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sábado, 14 de agosto de 2021

CANÁRIO DA TERRA

Nomes populares: Canário-da-terra-verdadeiro, canário-do-campo, canário-da-horta, cabeça-de-fogo, coroinha, canário-do-chão (Bahia), canário-do-reino (Ceará), chapinha (Minas Gerais) e canário-da-telha (Santa Catarina).

Nome científico: Sicalis flaveola.

Peso: Pesando entre 20 e 25 gramas.

Tamanho: Mede de 13 a 15 centímetros de comprimento.

Família: Thraupidae.

Habitat: Uma variedade de ambientes abertos e semiabertos, como campos, cerrados, pastagens, áreas agrícolas, bordas de matas e até zonas urbanas e jardins.

Local onde é encontrado: Especialmente nas regiões Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e Sul.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 


Canário-da-terra-verdadeiro (Sicalis flaveola): O canto vibrante das paisagens brasileiras

O canário-da-terra-verdadeiro, conhecido cientificamente como Sicalis flaveola, é uma das aves mais populares e reconhecíveis do Brasil. Com sua plumagem amarela vibrante e canto melodioso, tornou-se símbolo de beleza e liberdade no ambiente natural — mas também alvo da captura ilegal. Pertencente à família Thraupidae, essa espécie representa uma das vozes mais marcantes dos campos abertos e áreas rurais.

O canário-da-terra é uma ave de pequeno porte, pesando entre 20 e 25 gramas. Mede de 13 a 15 centímetros de comprimento. Os machos apresentam coloração amarela intensa, com tons alaranjados na cabeça, enquanto as fêmeas são mais discretas, com tons de verde-oliva e amarelo pálido. Essa diferença sexual é comum em espécies com dimorfismo.

Essa ave ocupa uma variedade de ambientes abertos e semiabertos, como campos, cerrados, pastagens, áreas agrícolas, bordas de matas e até zonas urbanas e jardins. É amplamente distribuída pelas Américas do Sul e Central, sendo muito comum no Brasil, especialmente nas regiões Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e Sul.

A reprodução do canário-da-terra ocorre, em geral, entre agosto e fevereiro. A fêmea constrói o ninho em ocos de árvores, buracos em barrancos ou em estruturas artificiais, como postes e telhados. Põe de 3 a 5 ovos, que são incubados por aproximadamente 13 dias. Os filhotes deixam o ninho após cerca de 15 a 18 dias de vida.

Sua dieta é baseada principalmente em sementes, grãos e brotos, mas também inclui pequenos insetos, especialmente durante a época de reprodução, quando os filhotes necessitam de proteína extra. A alimentação é feita no solo ou entre arbustos baixos.

Apesar de ser uma espécie ainda comum, o canário-da-terra enfrenta sérias ameaças, principalmente devido à captura ilegal para o comércio como ave de gaiola. Seu canto melodioso o torna alvo frequente de traficantes de animais silvestres, o que reduz populações locais. Além disso, o desmatamento e o uso de agrotóxicos em áreas rurais também impactam seu habitat e sua alimentação.

Embora não esteja atualmente listado como espécie ameaçada de extinção, o canário-da-terra é protegido por leis ambientais, e sua captura e comércio sem autorização são crimes.

Além de seu papel como dispersor de sementes e controlador de insetos, o canário-da-terra é culturalmente valorizado em diversas regiões do Brasil, representando a conexão entre o campo e a tradição popular. Seu canto é associado à liberdade, alegria e à própria identidade do interior brasileiro.

O canário-da-terra-verdadeiro é uma joia viva das paisagens brasileiras. Sua preservação depende não apenas da proteção de seu habitat natural, mas também da conscientização sobre os impactos do tráfico de animais silvestres. Ao valorizar essa ave em liberdade, reforçamos o compromisso com a conservação da nossa rica avifauna.

Ramon Ventura.

sábado, 17 de julho de 2021

MUTUM DO SUDESTE

Nome popular: Mutum-do-nordeste.

Nome científico: Mitu mitu.

Peso: Entre 2,5 e 3,5 quilos.

Tamanho: Cerca de 85 centímetros de comprimento.

Família: Cracidae.

Habitat: Habitava a Mata Atlântica nordestina, mais especificamente as matas de restinga e de tabuleiro do estado de Alagoas, em regiões de clima quente e úmido.

Local onde é encontrado: Os indivíduos remanescentes vivem apenas em cativeiro, em programas de conservação e reprodução assistida.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 

Mutum-do-nordeste (Mitu mitu): uma joia ameaçada da fauna brasileira

O Mutum-do-nordeste, cientificamente conhecido como Mitu mitu, é uma ave imponente e rara que integra a família Cracidae, a mesma dos jacus e das jacutingas. Endêmico do Brasil, esse animal representa um dos casos mais emblemáticos de espécies ameaçadas de extinção no país.

