sábado, 14 de junho de 2025

CASTANHA DO PARÁ

Nome popular: Castanha-do-Pará.

Nome científico: Bertholletia excelsa.

Tamanho: Podendo atingir até 50 metros de altura e diâmetros superiores a 1,5 metro.

Família: Lecythidaceae.

Habitat: Prefere florestas de terra firme, com solo profundo e bem drenado, crescendo em áreas pouco perturbadas.

Onde ocorre: No Brasil, é mais comum nos estados do Acre, Amazonas, Pará, Rondônia e Amapá.

Motivo da busca: Ameaçada de extinção!


Castanha-do-Pará (Bertholletia excelsa): Uma Joia da Floresta Amazônica



A castanha-do-pará, também conhecida como castanha-do-brasil ou castanha-da-Amazônia, é uma das árvores mais emblemáticas e valiosas da Floresta Amazônica. Seu nome científico é Bertholletia excelsa, e ela pertence à família Lecythidaceae. Esta espécie destaca-se não apenas pelo porte imponente, mas também por sua importância ecológica, econômica e nutricional.

A Bertholletia excelsa é uma árvore de grande porte, podendo atingir até 50 metros de altura e diâmetros superiores a 1,5 metro. Seu tronco é reto e cilíndrico, com copa densa que se projeta acima das demais árvores da floresta. A longevidade dessa espécie é notável — algumas árvores podem viver por mais de 500 anos.

A castanheira-do-pará é nativa da Amazônia sul-americana, sendo encontrada principalmente no Brasil, Bolívia, Colômbia, Guiana, Peru e Venezuela. No Brasil, é mais comum nos estados do Acre, Amazonas, Pará, Rondônia e Amapá. Prefere florestas de terra firme, com solo profundo e bem drenado, crescendo em áreas pouco perturbadas.

O fruto da castanheira, com casca dura semelhante a um coco, contém de 10 a 25 sementes — as conhecidas castanhas-do-pará. Ricas em selênio, proteínas, gorduras boas e antioxidantes, essas sementes são amplamente utilizadas na alimentação humana, tanto in natura quanto em produtos processados.

Além do valor nutricional, a castanha-do-pará é uma importante fonte de renda para comunidades extrativistas da Amazônia. A coleta dos frutos ocorre principalmente em áreas de floresta nativa, sem necessidade de derrubar as árvores, o que torna sua exploração sustentável quando bem manejada.

Apesar de sua importância, a Bertholletia excelsa está ameaçada de extinção. A principal causa é o desmatamento para expansão agropecuária, mineração e infraestrutura, que destrói seu habitat natural. A fragmentação florestal compromete a reprodução da espécie, que depende da polinização realizada por abelhas de grande porte, como a Euglossa, e da dispersão de sementes feita por animais, como cutias.

Devido a essa pressão, a castanheira foi incluída na Lista Vermelha da IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza), classificada como vulnerável. No Brasil, é protegida por lei federal, sendo proibido seu corte, exceto com autorização especial para fins científicos ou de manejo sustentável.

A preservação da castanheira-do-pará é fundamental não apenas para manter o equilíbrio ecológico da Amazônia, mas também para garantir o sustento de milhares de famílias que dependem da castanha para viver. Incentivar o consumo consciente, apoiar produtos certificados e defender políticas públicas de conservação são passos essenciais para proteger essa preciosidade da floresta.


Ramon Ventura.

segunda-feira, 9 de junho de 2025

BORBOLETA DA PRAIA


Nome popular:
Borboleta-da-praia. 

Nome científico: Parides ascanius.

Peso: É inferior a 1 grama.

Tamanho: Apresenta envergadura entre 7 a 9 cm.

Família: Papilionidae.

Habitat: Ambientes úmidos costeiros, como brejos e áreas de restinga.

Local onde é encontrado: No estado do Rio de Janeiro.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 


Borboleta-da-praia (Parides ascanius): uma joia ameaçada da restinga brasileira


Parides ascanius, popularmente conhecida como borboleta-da-praia, é uma espécie endêmica do sudeste do Brasil, notadamente nos ecossistemas de restinga e brejos associados à Mata Atlântica, com registros principalmente no estado do Rio de Janeiro.

