segunda-feira, 18 de novembro de 2019

JACARÉ DO PAPO AMARELO

(Foto: Divulgação/ Parque Zoobotânico Arruda Câmara)
Nome cientifico: Caiman latirostris
Nome popular: Jacare do papo amarelo
Tamanho: Mede em média cerca de 2 metros mas já foram registrados indivíduos excepcionalmente grandes com 3,5 metros
Peso: 70 Kg
Local onde é encontrado: do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul, além de Argentina, Bolivia, Uruguai e Paraguai.
Habitat: A espécie é altamente ligada a água, habitando uma variedade de ambientes como pântanos, charcos, rios e riachos, com forte associação a vegetação aquática densa.
Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 


O jacaré-de-papo-amarelo Caiman latirostris é um réptil crocodiliano da família Alligatoridae e gênero Caiman. É amplamente distribuído pelo sudeste da América do Sul, ocorrendo em qualquer ecossistema associado à água nas bacias dos rios Paraná, Paraguai, Uruguai e São Francisco, sendo comum desde o extremo leste do Brasil até o Uruguai. Também ocorre em ecossistemas costeiros, como mangues. É um animal carnívoro que vive aproximadamente 70 anos. São conhecidos por este nome pois, durante a fase do acasalamento, estes animais costumam ficar com a área do papo amarelada. Possuem o focinho mais largo de todos os crocodilianos. Possuem pernas curtas, patas com unhas grandes, focinhos curtos, largos e que produzem uma mordida forte. Sua alimentação consiste de peixes, mamíferos, crustáceos, moluscos, aves e répteis de pequeno e médio porte. 

Mede em média cerca de 2 metros mas já foram registrados indivíduos excepcionalmente grandes com 3,5 metros. Animais adultos tendem a ser de cor verde-oliva, enquanto os filhotes são mais amarronzados com costas listradas de preto e pontos escuros na cabeça e lateral da mandíbula inferior. Animais velhos são quase negros. A espécie é característica pelo seu focinho curto e largo que tem quase o mesmo comprimento que a largura à altura dos olhos. Machos geralmente possuem maior tamanho corporal e largura craniana. Caracterizam-se por possuírem uma mordida forte, podendo partir o casco de uma tartaruga com extrema facilidade.

Em relação à reprodução, o acasalamento ocorre entre os meses de agosto e janeiro no país, especialmente quando há temperaturas mais elevadas. O jacaré-de-papo-amarelo costuma botar seus ovos em ninhos que concentram, em média, de 15 a 50 unidades. Os ninhos são constituídos de um monte feito de material orgânico como folhas, gravetos e eventualmente terra. Supõe-se que a terra é usada para fazer com que o ninho tenha um tamanho adequado quando não há matéria orgânica suficiente. A incubação dos ovos dura de 65 a 90 dias e é por meio de variações de temperatura que se define o sexo dos animais: até 31º C, nascem fêmeas. Até 33º C, os filhotes serão machos. Acima dessa temperatura, nascem ambos os sexos. 

Atualmente, estima-se que existam cerca de 10 mil jacarés do papo amarelo em todo Brasil, sendo que a maioria se encontra no Nordeste. “Como é a região mais quente do Brasil, é mais comum eles ocorrerem aqui. No sul, os jacarés são cada vez mais raros”,. A ocupação do litoral brasileiro tem contribuído para o desaparecimento do animal.

Assim como em outros estados brasileiros, os biólogos e até criadores comerciais na Paraíba estão trabalhando para preservar a espécie. Só no zoológico de João Pessoa, nasceram cerca de 150 jacarés nos últimos 20 anos. “Até agora, conseguimos soltar na natureza cerca de 100 animais. Apesar dessa marca, os especialistas estão diminuindo o ritmo da devolução dos animais à natureza. É preciso fazer um mapeamento do habitat dos animais, para que se evitem os encontros entre jacarés e seres humanos, cada vez mais comuns graças ao ritmo de ocupação".

A espécie Caiman latirostris está ameaçada de extinção. Não à toa, já que seu habitat, no Brasil, é o litoral brasileiro, área mais povoada do país. Com o crescimento desenfreado das grandes cidades na região, o desmatamento da Mata Atlântica, como também por causa da poluição em seu habitat e da caça predatória para consumo de carne e retirada de couro. Só restou para os animais o abrigo das reservas.

Ramon Ventura
Globo Ecologia

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