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quarta-feira, 30 de julho de 2025

TIÊ-SANGUE

Nome popular: Tiê-sangue.

Nome científico: Ramphocelus bresilius.

Peso: Pesa cerca de 30 a 40 gramas.

Tamanho: Aproximadamente 18 a 19 centímetros de comprimento.

Família: Thraupidae.

Habitat: Mata Atlântica.

Local onde é encontrado: Sua ocorrência abrange os estados do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 


Tiê-sangue (Ramphocelus bresilius): A joia vermelha da Mata Atlântica


O Tiê-sangue, cientificamente conhecido como Ramphocelus bresilius, é uma das aves mais emblemáticas e visualmente marcantes da avifauna brasileira. Pertencente à família Thraupidae, essa ave chama a atenção pelo seu deslumbrante colorido vermelho-vivo contrastando com asas e cauda negras, que conferem ao macho uma aparência única na natureza.

O Tiê-sangue pesa cerca de 30 a 40 gramas e mede aproximadamente 18 a 19 centímetros de comprimento. A diferença entre machos e fêmeas é evidente: enquanto o macho ostenta uma plumagem vermelha intensa, a fêmea exibe tons mais discretos de marrom-avermelhado, o que a ajuda na camuflagem durante o período reprodutivo.

Essa ave é endêmica do Brasil, sendo encontrada principalmente na Mata Atlântica, um dos biomas mais biodiversos e também mais ameaçados do país. Sua ocorrência abrange os estados do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina, com registros em florestas densas, matas secundárias e até áreas urbanizadas com vegetação preservada.

O Tiê-sangue é uma ave monogâmica e sua época de reprodução ocorre, em geral, durante a primavera e o verão. A fêmea constrói o ninho em arbustos ou árvores baixas, onde deposita de 2 a 3 ovos, que são incubados por cerca de 12 a 14 dias. Os filhotes permanecem no ninho por mais algumas semanas até estarem prontos para alçar voo.

Sua alimentação é onívora, composta principalmente por frutas, sementes, pequenos insetos e artrópodes, desempenhando um papel importante na dispersão de sementes e controle de insetos nas florestas.

Embora atualmente classificado como "Pouco Preocupante (LC)" pela Lista Vermelha da IUCN, o Tiê-sangue não está livre de ameaças. A fragmentação e o desmatamento da Mata Atlântica, bem como o tráfico de aves silvestres, são fatores que podem impactar suas populações locais.

A presença de uma espécie na Lista da IUCN, mesmo em categorias de baixo risco, como o LC (Least Concern), é um alerta para a necessidade de monitoramento contínuo. A degradação progressiva do habitat e a perda de conectividade entre áreas verdes podem fazer com que espécies atualmente comuns se tornem vulneráveis em um curto espaço de tempo.

O Tiê-sangue é mais do que uma ave de plumagem vibrante; é um indicador da saúde ambiental da Mata Atlântica. Proteger suas populações significa também proteger o ecossistema ao qual pertence. A observação, o registro científico e o envolvimento da sociedade são essenciais para garantir que espécies como o Tiê-sangue continuem colorindo nossas florestas por muitas gerações.


Ramon ventura.

quarta-feira, 16 de julho de 2025

JAGUARUNDI

Nome popular: Jaguarundi.

Nome científico: Puma yagouaroundi

Peso: Entre 4,5 e 9 kg.

Tamanho: Comprimento do corpo pode chegar a 60 cm a 80 cm, com a cauda medindo de 30 a 60 cm.

Família: Felidae.

Habitat: Uma ampla variedade de ambientes, desde florestas tropicais e subtropicais até áreas de cerrado, campos abertos e bordas de matas,

Local onde é encontrado: No Brasil, especialmente nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e partes do Sudeste.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 


Jaguarundi (Puma yagouaroundi): O felino discreto das Américas

O jaguarundi, conhecido também como gato-mourisco ou eirá, é um felino selvagem pouco conhecido, mas extremamente importante para os ecossistemas onde vive. Seu nome científico é Puma yagouaroundi e, apesar de ser parente próximo da onça-parda (Puma concolor), apresenta características únicas que o diferenciam de outros felinos da América do Sul.

O jaguarundi possui um corpo alongado e esguio, com patas curtas, orelhas arredondadas e uma cauda longa. Seu peso varia entre 4,5 e 9 kg, e o comprimento do corpo pode chegar a 60 cm a 80 cm, com a cauda medindo de 30 a 60 cm. A pelagem é curta e uniforme, com coloração que varia entre tons de cinza, castanho, avermelhado e preto. Curiosamente, essas variações de cor não indicam subespécies diferentes, mas sim uma diversidade natural da espécie.

O jaguarundi pertence à família Felidae, a mesma dos grandes felinos, como onças e leopardos. Dentro do gênero Puma, ele é o único outro representante além da onça-parda.

Este felino habita uma ampla variedade de ambientes, desde florestas tropicais e subtropicais até áreas de cerrado, campos abertos e bordas de matas. Ele prefere regiões com vegetação densa, próximas a cursos d’água. A espécie é encontrada do sul dos Estados Unidos até o norte da Argentina, com presença significativa no Brasil, especialmente nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e partes do Sudeste.

A reprodução do jaguarundi ocorre durante o ano todo, e a fêmea pode dar à luz de 1 a 4 filhotes após um período de gestação que dura cerca de 70 a 75 dias. Os filhotes nascem com manchas que desaparecem à medida que crescem.

O jaguarundi é carnívoro e oportunista, com uma dieta composta por pequenos mamíferos (como roedores), aves, répteis e até mesmo alguns insetos. Por vezes, pode se alimentar de frutos, principalmente em épocas de escassez de presas. Sua habilidade de caça diurna o diferencia de outros felinos tipicamente noturnos.

Apesar de ainda ser classificado como "Pouco Preocupante" (LC) pela Lista Vermelha da IUCN, o jaguarundi enfrenta sérias ameaças em diversas regiões. A destruição e fragmentação do habitat, causada pela expansão agrícola, urbanização e queimadas, é um dos principais fatores de risco. Além disso, o atropelamento em rodovias e a caça ilegal também contribuem para o declínio de suas populações.

Diferente da maioria dos felinos, o jaguarundi é ativo durante o dia (diurno).

Seu comportamento é solitário e bastante territorial.

Raramente vocaliza, mas é capaz de emitir sons diversos, como assobios, roncos e chilreios.

O jaguarundi é uma espécie discreta, mas vital para o equilíbrio ecológico das áreas onde vive. Sua presença é um indicativo de ecossistemas saudáveis, e sua conservação depende diretamente da proteção dos habitats naturais e da conscientização sobre sua importância. Conhecer e valorizar espécies como o jaguarundi é um passo essencial para a preservação da biodiversidade brasileira.

