Nome cientifico: Euphorbia tirucalli
Nome Popular: Aveloz
Ordem: Malpighiales
Família: Euphorbiaceae
Gênero: Euphorbia
Alerta: Planta nordestina usada contra o câncer corre risco de extinção
O Euphorbia tirucalli ou aveloz como é conhecido popularmente, vem sendo usado com sucesso por diversos médicos pesquisadores no tratamento contra o câncer e outras doenças.
O aveloz é originário da África e de lá foi levada para outros países tropicais. No Brasil se adaptou bem na região Nordeste, principalmente na parte árida, onde era utilizado pelos proprietários de terra como cerca-verde para demarcar as propriedades rurais devido o arame ser muito raro e caro na época.
Com a modernização e o barateamento do arame farpado, as cercas de aveloz começaram a ser derrubadas dando origem às cercas com estacas de Sabiá. Os proprietários de terra alegam várias motivos para substituir o aveloz por arame farpado. Segundo o agricultor José Medeiros “as cercas de aveloz começaram a ser substituídas porque as pessoas perceberam que ele trazia várias desvantagens para os proprietários. Por ser uma planta que solta um leite ácido provocava queimaduras nos animais, quando esse líquido batia nos olhos chega até a segar e por crescer muito, chegando a 10 metros de altura e uns 8 metros de largura, ocupava muito espaço reduzindo o pasto do gado e espaço para agricultura, por isso muito optaram pelo arame e começaram a derrubar as cercas de aveloz”.
“Hoje estar ficando cada vez mais raro encontrar uma cerca de aveloz. Na região de Galante e Fagundes onde antes existiam muitas cercas de aveloz praticamente não existe mais. As poucas cercas que existem estão sendo derrubadas para dar lugar a cercas de arame farpado. O que me preocupa é que o aveloz estar sendo usado por pesquisadores para a cura do câncer e de outras doenças e a derrubada continua em ritmo acelerado, pois hoje tanto o pequeno quanto o grande proprietário de terra prefere as cercas de arame e derrubam os poucos pés de aveloz que ainda existem”.
“Antigamente existia até pessoas especializadas em fazer cercas de aveloz. Por ser um trabalho hostil e o medo que as pessoas tinham de cegar, poucos se aventuravam em aceitar o trabalho de fazer cercas e podas do aveloz. Um desses corajosos era o senhor Salvino Felix da Silva. Segundo seu filho, José Salvino, seu pai conseguiu criar e sustentar a família trabalhando em cercas de aveloz. Para se proteger do leite e da cinza ácida do aveloz, seu Salvino usava uma roupa feita de couro de boi parecida com um gibão de vaqueiro e uma carapuça de couro que cobria toda a parte da cabeça. Como óculos de proteção eram muito caro, ele improvisava, retirava a parte do brilho de dois espelhos desses redondo que encontramos nos camelôs e usava para proteger os olhos. Esses espelhos eram colados na carapuça ou amarrados com liga de baladeiras. Os trabalhadores do aveloz, que hoje não existe mais, pareciam mais um cavaleiro medieval”, explica Aramy.
A medicina popular já conhecia as propriedades mediciais do aveloz há tempo, mas atualmente vários pesquisadores estão pesquisando as propriedades medicinais do aveloz, principalmente contra o câncer. Um desses institutos é o Hospital Israelita Albert Einstein que pesquisa a planta para criar novo medicamento contra o câncer. “Caso os resultados iniciais sejam positivos, estudos mais aprofundados da ação da Aveloz em tumores poderão revelar uma nova geração de medicamentos para o câncer”, explica dr. Auro Del Giglio, Gerente do Programa Integrado de Oncologia do Einstein e um dos coordenadores do estudo.
O novo medicamento poderá ser disponibilizado ao mercado depois de avaliada sua eficiência e grau de toxidade, o que será feito após novos estudos que comprovem sua eficácia e sua aprovação pelas instituições responsáveis.
Eles também descobriram outras propriedades terapêuticas do aveloz, entre elas, antiasmática, anticarcinogênica, antiespasmódica, antibiótica, antibacteriana, antivirótica, fungicida e expectorante.
“Encontrada ainda com uma certa facilidade na região árida do nordeste, a planta aveloz, poderá se tornar o primeiro medicamento feito, totalmente no Brasil, para a cura do câncer. Com a derrubada das cercas de aveloz de forma acelerada, o aveloz poderá ser extinto em pouco tempo, mas uma das alternativas é preservar os poucos pés que existem ou plantá-lo em centros de pesquisas, é o futuro que vejo para essa planta, pois como planta ornamental poucos se aventuram em ter devido aos riscos de acidente com o látex que ela produz que é muito ácido e pode causar cegueira em contato com os olhos”, explica o ambientalista Aramy Fablicio.
Ramon Ventura
Edimilson Camilo
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