sexta-feira, 15 de agosto de 2025

MATA ATLÂNTICA

Nome: Bioma Mata Atlântica.

Tamanho: Já cobriu 1,3 milhões de km², hoje resta apenas 12%.

Habitat: Formada por florestas tropicais e subtropicais úmidas, caracterizadas por alta densidade de árvores, grande diversidade de plantas e clima predominantemente quente e úmido.

Local onde é encontrado: Totalmente nos Rio de Janeiro, Espírito Santo, Santa Catarina, Paraná e São Paulo. E parcialmente, nos estados do Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí, Goiás e Mato Grosso do Sul.

Motivo da busca: bioma ameaçado de extinção. 

Mata Atlântica: Um Patrimônio Natural em Risco


A Mata Atlântica é um dos biomas mais ricos em biodiversidade do planeta, reconhecida mundialmente como um hotspot de diversidade biológica. Originalmente, estendia-se por aproximadamente 1,3 milhão de km², cobrindo grande parte da costa leste, sudeste e sul do Brasil. Hoje, restam apenas cerca de 12% de sua vegetação original, distribuídos de forma fragmentada.

A Mata Atlântica é formada por florestas tropicais e subtropicais úmidas, caracterizadas por alta densidade de árvores, grande diversidade de plantas e clima predominantemente quente e úmido. É encontrada principalmente em áreas litorâneas, serranas e de planaltos, com ecossistemas variados como restingas, manguezais e florestas de encosta.

Historicamente, a Mata Atlântica abrangia 17 estados brasileiros. Totalmente nos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo, Santa Catarina, Paraná e São Paulo. E parcialmente, nos estados do Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, Piauí, Goiás e Mato Grosso do Sul.

Atualmente, o bioma ainda está presente, em maior ou menor extensão, em todos esses estados, porém muito reduzido em áreas contínuas.

A biodiversidade da Mata Atlântica é impressionante. Estima-se que o bioma abrigue mais de 20 mil espécies de plantas, sendo cerca de 8 mil endêmicas (ocorrem apenas nessa região). Entre os animais, destacam-se mamíferos como a onça-pintada, o muriqui-do-sul e o tamanduá-bandeira; aves como o mutum-de-penacho e o papagaio-de-cara-roxa; além de répteis, anfíbios e uma infinidade de insetos únicos.

O risco de extinção da Mata Atlântica está diretamente ligado à ação humana. O desmatamento para expansão urbana e agrícola, a fragmentação dos habitats, a poluição de rios e a caça ilegal reduziram drasticamente as áreas preservadas. Como resultado, muitas espécies encontram-se ameaçadas e os serviços ambientais do bioma — como a regulação do clima, a proteção de mananciais e a manutenção da fertilidade do solo — estão comprometidos.

A preservação da Mata Atlântica é essencial para garantir o equilíbrio ecológico, a qualidade de vida das populações humanas e a sobrevivência de espécies únicas. Proteger este patrimônio natural é um compromisso que deve envolver governos, empresas e cidadãos, pois o futuro do bioma é também o futuro do Brasil.


Ramon ventura.

quarta-feira, 6 de agosto de 2025

AMAZÔNIA

Nome: Bioma Amazônia.

Tamanho: Com uma extensão aproximada de 4.196.943 km² em território brasileiro.

Habitat: O habitat do bioma Amazônia é um dos mais ricos e complexos do planeta, marcado por florestas tropicais densas, clima quente e úmido, e uma biodiversidade impressionante.

Local onde é encontrado: Nos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.

Motivo da busca: Bioma ameaçada de extinção.

Bioma Amazônia: O Gigante Verde do Brasil


A Amazônia é o maior bioma do Brasil e uma das regiões mais biodiversas do planeta. Com uma extensão aproximada de 4.196.943 km² em território brasileiro, ela representa cerca de 49% de todo o território nacional. Além do Brasil, esse bioma se estende por outros oito países da América do Sul, mas sua porção brasileira é a mais extensa e rica em diversidade.

O bioma está presente integralmente ou em parte em nove estados da federação:

Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão (parte oeste), Mato Grosso (norte), Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins (extremo norte).

Esses estados integram a chamada Amazônia Legal, uma área definida para fins de planejamento econômico e social, conservação e proteção ambiental.