Ramon Ventura.

sábado, 14 de junho de 2025

CASTANHA DO PARÁ

Nome popular: Castanha-do-Pará.

Nome científico: Bertholletia excelsa.

Tamanho: Podendo atingir até 50 metros de altura e diâmetros superiores a 1,5 metro.

Família: Lecythidaceae.

Habitat: Prefere florestas de terra firme, com solo profundo e bem drenado, crescendo em áreas pouco perturbadas.

Onde ocorre: No Brasil, é mais comum nos estados do Acre, Amazonas, Pará, Rondônia e Amapá.

Motivo da busca: Ameaçada de extinção!


Castanha-do-Pará (Bertholletia excelsa): Uma Joia da Floresta Amazônica



A castanha-do-pará, também conhecida como castanha-do-brasil ou castanha-da-Amazônia, é uma das árvores mais emblemáticas e valiosas da Floresta Amazônica. Seu nome científico é Bertholletia excelsa, e ela pertence à família Lecythidaceae. Esta espécie destaca-se não apenas pelo porte imponente, mas também por sua importância ecológica, econômica e nutricional.

A Bertholletia excelsa é uma árvore de grande porte, podendo atingir até 50 metros de altura e diâmetros superiores a 1,5 metro. Seu tronco é reto e cilíndrico, com copa densa que se projeta acima das demais árvores da floresta. A longevidade dessa espécie é notável — algumas árvores podem viver por mais de 500 anos.

A castanheira-do-pará é nativa da Amazônia sul-americana, sendo encontrada principalmente no Brasil, Bolívia, Colômbia, Guiana, Peru e Venezuela. No Brasil, é mais comum nos estados do Acre, Amazonas, Pará, Rondônia e Amapá. Prefere florestas de terra firme, com solo profundo e bem drenado, crescendo em áreas pouco perturbadas.

O fruto da castanheira, com casca dura semelhante a um coco, contém de 10 a 25 sementes — as conhecidas castanhas-do-pará. Ricas em selênio, proteínas, gorduras boas e antioxidantes, essas sementes são amplamente utilizadas na alimentação humana, tanto in natura quanto em produtos processados.

Além do valor nutricional, a castanha-do-pará é uma importante fonte de renda para comunidades extrativistas da Amazônia. A coleta dos frutos ocorre principalmente em áreas de floresta nativa, sem necessidade de derrubar as árvores, o que torna sua exploração sustentável quando bem manejada.

Apesar de sua importância, a Bertholletia excelsa está ameaçada de extinção. A principal causa é o desmatamento para expansão agropecuária, mineração e infraestrutura, que destrói seu habitat natural. A fragmentação florestal compromete a reprodução da espécie, que depende da polinização realizada por abelhas de grande porte, como a Euglossa, e da dispersão de sementes feita por animais, como cutias.

Devido a essa pressão, a castanheira foi incluída na Lista Vermelha da IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza), classificada como vulnerável. No Brasil, é protegida por lei federal, sendo proibido seu corte, exceto com autorização especial para fins científicos ou de manejo sustentável.

A preservação da castanheira-do-pará é fundamental não apenas para manter o equilíbrio ecológico da Amazônia, mas também para garantir o sustento de milhares de famílias que dependem da castanha para viver. Incentivar o consumo consciente, apoiar produtos certificados e defender políticas públicas de conservação são passos essenciais para proteger essa preciosidade da floresta.


Ramon Ventura.

segunda-feira, 9 de junho de 2025

TONINHA

Nome popular: Toninha.

Nome científico: Pontoporia blainvillei.

Peso: Entre 30 e 50 kg.

Tamanho: Entre 1,3 e 1,7 metros de comprimento.

Família: Phocoenidae.

Habitat: Habita águas costeiras rasas e turvas, geralmente próximas à foz de rios, estuários e regiões com bancos de areia.

Local onde é encontrado: No Brasil, sua presença é mais comum do Rio de Janeiro ao Rio Grande do Sul.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 


Toninha (Pontoporia blainvillei): O Golfinho Mais Ameaçado do Brasil


A toninha, também conhecida como franciscana, é uma das menores e mais discretas espécies de golfinhos do mundo. Seu nome científico é Pontoporia blainvillei, e ela é um dos cetáceos mais ameaçados da América do Sul. Apesar de pouco conhecida pelo público, a toninha desempenha um papel importante no ecossistema marinho costeiro.

A toninha possui corpo pequeno e hidrodinâmico. Os adultos medem entre 1,3 e 1,7 metros de comprimento e pesam entre 30 e 50 kg. Sua coloração varia do cinza ao marrom-claro, com o ventre mais claro. Uma característica marcante da espécie é o seu rostro (focinho) extremamente alongado e fino, que pode representar até 15% do comprimento do corpo.

Esse pequeno golfinho habita águas costeiras rasas e turvas, geralmente próximas à foz de rios, estuários e regiões com bancos de areia. A toninha é encontrada exclusivamente na costa atlântica da América do Sul, desde o Espírito Santo (Brasil) até o Golfo San Matías, na Argentina. No Brasil, sua presença é mais comum do Rio de Janeiro ao Rio Grande do Sul.

A dieta da toninha é composta principalmente por pequenos peixes, lulas e crustáceos. Ela se alimenta em águas rasas, utilizando seu longo rostro para capturar presas que se escondem no fundo arenoso.

A toninha tem um ciclo reprodutivo relativamente lento. A gestação dura cerca de 11 meses e geralmente resulta no nascimento de apenas um filhote. O intervalo entre as gestações é de aproximadamente dois anos, o que torna a recuperação da espécie mais difícil diante das ameaças que enfrenta.

A principal ameaça à toninha é a captura acidental em redes de pesca, especialmente nas chamadas redes de emalhe, usadas na pesca artesanal e industrial. Por ser uma espécie que vive próxima à costa, ela está extremamente vulnerável à interação com atividades humanas. A poluição marinha, o tráfego de embarcações, a degradação do habitat e o ruído subaquático também são fatores que colocam sua sobrevivência em risco.

Segundo a Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), a toninha é classificada como "Criticamente em Perigo" no Brasil. Estimativas apontam que milhares de indivíduos morrem anualmente por causa de capturas acidentais.

A toninha raramente é avistada na superfície, pois é tímida e evita embarcações. Ao contrário de outros golfinhos mais sociáveis, a toninha costuma ser vista sozinha ou em pequenos grupos.

Por viver em águas costeiras muito frequentadas pelo ser humano, ela serve como um indicador da saúde dos ecossistemas marinhos.

Apesar de sua aparência graciosa e importância ecológica, a toninha ainda é uma espécie pouco conhecida do público e, infelizmente, extremamente ameaçada. A conservação da toninha depende de ações urgentes, como o monitoramento da pesca, a criação de áreas marinhas protegidas e programas de educação ambiental. Conhecer mais sobre essa espécie é um passo essencial para garantir sua preservação para as futuras gerações.


