Nome popular: Cervo-do-Pantanal.
Nome científico: Blastocerus dichotomus.
Peso: Pode pesar entre 100 e 150 kg, com alguns machos chegando a mais de 160 kg.
Tamanho: Até 2 metros de comprimento, com uma altura média de 1,2 metros na cernelha.
Família: Cervidae.
Habitat: Campos alagáveis, brejos, várzeas e regiões com vegetação densa e acesso à água, o que explica sua grande adaptação a áreas pantanosas.
Local onde é encontrado: Ocorre principalmente no Pantanal Mato-grossense, mas também pode ser visto em áreas úmidas do Cerrado, Mata Atlântica e na Bacia do Rio Paraná.
Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção.
Cervo-do-Pantanal (Blastocerus dichotomus): O gigante discreto dos campos alagados
O Cervo-do-pantanal (Blastocerus dichotomus) é o maior cervídeo da América do Sul e um dos mais emblemáticos representantes da fauna brasileira. Também conhecido como cervo-mateiro, essa espécie desperta atenção não apenas por seu porte imponente, mas também por sua ligação íntima com ambientes alagados e sua vulnerabilidade diante das ações humanas.
Pertencente à família Cervidae, o cervo-do-pantanal pode pesar entre 100 e 150 kg, com alguns machos chegando a mais de 160 kg. Seu corpo robusto pode alcançar até 2 metros de comprimento, com uma altura média de 1,2 metros na cernelha. Os machos possuem galhadas ramificadas, que são renovadas anualmente, e ambos os sexos exibem uma pelagem castanho-avermelhada característica.
Apesar do nome, o cervo-do-pantanal não é exclusivo do Pantanal. Ele é encontrado em diversas regiões da América do Sul, incluindo o Brasil, Bolívia, Paraguai e Argentina. No Brasil, ocorre principalmente no Pantanal Mato-grossense, mas também pode ser visto em áreas úmidas do Cerrado, Mata Atlântica e na Bacia do Rio Paraná.
Seu habitat preferido são os campos alagáveis, brejos, várzeas e regiões com vegetação densa e acesso à água, o que explica sua grande adaptação a áreas pantanosas. Suas pernas longas facilitam a locomoção em terrenos encharcados e com vegetação alta.
A gestação da fêmea dura cerca de 8 meses, geralmente resultando em apenas um filhote por parto. Os nascimentos tendem a ocorrer em épocas mais secas, garantindo maiores chances de sobrevivência aos filhotes.
A alimentação do cervo-do-pantanal é baseada em uma dieta herbívora, composta por folhas, brotos, gramíneas aquáticas, frutos e plantas flutuantes. Sua dieta varia conforme a disponibilidade dos alimentos ao longo do ano.
Atualmente, o cervo-do-pantanal está classificado como "Vulnerável" (VU) na Lista Vermelha da IUCN e também consta na Lista Nacional de Espécies Ameaçadas do ICMBio. Os principais fatores que ameaçam sua sobrevivência são:
Destruição e fragmentação de habitat, sobretudo pela expansão da agropecuária e construção de hidrelétricas;
Caça ilegal, seja por sua carne ou como troféu;
Atropelamentos, devido à ocupação humana crescente nas áreas de ocorrência da espécie;
Doenças transmitidas por gado doméstico, que compartilha as mesmas áreas de alimentação e abrigo.
O cervo-do-pantanal exerce papel crucial na dinâmica ecológica dos ecossistemas alagáveis. Como herbívoro de grande porte, ajuda na manutenção do equilíbrio da vegetação e na dispersão de sementes. Sua presença também indica a boa qualidade ambiental das áreas úmidas, servindo como espécie-símbolo para esforços de conservação.
Proteger o cervo-do-pantanal é preservar não apenas uma espécie carismática, mas também um ambiente único e rico como o Pantanal. Medidas de educação ambiental, fiscalização contra a caça e projetos de manejo de áreas úmidas são essenciais para garantir o futuro desse gigante gentil dos alagados.
Ramon Ventura.