domingo, 22 de janeiro de 2012

PAPAGAIO DE CARA ROXA

Nome popular: Papagaio-de-cara-roxa.

Nome científico: Amazona brasiliensis.

Peso: entre 350 e 450 gramas.

Tamanho: cerca de 36 a 38 centímetros de comprimento.

Família: Psittacidae.

Habitat: Florestas úmidas de restinga, ilhas costeiras e manguezais.

Local onde é encontrado: Encontrada exclusivamente ao longo da faixa litorânea da Mata Atlântica, entre o sul do estado de São Paulo e o norte do Paraná.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção.


Papagaio-de-cara-roxa (Amazona brasiliensis): A joia ameaçada da Mata Atlântica litorânea

O Papagaio-de-cara-roxa, conhecido cientificamente como Amazona brasiliensis, é uma das aves mais emblemáticas e coloridas da fauna brasileira. Pertencente à família Psittacidae, este papagaio destaca-se não apenas por sua beleza exótica, mas também por sua importância ecológica e situação de ameaça à sobrevivência.

O Papagaio-de-cara-roxa possui cerca de 36 a 38 centímetros de comprimento e pesa entre 350 e 450 gramas. Sua plumagem é predominantemente verde, mas o que mais chama atenção é a coloração roxa-azulada intensa ao redor da face, além de detalhes vermelhos nas asas e um anel branco ao redor dos olhos. Seu bico é forte, adaptado para quebrar sementes e frutos.

Essa espécie é endêmica do Brasil, sendo encontrada exclusivamente ao longo da faixa litorânea da Mata Atlântica, entre o sul do estado de São Paulo e o norte do Paraná. Seu habitat típico são florestas úmidas de restinga, ilhas costeiras e manguezais, áreas que vêm sendo rapidamente reduzidas pela ação humana.

A reprodução ocorre geralmente entre os meses de agosto e janeiro. A espécie nidifica em cavidades naturais de árvores, frequentemente em áreas de difícil acesso, como ilhas. A fêmea coloca de 2 a 4 ovos, que são incubados por cerca de 26 dias. Os filhotes permanecem no ninho por aproximadamente 60 dias até ganharem independência.

A dieta do Papagaio-de-cara-roxa é bastante variada, composta por frutos, sementes, flores e brotos, com especial preferência por espécies nativas da Mata Atlântica. Eles têm papel ecológico importante na dispersão de sementes, ajudando a regenerar florestas.

Infelizmente, o Papagaio-de-cara-roxa está classificado como “Vulnerável” na Lista Vermelha da IUCN e na Lista Nacional de Espécies Ameaçadas do ICMBio. Os principais fatores que ameaçam a espécie incluem:

Desmatamento e fragmentação da Mata Atlântica litorânea;

Tráfico de animais silvestres, com captura de filhotes para comércio ilegal;

Expansão urbana e turística, especialmente em ilhas costeiras;

Baixa taxa de reprodução, que dificulta a reposição populacional.

Apesar dos desafios, o Papagaio-de-cara-roxa conta com projetos de conservação bem-sucedidos, como o monitoramento de ninhos, educação ambiental e ações de proteção em Unidades de Conservação. Organizações não governamentais e instituições públicas têm atuado fortemente em sua preservação, principalmente no Parque Nacional de Superagüi, uma das principais áreas de reprodução da espécie.

O Papagaio-de-cara-roxa é um verdadeiro símbolo da biodiversidade costeira brasileira. Proteger esta espécie é preservar também o equilíbrio ecológico da Mata Atlântica. A conscientização da população e a continuidade das ações de conservação são essenciais para garantir que essa ave magnífica continue a sobrevoar os litorais do Brasil.

Ramon ventura.

sábado, 21 de janeiro de 2012

MORCEGUINHO DO CERRADO

Nome popular: Morceguinho-do-cerrado.
Nome científico: Lonchophylla dekeyseri.
Peso: Cerca de 10 a 12 gramas.
Tamanho: Aproximadamente 6 a 7 centímetros.
Habitat: Este morcego é encontrado exclusivamente no Cerrado brasileiro.
Local onde é encontrado: Mais frequentemente observada em regiões de Minas Gerais, Goiás e no Distrito.
Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 

Morceguinho-do-Cerrado (Lonchophylla dekeyseri): Um Guardião Noturno Ameaçado

O morceguinho-do-cerrado, conhecido cientificamente como Lonchophylla dekeyseri, é uma espécie de morcego endêmica do bioma Cerrado, no Brasil. Embora pequeno em tamanho, este mamífero possui um papel ecológico significativo e enfrenta ameaças que colocam sua sobrevivência em risco.