Ramon Ventura

quarta-feira, 4 de junho de 2025

ONÇA PINTADA


Nome popular:
Onça-pintada.

Nome científico: Panthera onca.

Peso: entre 56 e 135 kg, podendo alguns machos ultrapassar os 150 kg.

Tamanho: Seu comprimento varia de 1,5 a 2,4 metros, incluindo a cauda, que mede cerca de 70 cm.

Família: Felídeos.

Habitat: habita florestas tropicais, savanas, cerrados e áreas de várzea.

Local onde é encontrado: No Brasil, encontra-se principalmente na Amazônia, Pantanal, Cerrado e Mata Atlântica.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 


Onça-pintada (Panthera onca): Majestade das Américas

A onça-pintada, cujo nome científico é Panthera onca, é o maior felino das Américas e o terceiro maior do mundo, ficando atrás apenas do tigre e do leão. Ícone da fauna brasileira, esse predador imponente desempenha um papel crucial na manutenção do equilíbrio ecológico dos ecossistemas em que vive.

A onça-pintada possui um corpo robusto, musculoso e adaptado para a caça. Os adultos pesam entre 56 e 135 kg, podendo alguns machos ultrapassar os 150 kg em áreas como o Pantanal. Seu comprimento varia de 1,5 a 2,4 metros, incluindo a cauda, que mede cerca de 70 cm.

A pelagem é dourada com manchas pretas em forma de rosetas, o que ajuda na camuflagem entre a vegetação densa. Existem também casos raros de melanismo, nos quais o animal apresenta coloração preta, sendo erroneamente chamado de “pantera negra”.

A onça-pintada habita florestas tropicais, savanas, cerrados e áreas de várzea. Sua presença já foi registrada desde o sul dos Estados Unidos até a Argentina, embora atualmente esteja restrita a regiões mais ao sul do México, América Central e América do Sul.

No Brasil, encontra-se principalmente na Amazônia, Pantanal, Cerrado e Mata Atlântica, sendo o Pantanal uma das regiões com maior densidade populacional da espécie.

A reprodução da onça-pintada não possui época fixa, podendo ocorrer durante o ano todo. A gestação dura cerca de 90 a 110 dias, resultando no nascimento de um a quatro filhotes, geralmente dois. Os filhotes nascem cegos e permanecem com a mãe até cerca de dois anos de idade, quando se tornam independentes.

A onça-pintada é um carnívoro oportunista e um predador de topo de cadeia. Sua dieta é extremamente variada e inclui capivaras, queixadas, veados, jacarés, tatus, aves e até bois, quando próxima de áreas rurais. Seu estilo de caça é caracterizado pelo ataque surpresa e uma mordida poderosa, capaz de perfurar o crânio da presa.

Apesar de sua força e adaptabilidade, a onça-pintada está ameaçada de extinção, especialmente fora da Amazônia. Entre os principais fatores de risco estão:

Perda e fragmentação do habitat devido ao desmatamento e à expansão agropecuária. Caça ilegal, tanto por retaliação à predação de animais domésticos quanto por troféus ou peles. Redução da oferta de presas naturais, causada por desequilíbrios ambientais.

A espécie é classificada como “quase ameaçada” globalmente pela Lista Vermelha da IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza), mas em alguns biomas brasileiros, como a Mata Atlântica, encontra-se criticamente ameaçada.

A onça-pintada é excelente nadadora e costuma viver próxima a corpos d'água. É um animal solitário e territorialista, marcando grandes áreas com arranhões, urina e fezes. Tem grande importância cultural para diversos povos indígenas e é símbolo da biodiversidade brasileira.

Proteger a onça-pintada é preservar a riqueza natural do Brasil. Seu desaparecimento acarretaria desequilíbrios ecológicos severos. Esforços de conservação, como a criação de áreas protegidas, corredores ecológicos e ações de educação ambiental, são essenciais para garantir a sobrevivência dessa majestosa espécie nas próximas gerações.


Ramon Ventura

sábado, 23 de abril de 2022

TATU MULITA

Nome popular: Tatu-mulita.

Nome científico: Dasypus hybridus.

Peso: Seu peso varia entre 1,5 e 2,5 kg.

Tamanho: Mede entre 30 e 40 centímetros de comprimento, com uma cauda que pode atingir mais 15 centímetros.

Família: Dasypodidae.

Habitat: Áreas abertas, como campos, cerrados, pampas e bordas de matas, com preferência por solos mais secos e arenosos, ideais para escavação.

Local onde é encontrado: O tatu-mulita é nativo da região sul da América do Sul, sendo encontrado principalmente no sul do Brasil (Rio Grande do Sul).

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 


Tatu-mulita (Dasypus hybridus): Um pequeno gigante da biodiversidade sul-americana

O tatu-mulita, cientificamente conhecido como Dasypus hybridus, é uma espécie de tatu de pequeno porte que integra a rica fauna da América do Sul. Apesar de ser pouco conhecido pelo público em geral, esse animal desempenha um papel importante nos ecossistemas em que vive, principalmente pelo seu comportamento escavador, que ajuda a arejar o solo e controlar populações de insetos.

O tatu-mulita mede entre 30 e 40 centímetros de comprimento, com uma cauda que pode atingir mais 15 centímetros. Seu peso varia entre 1,5 e 2,5 kg. Sua carapaça é composta por sete a nove cintas móveis, o que lhe proporciona boa flexibilidade e mobilidade. A coloração é geralmente acinzentada, com tons mais escuros nas extremidades.

Essa espécie é encontrada em áreas abertas, como campos, cerrados, pampas e bordas de matas, com preferência por solos mais secos e arenosos, ideais para escavação. O tatu-mulita é nativo da região sul da América do Sul, sendo encontrado principalmente no sul do Brasil (Rio Grande do Sul), Uruguai, Paraguai e norte da Argentina.

Sua dieta é onívora, com predominância de insetos como formigas, cupins, larvas e besouros. Também consome frutas, pequenos vertebrados e raízes, sendo um importante controlador biológico de pragas.

A gestação do tatu-mulita dura cerca de 120 dias, e, assim como outras espécies do gênero Dasypus, a fêmea pode dar à luz de dois a quatro filhotes idênticos (monozigóticos). Os filhotes nascem com a carapaça ainda mole, que endurece com o passar das semanas.

O tatu-mulita enfrenta diversas ameaças que comprometem sua sobrevivência:

Perda de habitat devido ao avanço da agricultura e urbanização. Atropelamentos em rodovias. Caça predatória, por ser confundido com outras espécies mais consumidas pela população. Uso de agrotóxicos, que afetam sua alimentação e saúde reprodutiva.

