Nome científico: Lycalopex vetulus.
Peso: Entre 2,5 e 4,0 kg.
Tamanho: Mede cerca de 60 cm de comprimento, com a cauda podendo chegar a 30 cm adicionais.
Família: Canidae.
Habitat: Seu habitat ideal são os campos limpos, cerrados abertos e áreas de transição entre cerrado e pastagens.
Local onde é encontrado: Nos Estados de Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Bahia e São Paulo.
Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção.
Raposa-do-campo (Lycalopex vetulus): A pequena guardiã do Cerrado
A Raposa-do-campo, cientificamente conhecida como Lycalopex vetulus, é um canídeo exclusivo do Brasil e um símbolo dos ecossistemas abertos do Cerrado. Discreta e de hábitos noturnos, essa espécie enfrenta atualmente sérias ameaças à sua sobrevivência devido às mudanças drásticas em seu ambiente natural.
De porte médio, a raposa-do-campo pesa entre 2,5 e 4,0 kg e mede cerca de 60 cm de comprimento, com a cauda podendo chegar a 30 cm adicionais. É considerada o menor canídeo da América do Sul. Sua pelagem é predominantemente cinza, com tons avermelhados nas pernas e nas laterais do rosto, e a ponta da cauda geralmente é preta.
A espécie pertence à família Canidae, que inclui cães, lobos, chacais e outras raposas. O gênero Lycalopex abriga várias espécies sul-americanas de raposas, sendo a vetulus a única endêmica do Brasil.
A raposa-do-campo é endemismo brasileiro, ou seja, só existe no Brasil. Está presente principalmente nas áreas de Cerrado dos estados de Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Bahia e São Paulo. Seu habitat ideal são os campos limpos, cerrados abertos e áreas de transição entre cerrado e pastagens, onde pode se deslocar com agilidade e encontrar abrigo e alimento.
A reprodução ocorre entre julho e setembro, com a gestação durando cerca de 50 a 60 dias. As fêmeas dão à luz de 2 a 5 filhotes, geralmente em tocas subterrâneas, que são cuidadas por ambos os pais. O período de lactação pode durar até dois meses.
Essa espécie apresenta dieta onívora, com preferência por insetos, pequenos vertebrados (como roedores e répteis), frutas e sementes. Durante a estação seca, o consumo de frutas se intensifica, tornando-se uma importante fonte de energia. Esse hábito alimentar auxilia inclusive na dispersão de sementes, colaborando para o equilíbrio ecológico do Cerrado.
A Raposa-do-campo é classificada como quase ameaçada (NT - Near Threatened) pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) e está incluída em listas nacionais de espécies em risco.
As principais ameaças são:
Desmatamento e fragmentação do Cerrado;
Expansão da agropecuária e monoculturas;
Atropelamentos em estradas;
Ataques por cães domésticos e transmissão de doenças, como cinomose e raiva;
Caça e perseguição humana, por vezes confundida com predadores de aves domésticas.
Apesar do nome, a raposa-do-campo não está diretamente relacionada às raposas europeias. Trata-se de um canídeo sul-americano com hábitos e adaptações únicas.
É uma das poucas espécies que dependem diretamente de áreas campestres naturais, hoje severamente reduzidas no país.
Por ser extremamente discreta, muitas vezes sua presença passa despercebida, o que dificulta estudos e ações de proteção mais eficazes.
A preservação da Raposa-do-campo está diretamente ligada à conservação do Cerrado, o segundo maior bioma brasileiro e um dos mais ameaçados do mundo. Proteger essa espécie é um passo importante para garantir a biodiversidade e os serviços ecológicos que o Cerrado oferece, como a regulação do clima e das águas.
Ramon Ventura.
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