Seu corpo é coberto por pelos castanhos claros, e suas asas são membranosas, adaptadas para o voo noturno. Possui uma longa língua com papilas especializadas, usada para se alimentar de néctar.

Este morcego é encontrado exclusivamente no Cerrado brasileiro, um dos biomas mais ricos em biodiversidade do mundo. A espécie prefere áreas com vegetação aberta e campos rupestres, sendo mais frequentemente observada em regiões de Minas Gerais, Goiás e no Distrito Federal.

O morceguinho-do-cerrado é nectarívoro, alimentando-se principalmente de néctar de flores, como as de bromélias e cactáceas. Ao se alimentar, ele desempenha um papel essencial na polinização de plantas nativas, contribuindo diretamente para a manutenção dos ecossistemas do Cerrado.

A gestação dessa espécie dura cerca de 3 a 4 meses, com o nascimento de um único filhote por vez, geralmente no início da estação chuvosa, quando há maior oferta de alimento. O filhote permanece sob os cuidados da mãe até estar apto a voar e se alimentar sozinho.

Lonchophylla dekeyseri está classificado como em perigo de extinção pela Lista Vermelha da IUCN. Os principais fatores que ameaçam sua existência incluem:
Desmatamento e fragmentação do habitat devido à expansão agrícola e urbana. Queimadas frequentes, que destroem áreas de alimentação e abrigo. Poluição e uso de pesticidas, que afetam plantas e insetos dos quais depende. Baixa densidade populacional, o que dificulta a recuperação da espécie.

Além de seu papel como polinizador, o morceguinho-do-cerrado também contribui para o equilíbrio ecológico do Cerrado, ajudando na regeneração de plantas nativas e promovendo a biodiversidade.

É uma das poucas espécies de morcego nectarívoro adaptada ao clima seco do Cerrado. Foi descrito cientificamente apenas em 1994, o que mostra como ainda há muito a descobrir sobre a fauna brasileira.

A preservação do morceguinho-do-cerrado depende diretamente da conservação do bioma em que ele vive. Proteger o Cerrado é garantir a sobrevivência de espécies únicas como Lonchophylla dekeyseri, essenciais para o equilíbrio ambiental e a riqueza natural do Brasil.


Ramon ventura

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

UACARI BRANCO

Nome popular: Uacari-branco.

Nome científico: Cacajao calvus calvus.

Peso: O peso médio dos adultos gira em torno de 2,5 a 3,5 kg.

Tamanho: Variando entre 40 e 45 cm, e uma cauda curta de aproximadamente 15 cm.

Família: Pitheciidae.

Habitat: Seu habitat natural são as florestas de várzea e igapó, ambientes alagáveis ricos em biodiversidade.

Local onde é encontrado: endêmica da Amazônia brasileira, ocorrendo exclusivamente na região do Alto Rio Solimões, no estado do Amazonas.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 


Uacari-branco (Cacajao calvus calvus): Um primata raro da Amazônia ameaçado de extinção

O Uacari-branco, também conhecido como acari-branco ou simplesmente uacari, é um primata neotropical da família Pitheciidae. Seu nome científico é Cacajao calvus calvus e ele se destaca por sua aparência singular: corpo coberto por pelos brancos e uma cabeça calva e avermelhada, que lhe confere um visual único entre os primatas da Amazônia.

O uacari-branco possui porte médio, com comprimento corporal variando entre 40 e 45 cm, e uma cauda curta de aproximadamente 15 cm, diferentemente da maioria dos macacos arborícolas. O peso médio dos adultos gira em torno de 2,5 a 3,5 kg. Sua face vermelha intensa é considerada um indicativo de boa saúde e vitalidade entre os indivíduos da espécie.

Essa espécie é endêmica da Amazônia brasileira, ocorrendo exclusivamente na região do Alto Rio Solimões, no estado do Amazonas. Seu habitat natural são as florestas de várzea e igapó, ambientes alagáveis ricos em biodiversidade. Esses primatas são altamente adaptados à vida nas copas das árvores, raramente descendo ao solo.

A dieta do uacari-branco é composta principalmente por frutas, sementes, brotos, folhas e insetos. Sua mandíbula forte permite abrir frutos duros e consumir sementes que muitos outros primatas não conseguem aproveitar, o que o torna importante para a dispersão de certas espécies vegetais.