O habitat do bioma Amazônia é um dos mais ricos e complexos do planeta, marcado por florestas tropicais densas, clima quente e úmido, e uma biodiversidade impressionante. Com vegetação exuberante e uma vasta rede de rios, como o rio Amazonas, essa região abriga milhares de espécies de animais e plantas, muitas exclusivas desse ecossistema. Apesar da aparência fértil, o solo é pobre em nutrientes, e a vida depende da constante reciclagem da matéria orgânica.

A Amazônia abriga aproximadamente 40 mil espécies de plantas, mais de 400 espécies de mamíferos, 1.300 espécies de aves, 400 de anfíbios, 300 de répteis e mais de 3 mil espécies de peixes. Além disso, estima-se que a região contenha 10% de todas as espécies conhecidas no mundo, incluindo muitas ainda não descritas pela ciência.

Essa biodiversidade desempenha um papel fundamental nos ciclos climáticos, no equilíbrio dos ecossistemas e no fornecimento de serviços ambientais essenciais, como o sequestro de carbono, a produção de água e a regulação do clima.

Apesar de sua grandiosidade, o bioma Amazônia enfrenta sérios riscos ambientais. Entre os principais fatores que colocam sua existência em perigo estão:


Desmatamento ilegal, principalmente para expansão agropecuária e extração de madeira;

Mineração predatória, inclusive em terras indígenas;

Construção de grandes obras, como hidrelétricas e estradas, que fragmentam o habitat;

Queimadas criminosas, que degradam o solo e a vegetação;

Mudanças climáticas, que impactam o regime de chuvas e a temperatura da floresta.


Estudos científicos alertam que o bioma pode estar se aproximando de um ponto de não retorno: um estágio crítico em que a floresta perde sua capacidade de regeneração natural, sendo convertida gradualmente em uma savana degradada.

Preservar a Amazônia é fundamental não apenas para o Brasil, mas para todo o planeta. Sua floresta influencia o regime de chuvas de outras regiões, armazena grandes quantidades de carbono e sustenta populações indígenas e comunidades tradicionais que vivem em harmonia com a floresta há séculos.

A conservação do bioma requer políticas públicas eficazes, fiscalização ambiental, valorização da ciência e, sobretudo, o reconhecimento de que a Amazônia é um patrimônio natural estratégico para o futuro da humanidade.


Ramon Ventura.

quarta-feira, 30 de julho de 2025

TIÊ-SANGUE

Nome popular: Tiê-sangue.

Nome científico: Ramphocelus bresilius.

Peso: Pesa cerca de 30 a 40 gramas.

Tamanho: Aproximadamente 18 a 19 centímetros de comprimento.

Família: Thraupidae.

Habitat: Mata Atlântica.

Local onde é encontrado: Sua ocorrência abrange os estados do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 


Tiê-sangue (Ramphocelus bresilius): A joia vermelha da Mata Atlântica


O Tiê-sangue, cientificamente conhecido como Ramphocelus bresilius, é uma das aves mais emblemáticas e visualmente marcantes da avifauna brasileira. Pertencente à família Thraupidae, essa ave chama a atenção pelo seu deslumbrante colorido vermelho-vivo contrastando com asas e cauda negras, que conferem ao macho uma aparência única na natureza.

O Tiê-sangue pesa cerca de 30 a 40 gramas e mede aproximadamente 18 a 19 centímetros de comprimento. A diferença entre machos e fêmeas é evidente: enquanto o macho ostenta uma plumagem vermelha intensa, a fêmea exibe tons mais discretos de marrom-avermelhado, o que a ajuda na camuflagem durante o período reprodutivo.

Essa ave é endêmica do Brasil, sendo encontrada principalmente na Mata Atlântica, um dos biomas mais biodiversos e também mais ameaçados do país. Sua ocorrência abrange os estados do Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná e Santa Catarina, com registros em florestas densas, matas secundárias e até áreas urbanizadas com vegetação preservada.

O Tiê-sangue é uma ave monogâmica e sua época de reprodução ocorre, em geral, durante a primavera e o verão. A fêmea constrói o ninho em arbustos ou árvores baixas, onde deposita de 2 a 3 ovos, que são incubados por cerca de 12 a 14 dias. Os filhotes permanecem no ninho por mais algumas semanas até estarem prontos para alçar voo.

Sua alimentação é onívora, composta principalmente por frutas, sementes, pequenos insetos e artrópodes, desempenhando um papel importante na dispersão de sementes e controle de insetos nas florestas.