O Mutum-do-nordeste é uma ave de grande porte, podendo alcançar cerca de 85 centímetros de comprimento e pesar entre 2,5 e 3,5 quilos. Seu corpo é coberto por penas negras com reflexos azulados metálicos, e possui uma crista discreta, além de uma pele nua alaranjada ao redor dos olhos e na base do bico, que chama bastante atenção.

Originalmente, o Mitu mitu habitava a Mata Atlântica nordestina, mais especificamente as matas de restinga e de tabuleiro do estado de Alagoas, em regiões de clima quente e úmido. No entanto, devido à devastação quase total de seu habitat, atualmente a espécie é considerada extinta na natureza. Os indivíduos remanescentes vivem apenas em cativeiro, em programas de conservação e reprodução assistida.

A dieta do mutum-do-nordeste é onívora, com predominância de frutos, sementes, folhas e pequenos invertebrados. Por atuar como dispersor de sementes, desempenha um papel ecológico importante nas florestas onde vivia.

A gestação, no caso das aves, é representada pelo período de incubação dos ovos. A fêmea do mutum costuma botar 2 a 3 ovos, que são incubados por cerca de 30 dias. Após a eclosão, os filhotes permanecem com os pais por um período de tempo considerável, aprendendo a se alimentar e se proteger.

O Mitu mitu foi declarado extinto na natureza desde a década de 1980. As principais causas desse desaparecimento foram o desmatamento intenso para a agricultura e pecuária e a caça predatória, especialmente para consumo e comércio ilegal. Hoje, a espécie sobrevive apenas graças a um esforço conjunto de instituições de conservação que mantêm programas de criação em cativeiro e reprodução controlada.

Há esperanças de reintrodução da espécie em ambientes naturais reconstituídos, mas esse processo exige planejamento rigoroso e recuperação efetiva de áreas florestais.

O mutum-do-nordeste é uma das poucas espécies de cracídeos com coloração tão escura e brilho metálico nas penas.

Estudos genéticos indicam que ele provavelmente é resultado de um processo evolutivo único, o que torna sua preservação ainda mais importante do ponto de vista da biodiversidade.

Existem menos de 200 indivíduos em cativeiro atualmente, o que faz dele um dos animais mais raros do Brasil.

A história do Mitu mitu é um alerta sobre os impactos das ações humanas sobre o meio ambiente. Ao mesmo tempo, é um símbolo de resistência e da importância dos programas de conservação para evitar a perda definitiva de espécies. Proteger o mutum-do-nordeste é preservar parte da riqueza natural e histórica do nosso país.


Ramon Ventura

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2020

PICA PAU AMARELO

Nome popular: Pica-pau-amarelo.

Nome científico: Celeus flavus.

Peso: Pesa entre 80 e 120 gramas.

Tamanho: Mede em média 24 a 28 centímetros de comprimento.

Família: Picídea.

Habitat:  Habita florestas tropicais úmidas, várzeas e matas secundárias bem preservadas.

Local onde é encontrado: No Brasil, é mais comumente registrado na Amazônia legal, embora existam registros fragmentados em outras áreas florestais.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 



Pica-pau-amarelo (Celeus flavus): A beleza vibrante das florestas tropicais

O pica-pau-amarelo, cientificamente conhecido como Celeus flavus, é uma das aves mais distintas da avifauna sul-americana. Com sua plumagem amarelo-dourada e comportamento ativo, essa espécie chama a atenção não apenas pela beleza, mas também por seu papel ecológico nas florestas tropicais.

O pica-pau-amarelo mede em média 24 a 28 centímetros de comprimento e pesa entre 80 e 120 gramas. Sua plumagem é predominantemente amarela ou dourada, com asas e cauda que variam do marrom ao negro. A espécie apresenta dimorfismo sexual discreto, com os machos exibindo pequenas manchas vermelhas na face.

Habitat e distribuição geográfica

Essa espécie habita florestas tropicais úmidas, várzeas e matas secundárias bem preservadas. Seu território de ocorrência se estende por várias regiões da América do Sul, incluindo:

Brasil (principalmente na Amazônia, Maranhão e regiões do Norte e Centro-Oeste), Colômbia, Venezuela, Guianas, Peru e Bolívia.


No Brasil, é mais comumente registrado na Amazônia legal, embora existam registros fragmentados em outras áreas florestais.

O pica-pau-amarelo nidifica em cavidades escavadas por ele mesmo em árvores ocas ou troncos mortos. A fêmea põe de 2 a 4 ovos, que são incubados por cerca de 13 a 17 dias. O casal divide as tarefas de incubação e alimentação dos filhotes. Os jovens permanecem no ninho por aproximadamente 4 semanas até estarem prontos para voar.

A dieta da espécie é composta principalmente por formigas, cupins, larvas de insetos e outros artrópodes, que captura cavando troncos e galhos com seu bico forte. Também pode consumir frutas e sementes, especialmente em épocas de menor disponibilidade de presas.

