domingo, 27 de fevereiro de 2011

TAMANDUÁ BANDEIRA


NOME CIÊNTIFICO: MYRMECOPHAGA
NOME POPULAR: TAMANDUÁ-BANDEIRA

O tamanduá-bandeira é o maior representante dos tamanduás, podendo pesar até 40 quilos. Tem uma cauda com pelos compridos,que ele ergue e balança quando anda, lembrando, de longe, a forma de uma bandeira. Daí a razão de seu nome.

O focinho do tamanduá-bandeira é bem longa e a boca, totalmente banguela, fica na ponta dele. Quando bate a fome, ele introduz sua língua grudenta e comprida, com cerca de 50 centímetros, na abertura de cupinzeiros e formigueiros. Se a quantidade de insetos capturada não for suficiente para encher sua barriga, ele não tem dó: com as patas da frente, quebra esses cupinzeiros e formigueiros para comer melhor.

Talvez por ter parentesco com o bicho preguiça, o tamanduá anda sempre devagar. Ele se apóia na parte dorsal das mãos e se locomove com as garras voltadas para cima, sem tocar o chão. Quando é atacado, vira uma fera! fica sentado para abraçar o agressor e dar golpes com suas garras, ao mesmo tempo. É por isso que para o abraço de falsos amigos, usa-se a expressão "abraço de tamanduá".

Tanto de dia como de noite, o tamanduá-bandeira pode ser visto perambulando atrás de alimento. Normalmente está sozinho, sem formar grupos.

O olfato é o principal sentido de orientação da espécie, já que os olhos e as orelhas são poucos desenvolvidos. O período de gestação dura cerca de 190 dias e a fêmea carrega na barriga só um filhote por vez. Quando nasce, o pequeno tamanduá permanece nas costas da mãe até completar pouco mais de um mês de vida.

Grande e lento para se locomover, o tamanduá-bandeira tornou-se vítima de caçadores e da perseguição de cães. Aliados á destruição de seu habitat, esses fatores contribuem para caracterizar a espécie como uma das mais ameaçadas de nosso país.

Ramon Ventura
Revista chc.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

LOBO GUARÁ


NOMES COMUNS: LOBO-GUARÁ, GUARÁ, AGUARÁ, AGUARÁÇU.
NOME CIENTÍFICO: CHRYSOCYON BRACHYURUS.

O lobo-guará é do grupo dos mamíferos canídeos. Possui uma pelagem avermelhada, pernas longas, cauda e orelhas curtas. A ponta de seu focinho e parte de suas pernas são cobertas por pelos pretos. Costuma alimentar-se principalmente de frutos e outros e outros vegetais, além de pequenos roedores e aves. Uma de suas comidas preferidas é a fruta do lobo, ou lobeira, uma fruta que lembra um tomate grande e verde, muito comum nos ambientes onde ele habita. 

Ele vive em áreas abertas como cerrado, onde caminha, geralmente sozinho, á procura de alimentos. Na época de acasalamento, a fêmea e o macho andam juntos por algum tempo. A ninhada costuma ser de duas crias.

Apesar de receber o nome de lobo, o guará é um animal tímido que só ataca as pessoas quando acuado.

Há algumas décadas o lobo-guará podia ser encontrados com certa desde o Piauí até o Rio Grande do Sul. Hoje em dia é muito raro e está ameaçado de extinção como resultado da destruição dos cerrados e da caça. Ainda hoje os guarás são mortos, porque as pessoas acreditam que ataca a criação de gado e as aves domésticas, e consideram perigoso.

Ramon Ventura
Revista chc.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

TATU CANASTRA


O tatu canastra, e o maior tatu do mundo,atualmente, mede, aproximadamente, um metro e meio de comprimento e pesa cerca de 40 quilos. Seria fácil encontrá-lo, se suas tocas não fossem tão grandes: elas chegam a medir mais de cinco metros de extensão, e o Priodontes maximus pode ficar lá escondido por mais de quinze dias.

Normalmente, o tatu-canastra escolhe ninhos abandonados de cupins ou formigas para construir sua toca. Suas unhas enormes e curvas- que podem medir até 20 centímetros, fazem dele um ótimo cavador. Para quebrar o ninho de animais, como formigas e cupins, e se alimentar, essa espécie de tatu usa sua língua comprida. Seu prato preferido são os insetos, mas, também, come aranhas, pequenas cobras, vermes e larvas. Tudo isso é mastigado com o auxilio dos seus 80 pequenos dentes.

Como a maioria das 20 espécie de tatus que existem, o tatu-canastra tem o corpo coberto por placas ósseas, como se fosse uma armadura, e possui poucos pêlos.