Embora atualmente classificado como "Pouco Preocupante (LC)" pela Lista Vermelha da IUCN, o Tiê-sangue não está livre de ameaças. A fragmentação e o desmatamento da Mata Atlântica, bem como o tráfico de aves silvestres, são fatores que podem impactar suas populações locais.

A presença de uma espécie na Lista da IUCN, mesmo em categorias de baixo risco, como o LC (Least Concern), é um alerta para a necessidade de monitoramento contínuo. A degradação progressiva do habitat e a perda de conectividade entre áreas verdes podem fazer com que espécies atualmente comuns se tornem vulneráveis em um curto espaço de tempo.

O Tiê-sangue é mais do que uma ave de plumagem vibrante; é um indicador da saúde ambiental da Mata Atlântica. Proteger suas populações significa também proteger o ecossistema ao qual pertence. A observação, o registro científico e o envolvimento da sociedade são essenciais para garantir que espécies como o Tiê-sangue continuem colorindo nossas florestas por muitas gerações.


Ramon ventura.

quarta-feira, 16 de julho de 2025

JAGUARUNDI

Nome popular: Jaguarundi.

Nome científico: Puma yagouaroundi

Peso: Entre 4,5 e 9 kg.

Tamanho: Comprimento do corpo pode chegar a 60 cm a 80 cm, com a cauda medindo de 30 a 60 cm.

Família: Felidae.

Habitat: Uma ampla variedade de ambientes, desde florestas tropicais e subtropicais até áreas de cerrado, campos abertos e bordas de matas,

Local onde é encontrado: No Brasil, especialmente nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e partes do Sudeste.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 


Jaguarundi (Puma yagouaroundi): O felino discreto das Américas

O jaguarundi, conhecido também como gato-mourisco ou eirá, é um felino selvagem pouco conhecido, mas extremamente importante para os ecossistemas onde vive. Seu nome científico é Puma yagouaroundi e, apesar de ser parente próximo da onça-parda (Puma concolor), apresenta características únicas que o diferenciam de outros felinos da América do Sul.

O jaguarundi possui um corpo alongado e esguio, com patas curtas, orelhas arredondadas e uma cauda longa. Seu peso varia entre 4,5 e 9 kg, e o comprimento do corpo pode chegar a 60 cm a 80 cm, com a cauda medindo de 30 a 60 cm. A pelagem é curta e uniforme, com coloração que varia entre tons de cinza, castanho, avermelhado e preto. Curiosamente, essas variações de cor não indicam subespécies diferentes, mas sim uma diversidade natural da espécie.

O jaguarundi pertence à família Felidae, a mesma dos grandes felinos, como onças e leopardos. Dentro do gênero Puma, ele é o único outro representante além da onça-parda.

Este felino habita uma ampla variedade de ambientes, desde florestas tropicais e subtropicais até áreas de cerrado, campos abertos e bordas de matas. Ele prefere regiões com vegetação densa, próximas a cursos d’água. A espécie é encontrada do sul dos Estados Unidos até o norte da Argentina, com presença significativa no Brasil, especialmente nas regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e partes do Sudeste.

A reprodução do jaguarundi ocorre durante o ano todo, e a fêmea pode dar à luz de 1 a 4 filhotes após um período de gestação que dura cerca de 70 a 75 dias. Os filhotes nascem com manchas que desaparecem à medida que crescem.

O jaguarundi é carnívoro e oportunista, com uma dieta composta por pequenos mamíferos (como roedores), aves, répteis e até mesmo alguns insetos. Por vezes, pode se alimentar de frutos, principalmente em épocas de escassez de presas. Sua habilidade de caça diurna o diferencia de outros felinos tipicamente noturnos.

Apesar de ainda ser classificado como "Pouco Preocupante" (LC) pela Lista Vermelha da IUCN, o jaguarundi enfrenta sérias ameaças em diversas regiões. A destruição e fragmentação do habitat, causada pela expansão agrícola, urbanização e queimadas, é um dos principais fatores de risco. Além disso, o atropelamento em rodovias e a caça ilegal também contribuem para o declínio de suas populações.

Diferente da maioria dos felinos, o jaguarundi é ativo durante o dia (diurno).

Seu comportamento é solitário e bastante territorial.

Raramente vocaliza, mas é capaz de emitir sons diversos, como assobios, roncos e chilreios.