Essa espécie pertence à família Papilionidae e apresenta envergadura entre 7 a 9 cm. Seu peso é inferior a 1 grama, como é característico de borboletas. Os adultos possuem coloração preta com manchas vermelhas nas asas posteriores e áreas claras nas asas anteriores, características que a tornam facilmente identificável.

O habitat natural da Parides ascanius são ambientes úmidos costeiros, como brejos e áreas de restinga, os quais vêm sendo cada vez mais reduzidos e fragmentados. Sua distribuição é altamente restrita, o que a torna particularmente vulnerável a alterações ambientais.

Os adultos alimentam-se do néctar de flores típicas da vegetação de restinga. As lagartas são altamente especializadas e dependem exclusivamente da planta Aristolochia macroura como hospedeira para sua alimentação e desenvolvimento. Esse fator reforça sua dependência de habitats específicos e sua sensibilidade a distúrbios ambientais.

O ciclo reprodutivo, como em outras borboletas, envolve a oviposição em folhas da planta hospedeira, seguida pelo desenvolvimento larval e pupação. Não há dados exatos sobre o tempo total de gestação, mas estima-se que o desenvolvimento completo do ovo ao adulto dure algumas semanas, dependendo das condições ambientais.

A borboleta-da-praia está listada como espécie ameaçada de extinção no Brasil, classificada como Vulnerável (VU) pela Lista Nacional de Espécies Ameaçadas. As principais ameaças incluem:

Destruição e fragmentação do habitat, devido à urbanização costeira, drenagem de brejos e expansão agrícola. Poluição e alteração do ciclo hidrológico nas áreas de restinga. Redução da planta hospedeira (Aristolochia macroura), que compromete a reprodução da espécie.

Parides ascanius é considerada uma espécie indicadora ambiental, ou seja, sua presença reflete a qualidade ecológica dos ecossistemas costeiros. Sua conservação está diretamente relacionada à proteção das restingas e brejos — ecossistemas historicamente negligenciados na agenda ambiental brasileira.

Preservar a borboleta-da-praia é preservar todo um ecossistema delicado e fundamental. O seu desaparecimento seria mais do que a perda de uma espécie: seria o colapso de uma cadeia ecológica interdependente. O esforço pela conservação das áreas de restinga e a recuperação da planta hospedeira são ações urgentes para garantir sua sobrevivência.


Ramon Ventura

SOCÓ BOI ESCURO


Nome popular:
Socó-boi-escuro.

Nome científico: Tigrisoma fasciatum.

Peso: Entre 800 gramas e 1,1 kg.

Tamanho: Medindo aproximadamente 63 a 76 centímetros de comprimento.

Família: Ardeidae.

Habitat: Habita rios de águas claras, riachos florestais, igarapés e áreas ribeirinhas densas, geralmente em florestas tropicais e subtropicais úmidas.

Local onde é encontrado: No inclui a região amazônica e partes da Mata Atlântica brasileira, especialmente em estados como Amazonas, Pará, Mato Grosso e regiões da bacia do rio São Francisco.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 


Socó-boi-escuro (Tigrisoma fasciatum): O Vigilante Silencioso dos Riachos Tropicais


O socó-boi-escuro, de nome científico Tigrisoma fasciatum, é uma ave da ordem Pelecaniformes e da família Ardeidae, a mesma das garças e dos socós. De hábitos discretos e aparência imponente, essa espécie é conhecida por sua plumagem densa e comportamento reservado, o que a torna uma presença misteriosa nas margens de rios e florestas tropicais.

O socó-boi-escuro é uma ave de porte médio, medindo aproximadamente 63 a 76 centímetros de comprimento e pesando entre 800 gramas e 1,1 kg. Sua plumagem é marcada por tons escuros e padrões listrados (fasciados), que o ajudam a se camuflar entre a vegetação ribeirinha. Possui bico longo e afiado, adaptado para capturar presas aquáticas.

Essa ave habita rios de águas claras, riachos florestais, igarapés e áreas ribeirinhas densas, geralmente em florestas tropicais e subtropicais úmidas. Prefere áreas com vegetação densa, onde pode se esconder com facilidade.

Sua distribuição vai do sul do México até o norte da Argentina, incluindo a região amazônica e partes da Mata Atlântica brasileira, especialmente em estados como Amazonas, Pará, Mato Grosso e regiões da bacia do rio São Francisco.