O Priodentes maximus é um animal solitário. Gosta de sair á noite para procurar alimento e namorar. Essa espécie pode ter até dois filhotes por cria.

Quando é incomodado, o tatu-canastra deita no chão com a barriga para cima e tenta se defender com as patas anteriores. Para escapar do perigo, é capaz de se enterrar em poucos minutos.

Devido ao desmatamento, o desenvolvimento das plantações e criações de gado, o habitat do tatu-canastra, bem como de muitas outros animais, vem sendo reduzido. A caça tem uma quantidade de carne abundante, também contribui para diminuir suas populações. Os serigueiros da Amazônia costumam até dizer que comer a carne desse tatu dá azar! Só se for para o próprio, não é mesmo!

Para evitar a extinção do tatu-canastra é preciso proteger os ambientes em que ele vive e, também, realizar estudos para se conhecer melhor os hábitos dessa espécie brasileira.

Ramon Ventura
revista chc.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

JACARANDÁ DA BAHIA


O jacarandá-da-Bahia arrumou uma maneira bem amigável para conseguir viver em regiões com solos pobres: associou-se a certos fungos e bactérias que o ajudam a obter água e outras substâncias necessárias á sua sobrevivência. Assim,suas folhas são mais ricas em proteínas, nitrogênio e outros elementos, enriquecendo o solo quando caem sobre ele. Dessa forma, o jacarandá pode ser usado para recuperar solos empobrecidos.

Mas a fama do jacarandá-da-Bahia se deve á beleza e qualidade de sua madeira. Á árvore adulta produz uma madeira em geral parda-escuro-arroxeado com listas pretas, mas que também pode ser bege-rosado ou ainda com reflexos alaranjados. Além de ser resistente e dura muito, essa madeira solta um perfume agradável. É facilmente trabalhável, o que faz com que seja muito usada para fabricar móveis, peças de decoração e instrumentos musicais.

Trata-se de uma das madeiras mais valiosas do mundo. Por isso, muitas árvores dessa espécie vêm sendo cortadas desde os tempos coloniais, quando eram intensamente exportadas para Portugal.

Atualmente, a árvore vem desaparecendo do sul da Bahia e já não é mais encontrada em São Paulo. A extração descontrolada e a baixa capacidade da espécie de se regenerar naturalmente fizeram com que o jacarandá-da-Bahia entrasse na lista oficial de espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção.

Ramon Ventura
Revista chc.

PEQUIZEIRO


O Pequizeiro é uma das plantas muito usadas na alimentação do homem nas regiões de cerrado, tipo de vegetação que pode ser encontrado em vários estados brasileiros.

A polpa dos frutos cozidos é muito apreciado quando misturado com farinha, arroz, feijão ou galinha. Também são fãs do pequi alguns animais silvestres, como a cotia, a arara e o veado, e domésticos, entre eles, o porco, a ovelha, o carneiro e o cordeiro.

Muita gente acredita que o óleo de pequi misturado no mel ajuda a curar gripes e bronquites. Esse fruto, que aparece entre novembro e fevereiro, é usado também na fabricação de licores, sabonetes e cremes .

Mas, em 1990, estudos mostraram que cerca de 36% da vegetação do cerrado tinham sido derrutados. Se essa destruição continuar, o que sobrará será tão pouco que sua biota ( conjunto de animais e vegetais de uma região ) não sobreviverá.

Embora não esteja na lista oficial do Ibama das plantas ameaçadas de extinção, o Pequizeiro é protegido por lei desde 1987, pelo Instituto Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (IBDF). O IMDF não existe mais, porem, a lei permanece: é proibido cortar e comercializar essa árvore em todo o território nacional. Além disso, em 1988, o governo do Distrito Federal transformou o pequizeiro no símbolo da região.


Com essas medidas, ainda podemos apreciar a beleza do pequizeiro e, nos meses de setembro a novembro, de suas flores.

Ramon Ventura
Revista chc.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

JOÃO DE BARBA GRISALHA


Para encontrar o joão,é preciso viajar por trilhas na floresta Amazônia, passar por caminhos estreitos, muito alagados, e rios. E como se isso não bastasse, é necessário ainda pedir informações a um cacique, por que o joão habita especialmente terras indígenas. Quem é esse tal de joão! É o João de barba grisalha, uma ave rara e que está ameaçada de extinção.

João de barba grisalha tem cor marrom-avermelhada, com a garganta negra de pintinhas brancas, que lembra uma... barba grisalha! por isso, claro, ganhou este nome. Ele pertence á família Furnariidae, a mesma do João de barro, famoso por construir seus ninhos com barro.