O jaguarundi é uma espécie discreta, mas vital para o equilíbrio ecológico das áreas onde vive. Sua presença é um indicativo de ecossistemas saudáveis, e sua conservação depende diretamente da proteção dos habitats naturais e da conscientização sobre sua importância. Conhecer e valorizar espécies como o jaguarundi é um passo essencial para a preservação da biodiversidade brasileira.

Ramon Ventura.

sábado, 14 de junho de 2025

CASTANHA DO PARÁ

Nome popular: Castanha-do-Pará.

Nome científico: Bertholletia excelsa.

Tamanho: Podendo atingir até 50 metros de altura e diâmetros superiores a 1,5 metro.

Família: Lecythidaceae.

Habitat: Prefere florestas de terra firme, com solo profundo e bem drenado, crescendo em áreas pouco perturbadas.

Onde ocorre: No Brasil, é mais comum nos estados do Acre, Amazonas, Pará, Rondônia e Amapá.

Motivo da busca: Ameaçada de extinção!


Castanha-do-Pará (Bertholletia excelsa): Uma Joia da Floresta Amazônica



A castanha-do-pará, também conhecida como castanha-do-brasil ou castanha-da-Amazônia, é uma das árvores mais emblemáticas e valiosas da Floresta Amazônica. Seu nome científico é Bertholletia excelsa, e ela pertence à família Lecythidaceae. Esta espécie destaca-se não apenas pelo porte imponente, mas também por sua importância ecológica, econômica e nutricional.

A Bertholletia excelsa é uma árvore de grande porte, podendo atingir até 50 metros de altura e diâmetros superiores a 1,5 metro. Seu tronco é reto e cilíndrico, com copa densa que se projeta acima das demais árvores da floresta. A longevidade dessa espécie é notável — algumas árvores podem viver por mais de 500 anos.

A castanheira-do-pará é nativa da Amazônia sul-americana, sendo encontrada principalmente no Brasil, Bolívia, Colômbia, Guiana, Peru e Venezuela. No Brasil, é mais comum nos estados do Acre, Amazonas, Pará, Rondônia e Amapá. Prefere florestas de terra firme, com solo profundo e bem drenado, crescendo em áreas pouco perturbadas.

O fruto da castanheira, com casca dura semelhante a um coco, contém de 10 a 25 sementes — as conhecidas castanhas-do-pará. Ricas em selênio, proteínas, gorduras boas e antioxidantes, essas sementes são amplamente utilizadas na alimentação humana, tanto in natura quanto em produtos processados.

Além do valor nutricional, a castanha-do-pará é uma importante fonte de renda para comunidades extrativistas da Amazônia. A coleta dos frutos ocorre principalmente em áreas de floresta nativa, sem necessidade de derrubar as árvores, o que torna sua exploração sustentável quando bem manejada.

Apesar de sua importância, a Bertholletia excelsa está ameaçada de extinção. A principal causa é o desmatamento para expansão agropecuária, mineração e infraestrutura, que destrói seu habitat natural. A fragmentação florestal compromete a reprodução da espécie, que depende da polinização realizada por abelhas de grande porte, como a Euglossa, e da dispersão de sementes feita por animais, como cutias.

Devido a essa pressão, a castanheira foi incluída na Lista Vermelha da IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza), classificada como vulnerável. No Brasil, é protegida por lei federal, sendo proibido seu corte, exceto com autorização especial para fins científicos ou de manejo sustentável.

A preservação da castanheira-do-pará é fundamental não apenas para manter o equilíbrio ecológico da Amazônia, mas também para garantir o sustento de milhares de famílias que dependem da castanha para viver. Incentivar o consumo consciente, apoiar produtos certificados e defender políticas públicas de conservação são passos essenciais para proteger essa preciosidade da floresta.


Ramon Ventura.

segunda-feira, 9 de junho de 2025

BORBOLETA DA PRAIA


Nome popular:
Borboleta-da-praia. 

Nome científico: Parides ascanius.

Peso: É inferior a 1 grama.

Tamanho: Apresenta envergadura entre 7 a 9 cm.

Família: Papilionidae.

Habitat: Ambientes úmidos costeiros, como brejos e áreas de restinga.