O socó-boi-escuro é um predador solitário e paciente. Alimenta-se principalmente de peixes, crustáceos, anfíbios e insetos aquáticos, que captura com rapidez após longos períodos de imobilidade. Essa estratégia de caça o torna quase invisível enquanto espera a aproximação de sua presa.

Pouco se sabe sobre os detalhes reprodutivos da espécie, mas, como outros membros da família Ardeidae, o socó-boi-escuro constrói ninhos em galhos altos próximos à água, utilizando gravetos. A incubação dura cerca de 25 a 30 dias, e os filhotes são cuidados pelos dois pais até estarem prontos para deixar o ninho.

Atualmente, o Tigrisoma fasciatum não é considerado globalmente ameaçado de extinção, estando classificado como "Pouco Preocupante" pela IUCN. No entanto, em determinadas regiões, especialmente no Brasil, a espécie enfrenta riscos locais devido à destruição de habitats ripários, poluição dos cursos d’água e desmatamento.

Além disso, a degradação das matas ciliares e a contaminação por mercúrio em rios amazônicos, causada pela mineração ilegal, afetam diretamente sua alimentação e reprodução.

O nome “socó-boi” é uma referência ao som grave e gutural que essas aves podem emitir, especialmente durante o período reprodutivo.

Por ser extremamente discreto, é frequentemente subestimado nos inventários de biodiversidade, o que dificulta avaliações precisas sobre sua situação populacional.

Sua presença é um indicador ecológico da qualidade dos ecossistemas aquáticos, pois depende de rios limpos e com boa cobertura vegetal.

O socó-boi-escuro é uma ave fascinante, símbolo do equilíbrio dos ecossistemas aquáticos tropicais. Sua conservação está diretamente ligada à proteção de rios, igarapés e florestas ciliares, ambientes vitais para centenas de outras espécies. Conhecer e valorizar aves como o Tigrisoma fasciatum é um passo essencial para preservar a riqueza natural do Brasil.


Ramon Ventura

CHOROZINHO DE PAPO PRETO

Nome popular: Chorozinho-de-papo-preto.

Nome científico: Herpsilochmus pectoralis.

Peso: Cerca de 9 a 12 gramas.

Tamanho: Medindo entre 11 e 12 cm de comprimento.

Família: Thamnophilidae.

Habitat: É restrita a ambientes de mata seca e arbustiva, típicos do bioma Caatinga.

Local onde é encontrado: Nos estados de Alagoas, Sergipe, Pernambuco e Paraíba.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 


Chorozinho-de-papo-preto (Herpsilochmus pectoralis): Uma Joia Rara da Avifauna Brasileira


O Chorozinho-de-papo-preto, cujo nome científico é Herpsilochmus pectoralis, é uma ave passeriforme pertencente à família Thamnophilidae, conhecida popularmente como família dos papa-formigas. Esta pequena e discreta ave endêmica do Brasil está seriamente ameaçada de extinção, sendo símbolo da biodiversidade única — e ameaçada — da Caatinga.

O Chorozinho-de-papo-preto é uma ave de pequeno porte, medindo entre 11 e 12 cm de comprimento e pesando em média cerca de 9 a 12 gramas. O macho adulto apresenta plumagem cinza com o peito negro, característica que dá nome à espécie. As fêmeas, por sua vez, possuem coloração mais pálida e não exibem o papo preto tão evidente.

Essa espécie é restrita a ambientes de mata seca e arbustiva, típicos do bioma Caatinga. É encontrada em fragmentos florestais de áreas secas e bem preservadas no nordeste do Brasil, especialmente nos estados de Alagoas, Sergipe, Pernambuco e Paraíba, com registros mais recentes concentrados em áreas protegidas e remanescentes florestais do agreste e do sertão.

A alimentação do Herpsilochmus pectoralis consiste, principalmente, de pequenos insetos e artrópodes que captura nas folhagens e galhos finos. É uma ave ativa, que costuma forragear em pares ou pequenos grupos mistos de aves insetívoras.

Informações detalhadas sobre a reprodução da espécie ainda são limitadas, mas como a maioria dos thamnofilídeos, o Chorozinho-de-papo-preto constrói ninhos em forma de tigela com materiais vegetais. A incubação e o cuidado parental são provavelmente compartilhados entre macho e fêmea, como ocorre em espécies próximas.