Apesar de ainda não estar classificado como criticamente ameaçado, o declínio populacional regional tem preocupado especialistas, especialmente nas áreas mais impactadas pela atividade humana. O tatu-mulita é considerado uma espécie quase ameaçada (NT - Near Threatened), segundo listas regionais.

Possui hábitos noturnos e solitários, passando o dia em tocas escavadas por ele mesmo. Suas tocas podem chegar a 2 metros de profundidade e são usadas também por outros animais. É um dos poucos mamíferos a apresentar parto múltiplo com filhotes geneticamente idênticos.

Preservar o tatu-mulita é preservar também a saúde dos ecossistemas onde ele habita. A conscientização sobre sua importância ecológica e a criação de políticas de conservação são fundamentais para garantir que esse discreto morador dos campos continue a fazer parte da biodiversidade sul-americana.

Ramon Ventura.

sábado, 14 de agosto de 2021

CANÁRIO DA TERRA

Nomes populares: Canário-da-terra-verdadeiro, canário-do-campo, canário-da-horta, cabeça-de-fogo, coroinha, canário-do-chão (Bahia), canário-do-reino (Ceará), chapinha (Minas Gerais) e canário-da-telha (Santa Catarina).

Nome científico: Sicalis flaveola.

Peso: Pesando entre 20 e 25 gramas.

Tamanho: Mede de 13 a 15 centímetros de comprimento.

Família: Thraupidae.

Habitat: Uma variedade de ambientes abertos e semiabertos, como campos, cerrados, pastagens, áreas agrícolas, bordas de matas e até zonas urbanas e jardins.

Local onde é encontrado: Especialmente nas regiões Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e Sul.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 


Canário-da-terra-verdadeiro (Sicalis flaveola): O canto vibrante das paisagens brasileiras

O canário-da-terra-verdadeiro, conhecido cientificamente como Sicalis flaveola, é uma das aves mais populares e reconhecíveis do Brasil. Com sua plumagem amarela vibrante e canto melodioso, tornou-se símbolo de beleza e liberdade no ambiente natural — mas também alvo da captura ilegal. Pertencente à família Thraupidae, essa espécie representa uma das vozes mais marcantes dos campos abertos e áreas rurais.

O canário-da-terra é uma ave de pequeno porte, pesando entre 20 e 25 gramas. Mede de 13 a 15 centímetros de comprimento. Os machos apresentam coloração amarela intensa, com tons alaranjados na cabeça, enquanto as fêmeas são mais discretas, com tons de verde-oliva e amarelo pálido. Essa diferença sexual é comum em espécies com dimorfismo.

Essa ave ocupa uma variedade de ambientes abertos e semiabertos, como campos, cerrados, pastagens, áreas agrícolas, bordas de matas e até zonas urbanas e jardins. É amplamente distribuída pelas Américas do Sul e Central, sendo muito comum no Brasil, especialmente nas regiões Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e Sul.

A reprodução do canário-da-terra ocorre, em geral, entre agosto e fevereiro. A fêmea constrói o ninho em ocos de árvores, buracos em barrancos ou em estruturas artificiais, como postes e telhados. Põe de 3 a 5 ovos, que são incubados por aproximadamente 13 dias. Os filhotes deixam o ninho após cerca de 15 a 18 dias de vida.

Sua dieta é baseada principalmente em sementes, grãos e brotos, mas também inclui pequenos insetos, especialmente durante a época de reprodução, quando os filhotes necessitam de proteína extra. A alimentação é feita no solo ou entre arbustos baixos.

Apesar de ser uma espécie ainda comum, o canário-da-terra enfrenta sérias ameaças, principalmente devido à captura ilegal para o comércio como ave de gaiola. Seu canto melodioso o torna alvo frequente de traficantes de animais silvestres, o que reduz populações locais. Além disso, o desmatamento e o uso de agrotóxicos em áreas rurais também impactam seu habitat e sua alimentação.

Embora não esteja atualmente listado como espécie ameaçada de extinção, o canário-da-terra é protegido por leis ambientais, e sua captura e comércio sem autorização são crimes.

Além de seu papel como dispersor de sementes e controlador de insetos, o canário-da-terra é culturalmente valorizado em diversas regiões do Brasil, representando a conexão entre o campo e a tradição popular. Seu canto é associado à liberdade, alegria e à própria identidade do interior brasileiro.

O canário-da-terra-verdadeiro é uma joia viva das paisagens brasileiras. Sua preservação depende não apenas da proteção de seu habitat natural, mas também da conscientização sobre os impactos do tráfico de animais silvestres. Ao valorizar essa ave em liberdade, reforçamos o compromisso com a conservação da nossa rica avifauna.

Ramon Ventura.

segunda-feira, 26 de julho de 2021

CANINANA


Nome popular: Caninana.

Nome científico: Spilotes pullatus.

Peso: Entre 1,5 e 3 kg.

Tamanho: 1,5 a 2,5 metros de comprimento.

Família: Colubridae.

Habitat: Uma ampla variedade de ambientes, incluindo florestas tropicais úmidas, áreas de mata atlântica, cerrados e bordas de mata.

Local onde é encontrado: No Brasil, está presente em quase todas as regiões, com maior concentração nas regiões Sudeste, Norte e Centro-Oeste.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 


Caninana (Spilotes pullatus): a serpente ágil e inofensiva das florestas brasileiras

A Caninana, cujo nome científico é Spilotes pullatus, é uma serpente nativa da América Latina e amplamente distribuída pelo território brasileiro. Conhecida por sua aparência imponente, grande agilidade e comportamento curioso, essa espécie pertence à família Colubridae, a maior família de serpentes do mundo.

A Caninana é uma serpente de grande porte, podendo atingir entre 1,5 a 2,5 metros de comprimento, embora existam registros de indivíduos com até 3 metros. Seu corpo é esguio e musculoso, com coloração amarelada a dourada no fundo e marcas pretas transversais ao longo do corpo, o que lhe confere um padrão chamativo e inconfundível.

Apesar da aparência intimidadora, a Caninana não é venenosa e não representa perigo para os seres humanos. Quando se sente ameaçada, pode apresentar comportamento defensivo, como levantar a parte frontal do corpo, emitir sons com a boca e vibrar a cauda — uma estratégia para afastar predadores. Seu peso pode variar conforme o tamanho, mas geralmente está entre 1,5 e 3 kg.

A Caninana habita uma ampla variedade de ambientes, incluindo florestas tropicais úmidas, áreas de mata atlântica, cerrados e bordas de mata, sendo frequentemente encontrada também em plantações e zonas rurais.

É uma espécie amplamente distribuída, ocorrendo desde o México até o sul do Brasil, passando por praticamente toda a América Central e América do Sul. No Brasil, está presente em quase todas as regiões, com maior concentração nas regiões Sudeste, Norte e Centro-Oeste.