Local onde é encontrado: No estado do Rio de Janeiro.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 


Borboleta-da-praia (Parides ascanius): uma joia ameaçada da restinga brasileira


Parides ascanius, popularmente conhecida como borboleta-da-praia, é uma espécie endêmica do sudeste do Brasil, notadamente nos ecossistemas de restinga e brejos associados à Mata Atlântica, com registros principalmente no estado do Rio de Janeiro.

Essa espécie pertence à família Papilionidae e apresenta envergadura entre 7 a 9 cm. Seu peso é inferior a 1 grama, como é característico de borboletas. Os adultos possuem coloração preta com manchas vermelhas nas asas posteriores e áreas claras nas asas anteriores, características que a tornam facilmente identificável.

O habitat natural da Parides ascanius são ambientes úmidos costeiros, como brejos e áreas de restinga, os quais vêm sendo cada vez mais reduzidos e fragmentados. Sua distribuição é altamente restrita, o que a torna particularmente vulnerável a alterações ambientais.

Os adultos alimentam-se do néctar de flores típicas da vegetação de restinga. As lagartas são altamente especializadas e dependem exclusivamente da planta Aristolochia macroura como hospedeira para sua alimentação e desenvolvimento. Esse fator reforça sua dependência de habitats específicos e sua sensibilidade a distúrbios ambientais.

O ciclo reprodutivo, como em outras borboletas, envolve a oviposição em folhas da planta hospedeira, seguida pelo desenvolvimento larval e pupação. Não há dados exatos sobre o tempo total de gestação, mas estima-se que o desenvolvimento completo do ovo ao adulto dure algumas semanas, dependendo das condições ambientais.

A borboleta-da-praia está listada como espécie ameaçada de extinção no Brasil, classificada como Vulnerável (VU) pela Lista Nacional de Espécies Ameaçadas. As principais ameaças incluem:

Destruição e fragmentação do habitat, devido à urbanização costeira, drenagem de brejos e expansão agrícola. Poluição e alteração do ciclo hidrológico nas áreas de restinga. Redução da planta hospedeira (Aristolochia macroura), que compromete a reprodução da espécie.

Parides ascanius é considerada uma espécie indicadora ambiental, ou seja, sua presença reflete a qualidade ecológica dos ecossistemas costeiros. Sua conservação está diretamente relacionada à proteção das restingas e brejos — ecossistemas historicamente negligenciados na agenda ambiental brasileira.

Preservar a borboleta-da-praia é preservar todo um ecossistema delicado e fundamental. O seu desaparecimento seria mais do que a perda de uma espécie: seria o colapso de uma cadeia ecológica interdependente. O esforço pela conservação das áreas de restinga e a recuperação da planta hospedeira são ações urgentes para garantir sua sobrevivência.


Ramon Ventura

SOCÓ BOI ESCURO


Nome popular:
Socó-boi-escuro.

Nome científico: Tigrisoma fasciatum.

Peso: Entre 800 gramas e 1,1 kg.

Tamanho: Medindo aproximadamente 63 a 76 centímetros de comprimento.

Família: Ardeidae.

Habitat: Habita rios de águas claras, riachos florestais, igarapés e áreas ribeirinhas densas, geralmente em florestas tropicais e subtropicais úmidas.

Local onde é encontrado: No inclui a região amazônica e partes da Mata Atlântica brasileira, especialmente em estados como Amazonas, Pará, Mato Grosso e regiões da bacia do rio São Francisco.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 


Socó-boi-escuro (Tigrisoma fasciatum): O Vigilante Silencioso dos Riachos Tropicais


O socó-boi-escuro, de nome científico Tigrisoma fasciatum, é uma ave da ordem Pelecaniformes e da família Ardeidae, a mesma das garças e dos socós. De hábitos discretos e aparência imponente, essa espécie é conhecida por sua plumagem densa e comportamento reservado, o que a torna uma presença misteriosa nas margens de rios e florestas tropicais.

O socó-boi-escuro é uma ave de porte médio, medindo aproximadamente 63 a 76 centímetros de comprimento e pesando entre 800 gramas e 1,1 kg. Sua plumagem é marcada por tons escuros e padrões listrados (fasciados), que o ajudam a se camuflar entre a vegetação ribeirinha. Possui bico longo e afiado, adaptado para capturar presas aquáticas.

Essa ave habita rios de águas claras, riachos florestais, igarapés e áreas ribeirinhas densas, geralmente em florestas tropicais e subtropicais úmidas. Prefere áreas com vegetação densa, onde pode se esconder com facilidade.

