 3 ovos por ninhada, e que a fêmea seja a principal responsável pela incubação, enquanto o macho contribui com a alimentação dos filhotes.

Sua alimentação é composta basicamente por frutas, insetos e pequenos artrópodes. Ela forrageia na vegetação em busca de alimento, muitas vezes acompanhando bandos mistos de outras aves florestais, o que contribui para sua camuflagem e segurança.

A Saíra-apunhalada está criticamente ameaçada de extinção segundo a Lista Vermelha da IUCN e o ICMBio. Entre os principais fatores que colocam a espécie em risco estão:

Desmatamento da Mata Atlântica, especialmente em áreas montanas. Fragmentação do habitat, que isola as populações remanescentes. Baixa densidade populacional e área de distribuição extremamente restrita. Falta de dados biológicos que dificultam ações de manejo eficazes.

Estima-se que existam menos de 250 indivíduos maduros na natureza, o que torna urgente a implementação de medidas de proteção, como a criação de corredores ecológicos, proteção de áreas-chave e pesquisas aprofundadas sobre seu comportamento e reprodução.

A Saíra-apunhalada ficou desaparecida por mais de 50 anos, sendo redescoberta apenas em 1996.

É considerada uma das aves mais raras do Brasil e uma das mais procuradas por observadores de aves no mundo.

Seu nome científico homenageia o naturalista francês Jules Roure.

A Saíra-apunhalada é um símbolo da fragilidade e da beleza da biodiversidade brasileira. Proteger essa espécie é proteger também a riqueza única da Mata Atlântica, um dos biomas mais ameaçados do planeta. A sua preservação depende do envolvimento de todos — poder público, pesquisadores e sociedade civil.

Ramon Ventura.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

PINTOR VERDADEIRO

Nome popular: Pintor-verdadeiro.

Nome científico: Tangara fastuosa.

Peso: Pesa entre 16 e 20 gramas.

Tamanho: Mede cerca de 13,5 a 15 centímetros de comprimento. 
Família: Thraupidae

Habitat: Habitat natural são os remanescentes de Mata Atlântica e florestas úmidas de baixada.

Local onde é encontrado: Principalmente no litoral nordestino, especialmente nos estados de Pernambuco, Alagoas e Paraíba.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 


Pintor-verdadeiro (Tangara fastuosa): A joia rara das matas nordestinas

O Pintor-verdadeiro, cientificamente conhecido como Tangara fastuosa, é uma das aves mais belas e coloridas da fauna brasileira. Também chamado de saíra-sete-cores ou simplesmente pintor, essa espécie encanta por sua coloração vibrante e por ser um símbolo da rica biodiversidade do bioma Mata Atlântica.

Com um porte delicado, o Pintor-verdadeiro mede cerca de 13,5 a 15 centímetros de comprimento e pesa entre 16 e 20 gramas. Seu corpo é uma verdadeira paleta de cores, exibindo tons intensos de azul, verde, amarelo, laranja e preto — o que o torna uma das aves mais vistosas do Brasil.

Essa ave é endêmica do Brasil, ou seja, só ocorre em território nacional. Seu habitat natural são os remanescentes de Mata Atlântica e florestas úmidas de baixada, localizados principalmente no litoral nordestino, especialmente nos estados de Pernambuco, Alagoas e Paraíba. Infelizmente, a fragmentação desse bioma tem reduzido severamente suas áreas de ocorrência.

A reprodução do Pintor-verdadeiro ocorre em áreas com densa vegetação, onde o casal constrói um ninho em forma de taça, geralmente em árvores ou arbustos. O período de incubação dura de 12 a 14 dias, e a fêmea põe entre 2 a 3 ovos. Os filhotes são cuidados por ambos os pais até estarem prontos para deixarem o ninho.

Sua dieta é bastante variada. Alimenta-se principalmente de frutas, insetos e néctar, sendo considerado um importante agente na dispersão de sementes e no controle de insetos na floresta. É uma ave ativa, que se desloca constantemente entre os galhos em busca de alimento.

O Pintor-verdadeiro está criticamente ameaçado de extinção, conforme a Lista Vermelha da IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza). As principais ameaças à sua sobrevivência incluem:

Desmatamento e fragmentação da Mata Atlântica, que reduzem drasticamente seu habitat. Tráfico de aves silvestres, devido à sua beleza exótica e canto suave. Baixa taxa de reprodução, o que dificulta a recuperação populacional.

