segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

BOTO COR DE ROSA

Nomes populares: boto-cor-de-rosa, boto-vermelho, boto-da-amazônia

Nome científico: Inia geofrensis

Tamanho: Machos adultos atingem 2m50 de comprimento. As fêmeas são menores, chegando a 2m25

Peso: Machos 200 kg e fêmeas 155 kg

Habitat: Habita em todos os afluentes do rio Amazonas, incluindo lagos e pequenos cursos d'água, desde sua foz, próxima a Belém (Pará), até sua nascente nos rios Marañón e Ucayali, no Peru.

Local onde é encontrado: Podendo ser encontrado em seis países da América do Sul: Bolívia, Brasil, Peru, Equador, Colômbia e Venezuela.

Estado de conservação: sem classificação na lista vermelha da IUCN e “quase ameaçada” na Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção

Diz a lenda que em noites de festa junina um boto-cor-de-rosa sai do rio transformado em um lindo rapaz, que usa roupas e chapéu brancos. Ele vai às festas e aos bailes atrás de moças bonitas. Com muito charme, ele seduz uma delas e a leva para um passeio no fundo do rio, onde a engravida. Na manhã seguinte, ele volta a ser boto.

Pode ser que, em breve, o boto passe a ser só mesmo uma lenda. Esse golfinho fluvial endêmico da região amazônica, mesmo sem ter um predador natural, vem sofrendo muitas ameaças. As maiores delas são a captura acidental em redes de pesca e a matança para ser usado como isca na pesca da piracatinga, peixe que não é consumido pelos ribeirinhos, mas é muito exportado para a Colômbia.

E os perigos que pairam sobre o boto-cor-de-rosa não param por aí. Ele enfrenta a destruição e degradação de seu habitat, causada pelo aumento do tráfego de embarcações. O mesmo tráfego que causa a morte por atropelamento de vários indivíduos. Tem ainda as usinas hidrelétricas, que fragmentam as populações, e as atividades impactantes de mineradoras, garimpo, contaminação das águas por agrotóxicos e fertilizantes. E você acha que o impacto humano sobre a espécie parou por aí? Não. Crendices e superstições estimulam o comércio de dentes, olhos e da genitália do boto.

A seu favor o boto-cor-de-rosa tem a docilidade e muita simpatia. Com isso, ele é atração em projetos de turismo sustentável, uma das ações do Plano de Ação Nacional (PAN) para a Conservação dos Mamíferos Aquáticos - Pequenos Cetáceos, desenvolvido pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Esse PAN prevê 15 ações para o boto-cor-de-rosa, entre elas o controle do comércio estadual e internacional de piracatinga.

O boto-cor-de-rosa é o maior dos golfinhos fluviais. Machos adultos atingem 2m50 de comprimento e 200 kg.  As fêmeas são menores, chegando a 2m25 e a 155 kg. A coloração pode variar bastante, indo do cinza-escuro ao rosa brilhante. Tudo depende da idade e do sexo do animal. A fêmea tem uma gestação de 11 meses e dà a luz a um único filhote, que fica com ela durante pelo menos três anos.

Predador de topo da cadeia alimentar, o boto-vermelho tem uma dieta com mais de 45 espécies de peixes. Com isso, desempenha a importante função de manter as populações de peixes em equilíbrio e tem papel importante no controle da qualidade do ecossistema aquático da Amazônia.

Ramon Ventura
Por Luciana Ribeiro
lucianaribeiro@faunanews.com.br

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