A alimentação da Caninana é bastante diversificada. Ela é uma predadora ativa, com hábitos diurnos, que se alimenta de roedores, aves, ovos, lagartos, pequenos mamíferos e até outras serpentes, incluindo espécies venenosas.

Sua dieta a torna uma importante aliada no controle de populações de pragas e na manutenção do equilíbrio ecológico em seu habitat.

A reprodução da Caninana é ovípara, ou seja, a fêmea deposita ovos em tocas, ocos de árvores ou sob folhagens. O número de ovos varia entre 5 e 20 por ninhada, dependendo do tamanho e da idade da fêmea. O período de incubação dura cerca de 2 a 3 meses, e os filhotes nascem totalmente independentes.

Além de sua função como controladora natural de pragas, a Caninana é uma espécie indicadora de ecossistemas saudáveis. Sua presença em determinada área pode indicar equilíbrio ambiental e diversidade de fauna.

Embora ainda não esteja oficialmente classificada como espécie ameaçada de extinção, a Caninana sofre com perseguição humana, atropelamentos, perda de habitat e incêndios florestais. Muitas vezes, é morta por medo ou desconhecimento, mesmo sendo inofensiva.

A degradação ambiental e o desmatamento também comprometem a disponibilidade de abrigo e alimento, afetando diretamente suas populações.

A Caninana é excelente nadadora e escaladora, sendo frequentemente vista em árvores ou cruzando rios.

É uma das serpentes mais ágeis do Brasil.

Em algumas culturas populares, a Caninana é temida injustamente por lendas e mitos, o que contribui para sua matança desnecessária.

A Caninana é uma serpente fascinante, fundamental para o equilíbrio dos ecossistemas brasileiros. Combater o medo irracional e promover a educação ambiental são passos essenciais para sua conservação. Conhecer e respeitar a fauna silvestre é também preservar a nossa própria saúde ecológica.

Ramon Ventura.

sexta-feira, 23 de julho de 2021

HARPIA

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Nome popular: Harpia.

Nome científico: Harpia harpyja.

Peso: Varia entre 6 a 10 kg.

Tamanho: Pode atingir entre 86 e 107 cm, com uma envergadura de asas que chega a 2 metros.

Família: Accipitridae.

Habitat: Seu habitat principal é a Floresta Amazônica, mas também pode ser encontrada em outros biomas florestais.

Local onde é encontrado: No Brasil, sua presença é mais significativa na Amazônia, embora já tenha sido registrada em áreas remanescentes de Mata Atlântica.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 


Harpia (Harpia harpyja): A majestosa águia das florestas tropicais

A harpia, também conhecida como gavião-real, é uma das aves de rapina mais imponentes do mundo. Com nome científico Harpia harpyja, ela pertence à família Accipitridae, a mesma das águias, gaviões e falcões. Essa espécie impressiona não apenas por seu porte robusto, mas também por seu papel essencial nos ecossistemas de florestas tropicais.

A harpia é considerada uma das maiores e mais poderosas águias do mundo. O peso varia entre 6 a 10 kg, sendo as fêmeas geralmente maiores que os machos. Seu comprimento pode atingir entre 86 e 107 cm, com uma envergadura de asas que chega a 2 metros. Apesar de sua grande envergadura, suas asas são relativamente curtas e largas, adaptadas para o voo entre as árvores densas da floresta.

A harpia é uma espécie típica das florestas tropicais úmidas e densas da América Latina. Seu habitat principal é a Floresta Amazônica, mas também pode ser encontrada em outros biomas florestais que se estendem do sul do México até o norte da Argentina. No Brasil, sua presença é mais significativa na Amazônia, embora já tenha sido registrada em áreas remanescentes de Mata Atlântica.

A harpia possui um ciclo reprodutivo lento. A fêmea põe um ou dois ovos por vez, mas geralmente apenas um filhote sobrevive. O período de incubação dura cerca de 56 dias, e os pais cuidam intensamente do filhote por até dois anos. Esse longo tempo de cuidado parental faz com que a espécie se reproduza apenas a cada dois ou três anos.

Predadora no topo da cadeia alimentar, a harpia alimenta-se principalmente de mamíferos que vivem nas copas das árvores, como preguiças, macacos, quatis e pequenos marsupiais. Sua força impressionante permite que capture presas de até o seu próprio peso com facilidade. Garras afiadas e um bico curvo poderoso a tornam uma caçadora letal e eficiente.

A harpia está classificada como “quase ameaçada” pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), e em algumas regiões é considerada em risco de extinção. A principal ameaça à espécie é a destruição do seu habitat natural devido ao desmatamento, à expansão agropecuária e à mineração. A caça ilegal também representa um risco significativo, especialmente em áreas onde a ave é vista como ameaça a animais domésticos ou por simples desconhecimento de sua importância ecológica.

Como predadora de topo, a harpia desempenha um papel crucial no controle populacional de diversas espécies, ajudando a manter o equilíbrio dos ecossistemas florestais. Sua presença é um indicador de qualidade ambiental, já que depende de grandes áreas preservadas para sobreviver.

Diversas iniciativas de conservação têm buscado proteger a harpia por meio de programas de educação ambiental, proteção de habitat, criação em cativeiro e reintrodução de indivíduos na natureza. A conscientização pública é essencial para garantir a sobrevivência dessa magnífica espécie.

A harpia é um verdadeiro símbolo da força e da diversidade da fauna brasileira. Preservar essa majestosa ave é também preservar as florestas tropicais e tudo o que elas representam para o equilíbrio ecológico do planeta.

Ramon Ventura.

sábado, 17 de julho de 2021

MUTUM DO SUDESTE

Nome popular: Mutum-do-nordeste.

Nome científico: Mitu mitu.

Peso: Entre 2,5 e 3,5 quilos.

Tamanho: Cerca de 85 centímetros de comprimento.

Família: Cracidae.

Habitat: Habitava a Mata Atlântica nordestina, mais especificamente as matas de restinga e de tabuleiro do estado de Alagoas, em regiões de clima quente e úmido.

Local onde é encontrado: Os indivíduos remanescentes vivem apenas em cativeiro, em programas de conservação e reprodução assistida.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 

Mutum-do-nordeste (Mitu mitu): uma joia ameaçada da fauna brasileira

O Mutum-do-nordeste, cientificamente conhecido como Mitu mitu, é uma ave imponente e rara que integra a família Cracidae, a mesma dos jacus e das jacutingas. Endêmico do Brasil, esse animal representa um dos casos mais emblemáticos de espécies ameaçadas de extinção no país.

O Mutum-do-nordeste é uma ave de grande porte, podendo alcançar cerca de 85 centímetros de comprimento e pesar entre 2,5 e 3,5 quilos. Seu corpo é coberto por penas negras com reflexos azulados metálicos, e possui uma crista discreta, além de uma pele nua alaranjada ao redor dos olhos e na base do bico, que chama bastante atenção.