Sua distribuição vai do sul do México até o norte da Argentina, incluindo a região amazônica e partes da Mata Atlântica brasileira, especialmente em estados como Amazonas, Pará, Mato Grosso e regiões da bacia do rio São Francisco.

O socó-boi-escuro é um predador solitário e paciente. Alimenta-se principalmente de peixes, crustáceos, anfíbios e insetos aquáticos, que captura com rapidez após longos períodos de imobilidade. Essa estratégia de caça o torna quase invisível enquanto espera a aproximação de sua presa.

Pouco se sabe sobre os detalhes reprodutivos da espécie, mas, como outros membros da família Ardeidae, o socó-boi-escuro constrói ninhos em galhos altos próximos à água, utilizando gravetos. A incubação dura cerca de 25 a 30 dias, e os filhotes são cuidados pelos dois pais até estarem prontos para deixar o ninho.

Atualmente, o Tigrisoma fasciatum não é considerado globalmente ameaçado de extinção, estando classificado como "Pouco Preocupante" pela IUCN. No entanto, em determinadas regiões, especialmente no Brasil, a espécie enfrenta riscos locais devido à destruição de habitats ripários, poluição dos cursos d’água e desmatamento.

Além disso, a degradação das matas ciliares e a contaminação por mercúrio em rios amazônicos, causada pela mineração ilegal, afetam diretamente sua alimentação e reprodução.

O nome “socó-boi” é uma referência ao som grave e gutural que essas aves podem emitir, especialmente durante o período reprodutivo.

Por ser extremamente discreto, é frequentemente subestimado nos inventários de biodiversidade, o que dificulta avaliações precisas sobre sua situação populacional.

Sua presença é um indicador ecológico da qualidade dos ecossistemas aquáticos, pois depende de rios limpos e com boa cobertura vegetal.

O socó-boi-escuro é uma ave fascinante, símbolo do equilíbrio dos ecossistemas aquáticos tropicais. Sua conservação está diretamente ligada à proteção de rios, igarapés e florestas ciliares, ambientes vitais para centenas de outras espécies. Conhecer e valorizar aves como o Tigrisoma fasciatum é um passo essencial para preservar a riqueza natural do Brasil.


Ramon Ventura

CHOROZINHO DE PAPO PRETO

Nome popular: Chorozinho-de-papo-preto.

Nome científico: Herpsilochmus pectoralis.

Peso: Cerca de 9 a 12 gramas.

Tamanho: Medindo entre 11 e 12 cm de comprimento.

Família: Thamnophilidae.

Habitat: É restrita a ambientes de mata seca e arbustiva, típicos do bioma Caatinga.

Local onde é encontrado: Nos estados de Alagoas, Sergipe, Pernambuco e Paraíba.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 


Chorozinho-de-papo-preto (Herpsilochmus pectoralis): Uma Joia Rara da Avifauna Brasileira


O Chorozinho-de-papo-preto, cujo nome científico é Herpsilochmus pectoralis, é uma ave passeriforme pertencente à família Thamnophilidae, conhecida popularmente como família dos papa-formigas. Esta pequena e discreta ave endêmica do Brasil está seriamente ameaçada de extinção, sendo símbolo da biodiversidade única — e ameaçada — da Caatinga.

O Chorozinho-de-papo-preto é uma ave de pequeno porte, medindo entre 11 e 12 cm de comprimento e pesando em média cerca de 9 a 12 gramas. O macho adulto apresenta plumagem cinza com o peito negro, característica que dá nome à espécie. As fêmeas, por sua vez, possuem coloração mais pálida e não exibem o papo preto tão evidente.

Essa espécie é restrita a ambientes de mata seca e arbustiva, típicos do bioma Caatinga. É encontrada em fragmentos florestais de áreas secas e bem preservadas no nordeste do Brasil, especialmente nos estados de Alagoas, Sergipe, Pernambuco e Paraíba, com registros mais recentes concentrados em áreas protegidas e remanescentes florestais do agreste e do sertão.

A alimentação do Herpsilochmus pectoralis consiste, principalmente, de pequenos insetos e artrópodes que captura nas folhagens e galhos finos. É uma ave ativa, que costuma forragear em pares ou pequenos grupos mistos de aves insetívoras.