O Chorozinho-de-papo-preto encontra-se atualmente classificado como "Criticamente em Perigo" (CR) na Lista Vermelha da IUCN e na lista oficial do ICMBio. Sua população total estimada é inferior a 250 indivíduos maduros.

A principal ameaça à sua sobrevivência é o desmatamento da Caatinga, devido à expansão agrícola, pecuária, uso de lenha e urbanização desordenada. A fragmentação extrema de seu habitat impede o fluxo genético entre populações e compromete a viabilidade reprodutiva da espécie.

Além disso, por ser uma espécie altamente especializada e com distribuição muito restrita, qualquer perda de habitat tem impacto desproporcional sobre sua sobrevivência.

O Chorozinho-de-papo-preto representa um dos muitos exemplos de aves que dependem da conservação da Caatinga, um bioma historicamente negligenciado nas políticas públicas. A proteção de fragmentos florestais, o reflorestamento com espécies nativas e a criação de corredores ecológicos são medidas essenciais para garantir a persistência da espécie.

Estudos adicionais sobre sua biologia reprodutiva, comportamento e dinâmica populacional são urgentes, pois a falta de dados é um dos principais obstáculos à elaboração de estratégias de manejo eficazes. O Chorozinho-de-papo-preto é um alerta para a urgência da conservação do semiárido brasileiro e uma inspiração para políticas ambientais mais inclusivas e regionalizadas.


Ramon Ventura

TONINHA

Nome popular: Toninha.

Nome científico: Pontoporia blainvillei.

Peso: Entre 30 e 50 kg.

Tamanho: Entre 1,3 e 1,7 metros de comprimento.

Família: Phocoenidae.

Habitat: Habita águas costeiras rasas e turvas, geralmente próximas à foz de rios, estuários e regiões com bancos de areia.

Local onde é encontrado: No Brasil, sua presença é mais comum do Rio de Janeiro ao Rio Grande do Sul.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 


Toninha (Pontoporia blainvillei): O Golfinho Mais Ameaçado do Brasil


A toninha, também conhecida como franciscana, é uma das menores e mais discretas espécies de golfinhos do mundo. Seu nome científico é Pontoporia blainvillei, e ela é um dos cetáceos mais ameaçados da América do Sul. Apesar de pouco conhecida pelo público, a toninha desempenha um papel importante no ecossistema marinho costeiro.

A toninha possui corpo pequeno e hidrodinâmico. Os adultos medem entre 1,3 e 1,7 metros de comprimento e pesam entre 30 e 50 kg. Sua coloração varia do cinza ao marrom-claro, com o ventre mais claro. Uma característica marcante da espécie é o seu rostro (focinho) extremamente alongado e fino, que pode representar até 15% do comprimento do corpo.

Esse pequeno golfinho habita águas costeiras rasas e turvas, geralmente próximas à foz de rios, estuários e regiões com bancos de areia. A toninha é encontrada exclusivamente na costa atlântica da América do Sul, desde o Espírito Santo (Brasil) até o Golfo San Matías, na Argentina. No Brasil, sua presença é mais comum do Rio de Janeiro ao Rio Grande do Sul.

A dieta da toninha é composta principalmente por pequenos peixes, lulas e crustáceos. Ela se alimenta em águas rasas, utilizando seu longo rostro para capturar presas que se escondem no fundo arenoso.

A toninha tem um ciclo reprodutivo relativamente lento. A gestação dura cerca de 11 meses e geralmente resulta no nascimento de apenas um filhote. O intervalo entre as gestações é de aproximadamente dois anos, o que torna a recuperação da espécie mais difícil diante das ameaças que enfrenta.

A principal ameaça à toninha é a captura acidental em redes de pesca, especialmente nas chamadas redes de emalhe, usadas na pesca artesanal e industrial. Por ser uma espécie que vive próxima à costa, ela está extremamente vulnerável à interação com atividades humanas. A poluição marinha, o tráfego de embarcações, a degradação do habitat e o ruído subaquático também são fatores que colocam sua sobrevivência em risco.

Segundo a Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), a toninha é classificada como "Criticamente em Perigo" no Brasil. Estimativas apontam que milhares de indivíduos morrem anualmente por causa de capturas acidentais.