João de barba grisalha passou mais de 160 anos sem ser visto por cientistas e pouco se sabe sobre seus hábitos, apenas que se alimenta principalmente de artrópodes e constrói um ninho muito grande em relação ao seu tamanho. Hoje, a população total da espécie é estimada pelos especialistas em cinco mil indivíduos apenas.

Por ser muito difícil de ser encontrada, a ave acabou sendo colocado na lista dos animais ameaçados de extinção. A situação da espécie só piora com o cultivo de arroz ás margens dos rios e dentro das reservas indígenas, lugares onde ela habita. 

O cultivo é feito de maneira ilegal por agricultores não índios, prejudicando a qualidade da água e destruindo o hábitat do João de barba grisalha.

Ramon Ventura
Revista chc.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

JARARACA ILHOA



Uma pequena ilha, localizada a cerca 30 quilômetros do litoral sul do estado de São paulo, é o lar de diferentes espécies de animais e,abriga,em especial, serpentes. Isso mesmo! Muitas,mas muitas cobras mesmo povoam a ilha da Queimada Grande, lugar que não é mais habitado pelo ser humano há, pelo menos, 83 anos. 

A jararaca-ilhoa é uma espécie endêmica dessa ilha, ou seja, ela não existe em outro em outro lugar do planeta!

A jararaca-ilhoa, quando jovem, tem hábitos parecidos com os da jararacas do continente: ambas se alimentam á noite e comem, principalmente, pequenas pererecas, rãs, lagartos e centopeias. Porém, quando se tornam adultas, surgem as diferenças. 

As jararacas do continente continuam sendo noturnas, vivem quase exclusivamente no chão e passam a se alimentar, principalmente,de pequenos roedores. Como não há roedores em Queimada Grande, a jararaca-ilhoa adulta desenvolveu o hábito de se alimentar das aves que visitam a ilha, como o coleirinha, o sabiá-una e o tuque. Para capturar suas presas, a jararaca-ilhoa adulta trocou a caça noturna pela diurna e freqüentemente é vista subindo em árvores e arbustos.

A jararaca-ilhoa foi descoberta pelo herpetólogo Afrânio do Amaral, em 1921. Desde então,diversos estudos revelaram características curiosas que diferenciam a ilhoa de outras jararacas que vivem no continente.

O veneno da jararaca-ilhoa é cinco vezes mais poderoso que o da jararaca comum.Ele age rapidamente, paralisando a presa, que ela devora na hora. Mas não pense que todas as aves da ilha são presas fáceis para a ilhoa. Algumas, como, a corruíra, parecem reconhecer a serpente, de forma que quase sempre conseguem evitar seus ataques e podem morar também na ilha sem sustos.

Hoje, a ilha da Queimada Grande possui uma das maiores populações de serpentes por metro quadrado no mundo, mas, devido ao pequeno tamanho do local, as cobras que lá vivem estão criticamente ameaçadas de extinção. Mesmo não sendo habitado por pessoas, a ilha ainda apresenta algumas alterações no ambiente da região da época em que foi povoada por humanos. 

A jararaca-ilhoa, assim como outras espécies de animais que possam ser exclusivas da ilha da Queimada Grande, desaparecerá da natureza para sempre, de a região não for preservada.

Ramon Ventura
Revista chc.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

CIGARRA VERDADEIRA


A cigarra-verdadeira, é uma espécie que, apesar do nome,é uma ave que tem um canto semelhante ao som emitido pelas cigarras.

Parentes dos canários, a cigarra-verdadeira é encontrada somente na Mata Atlântica. Vive em grupo e realiza longos vôos, sendo que gosta de sobrevoar áreas mais abertas, como pântanos e plantações de arroz. Não costuma ficar muito tempo na mesma área da floresta.

Conhecida como Sporophila Falcirostris pelos cientistas, a cigarra-verdadeira ganhou esse nome porque a parte de cima do seu bico é curvo e bem mais fina do que a parte de baixo,fazendo com que ele pareça uma foice. Daí o termo Falcirostris, que vem do latim e significa "em forma de foice". Tanto as fêmeas quanto os jovens dessa espécie têm o bico escuro, enquanto, nos machos, ele é amarelo.

As cores diferentes do bico, porém,não são as únicas características que diferenciam as cigarras-verdadeiras. A plumagem também cinza-azulada e uma faixa branca nas penas das asas.

A cigarra-verdadeira, como muitas espécie de aves, come sementes,sobretudo as de bambu,suas preferidas. É provável que ela se desloque para outros lugares da mata Atlântica, não são mais encontradas, a população de cigarras-verdadeiras tende a diminuir. Além disso, a captura e o comércio ilegal dessas aves para criação em cativeiro também contribuem para o seu desaparecimento.