A gestação da fêmea do uacari-branco dura cerca de 5 a 6 meses, resultando no nascimento de um único filhote por vez. O cuidado parental é bastante desenvolvido, e os filhotes permanecem com a mãe por vários meses, aprendendo habilidades essenciais de sobrevivência no alto das árvores.

O uacari-branco está classificado como Vulnerável na Lista Vermelha da IUCN e corre sérios riscos de extinção, principalmente devido à perda de habitat causada pelo desmatamento, expansão da agricultura e construção de infraestruturas como estradas e hidrelétricas. Além disso, a espécie é impactada pela caça predatória e pela fragmentação de seus habitats, o que dificulta a manutenção de populações viáveis a longo prazo.

A coloração vermelha da face do uacari está relacionada à saúde do animal, funcionando como um “sinal visual” para outros indivíduos.

Vivem em grupos numerosos, podendo chegar a 50 indivíduos, o que favorece sua proteção contra predadores e facilita o acesso a alimentos.

São importantes dispersores de sementes, contribuindo para a regeneração das florestas amazônicas.

A conservação do uacari-branco depende de ações urgentes para proteger seu habitat, controlar o desmatamento ilegal e promover a conscientização sobre sua importância ecológica. Estudos sobre sua ecologia e comportamento também são essenciais para orientar políticas públicas e estratégias de manejo que garantam sua sobrevivência.

Ramon Ventura.

domingo, 15 de janeiro de 2012

SUÇUARANA

Nome popular: suçuarana, onça-parda, leão-baio, puma ou cougar.
Nome científico: Puma concolor.
Peso: Entre 30 e 100 kg.
Tamanho: Seu comprimento total, incluindo a cauda, pode variar entre 1,5 e 2,7 metros.
Família: Felídea.
Habitat: No Brasil, é encontrada em quase todo o território nacional, incluindo a Amazônia, Mata Atlântica, Cerrado, Pantanal e Caatinga.
Local onde é encontrado: Sua distribuição vai do sul do Canadá até o sul da América do Sul, sendo o felino com a maior área de distribuição das Américas.
Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 


Suçuarana (Puma concolor): O Fantasma das Florestas Americanas

A suçuarana, também conhecida como onça-parda, leão-baio, puma ou cougar, é um dos maiores felinos das Américas e desperta fascínio pela sua imponência, agilidade e ampla distribuição geográfica. Seu nome científico é Puma concolor, e ela pertence à família dos felídeos, a mesma dos gatos domésticos e das grandes onças.

A suçuarana é um animal de grande porte, podendo pesar entre 30 e 100 kg, dependendo da região e do sexo. Os machos são geralmente maiores que as fêmeas. Seu comprimento total, incluindo a cauda, pode variar entre 1,5 e 2,7 metros. Possui pelagem uniforme, de cor marrom-clara a avermelhada, o que a ajuda a se camuflar no ambiente.

Este felino é extremamente adaptável e pode ser encontrado em uma ampla variedade de habitats, desde florestas tropicais e montanhas até desertos e campos abertos. No Brasil, é encontrada em quase todo o território nacional, incluindo a Amazônia, Mata Atlântica, Cerrado, Pantanal e Caatinga. Sua distribuição vai do sul do Canadá até o sul da América do Sul, sendo o felino com a maior área de distribuição das Américas.

A reprodução da suçuarana não segue um padrão sazonal rigoroso. A gestação dura em média 90 a 96 dias, e a fêmea geralmente dá à luz de 1 a 4 filhotes por ninhada. Os filhotes nascem com manchas pelo corpo, que desaparecem à medida que crescem. A mãe cuida sozinha da prole por até dois anos, período em que os filhotes aprendem a caçar e sobreviver sozinhos.

A suçuarana é um carnívoro estrito e um caçador oportunista. Sua dieta varia de acordo com a disponibilidade de presas, podendo incluir veados, capivaras, tatus, pequenos mamíferos, aves e até répteis. Sua técnica de caça é baseada na aproximação furtiva e um ataque surpresa, geralmente com uma mordida fatal no pescoço da presa.

Apesar de sua ampla distribuição, a suçuarana enfrenta diversas ameaças que colocam sua população em risco em algumas regiões. Entre os principais fatores estão:

Perda e fragmentação de habitat, causada pelo desmatamento e avanço da agropecuária. Caça ilegal e retaliação de pecuaristas, devido a ataques a animais domésticos. Colisões com veículos, em áreas onde rodovias cortam seu território. Baixa densidade populacional natural, o que dificulta a recuperação rápida de populações locais.