A toninha raramente é avistada na superfície, pois é tímida e evita embarcações. Ao contrário de outros golfinhos mais sociáveis, a toninha costuma ser vista sozinha ou em pequenos grupos.

Por viver em águas costeiras muito frequentadas pelo ser humano, ela serve como um indicador da saúde dos ecossistemas marinhos.

Apesar de sua aparência graciosa e importância ecológica, a toninha ainda é uma espécie pouco conhecida do público e, infelizmente, extremamente ameaçada. A conservação da toninha depende de ações urgentes, como o monitoramento da pesca, a criação de áreas marinhas protegidas e programas de educação ambiental. Conhecer mais sobre essa espécie é um passo essencial para garantir sua preservação para as futuras gerações.


Ramon Ventura

quinta-feira, 5 de junho de 2025

GATO-PALHEIRO

Nome popular: Gato-palheiro.

Nome científico: Leopardus colocolo.

Peso: seu peso varia entre 3 e 7 kg.

Tamanho: Seu corpo mede entre 50 e 70 cm de comprimento, com uma cauda que pode chegar a 30 cm.

Família: Felídeos.

Habitat: pode ser encontrada em diversos tipos de habitats, incluindo campos abertos, cerrados, savanas, pampas, áreas de vegetação arbustiva e bordas de florestas.

Local onde é encontrado: No Brasil, ele é mais comum nas regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 


Gato-palheiro (Leopardus colocolo): O felino discreto das Américas


O gato-palheiro, também conhecido como gato-dos-pampas, é uma espécie de felino selvagem que habita diferentes regiões da América do Sul. Seu nome científico é Leopardus colocolo, e ele pertence ao mesmo gênero de outros felinos pequenos sul-americanos, como o gato-do-mato e o gato-maracajá.

O gato-palheiro apresenta uma aparência que pode variar bastante de acordo com a região onde vive, mas geralmente possui pelagem espessa e amarelada, acinzentada ou amarronzada, com listras ou manchas pouco definidas. Seu corpo mede entre 50 e 70 cm de comprimento, com uma cauda que pode chegar a 30 cm, e seu peso varia entre 3 e 7 kg.

Essa espécie é bastante adaptável e pode ser encontrada em diversos tipos de habitats, incluindo campos abertos, cerrados, savanas, pampas, áreas de vegetação arbustiva e bordas de florestas. O gato-palheiro está distribuído ao longo de vários países da América do Sul, como Brasil, Argentina, Bolívia, Paraguai, Uruguai, Chile e Peru.

No Brasil, ele é mais comum nas regiões Centro-Oeste, Sul e Sudeste, embora esteja cada vez mais raro devido à fragmentação de seu habitat natural.

O gato-palheiro é carnívoro e possui hábitos alimentares bastante oportunistas. Sua dieta inclui pequenos mamíferos, como roedores, aves, répteis, anfíbios e até insetos. Por ser um predador solitário e de hábitos noturnos ou crepusculares, caça utilizando o faro e a audição aguçados.

A reprodução do gato-palheiro ocorre em diferentes épocas do ano, dependendo da região. A gestação dura cerca de 80 a 85 dias, resultando geralmente no nascimento de 1 a 3 filhotes. Os filhotes nascem em tocas ou esconderijos bem protegidos e permanecem com a mãe até que estejam prontos para viver de forma independente.

Apesar de sua ampla distribuição, o gato-palheiro está classificado como “quase ameaçado” (NT) pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). Entre os principais motivos para sua vulnerabilidade estão:

Destruição e fragmentação do habitat, especialmente devido à expansão da agricultura e da pecuária. Caça ilegal, seja por retaliação de criadores de animais ou por confusão com espécies exóticas. Atropelamentos em estradas e rodovias. Doenças transmitidas por animais domésticos.

Além disso, sua natureza discreta e solitária dificulta a realização de estudos populacionais mais precisos, o que também contribui para a dificuldade de implementar medidas de conservação eficazes.

O nome "gato-palheiro" vem da sua frequência em áreas rurais, onde às vezes é visto em palheiros e campos agrícolas.

Apesar de ser um animal selvagem, há relatos ocasionais de gatos-palheiros que se aproximam de áreas urbanas em busca de alimento.

Como outros felinos do gênero Leopardus, ele desempenha um papel ecológico importante no controle de populações de roedores e outros pequenos animais.


