Nome popular: Butiá-felpudo.
Nome científico: Butia eriospatha.
Tamanho: Entre 2 a 6 metros, podendo chegar a 10 metros em condições ideais.
Família: Arecaceae.
Habitat: Áreas de campos e florestas com altitude elevada, como os Campos de Cima da Serra.
Local onde é encontrado: Nos estados de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul.
Motivo da busca: Planta ameaçada de extinção.
Butiá-felpudo (Butia eriospatha): Uma Palmeira Rara dos Campos Sulinos
O butiá-felpudo, cientificamente conhecido como Butia eriospatha, é uma palmeira nativa do Brasil que encanta não apenas por sua beleza rústica, mas também pelo valor ecológico e cultural que carrega. Pertencente à rica flora do bioma Mata Atlântica, mais especificamente dos Campos de Altitude do Sul do Brasil, essa espécie enfrenta hoje sérias ameaças à sua sobrevivência.
A Butiá-felpudo é uma palmeira de porte médio com altura entre 2 a 6 metros, podendo chegar a 10 metros em condições ideais, com tronco solitário e folhas pinadas que formam uma copa densa e arredondada. Pertencente a família Arecaceae a mesma das palmeiras. Suas Folhas são compostas por folíolos estreitos e pontiagudos, de coloração verde-brilhante. A inflorescência da Butiá-felpudo é protegida por uma espata felpuda, característica que dá nome à espécie.
Os frutos da Butiá-felpudo são drupas globosas, de coloração amarela ou avermelhada quando maduros. São ricos em nutrientes e servem de alimento para diversas espécies de animais, incluindo aves e mamíferos. As sementes são dispersas principalmente por esses animais, que consomem os frutos e excretam as sementes em diferentes locais.
O butiá-felpudo ocorre exclusivamente no sul do Brasil, nos estados de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul, em áreas de campos e florestas com altitude elevada, como os Campos de Cima da Serra. Seu nome popular se deve à textura “felpuda” das espatas florais (estruturas que envolvem as flores), cobertas por uma densa camada de fibras.
Essa palmeira prefere climas frios e úmidos, o que a diferencia de outras espécies do gênero Butia, mais comuns em regiões de clima quente e seco.
Além de seu valor paisagístico e ornamental, o butiá-felpudo tem importante papel ecológico:
Seus frutos são consumidos por aves, mamíferos silvestres e seres humanos;
A espécie ajuda na recuperação de solos degradados e na manutenção da biodiversidade local;
Seus frutos, de sabor doce e ácido, são usados na produção de geleias, licores e sucos artesanais, especialmente em comunidades tradicionais do sul do Brasil.
Apesar de sua relevância, o butiá-felpudo está listado como espécie ameaçada de extinção, principalmente por:
Desmatamento dos campos e florestas de altitude, muitas vezes convertidos em pastagens ou monoculturas;
Extração ilegal e exploração desordenada, tanto para paisagismo quanto para uso comercial;
Baixa regeneração natural, já que muitas áreas onde a planta ocorre têm poucos exemplares jovens, dificultando sua reprodução.
É uma espécie endêmica do Brasil, ou seja, não ocorre naturalmente em nenhum outro país.
A recuperação e preservação de áreas de campo nativo são essenciais para a sobrevivência do butiá-felpudo.
Algumas iniciativas comunitárias e projetos de conservação vêm promovendo o cultivo sustentável da espécie e o aproveitamento ecológico de seus frutos.
O Butia eriospatha é mais do que uma palmeira nativa — é um símbolo vivo da riqueza e fragilidade dos ecossistemas do sul do Brasil. Preservar o butiá-felpudo significa proteger uma herança natural única, que beneficia o meio ambiente, a economia local e as futuras gerações.
Ramon Ventura.