O Celeus flavus está atualmente classificado como quase ameaçado (NT - Near Threatened) pela IUCN. Os principais fatores de risco incluem:

Desmatamento acelerado, especialmente na Amazônia e em áreas de Mata Atlântica. Fragmentação do habitat, que isola populações e reduz suas chances de sobrevivência. Queimadas e expansão agrícola, que degradam seu ambiente natural. Captura ilegal, embora não seja comum, pode ocorrer devido ao apelo estético da espécie.

O pica-pau-amarelo é essencial para a reciclagem de madeira morta, contribuindo para o controle de insetos e formação de cavidades usadas por outras espécies. Suas cavidades abandonadas são utilizadas por corujas, periquitos e pequenos mamíferos. Seu canto é composto por chamadas curtas e secas, muitas vezes acompanhadas por batidas rítmicas com o bico nas árvores — comportamento típico da família Picídea.

O pica-pau-amarelo é um símbolo de equilíbrio ecológico e saúde das florestas. A preservação de seu habitat é fundamental não só para a espécie, mas para toda a cadeia de vida que depende das florestas tropicais. Conhecer e valorizar aves como essa é um passo importante para promover a conservação ambiental.


Ramon Ventura

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

TATU CANASTRA

Nome popular: Tatu-canastra.

Nome científico: Priodontes maximus.

Peso: Pesa entre 30 e 50 kg.

Tamanho: Pode atingir impressionantes 1 metro a 1,5 metro de comprimento, incluindo a cauda.

Família: Dasypodidae.

Habitat: Prefere florestas tropicais, campos e savanas, onde há solo macio para escavação e abundância de invertebrados.

Local onde é encontrado: Encontrada em áreas da Amazônia, Cerrado e Pantanal.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 


Tatu-canastra (Priodontes maximus): O gigante discreto das Américas


O tatu-canastra, conhecido cientificamente como Priodontes maximus, é o maior representante da família dos tatus e uma das criaturas mais impressionantes da fauna sul-americana. Discreto e de hábitos noturnos, esse animal é uma verdadeira raridade nos ecossistemas onde vive — e, infelizmente, está cada vez mais ameaçado.

O tatu-canastra pode atingir impressionantes 1 metro a 1,5 metro de comprimento, incluindo a cauda, e pesar entre 30 e 50 kg, embora alguns registros apontem indivíduos com mais de 60 kg. Possui uma carapaça robusta composta por placas ósseas e longas garras curvas, que usa para cavar tocas e encontrar alimento. Sua aparência impõe respeito e fascínio ao mesmo tempo.

Essa espécie é nativa da América do Sul, podendo ser encontrada em áreas da Amazônia, Cerrado e Pantanal, além de outros países como Colômbia, Venezuela, Guianas, Bolívia, Paraguai, Peru e Argentina. No Brasil, sua ocorrência é cada vez mais rara, com populações fragmentadas e concentradas em áreas de difícil acesso.

O tatu-canastra prefere florestas tropicais, campos e savanas, onde há solo macio para escavação e abundância de invertebrados. Ele é um excelente escavador, construindo grandes tocas subterrâneas que também podem beneficiar outras espécies.

Sua dieta é basicamente insetívora, com predileção por formigas e cupins, que captura com uma língua longa e pegajosa. No entanto, também pode consumir larvas, pequenos invertebrados e, ocasionalmente, restos vegetais. Um tatu-canastra pode consumir milhares de insetos em uma única noite.

O ciclo reprodutivo do tatu-canastra é pouco conhecido, dada sua raridade e hábitos reservados. A gestação dura cerca de 120 dias, resultando geralmente em um único filhote por parto. O filhote nasce com a carapaça ainda mole, que se endurece com o crescimento. A baixa taxa reprodutiva é um fator que agrava sua vulnerabilidade.

O tatu-canastra está listado como "Vulnerável" na Lista Vermelha da IUCN e como "Em Perigo" na Lista Nacional de Espécies Ameaçadas do ICMBio/MMA. As principais ameaças à sua sobrevivência incluem:

Desmatamento e fragmentação de habitat, principalmente para agricultura e pecuária. Caça ilegal, seja por superstição ou consumo. Baixa densidade populacional e dificuldade de reprodução em cativeiro. Atropelamentos e expansão urbana.

O tatu-canastra é considerado engenheiro ecológico, pois suas tocas servem de abrigo para diversas outras espécies.

É um animal extremamente difícil de ser avistado na natureza.

Seus hábitos noturnos e comportamento solitário tornam o estudo da espécie um grande desafio para biólogos.

O tatu-canastra é um símbolo da grandiosidade e da fragilidade da biodiversidade sul-americana. Sua proteção exige ações concretas, como o combate ao desmatamento, a fiscalização contra a caça e o incentivo à pesquisa científica. Conhecer e valorizar esse gigante da natureza é o primeiro passo para garantir sua sobrevivência.


Ramon Ventura.