Ramon Ventura

quarta-feira, 4 de junho de 2025

ONÇA PINTADA


Nome popular:
Onça-pintada.

Nome científico: Panthera onca.

Peso: entre 56 e 135 kg, podendo alguns machos ultrapassar os 150 kg.

Tamanho: Seu comprimento varia de 1,5 a 2,4 metros, incluindo a cauda, que mede cerca de 70 cm.

Família: Felídeos.

Habitat: habita florestas tropicais, savanas, cerrados e áreas de várzea.

Local onde é encontrado: No Brasil, encontra-se principalmente na Amazônia, Pantanal, Cerrado e Mata Atlântica.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 


Onça-pintada (Panthera onca): Majestade das Américas

A onça-pintada, cujo nome científico é Panthera onca, é o maior felino das Américas e o terceiro maior do mundo, ficando atrás apenas do tigre e do leão. Ícone da fauna brasileira, esse predador imponente desempenha um papel crucial na manutenção do equilíbrio ecológico dos ecossistemas em que vive.

A onça-pintada possui um corpo robusto, musculoso e adaptado para a caça. Os adultos pesam entre 56 e 135 kg, podendo alguns machos ultrapassar os 150 kg em áreas como o Pantanal. Seu comprimento varia de 1,5 a 2,4 metros, incluindo a cauda, que mede cerca de 70 cm.

A pelagem é dourada com manchas pretas em forma de rosetas, o que ajuda na camuflagem entre a vegetação densa. Existem também casos raros de melanismo, nos quais o animal apresenta coloração preta, sendo erroneamente chamado de “pantera negra”.

A onça-pintada habita florestas tropicais, savanas, cerrados e áreas de várzea. Sua presença já foi registrada desde o sul dos Estados Unidos até a Argentina, embora atualmente esteja restrita a regiões mais ao sul do México, América Central e América do Sul.

No Brasil, encontra-se principalmente na Amazônia, Pantanal, Cerrado e Mata Atlântica, sendo o Pantanal uma das regiões com maior densidade populacional da espécie.

A reprodução da onça-pintada não possui época fixa, podendo ocorrer durante o ano todo. A gestação dura cerca de 90 a 110 dias, resultando no nascimento de um a quatro filhotes, geralmente dois. Os filhotes nascem cegos e permanecem com a mãe até cerca de dois anos de idade, quando se tornam independentes.

A onça-pintada é um carnívoro oportunista e um predador de topo de cadeia. Sua dieta é extremamente variada e inclui capivaras, queixadas, veados, jacarés, tatus, aves e até bois, quando próxima de áreas rurais. Seu estilo de caça é caracterizado pelo ataque surpresa e uma mordida poderosa, capaz de perfurar o crânio da presa.

Apesar de sua força e adaptabilidade, a onça-pintada está ameaçada de extinção, especialmente fora da Amazônia. Entre os principais fatores de risco estão:

Perda e fragmentação do habitat devido ao desmatamento e à expansão agropecuária. Caça ilegal, tanto por retaliação à predação de animais domésticos quanto por troféus ou peles. Redução da oferta de presas naturais, causada por desequilíbrios ambientais.

A espécie é classificada como “quase ameaçada” globalmente pela Lista Vermelha da IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza), mas em alguns biomas brasileiros, como a Mata Atlântica, encontra-se criticamente ameaçada.

A onça-pintada é excelente nadadora e costuma viver próxima a corpos d'água. É um animal solitário e territorialista, marcando grandes áreas com arranhões, urina e fezes. Tem grande importância cultural para diversos povos indígenas e é símbolo da biodiversidade brasileira.

Proteger a onça-pintada é preservar a riqueza natural do Brasil. Seu desaparecimento acarretaria desequilíbrios ecológicos severos. Esforços de conservação, como a criação de áreas protegidas, corredores ecológicos e ações de educação ambiental, são essenciais para garantir a sobrevivência dessa majestosa espécie nas próximas gerações.


Ramon Ventura

sábado, 28 de setembro de 2024

CANELINHA

Nome popular:
Canelinha
Nome científico: Ocotea langsdorffii
Família: Lauracea
Tamanho: Um arbusto medindo cerca de 3 metros.
Onde ocorre: No Estado de Minas Gerais.