A espécie está presente em poucos fragmentos de floresta, muitos dos quais fora de áreas de proteção ambiental.

O Pintor-verdadeiro é frequentemente confundido com outras espécies do gênero Tangara, como a Saíra-sete-cores (Tangara seledon), mas se diferencia por seu padrão único de cores. Seu nome científico, fastuosa, deriva do latim e significa “luxuoso” ou “esplêndido” — uma referência direta à sua aparência vibrante. Apesar da beleza, é uma ave discreta, difícil de ser observada em seu habitat natural.

O Pintor-verdadeiro é mais do que uma ave bonita — é um símbolo da riqueza biológica brasileira e um alerta sobre os riscos do desmatamento e da negligência ambiental. Sua preservação depende de ações efetivas para proteger os últimos remanescentes da Mata Atlântica nordestina e combater o tráfico ilegal de fauna silvestre.


Ramon Ventura

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

PÁSSARO AZUL

Nome popular: Pássaro-azul.
Nome científico: Cotinga maculata.
Peso: Pesa aproximadamente 75 a 90 gramas.
Tamanho: Mede entre 20 e 22 centímetros de comprimento.
Família: Cotingidae.
Habitat: Florestas tropicais úmidas da Mata Atlântica, especialmente nas áreas de baixa altitude e encostas de serra.
Local onde é encontrado: Ocorrendo em regiões bastante restritas do litoral sudeste, especialmente no sul da Bahia, Espírito Santo e norte do Rio de Janeiro.
Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 



Pássaro-azul (Cotinga maculata): A beleza rara das florestas brasileiras

O Pássaro-azul, conhecido cientificamente como Cotinga maculata, é uma das aves mais deslumbrantes da fauna brasileira. Com sua plumagem azul-vibrante e comportamento discreto, essa espécie é pouco vista na natureza e, infelizmente, figura entre as mais ameaçadas do país.

Essa ave mede entre 20 e 22 centímetros de comprimento e pesa aproximadamente 75 a 90 gramas, sendo relativamente robusta em comparação a outras aves frugívoras da Mata Atlântica.

O habitat natural do Pássaro-azul são as florestas tropicais úmidas da Mata Atlântica, especialmente nas áreas de baixa altitude e encostas de serra. Ele depende de grandes árvores frutíferas e copas densas para alimentação, reprodução e proteção.

É endêmico do Brasil, ocorrendo em regiões bastante restritas do litoral sudeste, especialmente no sul da Bahia, Espírito Santo e norte do Rio de Janeiro. Devido à destruição de seu habitat, seus avistamentos tornaram-se extremamente raros.

A fêmea do Pássaro-azul constrói ninhos simples em árvores altas, onde deposita geralmente um único ovo. O período de incubação dura cerca de 20 dias, e o filhote permanece no ninho por mais algumas semanas, sendo alimentado exclusivamente com frutas regurgitadas pela mãe.

A espécie é frugívora, alimentando-se quase exclusivamente de frutas nativas da Mata Atlântica, especialmente das copas das árvores. Sua dieta contribui significativamente para a dispersão de sementes, o que o torna um importante agente ecológico na regeneração florestal.

O Pássaro-azul está criticamente ameaçado de extinção, segundo a Lista Vermelha da IUCN, devido a:

Desmatamento acelerado da Mata Atlântica, que reduziu drasticamente seu habitat. Fragmentação florestal, que isola populações e dificulta a reprodução. Baixa densidade populacional, o que o torna ainda mais vulnerável a perturbações ambientais.

Estima-se que restem menos de mil indivíduos na natureza, sendo uma das aves mais ameaçadas do Brasil.

Sua plumagem azul iridescente é exclusiva dos machos adultos; as fêmeas são mais discretas, com tons esverdeados e pardos. Apesar de vistoso, é uma ave de comportamento extremamente silencioso e reservado, o que dificulta sua observação.

Não possui canto elaborado, sendo mais reconhecido por sua beleza do que por sua vocalização. Está protegido por lei, e sua captura, venda ou manutenção em cativeiro é crime ambiental.

O Pássaro-azul (Cotinga maculata) representa não só uma joia viva das florestas tropicais, mas também um alerta sobre a urgência de proteger o que resta da Mata Atlântica. Sua conservação depende de esforços coordenados entre governos, ONGs e comunidades locais para preservar e restaurar seu habitat natural.


Ramon Ventura