Nome popular: Mutum-do-nordeste.
Nome científico: Mitu mitu.
Peso: Entre 2,5 e 3,5 quilos.
Tamanho: Cerca de 85 centímetros de comprimento.
Família: Cracidae.
Habitat: Habitava a Mata Atlântica nordestina, mais especificamente as matas de restinga e de tabuleiro do estado de Alagoas, em regiões de clima quente e úmido.
Local onde é encontrado: Os indivíduos remanescentes vivem apenas em cativeiro, em programas de conservação e reprodução assistida.
Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção.
Mutum-do-nordeste (Mitu mitu): uma joia ameaçada da fauna brasileira
O Mutum-do-nordeste, cientificamente conhecido como Mitu mitu, é uma ave imponente e rara que integra a família Cracidae, a mesma dos jacus e das jacutingas. Endêmico do Brasil, esse animal representa um dos casos mais emblemáticos de espécies ameaçadas de extinção no país.
O Mutum-do-nordeste é uma ave de grande porte, podendo alcançar cerca de 85 centímetros de comprimento e pesar entre 2,5 e 3,5 quilos. Seu corpo é coberto por penas negras com reflexos azulados metálicos, e possui uma crista discreta, além de uma pele nua alaranjada ao redor dos olhos e na base do bico, que chama bastante atenção.
Originalmente, o Mitu mitu habitava a Mata Atlântica nordestina, mais especificamente as matas de restinga e de tabuleiro do estado de Alagoas, em regiões de clima quente e úmido. No entanto, devido à devastação quase total de seu habitat, atualmente a espécie é considerada extinta na natureza. Os indivíduos remanescentes vivem apenas em cativeiro, em programas de conservação e reprodução assistida.
A dieta do mutum-do-nordeste é onívora, com predominância de frutos, sementes, folhas e pequenos invertebrados. Por atuar como dispersor de sementes, desempenha um papel ecológico importante nas florestas onde vivia.
A gestação, no caso das aves, é representada pelo período de incubação dos ovos. A fêmea do mutum costuma botar 2 a 3 ovos, que são incubados por cerca de 30 dias. Após a eclosão, os filhotes permanecem com os pais por um período de tempo considerável, aprendendo a se alimentar e se proteger.
O Mitu mitu foi declarado extinto na natureza desde a década de 1980. As principais causas desse desaparecimento foram o desmatamento intenso para a agricultura e pecuária e a caça predatória, especialmente para consumo e comércio ilegal. Hoje, a espécie sobrevive apenas graças a um esforço conjunto de instituições de conservação que mantêm programas de criação em cativeiro e reprodução controlada.
Há esperanças de reintrodução da espécie em ambientes naturais reconstituídos, mas esse processo exige planejamento rigoroso e recuperação efetiva de áreas florestais.
O mutum-do-nordeste é uma das poucas espécies de cracídeos com coloração tão escura e brilho metálico nas penas.
Estudos genéticos indicam que ele provavelmente é resultado de um processo evolutivo único, o que torna sua preservação ainda mais importante do ponto de vista da biodiversidade.
Existem menos de 200 indivíduos em cativeiro atualmente, o que faz dele um dos animais mais raros do Brasil.
A história do Mitu mitu é um alerta sobre os impactos das ações humanas sobre o meio ambiente. Ao mesmo tempo, é um símbolo de resistência e da importância dos programas de conservação para evitar a perda definitiva de espécies. Proteger o mutum-do-nordeste é preservar parte da riqueza natural e histórica do nosso país.
Ramon Ventura
Nenhum comentário:
Postar um comentário