Canela lembra cravos, que lembra outras especiarias vegetais com aromas e sabores marcantes e que já valeram muito nos tempos das grandes navegações. Muitas espéciarias erão tão valorizadas quanto o ouro, o que é dificil de imaginar, já que hoje um pacotinho de cravo ou canela é muito barato. Como o nome popular "canela" são conhecidas diversas espécies que pertencem a família Lauracea. Várias são exploradas por sua madeira, como é o caso da canelinha, que são indiscriminadamente cortadas em níveis de exploração que são insustentáveis. Atualmente está ameaçada pela extração exagerada. Hoje ela só ocorre na ecorregião do Cerrado, em baixas densidades em uma área restrita da Serra do Cipó. No território mineiro.

A canelinha (Ocotea langsdorffii) é uma espécie vulnerável da Lista Vermelha da IUCN, ameaçada pela perda de habitat . Também está incluída na lista oficial de plantas brasileiras ameaçadas compilada pelo IBAMA. As leis estaduais de Minas Gerais para proteger populações de espécies dentro do Parque Botânico Estadual da Serra do Cipó ainda não são bem aplicadas.

segunda-feira, 26 de agosto de 2024

BOTO-DO-ARAGUAIA

Nome popular:
Boto-do-Araguaia.
Nome científico: Inia araguaiaensis
Peso: Pode pesar mais de 200 quilos.
Tamanho: Pode atingir até dois metros e meio de comprimento.
Habitat: Bacia dos rios Araguaia e Tocantins e baía do Marajó.
Local onde é encontrado: Rios Araguaia e Tocantins, baía do Marajó e estuário de Curuçá, no Pará.
Motivo da busca: Espécie ameaçada de extinção!



Em 2014, foi anunciada a descoberta de uma nova espécie de boto que vive nas águas do Araguaia, rio que nasce em Goiás e corre por outros Estados próximos. Ele estava lá o tempo todo, nadando para lá e pra cá, mas era uma espécie diferente, que foi chamada Boto-do-Araguaia.

Sem qualquer diferença física em relação aos outros botos que chamasse a atenção dos pesquisadores, o Boto-do-Araguaia somente foi descoberto por meio de análise do DNA. Comparando no laboratório o código genético dos botos que habitam os rios da Amazônia, foi que eles perceberam algo diferente, algo novo no boto que habitava o rio Araguaia, como no tamanho do crânio e carga dentária.

Pesquisando um pouco mais, os cientistas constataram que na região de Belém e da baía do Marajó, alguns botos eram da mesma espécie encontrada nos rios Araguaia e Tocantins. Isso queria dizer que os Boto-do-Araguaia podiam ser encontrados além do rio Araguaia. Nadavam também no Estuário (área que fica entre o rio e o mar), e até na região costeira, próximo ao manguezal.

Ao que tudo indica, o Boto-do-Araguaia prefere viver nas proximidades dos portos de algumas cidades. Nesses locais acabam recebendo peixe fresco na boca dado pelos humanos. Os botos possuem dentes considerados muito resistentes, mas não são agressivos e não são considerados uma ameaça aos humanos. No entanto, eles costumam brigar entre si.

Os botos 'Inia Araguaiaenses' possuem um comportamento discreto, conforme o estudo. Eles aparecem na superfície da água e, em questão de segundos, desaparecem novamente.

Ainda é um mistério como a relação entre os humanos e os botos começou, mas de fato é que este contato faz muito sucesso com moradores e turistas. Sabemos, porém, que alimentar animais selvagens não é uma boa ideia. Além do risco de ficarem doentes por poderem receber algo diferente ou estragado, os animais tendem a se acostumar com a comida fácil e perderem as habilidades de caçar seu próprio alimento. Eles se alimentam de diversas espécies de peixes e não há nenhum tipo de ração ou produtos artificiais na alimentação deles.

Outra preocupação é que os Boto-do-Araguaia, descobertos há tão pouco tempo, correm risco de extinção. A bacia do Tocantins-Araguaia, que dá origem ao nome do animal, conta com inúmeras barragens construídas e outras estão previstas, como também a existência de hidrelétricas. Essas represas isolam as populações de botos e isso faz com que os animais se reproduzem entre si e se tornem mais frágeis, com maior risco de desenvolver doenças, por exemplo. A pesca e a poluição na baía do Marajó representam uma ameaça extra, além também do intenso tráfego de embarcações e, eventualmente, os ruidosos Jet Skis nos locais mais turísticos.