Originalmente, o Mitu mitu habitava a Mata Atlântica nordestina, mais especificamente as matas de restinga e de tabuleiro do estado de Alagoas, em regiões de clima quente e úmido. No entanto, devido à devastação quase total de seu habitat, atualmente a espécie é considerada extinta na natureza. Os indivíduos remanescentes vivem apenas em cativeiro, em programas de conservação e reprodução assistida.

A dieta do mutum-do-nordeste é onívora, com predominância de frutos, sementes, folhas e pequenos invertebrados. Por atuar como dispersor de sementes, desempenha um papel ecológico importante nas florestas onde vivia.

A gestação, no caso das aves, é representada pelo período de incubação dos ovos. A fêmea do mutum costuma botar 2 a 3 ovos, que são incubados por cerca de 30 dias. Após a eclosão, os filhotes permanecem com os pais por um período de tempo considerável, aprendendo a se alimentar e se proteger.

O Mitu mitu foi declarado extinto na natureza desde a década de 1980. As principais causas desse desaparecimento foram o desmatamento intenso para a agricultura e pecuária e a caça predatória, especialmente para consumo e comércio ilegal. Hoje, a espécie sobrevive apenas graças a um esforço conjunto de instituições de conservação que mantêm programas de criação em cativeiro e reprodução controlada.

Há esperanças de reintrodução da espécie em ambientes naturais reconstituídos, mas esse processo exige planejamento rigoroso e recuperação efetiva de áreas florestais.

O mutum-do-nordeste é uma das poucas espécies de cracídeos com coloração tão escura e brilho metálico nas penas.

Estudos genéticos indicam que ele provavelmente é resultado de um processo evolutivo único, o que torna sua preservação ainda mais importante do ponto de vista da biodiversidade.

Existem menos de 200 indivíduos em cativeiro atualmente, o que faz dele um dos animais mais raros do Brasil.

A história do Mitu mitu é um alerta sobre os impactos das ações humanas sobre o meio ambiente. Ao mesmo tempo, é um símbolo de resistência e da importância dos programas de conservação para evitar a perda definitiva de espécies. Proteger o mutum-do-nordeste é preservar parte da riqueza natural e histórica do nosso país.


Ramon Ventura

GATO MARACAJÁ

Nome popular: Gato-maracajá.

Nome científico: Leopardus wiedii.

Peso: Seu peso varia de 3 a 5 kg.

Tamanho: Mede entre 45 e 80 cm de comprimento, com uma cauda longa que pode alcançar 55 cm.

Família: Felidae.

Habitat: habita principalmente florestas densas e úmidas, incluindo a Floresta Amazônica, Mata Atlântica e áreas de Cerrado e Caatinga.

Local onde é encontrado: No Brasil, o Gato-maracajá pode ser encontrado em estados como: Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Amazonas, Pará, Acre.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 


Gato-maracajá (Leopardus wiedii): O felino ágil das florestas sul-americanas

O gato-maracajá, conhecido cientificamente como Leopardus wiedii, é um felino silvestre de hábitos noturnos e arborícolas, que se destaca por sua agilidade e beleza. Pertencente à família Felidae, esse pequeno predador ocupa um importante papel nos ecossistemas de florestas tropicais e subtropicais da América Central e América do Sul.

O gato-maracajá possui um corpo esguio e ágil, com pelagem macia e manchas escuras sobre fundo amarelado ou acinzentado, o que facilita sua camuflagem entre galhos e folhagens. Mede entre 45 e 80 cm de comprimento, com uma cauda longa que pode alcançar 55 cm – essencial para seu equilíbrio nas árvores. Seu peso varia de 3 a 5 kg. A estrutura corporal lembra a de um gato doméstico, mas com adaptações perfeitas para a vida arbórea, como articulações extremamente flexíveis e patas traseiras potentes.

Esse felino habita principalmente florestas densas e úmidas, incluindo a Floresta Amazônica, Mata Atlântica e áreas de Cerrado e Caatinga. Pode ser encontrado desde o México até o norte da Argentina, passando por quase todo o território brasileiro. Como nos Estados da Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Amazonas, Pará e Acre. Sua preferência por ambientes florestais bem preservados torna-o altamente vulnerável à degradação ambiental.

A gestação do gato-maracajá dura cerca de 75 a 85 dias, ao final da qual nasce geralmente um único filhote — às vezes dois. Os filhotes permanecem sob os cuidados da mãe por vários meses, até estarem aptos a caçar sozinhos. A maturidade sexual é atingida entre 1 e 2 anos de idade.

A dieta do Leopardus wiedii é composta por pequenos mamíferos, aves, répteis, anfíbios e até insetos. Sua habilidade de se movimentar pelas árvores lhe permite capturar presas que outros felinos não alcançam. Essa flexibilidade alimentar contribui para seu papel como regulador populacional de várias espécies.

Apesar de não estar atualmente classificado como “em perigo crítico”, o gato-maracajá é considerado vulnerável em muitas regiões, especialmente no Brasil. Suas principais ameaças incluem:

Desmatamento e fragmentação de habitat, que reduzem o espaço vital para caça e reprodução;

Caça ilegal, por causa de sua pele e como retaliação por ataques a aves domésticas;

Atropelamentos em estradas, devido à expansão urbana em áreas florestais.

Como predador de topo em seu nicho, o gato-maracajá tem papel essencial no controle de populações de roedores e outras pequenas presas. Sua presença em um ambiente indica equilíbrio ecológico e conservação da biodiversidade.

O gato-maracajá é um símbolo da riqueza da fauna sul-americana e um lembrete da importância de preservar nossos ecossistemas naturais. A proteção de florestas e a criação de corredores ecológicos são estratégias fundamentais para garantir sua sobrevivência. Promover a educação ambiental e combater a caça ilegal também são ações urgentes para que esse felino continue habitando nossas matas por muitas gerações.

Ramon Ventura.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2020

UDU DE COROA AZUL

Nome popular: Udu-de-coroa-azul.

Nome científico: Momotus momota.

Peso: Pode pesar de 80 a 140 gramas.

Tamanho: Mede entre 38 a 48 centímetros de comprimento.

Família: Momotidae.

Habitat: Florestas tropicais e subtropicais úmidas, geralmente em áreas de densa vegetação próximas a rios e clareiras.

Local onde é encontrado: No Brasil, pode ser vista em fragmentos de mata atlântica e em regiões do Cerrado com vegetação de galeria.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 


Udu-de-coroa-azul (Momotus momota): uma joia das florestas tropicais

O Udu-de-coroa-azul (Momotus momota) é uma das aves mais emblemáticas e belas das florestas tropicais da América Latina. Reconhecido por seu colorido vibrante e comportamento discreto, esse pássaro encanta observadores da natureza com sua plumagem verde-azulada, cauda longa em formato de raquete e uma coroa azul luminosa no topo da cabeça, que dá origem ao seu nome popular.

