terça-feira, 20 de julho de 2021

CAIARARA


Nomes populares:
caiarara, caiarara ka’apor, macaco-cara-branca, piticó

Nome científico: Cebus kaapori

Tamanho: São macacos de tamanho médio, robustos, que apresentam moderado dimorfismo sexual, podendo atingir os 30 a 56 cm de comprimento (com cauda que pode chegar a ser do mesmo comprimento do corpo)

Peso: Pesa de 2,5 a 5 kg

Habitat: Cebus kaapori ocorre em floresta ombrófila densa de baixada, tanto primária quanto secundária, ocorrendo em até 200 m de altitude

Local onde é encontrado: Esta espécie é encontrado nos estados do Pará e Maranhão.

Estado de conservação: “criticamente em perigo” na lista da IUCN e “criticamente em perigo” na Lista Nacional Oficial de Espécies da Fauna Ameaçadas de Extinção

Você sabe o que é xerimbabo? Esse termo dos falantes da língua tupi significa “coisa muito querida” e é usado para os animais que os índios criam como bicho de estimação, um costume que vem desde a época pré-colonial. Um dos xerimbabos dos índios Awa é o caiarara ka’apor, um simpático primata hoje seriamente ameaçado de extinção.

O caiarara é endêmico no Brasil (só existe aqui), com ocorrência na Amazônia oriental, ao sul do rio Amazonas, no leste do Pará e oeste do Maranhão. A espécie foi descrita em 1992, mas nunca foi alvo de estudos de longo prazo e, por isso, há poucas informações sobre seu modo de vida.

Esse primata faz parte do grupo “sem tufo”, mas a coloração mais escura da pelagem no alto da cabeça lhe confere um moderno “corte de cabelo”. A pelagem é marrom-acinzentada nas partes superiores e em parte da cauda e cinza-prateada na garganta, tórax, abdômen e região frontal. É considerado um macaco de tamanho médio e tem cauda semi preênsil, o que ajuda em sua locomoção, e polegares oponíveis, o que lhe dá boa capacidade de manipulação.

Sua alimentação é tida como essencialmente frugívora, mas ele complementa a dieta com insetos e sementes.

A causa do declínio da população do caiarara é previsível: a perda do seu habitat. Os desmatamentos foram intensificados durante a implantação de rodovias na região de sua ocorrência e também há as queimadas que atingem os fragmentos florestais remanescentes, a presença de um polo siderúrgico que criou uma alta demanda por carvão vegetal e que só recentemente passou a ter sua origem em plantios comerciais, além de uma significativa expansão dos cultivos de dendê, eucalipto e cana na região. Sinais de desenvolvimento econômico para uns e de morte para outros.


Ramon Ventura
Por Luciana Ribeiro
lucianaribeiro@faunanews.com.br

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