Considerada uma ave rara na natureza, a cigarra-verdadeira já não é mais encontrada em determinados lugares. Por essa razão, os cientistas sabem muito pouco sobre seu comportamento. Algo, porem, é certo: preservar o ambiente em que ela vive, evitar a sua captura e o seu comércio são ações muito importantes para que possamos continuar apreciando a beleza desta ave não apenas em fotografias.

Ramon ventura
Revista chc.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

CACHORRO DO MATO VINAGRE


Seu corpo comprido do que o de qualquer outro cão, lobo ou raposa silvestre sul-amerino. Por outro lado, suas orelhas são pequenas e arredondadas, assim como sua cauda, seu foucinho e seus membros são curtos. Assim é o cachorro-do-mato-vinagre, um animal ainda pouco observado e estudado na natureza por ser raro e difícil de avistar, apesar de ter hábitos diurnos.

O cachorro-do-mato-vinagre, embora também possa apresentar hábitos solitários, vive geralmente em grupos familiares que variam de três a dez indivíduos. Em cativeiro, a fêmea desse animal leva de 60 a 83 dias para dar á luz e tem dois a seis filhotes por sua vez, que nascem com coloração acinzentada. Pai e mãe protegem os recém-nascidos, que mamam por, aproximadamente,75 dias.

Quando adulto, o cachorro-do-mato-vinagre têm pelo marrom-avermelhado, sendo que, na cabeça, o tom é levemente dourado-avermelhado. Essa espécie alimenta-se de pequenos vertebrados-como roedores- a animais de médio e grande portes, como quatis, cutias, pacas, capivaras, pequenos cervos e emas.

O cachorro-do-mato-vinagre costuma abrigar-se em tocos de árvores, troncos caídos,

tocas no chão plano ou barrancos. Já para demarcar seu território, faz algo de deixar muito acrobata de queixo caído: apóia-se nas patas dianteiras, ergue o tronco e as patas traseiras, para, então, urinar sobre uma pedra ou uma árvore. Esse animal age assim para lançar sua urina a partir de um ponto mais alto do que alcançaria se estivesse sobre as quatro patas.

Essa, porém ,não é a unica habilidade do cachorro-do-mato-vinagre, que, de vez em quando, revela-se um bom imitador. Ele é capas de reproduzir o som que as suas presas emitem,atraindo-as para capturá-las.

Mas esse animal tão curioso está ameaçado de extinção. Tudo porque as queimadas e o desflorestamento têm destruído o lugar que serve de lar para essa espécie, bem como para suas diferentes fontes de alimentos. As autoridades ligadas ao meio ambiente precisam tomar providências com urgência, se quiserem preservar o cachorro-do-mato-vinagre e seu habitat.


Ramon Ventura
Revista chc.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

BRAÚNA


Se perguntássemos aos biólogos qual a principal função da braúna, eles responderiam que é a fixação do gás nitrogênio da atmosfera.

Vamos simplificar: a planta deixa que algumas bactérias morem em suas em suas raízes. Os microrganismos, por sua vez, pagam o aluguel prendendo o nitrogênio, usado pela árvore para produzir seu alimento. Essa troca de favores é conhecida como simbiose.

Mas, se a mesma pergunta fosse feita aos médicos, alguns deles diriam que a casca é a parte mais interessante dessa planta. Dela se extrai uma seiva que é usada como remédio, embora os cientistas ainda não tenham provas de que ela seja realmente útil na cura de doenças.

Por essas razões,a braúna é uma planta que deveria ser mais usada para a arborização de ruas. Assim, além de contribuir para a preservação da espécie, as cidades ficariam mais enfeitadas por essa árvore que pode atingir até 15 metros de altura. Suas folhas verdes-oliva contrastam com as flores de pétalas amarela-douradas e com os cálices de pelo em tom ferrugem. 

A floração da braúna ocorre de janeiro a abril e nesse período não há perda de folhas. Estudos da reprodução da espécie mostraram que ela pode florescer em intervalos superiores a um ano.

Entre agosto e outubro,os frutos amadurecem e se abrem em duas metades.As sementes são envolvidas pela camada mais interna do fruto, o endocarpo, cuja estrutura se assemelha a uma asa. O vento leva as sementes a longas distancias e elas germinam num período que vai de 15 a 25 dias. O tronco da braúna é madeira de qualidade que vem sendo explorada para diversos fins. Ela é próprio para obras externas e também usada para fabricar móveis de luxo.

Ramon Ventura