Por conta desses fatores, a suçuarana é considerada "Vulnerável" em algumas listas regionais de espécies ameaçadas, embora globalmente ainda seja classificada como "Pouco Preocupante" pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). No entanto, sua situação requer constante monitoramento.

A suçuarana é um dos poucos grandes felinos que não ruge. Em vez disso, emite sons semelhantes a assobios, grunhidos e miados. Tem hábitos solitários e crepusculares, sendo mais ativa ao amanhecer e ao entardecer. Possui excelente visão noturna, o que facilita a caça em ambientes de baixa luminosidade. Pode dar saltos de até 6 metros na vertical e 12 metros na horizontal, graças à sua musculatura potente.

A conservação da suçuarana depende diretamente da preservação de seu habitat natural e do convívio harmonioso com as atividades humanas. Conhecer e respeitar este magnífico predador é essencial para garantir seu papel ecológico como regulador das populações de herbívoros e a manutenção do equilíbrio nos ecossistemas onde vive.

Ramon Ventura

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

PINTOR VERDADEIRO

Nome popular: Pintor-verdadeiro.

Nome científico: Tangara fastuosa.

Peso: Pesa entre 16 e 20 gramas.

Tamanho: Mede cerca de 13,5 a 15 centímetros de comprimento. 
Família: Thraupidae

Habitat: Habitat natural são os remanescentes de Mata Atlântica e florestas úmidas de baixada.

Local onde é encontrado: Principalmente no litoral nordestino, especialmente nos estados de Pernambuco, Alagoas e Paraíba.

Motivo da busca: Animal ameaçado de extinção. 


Pintor-verdadeiro (Tangara fastuosa): A joia rara das matas nordestinas

O Pintor-verdadeiro, cientificamente conhecido como Tangara fastuosa, é uma das aves mais belas e coloridas da fauna brasileira. Também chamado de saíra-sete-cores ou simplesmente pintor, essa espécie encanta por sua coloração vibrante e por ser um símbolo da rica biodiversidade do bioma Mata Atlântica.

Com um porte delicado, o Pintor-verdadeiro mede cerca de 13,5 a 15 centímetros de comprimento e pesa entre 16 e 20 gramas. Seu corpo é uma verdadeira paleta de cores, exibindo tons intensos de azul, verde, amarelo, laranja e preto — o que o torna uma das aves mais vistosas do Brasil.

Essa ave é endêmica do Brasil, ou seja, só ocorre em território nacional. Seu habitat natural são os remanescentes de Mata Atlântica e florestas úmidas de baixada, localizados principalmente no litoral nordestino, especialmente nos estados de Pernambuco, Alagoas e Paraíba. Infelizmente, a fragmentação desse bioma tem reduzido severamente suas áreas de ocorrência.

A reprodução do Pintor-verdadeiro ocorre em áreas com densa vegetação, onde o casal constrói um ninho em forma de taça, geralmente em árvores ou arbustos. O período de incubação dura de 12 a 14 dias, e a fêmea põe entre 2 a 3 ovos. Os filhotes são cuidados por ambos os pais até estarem prontos para deixarem o ninho.

Sua dieta é bastante variada. Alimenta-se principalmente de frutas, insetos e néctar, sendo considerado um importante agente na dispersão de sementes e no controle de insetos na floresta. É uma ave ativa, que se desloca constantemente entre os galhos em busca de alimento.

O Pintor-verdadeiro está criticamente ameaçado de extinção, conforme a Lista Vermelha da IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza). As principais ameaças à sua sobrevivência incluem:

Desmatamento e fragmentação da Mata Atlântica, que reduzem drasticamente seu habitat. Tráfico de aves silvestres, devido à sua beleza exótica e canto suave. Baixa taxa de reprodução, o que dificulta a recuperação populacional.

A espécie está presente em poucos fragmentos de floresta, muitos dos quais fora de áreas de proteção ambiental.

O Pintor-verdadeiro é frequentemente confundido com outras espécies do gênero Tangara, como a Saíra-sete-cores (Tangara seledon), mas se diferencia por seu padrão único de cores. Seu nome científico, fastuosa, deriva do latim e significa “luxuoso” ou “esplêndido” — uma referência direta à sua aparência vibrante. Apesar da beleza, é uma ave discreta, difícil de ser observada em seu habitat natural.

O Pintor-verdadeiro é mais do que uma ave bonita — é um símbolo da riqueza biológica brasileira e um alerta sobre os riscos do desmatamento e da negligência ambiental. Sua preservação depende de ações efetivas para proteger os últimos remanescentes da Mata Atlântica nordestina e combater o tráfico ilegal de fauna silvestre.


Ramon Ventura