Informações detalhadas sobre a reprodução da espécie ainda são limitadas, mas como a maioria dos thamnofilídeos, o Chorozinho-de-papo-preto constrói ninhos em forma de tigela com materiais vegetais. A incubação e o cuidado parental são provavelmente compartilhados entre macho e fêmea, como ocorre em espécies próximas.

O Chorozinho-de-papo-preto encontra-se atualmente classificado como "Criticamente em Perigo" (CR) na Lista Vermelha da IUCN e na lista oficial do ICMBio. Sua população total estimada é inferior a 250 indivíduos maduros.

A principal ameaça à sua sobrevivência é o desmatamento da Caatinga, devido à expansão agrícola, pecuária, uso de lenha e urbanização desordenada. A fragmentação extrema de seu habitat impede o fluxo genético entre populações e compromete a viabilidade reprodutiva da espécie.

Além disso, por ser uma espécie altamente especializada e com distribuição muito restrita, qualquer perda de habitat tem impacto desproporcional sobre sua sobrevivência.

O Chorozinho-de-papo-preto representa um dos muitos exemplos de aves que dependem da conservação da Caatinga, um bioma historicamente negligenciado nas políticas públicas. A proteção de fragmentos florestais, o reflorestamento com espécies nativas e a criação de corredores ecológicos são medidas essenciais para garantir a persistência da espécie.

Estudos adicionais sobre sua biologia reprodutiva, comportamento e dinâmica populacional são urgentes, pois a falta de dados é um dos principais obstáculos à elaboração de estratégias de manejo eficazes. O Chorozinho-de-papo-preto é um alerta para a urgência da conservação do semiárido brasileiro e uma inspiração para políticas ambientais mais inclusivas e regionalizadas.


Ramon Ventura

TONINHA

Nome popular: Toninha.

Nome científico: Pontoporia blainvillei.

Peso: Entre 30 e 50 kg.

Tamanho: Entre 1,3 e 1,7 metros de comprimento.

Família: Phocoenidae.

Habitat: Habita águas costeiras rasas e turvas, geralmente próximas à foz de rios, estuários e regiões com bancos de areia.

Local onde é encontrado: No Brasil, sua presença é mais comum do Rio de Janeiro ao Rio Grande do Sul.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 


Toninha (Pontoporia blainvillei): O Golfinho Mais Ameaçado do Brasil


A toninha, também conhecida como franciscana, é uma das menores e mais discretas espécies de golfinhos do mundo. Seu nome científico é Pontoporia blainvillei, e ela é um dos cetáceos mais ameaçados da América do Sul. Apesar de pouco conhecida pelo público, a toninha desempenha um papel importante no ecossistema marinho costeiro.

A toninha possui corpo pequeno e hidrodinâmico. Os adultos medem entre 1,3 e 1,7 metros de comprimento e pesam entre 30 e 50 kg. Sua coloração varia do cinza ao marrom-claro, com o ventre mais claro. Uma característica marcante da espécie é o seu rostro (focinho) extremamente alongado e fino, que pode representar até 15% do comprimento do corpo.

Esse pequeno golfinho habita águas costeiras rasas e turvas, geralmente próximas à foz de rios, estuários e regiões com bancos de areia. A toninha é encontrada exclusivamente na costa atlântica da América do Sul, desde o Espírito Santo (Brasil) até o Golfo San Matías, na Argentina. No Brasil, sua presença é mais comum do Rio de Janeiro ao Rio Grande do Sul.

A dieta da toninha é composta principalmente por pequenos peixes, lulas e crustáceos. Ela se alimenta em águas rasas, utilizando seu longo rostro para capturar presas que se escondem no fundo arenoso.

A toninha tem um ciclo reprodutivo relativamente lento. A gestação dura cerca de 11 meses e geralmente resulta no nascimento de apenas um filhote. O intervalo entre as gestações é de aproximadamente dois anos, o que torna a recuperação da espécie mais difícil diante das ameaças que enfrenta.

A principal ameaça à toninha é a captura acidental em redes de pesca, especialmente nas chamadas redes de emalhe, usadas na pesca artesanal e industrial. Por ser uma espécie que vive próxima à costa, ela está extremamente vulnerável à interação com atividades humanas. A poluição marinha, o tráfego de embarcações, a degradação do habitat e o ruído subaquático também são fatores que colocam sua sobrevivência em risco.

Segundo a Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), a toninha é classificada como "Criticamente em Perigo" no Brasil. Estimativas apontam que milhares de indivíduos morrem anualmente por causa de capturas acidentais.