Pertencente à família Momotidae, o Udu-de-coroa-azul mede entre 38 a 48 centímetros de comprimento e pode pesar de 80 a 140 gramas, variando conforme a subespécie e o sexo do indivíduo. Sua longa cauda com penas terminais em forma de pêndulo é uma de suas marcas registradas e pode estar relacionada à seleção sexual.

Essa espécie habita florestas tropicais e subtropicais úmidas, geralmente em áreas de densa vegetação próximas a rios e clareiras. É encontrada em vários países da América Central e América do Sul, como México, Panamá, Colômbia, Venezuela, Equador, Peru e grande parte da região amazônica brasileira. No Brasil, também pode ser vista em fragmentos de mata atlântica e em regiões do Cerrado com vegetação de galeria.
De hábitos discretos e solitários ou em casais, o Udu costuma permanecer em galhos baixos, muitas vezes imóvel, observando o ambiente ao redor. Sua dieta é onívora, composta por insetos, pequenos vertebrados, frutas e sementes. Esse comportamento alimentar torna a espécie importante para o equilíbrio ecológico, pois auxilia no controle de pragas e na dispersão de sementes.
A reprodução ocorre principalmente durante a estação chuvosa. O Udu-de-coroa-azul cava ninhos em túneis subterrâneos, geralmente em barrancos ou margens de rios. A fêmea põe de 3 a 4 ovos, que são incubados por cerca de 20 dias. Ambos os pais participam da alimentação dos filhotes até que estejam prontos para deixar o ninho.

Atualmente, o Udu-de-coroa-azul não está listado como uma espécie ameaçada de extinção em nível global, sendo classificado como "Pouco Preocupante" (LC) pela IUCN. No entanto, a destruição de seu habitat natural — especialmente o desmatamento das florestas tropicais — representa uma ameaça significativa para suas populações locais. A degradação ambiental, fragmentação de habitat e avanço de atividades humanas, como mineração e expansão agrícola, reduzem as áreas adequadas para sua sobrevivência.

Além da beleza singular, essa ave tem um canto grave e suave, semelhante a um "hoo-hoo", que ecoa pelas matas ao amanhecer. Outra curiosidade é seu hábito de balançar a cauda lateralmente, em um movimento que lembra o de um pêndulo.

O Udu-de-coroa-azul é mais do que uma ave de beleza exótica — ele é um indicador da saúde ambiental de nossas florestas. Preservar seu habitat é garantir o equilíbrio dos ecossistemas tropicais e proteger a rica biodiversidade que neles habita.

Ramon Ventura.

domingo, 22 de dezembro de 2019

GRAXAIM DO CAMPO

Nome popular: Graxaim-do-campo.

Nome científico: Lycalopex gymnocercus.

Peso: Varia de 5 a 8 kg.

Tamanho: Pode medir entre 60 e 120 cm de comprimento (incluindo a cauda), com altura de cerca de 40 cm na cernelha.

Família: Canidae.

Habitat: habitat preferido são campos nativos, cerrados, pampas, bordas de florestas e áreas agrícolas.

Local onde é encontrado: Em diversos biomas abertos da América do Sul, incluindo o Brasil (principalmente nas regiões Sul e Centro-Oeste).

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 


Graxaim-do-campo (Lycalopex gymnocercus): o pequeno canídeo das planícies sul-americanas

O graxaim-do-campo, também conhecido como raposa-do-campo, é um mamífero carnívoro pertencente à família Canidae, que inclui também os lobos, cães e outros canídeos. Com nome científico Lycalopex gymnocercus, essa espécie é nativa da América do Sul e desempenha um papel ecológico importante nos campos e cerrados onde vive.

O graxaim-do-campo é de porte médio, com corpo esguio, pernas longas e orelhas pontudas. Pode medir entre 60 e 120 cm de comprimento (incluindo a cauda), com altura de cerca de 40 cm na cernelha. Seu peso varia de 5 a 8 kg. A pelagem é densa, em tons de cinza, marrom e alaranjado, com a ponta da cauda geralmente escura.

Essa espécie é encontrada em diversos biomas abertos da América do Sul, incluindo o Brasil (principalmente nas regiões Sul e Centro-Oeste), Paraguai, Uruguai, Argentina e Bolívia. Seu habitat preferido são campos nativos, cerrados, pampas, bordas de florestas e áreas agrícolas, onde consegue se adaptar com relativa facilidade.

O graxaim-do-campo é onívoro e oportunista, com uma dieta variada. Alimenta-se de roedores, aves, répteis, insetos, frutas e até carniça. Tem hábitos noturnos e crepusculares, sendo mais ativo ao amanhecer e ao entardecer. Costuma viver solitário ou em pares, com comportamento territorial.

A reprodução ocorre geralmente entre os meses de junho e agosto. O período de gestação dura cerca de 55 dias, resultando no nascimento de 2 a 5 filhotes. A fêmea cuida dos filhotes em tocas escavadas ou abrigos naturais, e o macho pode auxiliar na proteção do território.

Como predador de pequeno porte, o graxaim exerce importante controle sobre populações de roedores e insetos, além de atuar como dispersor de sementes. Isso o torna um elo fundamental na manutenção do equilíbrio ecológico dos ecossistemas onde vive.

Embora o graxaim-do-campo esteja classificado como “Pouco Preocupante” (LC) pela IUCN, algumas populações regionais enfrentam ameaças crescentes:

Destruição e fragmentação do habitat, especialmente em áreas de campos nativos convertidos em lavouras ou pastagens.

Conflitos com produtores rurais, que frequentemente o veem como ameaça a aves domésticas.

Atropelamentos em rodovias que cruzam áreas de campo.

Caça ilegal, mesmo sendo uma espécie protegida por legislação ambiental.

Contaminação por agrotóxicos e doenças transmitidas por animais domésticos, como a raiva e a cinomose.

Por ser uma espécie relativamente adaptável, o graxaim-do-campo ainda consegue sobreviver em áreas alteradas pelo ser humano. No entanto, sua conservação depende da preservação de ambientes naturais, do monitoramento de populações, da educação ambiental e da redução de conflitos com atividades agropecuárias.

O graxaim-do-campo é mais um exemplo da rica biodiversidade dos campos sul-americanos.

Conservar essa espécie é proteger os ecossistemas abertos e promover o equilíbrio natural entre fauna e ambiente. Conhecer para preservar é o primeiro passo para garantir que ele continue correndo livre pelas paisagens do nosso continente.

Ramon ventura.

domingo, 15 de dezembro de 2019

PAPAGAIO CHARÃO

Foto: Douglas Fischer
Nome popular: Papagaio-charão. 