Conservar os ambientes em que vivem os Boto-do-Araguaia é a nossa forma de contribuir para que esta e outras espécies locais sigam o curso natural de suas vidas.



                                        Ramon Ventura.
                                        Salvatore Siciliano.
                            Instituto Oswaldo Cruz/FioCruz.
                                        Renata Emin-Lima.
                            Museu paraense Emílio Goeldi.
                                        Larissa Rosa de Oliveira.
                                        Unisinos e
            Grupo de estudos de mamíferos aquáticos do Rio Grande do Sul.
                                        Paulo Henrique Ott.
            Universidade Estadual do Rio Grande do Sul e
            Grupo de estudos de mamíferos aquáticos do Rio Grande do sul.
                                        Revista CHC.

quarta-feira, 21 de agosto de 2024

LAGARTO-DE-CAUDA-VERDE


Nome popular:
Lagarto-de-cauda-verde.

Nome científico: Cnemidophorus littoralis.

Tamanho: Cerca de 07 centímetros de comprimento do corpo e 12 centímetros de cauda.

Local onde é encontrado: Apenas no litoral do Estado do Rio de Janeiro.

Habitat: Restingas, vegetação que cresce na areia da praia, plantas rasteiras e arbustos.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção!



Ele mora na praia, pertinho do mar, onde exibe sua cauda comprida e charmosa. Esse pequeno réptil coloca ovos com cerca de dois centímetros de comprimento, dos quais nascem filhotes medindo apenas três centímetros de corpo.

Como o nome sugere, o Lagarto-de-cauda-verde não tem cauda azul nem amarela, ela é verde, é claro! curioso é que, em alguns lagartos, o verde da cauda é tão intenso que até parece fluorescente!

A cauda comprida e verde não é só uma alegoria, ela facilita o equilíbrio do lagarto na hora de andar e de correr, mas chama muita atenção, até mesmo dos predadores. Por isso, ele não hesita em soltá-la do corpo, caso se sinta muito ameaçado, comportamento conhecido como autotomia.

O Lagarto-de-cauda-verde tem a parte de cima do corpo alaranjado e com diferentes listras, que também servem para confundir o predador. Elas dão um efeito distorcido no corpo, ai, quando outro animal olha na direção do lagarto, não consegue perceber que ele está ali ou fica sem saber exatamente onde começa e onde termina o corpo dele. O tempo que o predador leva para entender onde estão as partes vitais, como a cabeça ou o pescoço, é suficiente para o réptil tentar escapar.

Machos e fêmeas dessa espécie são muito parecidos no tamanho e na coloração. Observando com muito cuidado é que podemos notar que alguns machos possuem a cabeça mais larga do que as fêmeas. A cabeça mais larga indica uma mandíbula também mais larga, o que geralmente está associado a maiores vantagens durante disputas por alimentos, fêmeas ou abrigo.

Cada fêmea coloca, em média, dois ovos e os escondem dos predadores, entre as folhas secas no solo. Após o nascimento, os filhotes não são cuidados pelos pais e exploram o ambiente em busca de alimentos por sua própria conta ou por instinto, como preferem os pesquisadores.

Falando em busca por alimento, o Lagarto-de-cauda-verde usa sua língua bífida, isto é, dividida ao meio como as das serpentes, para “sentir cheiro” de suas presas. Se uma larva de inseto, por exemplo, estiver enterrada na areia, eles conseguem perceber que ela está ali e começam a cavar até encontrá-la.

O Lagarto-de-cauda-verde é um animal importante para o equilíbrio do ambiente. Como se alimenta de insetos, ajuda a controlar as populações de cupins, besouros e mariposas, por exemplo. Por outro lado, é também presa das aves de rapina e de outros bichos. Nosso papel é preservar as áreas de restinga, onde esse lagarto vive, para que a própria natureza mantenha o seu equilíbrio.


                           Ramon Ventura,
                           Vanderlaine Amaral de Meneses,
                           Beatriz Nunes Cosendey,
                           Carlos Frederico Duarte da Rocha,
                           Departamento de Ecologia,
                   Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
                                   Revista CHC.