quinta-feira, 2 de janeiro de 2020

BARAÚNA

Nome científico: Schinopsis brasiliensis

Nomes populares: baraúna, braúna, braúna-do-sertão, braúna-parda, quebracho, baúna, quebracho-colorado, quebracho-moro, braúna-parda, coração-de-negro, maria-preta-da-mata, maria-preta-do-campo, ubirarana, pau-preto, ibiraúna, guaraúna, parova-preta.

Tamanho: entre 6-15 metros

Família: Anacardiaceae

Habitat: Áreas de várzea, principalmente em áreas mais secas, como florestas e savanas, e mais comumente em solos calcários, embora também sejam encontradas em solos pedregosos, onde ficam muito menores

Onde ocorre: Ocorre no Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia. Pode ser encontrada, ainda, em Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso e Rondônia.

Árvore com altura entre 6-15 metros, uma das mais altas da caatinga, com diâmetro variando de 20 a 60cm. O caule apresenta tronco reto com três zonas claramente delimitáveis (casca, alburno e cerne), com ramos espinhosos, galharia espessa e bem distribuída, formando uma copa subglobosa. Folhas compostas, pinadas com cerca de 9 a 17 folíolos subcoriáceos de 3-4 x 2cm. Flores brancas e pequenas, dispostas em inflorescências terminais a subterminais, paniculadas, com tamanho máximo de 10-12cm de comprimento. Fruto seco, alado, do tipo aquênio samaróide, mesocarpo esponjoso com 3-3,5cm de comprimento (Andrade-Lima 1989; Pereira 2003; Maia 2004).

Reprodução sexuada. Um quilo de sementes contém cerca de 4.000 a 6.600 unidades de dispersão. As sementes apresentam tegumento duro, lenhoso e mecanismos de dormência. A escarificação prévia das sementes permite um percentual de germinação superior a 60% (Andrade-Lima 1989; Oliveira 1993; Maia 2004). A madeira é dura, com densidade de 1,23 g/cm3, de larga durabilidade e altamente resistente à decomposição.

A madeira é resistente e usada para mourões, estacas e postes, vigas, linhas, caibros, ripas, portais, moendas, prensa de casa de farinha, pilões, lenha e carvão. Na medicina popular é usada contra histeria, nervosismo, dores de dente e de ouvido. Na medicina veterinária é usada no tratamento de verminose de animais domésticos. É usada na arborização de praças e canteiros centrais. Tem importante papel no forrageamento de abelhas e outros insetos, sendo considerada uma planta melífera. Também serve de alimento para caprinos e ovinos. Na indústria é usada em curtume devido à produção de taninos de suas casca.

A produção de mudas deve ser feita colocando as sementes para germinar em canteiros a pleno sol, contendo substrato arenoso. A germinação tem início a partir do 15º dia. As mudas devem ser transplantas para sacos individuais quando apresentarem a segunda folha definitiva e cerca de 5cm de altura. O plantio definitivo deve ser feito após cinco meses de idade. Apresenta crescimento lento.

Como para a maioria das espécies supracitadas não há um mercado organizado e legalizado para exploração da baraúna, que é do tipo extrativista. Consta na Lista Oficial do IBAMA de Espécies da Flora Brasileira Ameaçadas de Extinção, na categoria de vulnerável, podendo passar à categoria em perigo. Necessita de estudos biológicos (melhoramento genético, propagação in vitro etc), que viabilizem a produção de mudas e de estudos de mercado, visando legalizar e orientar a comercialização.

Os desmatamentos praticados nas áreas de ocorrência da Baraúna e a extração de sua madeira para fins comerciais dizimaram as principais populações dessa árvore. Atualmente o seu corte em vegetação primária somente é permitido mediante plano de rendimento sustentado aprovado pelo Ibama, conforme a Portaria 83-N/91 desse órgão.

Ramon Ventura
http://www.cnip.org.br/

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