Nome científico: Amazona pretrei.

Peso: 300 e 400 gramas

Tamanho: Pode variar de 30 a 35 centímetros.

Família: Psittacidae.

Habitat: Habita florestas de araucária e matas ombrófilas do sul do Brasil.

Local onde é encontrado: Nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, com alguns registros históricos no sudeste do estado do Paraná.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 


Papagaio-charão (Amazona pretrei): um símbolo da conservação no sul do Brasil

O papagaio-charão é uma das espécies mais emblemáticas das matas do sul do Brasil. Com seu canto forte e presença vibrante, essa ave desempenha papel importante nos ecossistemas onde vive, mas infelizmente enfrenta sérias ameaças que colocam sua sobrevivência em risco.

O Amazona pretrei é um papagaio de tamanho médio, com um comprimento que pode variar de 30 a 35 centímetros e um peso que pode chegar a cerca de 300 a 400 gramas. Sua plumagem é predominantemente verde, com uma faixa vermelha na testa e uma cauda longa e pontiaguda.

O papagaio-charão habita florestas de araucária e matas ombrófilas do sul do Brasil. Sua distribuição geográfica está concentrada nos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, com alguns registros históricos no sudeste do estado do Paraná. Essa espécie depende fortemente da presença da Araucária angustifolia (o pinheiro-do-paraná), árvore cujas sementes — os pinhões — são sua principal fonte de alimento durante boa parte do ano.

A alimentação do papagaio-charão é baseada, principalmente, em frutos e sementes nativas da região sul, com destaque para o pinhão. Além disso, consome outros frutos silvestres, flores e, em algumas áreas agrícolas, pode se alimentar de milho e outras culturas, o que às vezes gera conflitos com produtores rurais.

A temporada reprodutiva ocorre entre setembro e janeiro. Os ninhos são construídos em ocos de árvores, especialmente em florestas com pinheiros maduros. A fêmea geralmente põe 2 a 4 ovos, que são incubados por cerca de 26 dias. Os filhotes permanecem no ninho por aproximadamente 2 meses, até estarem prontos para voar.

O principal motivo pelo qual o papagaio-charão corre risco de extinção é a perda de habitat, causada pelo desmatamento das florestas de araucária para expansão agrícola, pecuária e urbanização. A retirada indiscriminada do pinheiro-do-paraná e a escassez de árvores com ocos para nidificação também dificultam a reprodução da espécie. Além disso, o tráfico de animais silvestres, que captura filhotes para o comércio ilegal, representa outra séria ameaça.

A espécie é classificada como Vulnerável (VU) pela Lista Vermelha da IUCN e também consta na lista nacional de espécies ameaçadas do ICMBio.

Nos últimos anos, projetos de conservação têm sido fundamentais para proteger o papagaio-charão. Iniciativas como a instalação de ninhos artificiais, programas de educação ambiental e monitoramento de populações têm contribuído para a estabilização da espécie em algumas áreas. A criação de Unidades de Conservação e a proteção das florestas de araucária são estratégias cruciais para garantir a sobrevivência dessa ave tão carismática.

O nome "charão" é uma referência ao som que a ave emite: um grito forte e característico, semelhante a “charrãããão!”.

É uma das poucas espécies de papagaios que realizam deslocamentos sazonais em busca de alimento, chegando a voar mais de 100 km em busca de áreas com pinhão.

Vive em bandos, o que torna mais fácil a sua observação na natureza.

Ramon Ventura.

sábado, 23 de novembro de 2019

PREGUIÇA DE COLEIRA

Nome popular: Preguiça-de-coleira.

Nome científico: Bradypus torquatus.

Peso: Entre 4 e 7,5 kg.

Tamanho: Aproximadamente 50 a 75 cm de comprimento.

Família: Bradypodidae.

Habitat:  habita florestas úmidas e densas, preferindo áreas bem preservadas.

Local onde é encontrado: nos estados da Bahia, Espírito Santo e norte do Rio de Janeiro.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 


Preguiça-de-coleira (Bradypus torquatus): a guardiã silenciosa da Mata Atlântica

A preguiça-de-coleira é um dos mamíferos mais emblemáticos e ameaçados da fauna brasileira. Com aparência inconfundível e hábitos pacatos, ela é um verdadeiro símbolo da biodiversidade da Mata Atlântica, um dos biomas mais ricos e mais ameaçados do planeta.

A preguiça-de-coleira é endêmica do Brasil, ou seja, só existe em nosso país. Seu habitat está restrito a trechos da Mata Atlântica nos estados da Bahia, Espírito Santo e norte do Rio de Janeiro. Ela habita florestas úmidas e densas, preferindo áreas bem preservadas, com grande cobertura arbórea, onde possa se locomover com segurança entre as copas das árvores.

Seu nome popular vem da faixa escura em forma de “coleira” presente ao redor do pescoço, mais visível nos machos. Assim como outras preguiças de três dedos, possui garras longas e curvadas, corpo adaptado para a vida nas árvores e movimentos lentos e precisos — comportamento que ajuda a economizar energia e a passar despercebida por predadores.

É uma espécie folívora, ou seja, alimenta-se exclusivamente de folhas. Tem digestão muito lenta, podendo demorar até uma semana para processar o alimento, o que explica seu metabolismo reduzido e ritmo tranquilo.

A gestação da preguiça-de-coleira dura cerca de 6 meses (aproximadamente 180 dias). Geralmente, nasce apenas um filhote por gestação, que permanece agarrado à mãe durante os primeiros meses de vida. A maturidade sexual é atingida por volta dos 3 anos de idade.

A preguiça-de-coleira está classificada como Em Perigo (EN) pela Lista Vermelha da IUCN e também na lista oficial de espécies ameaçadas do Brasil. Seus principais desafios são:

Desmatamento da Mata Atlântica, que reduz seu habitat natural. Fragmentação florestal, que dificulta o deslocamento entre áreas e reduz a variabilidade genética. Atropelamentos e eletrocussões, em áreas onde precisa atravessar rodovias ou redes elétricas expostas. Caça e captura ilegal, apesar de ser protegida por lei.

Diversos projetos vêm trabalhando para proteger a preguiça-de-coleira, incluindo a criação de Unidades de Conservação, corredores ecológicos, reflorestamento de áreas degradadas e educação ambiental. Organizações não governamentais, universidades e comunidades locais têm desempenhado papel importante na preservação dessa espécie tão singular.

A preguiça-de-coleira é a única espécie de preguiça de três dedos endêmica do Brasil.

Ela raramente desce ao solo — quando o faz, geralmente é para defecar, o que ocorre apenas uma vez por semana.

Por sua alimentação baseada em folhas e metabolismo lento, a preguiça-de-coleira pode passar horas sem se mover, o que contribui para sua camuflagem natural.

Ramon Ventura.