A toninha raramente é avistada na superfície, pois é tímida e evita embarcações. Ao contrário de outros golfinhos mais sociáveis, a toninha costuma ser vista sozinha ou em pequenos grupos.

Por viver em águas costeiras muito frequentadas pelo ser humano, ela serve como um indicador da saúde dos ecossistemas marinhos.

Apesar de sua aparência graciosa e importância ecológica, a toninha ainda é uma espécie pouco conhecida do público e, infelizmente, extremamente ameaçada. A conservação da toninha depende de ações urgentes, como o monitoramento da pesca, a criação de áreas marinhas protegidas e programas de educação ambiental. Conhecer mais sobre essa espécie é um passo essencial para garantir sua preservação para as futuras gerações.


Ramon Ventura

quinta-feira, 5 de junho de 2025

GATO-PALHEIRO

Nome popular: Gato-palheiro.

Nome científico: Leopardus colocolo.

Peso: seu peso varia entre 3 e 7 kg.

Tamanho: Seu corpo mede entre 50 e 70 cm de comprimento, com uma cauda que pode chegar a 30 cm.

Família: Felídeos.

Habitat: pode ser encontrada em diversos tipos de habitats, incluindo campos abertos, cerrados, savanas, pampas, áreas de vegetação arbustiva e bordas de florestas.

Local onde é encontrado: No Brasil, ele é mais comum nas regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 


Gato-palheiro (Leopardus colocolo): O felino discreto das Américas


O gato-palheiro, também conhecido como gato-dos-pampas, é uma espécie de felino selvagem que habita diferentes regiões da América do Sul. Seu nome científico é Leopardus colocolo, e ele pertence ao mesmo gênero de outros felinos pequenos sul-americanos, como o gato-do-mato e o gato-maracajá.

O gato-palheiro apresenta uma aparência que pode variar bastante de acordo com a região onde vive, mas geralmente possui pelagem espessa e amarelada, acinzentada ou amarronzada, com listras ou manchas pouco definidas. Seu corpo mede entre 50 e 70 cm de comprimento, com uma cauda que pode chegar a 30 cm, e seu peso varia entre 3 e 7 kg.

Essa espécie é bastante adaptável e pode ser encontrada em diversos tipos de habitats, incluindo campos abertos, cerrados, savanas, pampas, áreas de vegetação arbustiva e bordas de florestas. O gato-palheiro está distribuído ao longo de vários países da América do Sul, como Brasil, Argentina, Bolívia, Paraguai, Uruguai, Chile e Peru.

No Brasil, ele é mais comum nas regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste, embora esteja cada vez mais raro devido à fragmentação de seu habitat natural.

O gato-palheiro é carnívoro e possui hábitos alimentares bastante oportunistas. Sua dieta inclui pequenos mamíferos, como roedores, aves, répteis, anfíbios e até insetos. Por ser um predador solitário e de hábitos noturnos ou crepusculares, caça utilizando o faro e a audição aguçados.

A reprodução do gato-palheiro ocorre em diferentes épocas do ano, dependendo da região. A gestação dura cerca de 80 a 85 dias, resultando geralmente no nascimento de 1 a 3 filhotes. Os filhotes nascem em tocas ou esconderijos bem protegidos e permanecem com a mãe até que estejam prontos para viver de forma independente.

Apesar de sua ampla distribuição, o gato-palheiro está classificado como “quase ameaçado” (NT) pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). Entre os principais motivos para sua vulnerabilidade estão:

Destruição e fragmentação do habitat, especialmente devido à expansão da agricultura e da pecuária. Caça ilegal, seja por retaliação de criadores de animais ou por confusão com espécies exóticas. Atropelamentos em estradas e rodovias. Doenças transmitidas por animais domésticos.

Além disso, sua natureza discreta e solitária dificulta a realização de estudos populacionais mais precisos, o que também contribui para a dificuldade de implementar medidas de conservação eficazes.

O nome "gato-palheiro" vem da sua frequência em áreas rurais, onde às vezes é visto em palheiros e campos agrícolas.

Apesar de ser um animal selvagem, há relatos ocasionais de gatos-palheiros que se aproximam de áreas urbanas em busca de alimento.

Como outros felinos do gênero Leopardus, ele desempenha um papel ecológico importante no controle de populações de roedores e outros pequenos animais.


Ramon Ventura